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quarta-feira, agosto 29, 2012

Regras básicas

Estão a ver aqueles letreiros do "não incomodar" que se põem nas portas dos quartos de hotel quando queremos dormir até tarde e não queremos cá lençóis lavadinhos, nem toalhas nem toucas para o banho novas? Pois devia haver uns do género para pôr à porta de maridos-pais-de-filhos-que-chegam-a-casa-às-tantas. A mensagem podia ser algo como "entrar devagar, em silêncio e enfiar-se no quarto porque a totó da tua mulher-mãe-de-filhos, que também trabalha mas lá arranja maneira de chegar a casa a horas decentes porque tem um filho, chegou cansada, mas já brincou com o pequeno, já lidou com duas birras, deu banho, jantar, brincou outra vez, tomou banho ela, jantou ela, arrumou a cozinha, amoleceu o baby e não vais entrar agora com as tuas brincadeiras malucas e pores-me o miúdo excitado e pronto para começar o dia". Ufa! Ok, tinha de arranjar três portas para este letreiro, mas o aviso era mesmo este.
É uma delícia ver a alegria com que o Rodrigo recebe o pai, mas caramba, como é que o Zé consegue pô-lo a transpirar e completamente louco em apenas cinco minutos mesmo na altura em que já o tinha no ponto para dormir? Porque é que eles, os homens, não lêem uma história, não cantam uma música calma ou outra coisa que não implique atirá-los pelo ar, correrem que nem uns doidos a fazerem razias a tudo o que é perigoso ou outras acrobacias que nos levam sempre a deitar as mãos à cabeça com frases do tipo: "não o vires que ele acabou de comer; vocês vão magoar-se; cuidado com os bracinhos dele; olha aí que a cabeça dele vai bater no tecto"? Deve ser coisa de macho e eu entendo tudo muito bem, mas dá para fazer isso sem ser às onze da noite?
Resultado: uma hora para o pôr a dormir e más expectativas quanto ao estado de espírito do Rodrigo quando o acordar amanhã bem cedo.

segunda-feira, agosto 27, 2012

Fim de semana fora

Pela segunda vez em pouco tempo lá agarrámos nas trouxas a uma sexta para passar fim de semana fora. Desta vez, Alentejo.
Bom, trouxas é como quem diz, que isto de ir com o baby requer outra logística. Sou só eu que acho, ou com filhos fazer a mala para um fim de semana parece que é para quinze dias? Tudo bem que de um fim de semana para o outro já reduzi um terço das coisas, mas a tralha ainda é muita.
Carregados de bagagem ou não, o que interessa é que o fim de semana foi espectacular, principalmente para o Rodrigo, que vibra com experiências novas como qualquer criança. Apesar das manias terem agravado um pouco, esteve impecável com adultos e crianças que não vê muitas vezes e tenta cada vez mais expressar-se com sons e gestos.
A hora de dormir, um dos maiores problemas quando está fora de casa, também correu bem. Vejam só que até consegui que fizesse a sesta sábado e domingo. Maravilha!
Tem estado muito meigo e praticamente não faz birras. As obsessões é que se estenderam dos números (onde continua implacável com ordenações já complexas) para o aberto e fechado e para o sujo e limpo.
Entretanto, eu cá vou andando com a bola para a frente, nesta que é a minha última semana de trabalho. Dia 3 já fico em casa a fazer pela vidinha. Até lá continuo a trabalhar como se não estivesse no despedimento colectivo. Porquê? Porque sou assim e não conseguiria ser de outra maneira.

segunda-feira, agosto 20, 2012

A cuidar de mim

Estava com brancos e mais brancos até dizer não. Finalmente encontrei agora um tempinho para pintar o meu cabelo. E aqui estou eu, a entreter-me durante a meia hora que uma singela tinta demora a tratar-me das arrelias.

sexta-feira, agosto 17, 2012

Ainda ontem estava nos Açores e agora já estou cá

Pois é, já cá estou. E não foi fácil. Não porque não aguentasse as saudades (estive bem), mas porque tive um problema de babysitting ao Rodrigo. Foi horrível perceber que a um determinado momento não tinha ninguém para ficar com ele devido a um imprevisto daqueles que não estamos mesmo a contar. E eu em Ponta Delgada, longe, sem forma de vir a correr para lhe garantir cuidados e atenção. Não sei quantos ataques de pânico tive seguidos, mas foram muitos. Tortuosos. Morri um bocadinho naquela ilha. E ainda por cima a umas longas seis horas até conseguir chegar a casa. Com três telefones em punho lá consegui remediar a coisa e tudo acabou bem para o baby. O trabalho que fui fazer aos Açores correu de forma excelente, acima das minhas expectativas, mas tão depressa não me meto noutra.
Entretanto, percebi que esta coisa da maternidade alterou a minha forma de andar de avião. Foi a primeira vez que o fiz desde que fui mãe, há três anos, e dei por mim com muito medo. Eu, que sempre andei de avião como quem anda de comboio, tive desta vez uma ansiedade de morte, daquelas de ferrar as unhas nos braços da cadeira nas descolagens e aterragens. No início até estava tranquila, até ao momento em que vi a senhora que estava ao meu lado benzer-se. Porra. Por que raio a mulher que estava mesmo ao meu lado se benzeu? Comecei então a lembrar-me que sim, os aviões caem, e lembrei-me logo do Rodrigo. Xiça. Já cá estou, mas com os nervos em franja desta parvoíce toda pegada que aconteceu por ter passado uma noite longe. Ai, minha rica casinha, que não levo jeito para caixeira viajante.

terça-feira, agosto 14, 2012

Algum dia tinha de acontecer

Pela primeira vez em três anos vou viajar e deixar cá o Rodrigo. Como é que vou conseguir? Vou só ali aos Açores, é apenas uma noite e baby fica bem entregue ao pai, com os avós a cinco minutos para o que for preciso. São apenas dois dias, acho que não me vão custar horrores e até me pode fazer bem. Só me enerva a ideia do Zé, em cada muda de fralda, despir o miúdo todo. Com sorte, ao fim de dois dias a fazer isso, talvez se torne mais prático e eu tenha uma bela surpresa no regresso. Ah, e não quero morrer no avião. Até já.

Quero! (gosto de ambos os modelitos)

segunda-feira, agosto 13, 2012

Contra factos

Toda a família do Zé acha que o Rodrigo é igual a ele. Pelo meio da histeria toda de terem a certeza disso, lá alguém se lembra de dizer que o menino tem os meus pés, as minhas mãos e os meus cotovelos. Uau, lá arranjaram maneira de eu também ficar consoladita. E ainda não olharam com atenção para os tornozelos do puto. Aposto que são também iguais aos meus.
Aqui que ninguém nos ouve, confesso que não me melindra dizerem que o baby é igual ao pai (o meu filho é lindo e o Zé também), o que me agasta é acharem que eu fico melindrada com isso e arranjarem partes parvas do corpo para dizerem que também tem coisas minhas. E mais, aqui que ninguém nos ouve, devo dizer-vos que o Rodrigo, do pai, tem apenas os olhos e as orelhas. O resto é todo mãe. Eu acho. Um dia destes ganho coragem e posto aqui fotos dos três para me darem a vossa opinião. Vou tentar pôr umas sem cotovelos, pés e mãos, para não ficar melindrada.

domingo, agosto 12, 2012

De regresso

Que fim de semana de loucos, mas maravilhoso. O Rodrigo esteve pela primeira vez em contacto com bicharada do campo e adorou. Cabras, bois e galinhas ali sempre à mão de semear alegraram-lhe os dias. Esteve espectacular com pessoas estranhas, deu beijinhos a todas, mas permanece muito focado nos números. Não apenas nos algarismos em si. Apesar de não falar, já os sabe fazer com os dedos e então dou com ele a contar com os dedos tudo e mais alguma coisa. Olha para as estrelas e começa a fazer isso, à mesa conta quantas pessoas estão sentadas, se num desenho ou livro aparece alguma imagem repetida também começa logo a dar aos dedos e agora também o faz enquanto adormece, não sei se conta os meus passos. Lá terei de dizer à médica, apesar de não estar muito assustada com isso, a verdade é que a toma da risperidona tinha como objectivo acalmar essas manias e não quero de todo negligenciar estas mudanças.
De resto, tenta dizer cada vez mais coisas, embora não consiga, anda muito mais feliz e percebe cada vez mais o que lhe dizemos. Parece-me que teremos agora de trabalhar mais a sua autonomia, pois faz poucas coisas sozinho. Qualquer dia tem barba e ainda lhe dou comer à boca e o embalo para adormecer! Ah, estivemos muito bem no campo, mas foi de loucos porque foi extremamente cansativo. No fim, e apesar de ter a sensação que regressei sem costas, braços e pernas, valeu a pena o passeio e o Rodrigo ficou a conhecer uma catrefada de primos. Tantos!

quarta-feira, agosto 08, 2012

Isto está bonito

É o que dá não fazer exercício. Ando cheia de dores musculares só de andar com o Rodrigo no mar, vejam bem como ando enferrujada. Têm sido dias maravilhosos. Estava mesmo a precisar disto. Aliás, nem tinha noção do quanto precisava disto. Ainda tenho mais dois dias de praia e depois fim de semana de campo, com porcos, galinhas e a bela da cabidela. O Rodrigo vai adorar a bicharada!

terça-feira, agosto 07, 2012

Conclusão ao fim do segundo dia de férias

Os dias são pequenos para tudo o que quero comer.

segunda-feira, agosto 06, 2012

Férias? Quais férias?

Esta semana não vou trabalhar. Não se pode dizer que esteja de férias, até porque na verdade daqui a três semanas estou no olho da rua, mas sempre dá para sair um pouco da rotina do casa/trabalho. Ó meu deus, que estou eu para aqui a dizer que essa rotina me vai fazer tanta falta? Enfim, isto não sabe de todo a férias, apesar de estar a ir desde sábado à praia. Toalha? Deitada na toalha? Não sei o que isso é. O Rodrigo tem estado impecável, sem birras, feliz, mas sempre a saltitar de um lado para o outro. Eu sei, é normal, mas cansa. Ainda por cima hoje achei que era boa ideia queimar um pouco a barriga e troquei o fato de banho pelo biquini. Resultado: maminhas sempre a espreitar para fora, cueca toda enfiada no rabo, o Rodrigo a achar que era boa ideia puxar os atilhos da parte de baixo, enfim, fosse eu magra e jeitosa e tinham-me enfiado notas no biquini. Agora estou aqui feita papa espraiada no sofá a desmaiar um bocadinho. Amanhã há mais... mas levo fato de banho.

quinta-feira, agosto 02, 2012

Tchan Tchan Tchan... Tchan

Como prometido, como consegui que Rodrigo esquecesse números do microondas (papel e fita cola a tapar o visor. Estou farta de me queimar porque agora aqueço tudo a olho, mas tá-se bem)

terça-feira, julho 31, 2012

Nova missão

Conseguir que o Rodrigo adormeça sem que eu tenha de ter vestido o mesmo casaco. Primeiro: o mesmo precisa de ir para lavar que já tresanda; segundo: com este calor tenho a sensação que estou na sauna e desconfio que o desfalecimento que sinto ao fim de meia hora de embalo não é cansaço, é quebra de tensão; terceiro: será mais uma mania posta de lado. (Já consegui que esquecesse os números do microondas, amanhã mostro-vos como, que já estou deitada e o truque merece foto)

A revelação

O Zé está todo ofendido comigo porque lhe disse que quase de certeza que ele tem qualquer coisa de leve no espectro do autismo que não foi diagnosticado em criança. Isto surgiu depois de eu ter visto estas últimas notícias que dão como certo que o autismo é hereditário. Opá, de facto é inegável que o Zé tem comportamentos obssessivo-compulsivos, rotinas muito bem estipuladas, dificuldade em lidar com tudo o que sai da sua zona de conforto e alguns problemas de interacção social. Andava caladinha a pensar isto só para mim quando a minha sogra me diz o seguinte: "Sabes que o Zé quando era pequenino riscava os livros todos. A professora até falou comigo, preocupada com o comportamento. Quer dizer, ele fazia aquilo porque esteve muito tempo para nascer, foi um parto muito complicado, percebes?". Não, não percebo o que é que uma coisa tem a ver com a outra. E nesse momento fez-se luz na minha cabeça, coloquei a última peça do puzzle: o Zé tinha mesmo qualquer coisa relacionada com o autismo. E há dois dias disse-lhe o que achava. Ficou passado, disse-me que não quer mais conversas sobre isso, mas eu acho que ele lá no fundo sabe que eu tenho razão.

segunda-feira, julho 30, 2012

E já ando uma lástima

Não consigo controlar-me. Amanhã é o último dia de escola do Rodrigo. Eu já ando num pranto, assustada com a ideia do que ele vai passar no novo estabelecimento. Eu sei que muitas vezes eles nos surpreendem (e quantas vezes este já me surpreendeu!) mas não consigo esquecer o tempo interminável que o Rodrigo levou para se adaptar este ano à creche. Deixava-o lá a chorar e quando o ia buscar a chorar estava. Andou nisto meses, ao ponto de às tantas nem querer sair de casa ao fim de semana com medo que o fôssemos pôr na creche. Agora que até já entra na sala dele pelo próprio pé, vai começar tudo outra vez. Ainda por cima numa escola enorme. Eu sei que vai ser apenas uma questão de tempo, mas e conseguir acalmar-me? E estas lágrimas parvas que de quando em quando vão caindo? E as saudades que vou ter das educadoras que foram como mães para ele? Xiiii, que isto não está fácil.

sábado, julho 28, 2012

A minha sogra

Só mesmo ela para ter a certeza que os calcanhares do Rodrigo são iguais aos do filho dela. Os calcanhares?

sexta-feira, julho 27, 2012

Bug

Eu que gosto tanto de saber de que parte do Mundo me andam a ler e agora o sitemeter aparece-me a dobrar no blogue e parece ter bloqueado. Humpf! Quer dizer, não ganho o euromilhões e ainda levo com bugs que não consigo resolver neste meu cantinho cibernáutico. Bom, uma coisa boa aconteceu. Andava há dias doida à procura de um fato de banho muito espectacular do Rodrigo e nada. Hoje lembrei-me: Epá, espera lá. A Rosário andou a arrumar roupeiros e lembro-me de ela me ter dito que tinha tirado as coisas que o menino já não vestia para o saco das doações. Pois a Rosário entendeu que o meu filho já não usava aquele fato de banho giríssimo da Imaginarium, que custa os olhos da cara, e que até dá para pôr umas boias para não se afundar em mares mais revoltos. E lá estava ele, liiiindo de morrer. Ora vejam:

quarta-feira, julho 25, 2012

Balanço da risperidona

Ao fim de cerca de uma semana a fazer medicação notam-se algumas diferenças no comportamento do Rodrigo. As obsessões estão mais calmas (não desapareceram, mas varia mais de brincadeiras e de interesses) e a irritabilidade e os níveis de frustração estão bem mais pacíficos, tanto que não tem tido acessos de raiva nem birras descontroladas. Coincidência ou não, deu o tal pulo na fala de que dei conta no anterior post. Para adormecer também está melhor, embora o faça ainda tarde para a idade dele (23 h). Hoje, por exemplo, não consegui pô-lo na cama nem por nada. Adormeceu como habitualmente no meu colo e mal o pousava na cama dele acordava. Está a dormir no sofá. Tadinho, tão pequenino, tão longe ainda das discussões conjugais, e já dorme no sofá.

terça-feira, julho 24, 2012

E comecemos pelas novidades boas

O Rodrigo está a dizer cada vez mais coisas, depois dos sons de quase todos os animais e do "mamã" e "papá" que não se cansa de repetir enquanto aponta para nós, saiu-lhe um "pau" para pedir pão e "U-i-u" para dizer Rodrigo. Um show e uma evolução maravilhosa que me está a compensar nesta fase menos boa que atravesso a nível profissional. Entretanto, a festa...
Pois que correu muito bem e foi muito linda. Os convidados estavam convocados para as quatro da tarde, mas como se tratava de um piquenique e como tinha medo de depois não ter mesa de merendas livre, saí de casa logo pela hora de almoço com a toalha, um pacote de Ice Tea e alguns brinquedos estragados e fui ao parque montar o estenderete falso numa das mesas desocupadas. O piquenique também se poderia fazer na relva, mas não estava a ver os meus sogros e os meus pais sentados no chão, por isso dei uma de batoteira, como aquelas pessoas nos aldeamentos de férias que põem o despertador às seis da manhã para irem sorrateiramente pôr as toalhas a reservar as melhores espreguiçadeiras da piscina comum. Enfim, dei uma de espertalhona e fiz isso. Depois foi à grande, com tudo o que um belo de um piquenique tem direito, como croquetes, rissóis, frango assado e bolinhos. Os miúdos fartaram-se de correr e o Rodrigo esteve impecável, a afastar-se dos pais tranquilamente pela mão de primos que só tinha visto uma vez ou duas, muito independente e bem comportado. O momento alto, o do bolo, é que podia ter sido mais perfeito. Eu, que levei os últimos meses a ensinar o Rodrigo a soprar a vela, com êxito, não me ocorreu que fazendo a festa ao ar livre muito dificilmente haveria chama para apagar. Pois é, o vento não deixou, mas o miúdo soprou na mesma que o Rodrigo já mostrou que não é cá menino para virar costas às dificuldades. E assim festejou os três anos de idade. (Aos que ainda não me acompanhavam na altura do nascimento, procurem no arquivo do blog o meu texto sobre esse lindo e ao mesmo tempo triste momento - penso que está em Agosto de 2009).

segunda-feira, julho 23, 2012

Amanhã há mais

Estou estafada. Negociações na empresa para a minha saída já arrancaram e ainda estou a recuperar do dia de anos do Rodrigo, festa foi no sábado. Correu tudo bem. Amanhã conto tudo, que hoje não posso com os dedos. E há uma novidade boa!

Uma boa semana para todos.

domingo, julho 22, 2012

quinta-feira, julho 19, 2012

De quem se fala

Como se nada fosse

Amanhã lá irei fechar mais uma edição da revista para ir para as bancas como se nada fosse, como se não estivesse com um pé na rua à espera que a burocracia me dê ordem de soltura e me obrigue a enfrentar um novo percurso. Ó vida que consegues ser tão boa e tão punitiva ao mesmo tempo.

quarta-feira, julho 18, 2012

Eu bem que queria descentralizar...

Sempre disse que quando tivesse um filho não quereria ser eu a fazer tudo e que iria delegar metade das tarefas ao pai. A verdade é que dou por mim a centralizar a maioria das rotinas relacionadas com o Rodrigo e sinto-me bem com isso. Como é que eu hei de dizer isto sem chocar o público masculino? Hum... O Zé é muito prestável, atencioso e gosta de ajudar, mas caramba, os homens são muito lentos e não pensam muito para a frente. Todos os minutos são importantes e se não se é prático... está-se a perder uma vida inteira. Ou seja, acabo eu por mudar fraldas, dar banho, comida e adormecer, porque faço tudo isso de olhos fechados, ganhando tempo precioso. Posso dar alguns exemplos:
- para mudar a fralda ao Rodrigo o Zé tira-lhe os sapatos, as meias, as calças, tudo! Gasta metade de um pacote de toalhetes por causa de um inofensivo cocó e demora horas nesta operação, com o miúdo, que já não é muito cooperativo, a passar-se por estar a perder tanto tempo de brincadeira.
- se para mudar a fralda o pai faz isto, podem imaginar no banho. Mas aqui nem é apenas o tempo que demora, mas também o facto de enfiar o miúdo na banheira sem deixar nada preparado. Ora eu, que supostamente estava no meu período de relax, tenho de andar ali tipo moça de recados a ouvir: "trazes-me a toalha? Sabes do par desta meia? Em que gaveta arrumas os pijamas?". Argh!
- para dar de comer vai buscar sempre uma colher muito grande que nem cabe na boca do Rodrigo, ou muito pequena que está para ali a dar comida durante três horas, e a cada colherada agarra no guardanapo para lhe limpar a boca.
- quase na hora de deitar o Zé entende que aquela é a melhor altura para estimular o miúdo com risadas e brincadeiras histéricas e é rara a noite em que a polícia, eu, não tem de dizer "opá ó Zé pára com isso, estás a excitá-lo, quero ver se ele fica molinho". Depois lá vou eu embalá-lo, porque mais uma vez acho que o faço mais rápido.

Sou horrível não sou? Epá, mas há coisas que prefiro ser eu a fazer por ser mesmo mais rápida. O Zé acaba por ajudar-me em outras coisas e não é por mudar menos fraldas ou dar menos banhos que gostam mais ou menos um do outro. Eu sei, eu é que me lixo não é? Mas não quero saber, quando preciso também vou à minha vida e lá ficam os dois, com o Zé a fazer tudo à maneira dele, mas sem me enervar, porque não estou lá. Verdade seja dita, nesses dias o miúdo deita-se às tantas porque não há quem recorde ao pai que antes de dormir as brincadeiras devem ser brandas, mas tem sempre o rabinho imaculado, a fralda direitinha, a boca a reluzir, o risco ao lado irrepreensível e as unhas dos pés cortadas.

terça-feira, julho 17, 2012

A minha loja favorita é online

Quem tem miúdos sabe o ritmo alucinante a que eles crescem. Compramos uma t-shirt mais à justa e no fim da estação já parecem o José Malhoa ou o Abrunhosa, com aquelas camisolas muito agarradinhas ao corpo, em mau. As calças passam a corsários e os sapatos encarquilham-lhes os dedos. Há roupas lindas para as crianças, mas algumas custam os olhos da cara e verdade seja dita custa um bocadinho dar trinta euros por uma peça que só servirá para três meses. Por outro lado, os miúdos sujam-se por dar cá aquela palha e convém ter o roupeiro minimamente apetrechado. Bom, isto para dizer que um dos meus sítios de eleição para vestir o Rodrigo é no site da Vertbaudet. Adoro! A roupa tem qualidade, é divertida (o que nem sempre é fácil nas colecções para rapaz) e é barata. Volta não volta faço as minhas encomendas e aproveito sempre os saldos e as promoções.
Estes são a próxima aquisição. São ou não são um mimo por apenas sete euros? Ah pois são.

segunda-feira, julho 16, 2012

A festa dos três anos

Antes de arrancar para o que me traz aqui hoje, devo contar-vos que as duas fraldas resultaram, mas as dicas deixadas são muito boas. Vou tentar o resguardo da cama e a fralda tamanho acima, neste caso o cinco, ele está com doze quilos.

Entretanto mal tenho tido tempo para pensar na festa de aniversário do Rodrigo, que faz três anos (xiça, já) no próximo sábado. A questão é que está muita gente fora, de férias, e não vai ser uma party de arromba, mas vai ser feliz. A ideia é fazer um piquenique num dos parques do concelho. É ar livre, os putos não nos partem a casa toda e é mais barato. O único inconveniente que antevejo é não conseguir falar muito com os convidados, porque estarei atrás do Rodrigo a caminhar de um lado para o outro do parque nos locais mais out, como valas, cercas, e caixotes de lixo. Eh eh, tadinho, desde que ele se divirta! Três anos são obra, por isso, venha de lá a festa, mesmo com poucos amiguinhos.

domingo, julho 15, 2012

Coincidência?

A minha mãe já me tinha dito que o Rodrigo fica sempre doente ao domingo. É verdade, é sempre ao domingo. Hoje lá está com febre outra vez, as babas, o ranho. E depois o Zé lembrou-se de uma coisa. O Rodrigo fica sempre doente no dia em que de manhã o vamos buscar à cama e está todo mijado, colchão, pijama, tudo. É que ao sábado ele nunca faz a sesta e por causa disso adormece a horas normais. Ao contrário dos dias de creche, em que só adormece por volta das onze porque dorme sempre à tarde, ao sábado está na cama às vezes ainda não são nove. Nestes dias, a fralda, pelos vistos, não aguenta tantas horas e o puto acorda todo molhado, com o xixi a sair fora. Mas não tem jeito acordá-lo a meio da noite para a muda, pois não? Hoje adormeceu cedo outra vez e optei por pôr-lhe duas fraldas, a ver se assim contenho o fluxo. A febre é que ninguém lha tira e está-me cá a parecer que o Rodrigo ainda vai precisar de mim durante a noite. Vou é tentar adormecer já, não vá passar a noite em branco. Amanhã digo-vos se a dupla fralda resulta.

sexta-feira, julho 13, 2012

Adeus Rosário

A minha empregada não morreu, graças a deus está de perfeita saúde e com a mesma inconveniência de sempre. Eu é que tive de dispensá-la. Parecendo que não, e nesta situação de quase desemprego que atravesso, cento e poucos euros todos os meses fazem a diferença.
Mas a diferença não é só a do dinheiro. Ó meu deus, que a senhora só não vem há uma semana e a minha casa está um caos. Na cozinha a coisa ainda se vai orientando, mas e a roupa senhores, a roupa?? O Zé ontem perguntava-me se eu queria que ele pusesse uma máquina a fazer e eu dei por mim a soltar um enorme NÃO aos berros, como se ele me estivesse a perguntar se eu queria levar com facas no meio da tola. A verdade é que a ideia de aumentar ainda mais a roupa que está para passar a ferro deixa-me assim, histérica. Hoje já tive alguma dificuldade em encontrar roupa lavada para o miúdo, lá encontrei umas calças, tadinho, um pouco quentes para a estação é certo, mas lindas e lavadas e passadas.
A casa tem pó, a casa de banho precisa de ser limpa e de toalhas novas, as camas precisam de ser feitas de lavado... Ai Rosário que me faz tanta falta. Ai Rodrigo querido que és muito lindo, mas isto de te deitares às onze da noite rebenta comigo. Ai que vou ter de dormir rápido rápido que amanhã acorda-se cedo e há uma revista para fechar e pôr nas bancas para que a empresa tenha dinheirinho para me pagar a indemnização.

quarta-feira, julho 11, 2012

Mais uma decisão a tomar

Antes de mais, dizer que ainda não se sentem os efeitos do remédio no Rodrigo, mas hoje também foi apenas a segunda noite, penso que o efeito não se sentirá assim do dia para a noite.

Entretanto, hoje eu e o Zé tivemos de tomar mais uma decisão que pode ser fundamental para o futuro do nosso filho. Isto porque nos ligaram do agrupamento de escolas aqui do concelho a dizerem que o Rodrigo tem vaga numa escola que pusemos como terceira opção, por ser daquelas muito grandes. Mas explicaram-nos que é ali que funciona a unidade de apoio ao ensino especial, sendo mais fácil acompanhá-lo. Por outro lado, é um estabelecimento que tem já o primeiro ciclo, ou seja, evitamos que daqui a uns anos o miúdo passe outra vez pelo processo se adaptação a uma outra escola, com tudo o que as mudanças implicam para quem tem PEA.
As nossas primeiras opções recaíram sobre unidades mais pequenas, mais familiares, para que estivesse garantido um maior e melhor apoio. Mas a coordenadora diz-me que nesta escola grande o jardim de infância está separado e que o Rodrigo é factor redutor de turma, ou seja, a sala onde ele ficar não poderá ter mais de vinte crianças. Assim sendo, e obrigados a tomar uma decisão, optámos por aceitar a proposta, até porque os tempos não estão para brincadeiras e ter esta vaga na rede pública com todos os apoios garantidos é uma dádiva. Espero ter feito a escolha certa e espero atinar com a educadora dele, que estou desejosa de conhecer.
Futura senhora que vais cuidar do meu filho, tu livra-te de seres daquelas que já não pode ver criancinhas à frente, que está mais preocupada com as unhas do que em brincar com os putos, ou que é educadora de infância porque sim, ouviste? Tu livra-te.

terça-feira, julho 10, 2012

Uma ajuda do tamanho de uma colher de café

A poucos dias de completar três anos, o Rodrigo começou a ser medicado para o autismo. Um novo dado que me deixou muito assustada, mas que se for para ele ficar melhor e mais feliz, que se lixe o meu estado de pânico.
Na última semana o meu filho tem intensificado as suas obsessões (números e letras) e como resultado aumentaram também os seus níveis de frustração, ansiedade e irritabilidade. As birras, como já aqui vos relatei, estavam assustadoras e agredia-nos (também a ele mesmo) sem dó nem piedade, descontrolando-se numa questão de segundos.
Hoje, na consulta de desenvolvimento do hospital de Santa Maria, lá veio a solução: risperidona. Um antipsicótico recentemente aprovado para o tratamento de sintomas do autismo e que o Rodrigo começou hoje a tomar. O objectivo é essencialmente acalmar as obsessões e a agressividade. Para já, estamos com uma dose mínima (0,25ml) e só estamos a dar-lhe à noite. Durante esta semana teremos de ver como ele reage e rezar para que a dose não tenha de ser aumentada. Em aberto fica ainda a hipótese de vir a tomar também de manhã, mas isso apenas acontecerá se mais para a frente se verificar o agravamento das obsessões, ao ponto de ele não se interessar por mais nada. A verdade é que apesar dos números e das letras ocuparem grande parte das brincadeiras do Rodrigo, ele brinca com outras coisas e diverte-se.
Entretanto já andei mergulhada na net para saber mais sobre este medicamento e há estudos e relatos muito positivos. Entristece-me a ideia de ele ficar dependente de um remédio para estar mais feliz, agrada-me a ideia de ele estar mais feliz. Ponto. E neste caso os meios justificam o fim. Ele precisa de ajuda. E esta noite já lhe comecei a dar... uma ajuda que tem nome de espirro e o tamanho de uma colher de café.

segunda-feira, julho 09, 2012

A festa da escola

Foi a primeira. A festa de final do ano da creche do Rodrigo. Fui eu, o Zé, os avos todos e só não foram os tios que não podiam. Em punho máquina de filmar, a fotográfica e ainda iPhone para completar. As máquinas despachei-as todas para a família, para ficar livre para o que se ia passar. Tempo ameno, tudo preparado ao ar livre para a entrada dos miúdos, eu toda risonha em pulgas para que tudo começasse. E começou. Arrancou a música do eu sou um pinguim, e mal avistei os miúdos do berçário desatei num pranto que se manteve fluido até ao fim. Acho mesmo que ganhei o prémio da mãe mais chorona, com o grande pico da parvoíce pegada a atingir o auge quando vi o Rodrigo a encabeçar a fila da sua sala vestido de golfinho. Xiça, foi mesmo emocionante e ele portou-se tão bem. Juntou-se ainda a algumas coreografias dos amiguinhos e esteve sempre feliz. Quando a festa terminou, eu de nariz vermelho mas já composta, dou de caras com a educadora do Rodrigo... e começou tudo outra vez. Mais uma rodada de lágrimas e fungos com ela a desmanchar-se também. De maneiras que foi isto. Para o ano nova escola, ai ai.

domingo, julho 08, 2012

Resulta

Não sei se é só Melamil, mas Rodrigo tem adormecido que nem um anjo. Hoje então esteve fantástico, também durante o dia, sem birras de maior. E que bom é vê-lo feliz.

Amanhã conto como foi festa do fim da creche. Ui, ui.

quinta-feira, julho 05, 2012

Acabei de viver um dos momentos mais angustiantes e assustadores com o Rodrigo. Não consigo parar de chorar e ainda tremo. Na hora de ir dormir, eram cerca das nove e meia, fez uma birra ENORME e ficou descontrolado como nunca o vi. Bateu-me, gritou, lutou literalmente comigo, enquanto eu tentava acalmá-lo, mas sem êxito. Não queria colo, não queria chão, não queria ir para a cama, não queria ficar sozinho e andou nisto perto de meia hora. A atirar-se a tudo o que encontrava à frente, enquanto gritava para todo o bairro ouvir. Só consegui acalmá-lo junto aos números do microondas. A verdade é que está cada vez mais obcecado com números e letras, tanto que a médica já disse que provavelmente teremos de dar-lhe medicação em breve para atenuar estas obsessões. E foi a única forma de parar com o inesperado e monstruoso ataque de nervos. Consegui dar-lhe leite morno para acalmar mais um pouco e perto das onze virei-me para ele com o coração aos pulos com medo de desencadear outra crise e perguntei-lhe estendendo-lhe os braços: "Rodrigo, vamos fazer o oó?" Ele retribuiu-me os braços, aceitou o colo e ainda a caminho do quarto adormeceu. Assim. Adormeceu de cansaço, acho, tal foi a energia que pôs na birra de hoje. Que alívio não ter passado por tudo outra vez. E que nervos eu e o pai ainda temos depois de termos vivenciado isto.
Entretanto, a partir de amanhã vamos começar a dar-lhe umas gotas para adormecer melhor. O remédio é natural, chama-se Melamil e é para dar quatro gotas antes de deitar durante um mês. Vamos ver se resulta. Nunca tinha ouvido falar.
Ah, e escusado será dizer que estou já numa angústia enorme por causa da hora de dormir amanhã. Mas eu sei que os bebés sentem, por isso terei de ter muita calma e segurança.

terça-feira, julho 03, 2012

O diagnóstico

"Não sei". Esta foi a resposta da pediatra (uma querida e em quem confio) face aos sinais que o Rodrigo tem manifestado. A médica diz que de facto o miúdo pode apanhar constipações, viroses e gastroentrites de quinze em quinze dias e que as babas podem ser a forma do corpo dele dizer: "Estou ou vou ficar doente". Ela descartou totalmente as hipóteses de alergia, intolerância a algum alimento ou outra doença associada a estes sintomas. A verdade é que sem medicação, e passados dois dias de febre e algumas babas, o Rodrigo está novamente bem. O conselho dela no final? "Façam muita praia com ele, é a única coisa que vos posso dizer tendo em conta que, à partida, ele possa estar a apanhar tantas doenças por ter as defesas um pouco em baixo". De modo que é isto, praia com ele. Por acaso já tenho saudades de andar ali pelo areal de rabo para o ar, a apanhar escaldões nas costas, e a rezar para que nenhuma das minhas maminhas me salte de fora com tanta descompostura maternal.

domingo, julho 01, 2012

Outra vez...

As babas, a febre... Ainda bem que terça há pediatra. Vou pedir-lhe análises mais pormenorizadas ao Rodrigo, de quinze em quinze dias tenho o miúdo com este quadro clínico.

quarta-feira, junho 27, 2012

Eu bem tento contrariar...

...mas estou tão deprê. Ainda pensei duas vezes se hoje viria postar alguma coisa, tal é a energia negativa, mas caramba, isto também tem de ser para os maus momentos, como nos casamentos. E a verdade é que ninguém tem vidas perfeitas. A minha não é.
Por um lado, saber que estou com um pé fora do emprego, mas ter de continuar a ir, a trabalhar, a dar o litro, a aborrecer-me e a decidir num projecto que sinto que já não é o meu, que já não me pertence, até que a burocracia fique toda tratada. Sei que estou no despedimento colectivo e o raio da carta que me permite avançar com tudo e seguir a minha vida não chega ao correio. E isto aborrece-me, ando enervada.
Por outro lado, é o Rodrigo, que anda super irritável, voltou àquelas coisas de me bater, morder, espernear, atirar-se para o chão, não me deixar mudar-lhe a fralda, dar banho... Enfim, mal acorda começa a fazer birras na cama sem eu perceber o porquê. E isso angustia-me. Quero que ele seja feliz, que ande a rir, e que não ande neste disparate de se enervar até com o meu respirar.
E por isto estou assim em baixo, a tentar animar-me e desejosa que cheguem os melhores dias. Eles vão chegar.

segunda-feira, junho 25, 2012

Dia não

A vida é mesmo complicada. No mês em que o Rodrigo começa a despontar na fala, perco o emprego. Tal e qual. Ao fim de doze anos de carreira, seis naquela casa, estou desempregada.
E agora já posso dizer. Estava como editora da revista VIP. Fui incluída numa lista de despedimento colectivo para redução de custos e hoje comunicaram-me a decisão. Estou triste. Gostava do que fazia, do projecto. Ainda esta semana, foi com muito orgulho que fiz aquela capa, cheia de pica, cheia de motivação. Mas a vida é isto, tal como na moda: one day you're in, one day you're out. E estou out. Agora é fazer o luto e seguir com a bola para a frente, contrariando a crise. É procurar até encontrar. E, como fadista que sou, ter esperança no destino.

domingo, junho 24, 2012

Pergunta de invejosa

Como é que estas gajas dão à luz como eu dei e passado um mês não é nada com elas e nem barriga têm? Vi eu com estes olhos. Como? Eu já fui mãe há quase três anos e ainda estou a recuperar! Não é justo pá.

sexta-feira, junho 22, 2012

O descanso da guerreira

Estão a ver um oito? Estão a ver as minhas costas? São a mesma coisa.
O Rodrigo andou a semana toda a vomitar durante a noite. Como não dava conta de absolutamente nada, continuando descansada nos meus sonhos enquanto o miúdo no quarto ao lado vivia um pesadelo sozinho, decidi que o melhor era mudar-me para o quarto dele. Até aqui tudo muito bem, não se tivesse dado o caso de ter planeado muito mal as coisas. Eu diria antes, não se tivesse dado o caso de não ter planeado nada. Resumindo, a história é a seguinte: no quarto dele há uma cama de grades onde ele habitualmente dorme e um sofá cama. Sei que com tantos vómitos e mau estar o Rodrigo acabou no sofá (que por estar fechado só dava mesmo para ele) e eu fiquei sem sítio para fazer a sentinela. Ainda olhei para a camita de grades, mas passou-me logo a parvoíce. Ele, naquele meio sono, olho aberto, olho fechado, estava preparado para desatar num berreiro e a vomitar se eu ousasse qualquer movimento mais brusco. Então olhem, dormi no chão, assim, à maluca, a recordar os tempos em que tinha 17 anos e ia acampar sem colchão. Com a diferença que agora tenho 35! Uma diferença suficiente para andar aqui com as costas feitas num 8, já que estamos nesta de números. Nas noites seguintes já montei o sofá cama e lá fiquei. Mas não há nada como a nossa caminha. Hoje já estou de regresso a ela, a desfrutar, e as cruzes agradecem.

Bom fim de semana. Sugestão para programa familiar: open day na Tapada de Mafra amanhã. Tudo grátis e muita animação no meio da bicharada. Eu vou!

quinta-feira, junho 21, 2012

Coisas sobre despensas e a falta que elas fazem

(post que surge depois do assunto vir à baila no meu trabalho)

A minha casa não tem despensa. Tem uma sala muito linda, roupeiros enoooormes que a Rosário adora organizar (eh eh), uma varanda com vista larga, churrasqueira, uma cozinha catita, lareira, vizinhas lésbicas que são um mimo porque não fazem barulho, boas áreas... mas não tem despensa. E a falta que ela me faz. Parece que agora virou moda as casas não terem despensa e confesso que quando a comprei não me preocupei muito com isso. Aliás, quando a comprei estava muito naquela fase de me preocupar apenas com o quarto de casal, com a cama, os espelhos no quarto, a roupa de cama... Bem, acho que já se percebeu onde é que eu estava focada. Acontece que actualmente a inexistência dessa divisão me transtorna. As especiarias, massas, arrozes, enlatados e afins estão arrumados nos armários da cozinha, tudo bem, mas a tábua de passar a ferro, o próprio do ferro, os alguidares, as esfregonas, vassouras, os baldes e o aspirador andam por aí ao deus dará, em sítios que não lembram a ninguém, a estragar-me o raio da decoração hippie chic. Tudo porque não tenho a porra de uma despensa para enfiar com tudo lá para dentro. Já experimentei um móvel exterior na varanda, mas as intempéries aqui da zona oeste rebentaram com ele. De modos que ando assim, revoltada, enervada, agastada, com esta coisa de não ter despensa, de não ter o meu cantinho secreto da bagunça. É tábua atrás da porta do quarto, ferro em cima do móvel, a roupa para passar anda sempre à vista, o aspirador vive no roupeiro lado a lado com lençóis e toalhas de casa de banho, e na varanda a minha magnífica e esplendorosa churrasqueira convive contrariada com as esfregonas, o desentupidor e as vassouras. Olha que coisa mais linda! Então mas isto tem algum jeito senhores construtores?

quarta-feira, junho 20, 2012

A minha empregada

A Rosário é indispensável cá em casa. Não há dúvidas quanto a isso e acredito que se ela não existisse a minha vida doméstica seria um caos. Mas como em tudo, tem o seu lado mau. A Rosário, como é que eu hei de dizer isto sem ser injusta? A Rosário é, digamos, espevitada.
Decidiu que tem de arrumar os roupeiros, é de louvar, garanto-vos. Mas é ela quem decide o que já não uso e coloca em sacos e, tchan tchan, leva-os para o lixo. Assim, sem me consultar, sem me ligar, sem me dar cavaco. O Zé um dia destes veio a casa enquanto ela cá estava nessas "limpezas" e deu com um desses sacos prontos para ir para o lixo. Como estava de saída ofereceu-se para o levar. Já na rua espreitou-o e deu com um saco de praia meu, QUE EU USO, mas que a Rosário provavelmente achou que estava fora de moda, e com a protecção para a chuva que se põe no carrinho de bebé! FOGO! O que é que tem ido nos sacos?
Outra. Gosto de fazer puzzles, daqueles com muitas peças, difíceis. Passei um sábado inteiro a fazer um em cima da mesa de jantar e deixei-o ali, a poucas peças de terminar. Pois a Rosário achou que aquilo se faz seguindo uma numeração invisível que tem atrás de cada peça e escangalhou-o todo. Quando cheguei a casa tinha a mesa incrivelmente reluzente e todo o meu trabalho amontoado num cantinho como que a dizer-me "menina Ana, quando acaba de brincar arruma tudo outra vez que isto assim é uma grande bandalheira" FOGO!
Enfim, é uma senhora que é capaz do pior e do melhor. Como o melhor dela me dá um jeito do caraças nesta altura vou continuar a recebê-la com um sorriso como que a implorar-lhe "nunca ache minha senhora que as minhas jóias estão demodé e que as minhas fotografias estão desfocadas. Please."

segunda-feira, junho 18, 2012

Estamos no bom caminho

E a um mês de completar três anos de idade, depois de ter nascido às 27 semanas, o Rodrigo já tem percentil e os pontinhos que a pediatra inscreve no boletim já não ficam ali a nadar no meio do nada, a olhar com inveja a curva que tem estado sempre mais acima:
Altura: percentil 25
Peso: percentil 5

Iupiiiiiiiiiiii!

domingo, junho 17, 2012

Mae sofre - parte 23

O Rodrigo está doente. Outra vez! Ontem, quando fui acordá-lo à cama estava envolto em vomitado e o cocó (diarreia) tinha saído da fralda. Passou todo o dia a dieta, não tem febre e anda bem disposto. Durante o dia não vomitou mais. Esta manhã o mesmo cenário, mas misturado com ranho e umas babas que vão aparecendo e desaparecendo em várias partes do corpo. No hospital dizem que é virose, que é sempre aquele diagnostico um pouco duvidoso. Dá ideia que quando não sabem muito bem o que é, espetam-lhes como uma virose. A questão é que de mês a mês o Rodrigo vai repetindo este quadro clínico de ranho, babas e vómitos. Vou pedir à pediatra que lhe faça análises mais concretas para dar conta de uma vez deste bicho. Esta noite vou também pôr o despertador para várias vezes a meio da noite, que é uma vergonha dormir tão ferrada que nem o oiça a vomitar, coitadinho, e ninguém merece acordar naquela imundice. Vamos ver como corre hoje.

sábado, junho 16, 2012

15 de Junho de 2012 - hoje

Cheguei a casa estafada. O dia começou muito cedo por causa da sessão de terapia ocupacional (Rodrigo portou-se muito bem e colaborou em todos os estímulos), no trabalho foi de loucos e quando finalmente meti a chave à porta já passava das oito e meia da noite. Zé já tinha tratado do banho e do jantar do miúdo. Entrei com aquelas saudades que sentimos como se um dia de creche equivalesse a uma semana no Qatar. Como sempre, o sorriso do Rodrigo abriu-se num raio, feliz por me ver, e de imediato procurou a minha atenção. E eis senão quando, meus queridos leitores que me têm acompanhado nesta vivência e nestes meus dramas, eis senão quando daquela boquinha pequenina e cheirosa de frutas doces sai o seguinte som: "mamã". Olhei para o Zé, ele confirmou-me com o olhar também incrédulo, feliz, que eu tinha escutado bem. "mamã". Assim, tal e qual. Não era cansaço, não era eu sempre a querer que fosse mais do que era, o Rodrigo pronunciou a palavra "mamã" a olhar para mim, a apontar-me. E eu baixei-me e enchi-o de beijos como se ele fosse um balão. E chorei, claro está, de alegria, de emoção, de saber que mesmo que ele tão depressa não consiga dizer mais nada, já consegue chamar por mim. E eu estarei sempre lá para o abraçar.

segunda-feira, junho 11, 2012

Os pequenos grandes passos

Depois de um período de estagnação que já me estava a deixar deprimida, eis que Rodrigo deu outro salto no desenvolvimento. São pequenas coisas que para mim, mãe, são passos de gigante e mantêm acesa a luzinha no fundo do túnel.

Então: já voltou a dizer o adeus com a mão, bem como a dar beijinhos;
já come outra vez pão e demonstra muito mais curiosidade pelos alimentos;
já come banana sem ser esmagada e pela própria mão;
faz duas novas vocalizações, com consoantes diferentes;
diz que sim com a cabeça;
apesar de ainda não pedir para ir à casa de banho, já faz chichi na sanita e bate palmas no fim;
nas brincadeiras com os bonecos já os põe a fazer as rotinas imaginando que comem ou que dormem;
consegue descer dois a três degraus sem se apoiar;
e, vitória das vitórias, consegue finalmente soprar, ou seja, daqui a um mês vai conseguir apagar as velas dos três anos.

São ou não são pequenos passos de gigante hein?

terça-feira, maio 22, 2012

Como é que eu sei que o Rodrigo já não está doente

- Em vez de estar meiguinho como uma alface, já começou nas refilices dele e ontem já fui brindada com um valente estalo porque não lhe estava a dar atenção durante uma conversa que estava a ter com o pai (É claro que o chamei à atenção, obrigando-o a fazer-me uma festinha); - Já regressou às habituais birras para a mudança da fralda, insistindo em sair da posição de barriga para cima; - Voltou a ter aquele olhar dele arrebitado e curioso em vez dos tão deprimentes olhos de carneiro mal morto; - Ontem no banho já não se enrolou dentro de água com arrepios de frio. Brincou e inundou-me metade da casa-de-banho; - O apetite voltou e ontem, enquanto eu comia um filipino, agrafou-se a ele e mordeu-o com gosto; - E, finalmente, já brincou ao meu colo antes de adormecer, libertando-se muito mais da minha mão, que durante o período em que esteve doente se tornou na sua melhor amiga. De maneiras que é isto.

segunda-feira, maio 21, 2012

sexta-feira, maio 18, 2012

Em modo automático

Fogo, tenho o puto cheio de febrões e ranhos e babas que aparecem e desaparecem. Já está com antibiótico mas tem sido a loucura, com noites mal dormidas e muita preocupação. Melhora rápido puto!

quarta-feira, maio 16, 2012

Epá tenho aí uma ideia para um projecto tão, mas tão giro. Quando puder dar mais novidades direi. Agora foi só mesmo assim numa de partilha e de mete nojo.

terça-feira, maio 15, 2012

Na última sessão de terapia ocupacional o Rodrigo esteve a brincar com espuma de barbear. Foi a loucura completa e o sacana do miúdo percebeu rapidamente que ele tinha uma bata protectora... mas eu não. Então, volta não volta, vinha directo a mim, com as mãos todas sujas em riste a gargalhar. Foi mesmo divertido e agora só tenho de arranjar coragem para fazer a bagunceira em casa. No final da sessão seguiu para a creche, todo lampeiro... e a cheirar à homem de barba rija.

segunda-feira, maio 14, 2012

A ver

A minha vida dava um bom livro de coincidências. Pus a minha rede de amigos ligados à zona Oeste a procurarem terapeutas da fala em Mafra com boas referências. Por consenso cheguei a um nome. Telefonema daqui, telefonema dali, lá consegui entrar em contacto com o nome tão desejado. Quando comecei a explicar-lhe o caso do Rodrigo interrompeu-me para me dizer: "Ah, já sei quem é esse menino. Sou eu que vou ficar com ele em Setembro no âmbito do pedido que fez para o Grupo de Intervenção Precoce, do qual eu faço parte. Assim, em vez de estar agora a colocá-lo num terapeuta privado, venha ter comigo, fazemos a avaliação e dou-lhe algumas dicas de estimulação para fazer durante as férias". Opá, não é espectacular? Não é uma coincidência do caraças? E não é muito bom saber que a terapeuta do Rodrigo é aquela sobre quem toda a gente me deu óptimas referências? Entretanto, já fomos à sessão de avaliação. A terapeuta ficou muito satisfeita com o Rodrigo, diz que tem todos os pré-requisitos para poder começar a trabalhar com ele e (orgulho) espantou-se com a sua genialidade. É um miúdo de facto muito especial e, importante, com um "excelente contacto visual". Que alívio. Pelo meio fartou-se de ralhar comigo sobre coisas que na opinião dela estou a fazer mal. Fiquei um pouco danada na altura mas já me passou. Acho que ela tem razão e tenho tentado pôr em prática tudo o que me disse. Para já, e no meio de todo este turbilhão, um missão: ensinar o Rodrigo a soprar velas, daqui a dois meses faz três anos e eu gostava muito que ele já conseguisse fazê-lo. Com muitas bolas de sabão acho que a coisa vai lá.

quinta-feira, maio 03, 2012

Cheguei aos 35!

E foi num instante. Hoje completo 35 anos de vida e este é daqueles números redondos que nos põem a pensar mais na vida. E não está nada mau. A única coisa em que sinto que me estou mesmo a "atrasar" é em aumentar a família, mas enquanto o Rodrigo precisar de mim a 110% ter-me-á então a 110%. O meu pai diz que quando ele começar a falar rapa o mítico bigode. Eu já disse. No dia em que o Rodrigo falar faço um filho. Diz a agulha (que não falha) que o meu destino ainda me trará duas meninas. Ora, se vou nos 35, é bom que o puto comece já a falar e que a primeira frase seja: "Ó mumy faz-me uma mana!". Mais nada. E agora se não se importam vou ali a um almoço surpresa preparado pelo marido. Eu mereço caramba!

quarta-feira, abril 11, 2012

Ajuda

Terapeuta da fala para o Rodrigo, que está quase a fazer três anos, na zona de Mafra.
Alguém recomenda um?

sexta-feira, março 30, 2012

Então... a ver

Já recebemos o plano de intervenção precoce por parte da equipa de Mafra e a nós, pais cabe-nos, entre outras coisas:

- conferir-lhe mais autonomia na alimentação. O Rodrigo precisa de comer mais vezes sólidos e sozinho;

- vamos ter de fotografar os brinquedos preferidos dele e outras coisas que ele habitualmente pede puxando-nos o braço para sermos nós a dar-lhe, para fazermos uns cartões e habituá-lo a que nos mostre a figura correspondente quando nos quer pedir algo. Enquanto não verbaliza será essa a sua forma de comunicação;

- nas birras ter maior firmeza. Não, é não, mesmo que grite, chore e esperneie;

- fazer com que adormeça na cama. Sugestão: tirarmos-lhe a cama de grades e passar para uma cama à "crescido", junto ao chão, e sentar-me perto dele enquanto adormece. (glup).


Não vai ser fácil, mas temos de fazê-lo. O Rodrigo esteve entretanto constipado e tem estado muito irritado. Apesar de já estar melhor, começou com umas birras mesmo muito intensas, onde perde por completo o controlo, batendo em quem aparece à frente e agredindo-se a ele mesmo, mas sem grandes danos. Na maioria das vezes são birras que vêm um pouco do nada, apesar de acreditar que ele lá terá as suas razões. As reacções sociais perante estranhos melhoraram substancialmente, mas a área comportamental é agora a que mais me preocupa, com estes "ataques" espontâneos que chegam a assustar-me.

No início de Abril terá consulta com a psicóloga e terei de pedir-lhe a avaliação nesta área. Para já, é ter muita paciência, ter força para controlá-lo e não deixar que se magoe. Ah, e aproveitar os sorrisos e as festinhas que me dá quando tudo fica mais calmo.

Da autoria da psicóloga do Rodrigo no Santa Maria - já à venda




*Esta noite escreverei, tenho coisas para contar.

domingo, março 25, 2012

Ai vida agitada

Os dias andam pequeninos, não andam?

Bom, Rodrigo continua a ser embalado mas já está a adormecer melhor, em meia hora fica na cama, o que já é muito bom para mim. O que não é nada bom é a "pancada" que apanhou agora por números. Conto os números de 1 a 10 vezes sem conta. Ele descobre-os em todo o lado, garrafas, matrículas, na televisão, em todo o lado... O bom é que mesmo sem falar, aponta-os ou pega neles sempre por ordem e também de trás para a frente. É impressionante!

Já começámos a terapia ocupacional e, tirando ser às oito da manhã de sexta-feira, tem corrido muito bem e o Rodrigo adora a terapeuta. Como estou sempre presente, vou também vendo o que devo estimular nele. Tem sido uma grande ajuda e as evoluções do pequeno são notórias.

Entretanto, já fui ao Dr. Pedro Caldeira da Silva. Amei aquela consulta. O médico é mesmo muito bom. Estava com receio da recação do Rodrigo, que se entrega muito mais facilmente a senhoras, mas correu tudo muito bem. Durante os primeiros vinte minutos ninguém falou naquele consultório, com o médico a interagir com o Rodrigo e o baby a corresponder. Conclusão: Mãe, não se preocupe muito com a terapia da fala porque o Rodrigo sabe para que serve a comunicação e sabe usá-la.
Assim, se começar com os três anos está óptimo.

E mais? Coisas de mim? Eu quero uma Bimby! Quero mesmo.

quinta-feira, março 01, 2012

É oficial

Não consigo aplicar o método do choro controlado para o Rodrigo adormecer sozinho na cama dele. E não consigo porque ele descontrola-se mesmo e chora a sério. De qualquer forma, para o ano muda de escola e na sala dos três anos já não fazem sestas, fazendo com que ele já adormeça mais rapidamente ao colo, sem as minhas costas sofrerem tanto. Ou isso, ou esperar que ele perceba que a mamã tem um dói dói nas costas e que vai adormecer deitado na cama dele (como faz na escola!) enquanto lhe conto histórias, lhe dou a mão, canto, ou outra coisa qualquer. Não me aborrece estar duas horas ao pé dele, desde que não seja a andar de um lado para o outro a carregar doze quilos.

segunda-feira, fevereiro 27, 2012

sábado, fevereiro 25, 2012

Da teoria à prática

Não consegui cumprir com o que tinha pensado. Ontem, na hora de ir para a cama, o Rodrigo enroscou-se no meu colo enquanto o levava para o quarto e não consegui estragar-lhe o prazer do mimo. Arrependi-me logo, pois ao fim de quarenta minutos de embalo ele ainda andava de olhos abertos e eu já aflita das minhas costas e dos braços e de tudo. Para além de que às tantas o meu repertório de músicas de embalar começa a dar de si. Adormeceu ao fim de uma hora e quinze minutos.
Hoje ainda o pus na cama dele, mas ficou lá segundos, levantou-se nas grades e levantou os braços a chorar a pedir-me colo e eu não consegui virar costas. Mas vá lá, como hoje não fez sesta, adormeceu em cinco minutos. (Tããããõ boooom).
Isto não está a correr nada bem. Tenho de ler muita coisa antes e mentalizar-me, mas mentalizar-me mesmo, porque sinto que ainda estou muito longe de ter força emocional para o deixar lá naquele choro seguido. Epá, mas tem de ser.

quinta-feira, fevereiro 23, 2012

Férias

Antes de avançar, dizer que truque da máscara por baixo do casaco resultou. Não houve birras e na creche não refilou. Teve um dia fantástico e até a bandolete com antenas me deixou pôr. Estes putos surpreendem-nos.

Bom, entretanto tenho estado esta semana de férias. E que bem me têm sabido. Zé ficou todo chocado quando no domingo à noite, no sofá, suspirei de contente: "ai vão-me saber tão bem estes dias sem filho e sem marido". Levou a mal. Mas é verdade, também preciso de tempo para mim, com o comando na mão, refeições à minha hora e sem programas familiares definidos. E claro, tudo isto sabe assim tão bem porque sei que ao final do dia tenho outra vez marido e filho. Aliás, a minha parte preferida do dia é mesmo a de ir buscar o Rodrigo á creche. Não tem nada a ver com ir pôr. Vou sempre sorrateiramente para conseguir espreitá-lo a brincar e não há a correria da manhã. Uma delícia. Pelo meio, muitas passeatas, umas sestas, uns valentes almoços à beira-mar na companhia das melhores amigas e papeladas em atraso tratadas. Pena que já estejam a chegar ao fim.

Escrevo isto depois de ter estado uma hora a embalar o Rodrigo. agora está lá o Zé, mas sinto que ainda vou ter de lá ir acabar o serviço. As minhas costas é que já não querem nada com o meu filho e acho que acabei de tomar uma decisão. Amanhã darei início à saga de tentar com que ele adormeça sozinho na cama. Tem mesmo de ser, que a minha coluna está a dar as últimas e ainda tenho mais filhos para pôr neste mundo. Agora só falta "conferenciar" com o Zé, para ver o que ele acha (ah ah).

quinta-feira, fevereiro 16, 2012

O meu plano carnavalesco

Amanhã o Rodrigo "tem" de ir mascarado. Problema: Das duas vezes que lhe vesti a fatiota verde de grilo, gafanhoto, palhacinho ou o que quer que aquilo seja que foi baratinho e não é obrigado a mais, chorou e quis tirar a parte de cima. Com as calças tudo tranquilo, com a jaqueta é que a coisa azeda, tudo por causa de três pequenos e inocentes pom pons coloridos que tem na aba da casaquinha. Enfim, ele lá saberá o que o aborrece.

De modos que estou assim a meios que ansiosa e como sou muito enrgética estou mesmo a ver que amanhã pela manhã, mal o acorde, o pirralho vai sentir que algo estará para acontecer. Vou tentar mudar a fralda da manhã a assobiar, para disfarçar.

Eu e o Zé estivemos a conferenciar (que é o mesmo que dizer que cheguei ao pé dele como uma solução e ele disse que sim, que achava bem, como diria também caso eu estivesse a propor a coisa mais absurda) e então vou fazer o seguinte. A parte de cima da roupa é sempre vestida com ele ainda sentado na cadeira do pequeno-almoço, então (ai que nervos), vou vestir-lhe a jaqueta e o casaco de ir para a rua ao mesmo tempo. Ele não vai ver o raio da casaca, porque vai estar enfiada por dentro do casaco. Só vai ver a linda figurinha em que vai, sem perceber patavinas por quê, quando estiver na escolinha. E pronto! ~

(silêncio)

Ok, eu sei que não é brilhante, mas todas nós temos os nossos momentos de más mães. Este provavelmente é um desses, mas eu quero que o Rodrigo vá para a escola mascarado como os outros meninos e sem estar a chorar. Se na creche, quando lhe tirar o casaco, vir que ele está zangado, muito bem (já teve os seus cinco minutos de folia carnavalesca) tiro-lhe a casaca e visto-o normalmente, que vou apetrechada com uma muda para esse efeito.

A ver vamos. Todo este plano está mal é para a foto, mas no meu íntimo há a esperança de que ele não embirre com a máscara e que se mantenha com ela vestida até eu voltar para casa do trabalho. "Sonhador, sonhador, mas ao menos a sonhaaaar... lá rá lá"

quinta-feira, fevereiro 09, 2012

Cadê esta menina?



Como já referi aqui algumas vezes tenho um problema com a cebola. Não posso senti-la, o que é um drama tendo em conta que qualquer coisinha que se faça fica bem com "um refogadinho". A solução que encontrei há muitos anos para não ter de andar sempre a passar cebola é fazer quase tudo com sopa de tomate instantânea. Carnes à bolonhesa, frango com massa, chili, arroz de tomate... tudo é feito com a bela sopa. Junto um pouco de pó à água e siga em frente com tudo para dentro do tacho. E a minha vida corria fluida e feliz desta maneira, até há uns meses para cá. Pois esta sopa desapareceu por completo das prateleiras dos supermercados, pelo menos dos da minha terra. Não a encontro em lado algum e cá em casa as opções de refeições estão mesmo muito limitadas. O que será que aconteceu a esta menina? Será que já só eu andava a comprá-la? Será que descobriram um componente maluco que fazia mal às pessoas? (isso por acaso explicava muita coisa que se passa diariamente no meu organismo). Será que estão a melhorá-la para um sabor ainda mais delicioso? Epá, a Knorr que nem pense em matá-la, que eu morro também, de tristeza.

Já arranjei um fato de Carnaval para o Rodrigo, mas como custou 4,90 euros não vos sei bem dizer que máscara é. É indefinida, a vida de pobre. Quando experimentei a parte de cima, o puto desatou-me num berreiro enorme. Olha se que tinha gasto os 25 euros de uns bichos que amei na Prenatal? Não existem arrependimentos na vida de pobre. E fazemos a festa e somos felizes.

terça-feira, fevereiro 07, 2012

Carnaval

Xiiii, o recado chegou hoje no caderninho da creche. No Carnaval o Rodrigo pode ir mascarado. Claro que vai! Os meus pais sempre me mascararam e era sempre uma festa.
Agora, de que é que se mascara um pirralho de dois anos? Já tive a puxar pela cabeça a ver se em casa teria alguma fatiota que pudesse adaptar, mas nada. Também não vou dar trinta euros por uma máscara. Solução? Amanhã vou correr aí uns chineses para ver se me inspiro, mas assim à partida acho que quero um bicho.

segunda-feira, fevereiro 06, 2012

Voltando à vaca fria

Hoje o Rodrigo foi avaliado pela terapeuta ocupacional e correu tudo muito bem. Ainda andou quinze minutos encaracolado no meu colo sem dar muitas confianças à terapeuta, mas caramba, ela era tão boa (adorei) que não tardou muito para o Rodrigo começar a interagir com ela e a sorrir-lhe com pequenas brincadeiras. Foram passos pequeninos mas que me deixaram verdadeiramente feliz. Agora, é esperar que a vaga que existe seja para ele. Estou confiante que sim. Caso isso aconteça, passarei a ir com ele uma vez por semana à terapia. Caso isso não aconteça, bom, logo se vê. Um problema de cada vez senão não ganho para tapar os brancos, que já são aos molhos.

Pequena adenda (só eu): Mal entramos na sala da terapia, vejo que a técnica se descalça. Comecei a olhar para o ambiente esterilizado próprio de uma sala onde é suposto as crianças brincarem no chão, reparei nos colchões que cobriam metade da sala... e pronto, não havia volta a dar, o recado estava dado. Descalcei-me. Problema? Hoje vesti umas calças pretas e uma camisola cinzenta (eu sei, boring, mas não estava virada para grandes avarias) e as meias, meus amigos e amigas... as meias, oh meu Deus, as meias eram...tcham tcham tcham... de um azul turquesa que até ofuscava. Opá, as minhas amigas mais chegadas sabem que as minhas meias, quando não se vêem, são mesmo escolhidas ao acaso e nunca condizem. Até gozam comigo. Confesso que ali fiquei um pouco atrapalhada, mas também vos digo: mais vale meias à palhaço do que sujas, velhas ou rotas no dedão, é ou não é?

E pronto, agora é esperar que o telefone toque com good news, que é para isso que cá andamos.

É verdade, terceira opinião marcada para Março. Unidade da Primeira Infância da Estefânea, com Pedro Caldeira, o supra sumo dos assuntos do autismo. Até dá medo.

sexta-feira, fevereiro 03, 2012

Ironias

Não há maior do que esta.

"Caroline Lovell teve uma paragem cardíaca enquanto dava à luz a filha, Zahra, em casa, em Melbourne, na Austrália. A morte reacendeu o debate sobre os partos naturais em casa.

A australiana defensora dos partos em casa, Caroline Lovell, morreu ao dar à luz a filha. Tinha 36 anos e morreu devido a complicações cardíacas que surgiram durante o parto em casa, da sua segunda filha.

Ainda foi conduzida a um hospital, mas já nada foi possível fazer por Caroline Lovell, activista que lutou pela liberdade das mulheres para escolherem o local do nascimento dos filhos."

Jornal de Notícias

É ou não é a maior das ironias? Sempre admirei as mulheres que eram capazes de se aventurarem nesta experiência sem rede, porque pessoas como eu, que à primeira tontura pensam que estão a ter um AVC, ter um parto natural em casa é sinal de coragem.
Eu seria incapaz. Aliás, mesmo quando estive grávida, a ideia do parto natural, com epidural e em meio hospitalar assustava-me imenso. Como já devem ter lido neste blogue, acabei por fazer cesariana por razões de força maior, mas enquanto a hora não chegava, pensava que se conseguisse ultrapassar um parto natural, conseguiria tudo na vida.

quinta-feira, fevereiro 02, 2012

Os meus livros

Tenho saudades de te ler.
Tenho saudades de te levar na mala, desse lá por onde desse, porque sempre tive o condão de as usar a abarrotar, pesadas, até não caber lá dentro um isqueiro sequer. Mas tu lá ias sempre, com um dos lados a espreitar a rua que era quase sempre feita de um caminho estreito ladeado de redes esburacadas.
Tenho saudades de te ler e se não estou errada não o faço desde as manhãs nebulosas a cheirarem a biblioteca em que te pousava no meu colo na carruagem baforenta em que todos os dias um homem entrava a cheirar a after shave misturado com o último Gigante que fumara antes de entrar no comboio. E então pousava-te no meu colo e entrava nesse teu mundinho de coisinhas, em que cada palavra tem o seu sentidozinho, em frases alinhadas, sem erros nem gralhas.
Mas também fingi muitas vezes. Qual é a mulher que não finge? De olhos postos em ti, fingi muitas vezes que andava ali a entender o que me escrevias, mas os meus olhos estavam apenas postos em ti, como se olha para uma fatia de tarte por detrás de uma vidraça sem lhe tocarmos. Os meus olhos muitas vezes iam parar aos ouvidos e deixava-te ali no teu mundinho de coisinhas para me entreter com as conversas mundanas que duas velhas velhinhas iam a ter no banco da frente. Falavam tão rápido quanto o Cacém, a Amadora e o apeadeiro de Sete Rios varriam as janelas sujas. Eu perdia-me por ali e só voltava a ler-te quando bem me apetecesse. Não mandavas em mim. Ah, mas quando voltava a ler-te. Que delícia, quando voltava a ti. A abrires-me novas portas, a romanceares a minha vida agitada... e a dares-me sono. Não me leves a mal, mas era verdade. Mutas vezes deste-me sono e dava por mim a comer-te as linhas e os ponto e vírgulas e tudo o que me pusesses à frente com as tuas coisinhas. A precocidade do dia e o embalo dos carris faziam-me adormecer pelo caminho, com o cotovelo a magoar-se naquelas janels que não foram feitas para dormirtar e com a mão encostada ao queixo. Fiel companheiro, lá te fazias cair do meu colo às páginas tantas, como que a salvar-me de uma frequência falhada ou de mais uma falta à primeira cadeira da manhã. E quase sempre era tarde demais. Lembras-te? Lá iamos depois num corropio, tu a tentares agarrar-te por baixo do meu braço, amarrotado mas nunca esquecido, e eu a tentar arrastar o meu rabo e aquela mala, ui, sempre tão pesadas e a abarrotar. O caminho inverso já se fazia sem magia, era antes um sobressalto onde a única missão era estabilizar o ritmo cardíaco e as emoções de mais um dia começar no sentido contrário. Tu ainda esquecido na minha axila, enquanto guardo o passe no único recanto ainda livre da minha mala.
E já só nos voltávamos a reencontrar ao final do dia, com o bafo saturado, a fazermos as pazes. Eu a pedir-te desculpa, a prometer-te que velha alguma me iria roubar de ti pela manhã. Mas caramba, aquelas velhas velhinhas eram mesmo boas.
Tenho saudades de te ler.

segunda-feira, janeiro 30, 2012

Que serão!

É quase meia-noite e o Zé ainda tenta adormecer o Rodrigo. Esta noite a coisa não correu bem. O baby cortou-se num dedo e sangrou muito. Como se nada fosse, andou a fugir-me pela casa com aquele pequenito dedo "sanguinário" a encher-me todos os cantos da casa de sangue. Eu a tentar desesperadamente conter-lhe o sangue, a correr atrás dele com toalhetes e a limpar tudo o que via à frente. O Zé chegou em boa hora, mas coitado, que belo cenário encontrou! Fui à rua a correr comprar pensos (como é que nunca me tinha ocorrido que poderia dar jeito numa casa com crianças), e a muito custo pus-lhe no dedo. Aí, sim, ele chorou. Fez uma birra enorme com direito a soluçoes e tudo. Olhava para o dedo, olhava para mim. Ainda adormeceu uns dez minutos, mas das quatro vezes que tentei pô-lo na cama acordou. Isto foi mais ao menos às dez. Faltam dez minutos para a meia-noite e nada... Isto está bonito.

Os sapatos novos



Comprei para o Rodrigo e a-do-ro. Amanhã já vai para a escola com eles.

quinta-feira, janeiro 26, 2012

Mas afinal em que ficamos?

Isto a propósito da equipa médica do Hospital de Santa Maria ter indicado no relatório médico do Rodrigo que deveria iniciar de imediato sessões de terapia da fala pelo menos duas vezes por semana. Agora, o Grupo de Intervenção Local de Mafra, que já está a avaliar o Rodrigo, diz que essa terapia é contraproducente e não aconselhada antes dos três anos. Mas então senhores doutores, em que ficamos?

E pronto, lá vou eu procurar uma terceira opinião.

quinta-feira, janeiro 19, 2012

Estão a ver aquelas "rubricas" que há muito nos blogues de moda, em que as autoras põem fotos do que trazem vestido? Epá hoje estou nessa. Topem-me aí a cena.



Pantufas: Loja da Mena, Cacém
Pijama: Vestaki, Fernão Ferro
Botija de água quente: Polux

segunda-feira, janeiro 16, 2012

A minha mãe

Como vos tinha contado, hoje era dia da psicóloga do Rodrigo vir cá a casa para uma primeira entrevista. Não pus a casa num brinco, mas tentei que estivesse tudo mais ao menos apresentável. Foi já à ida para o trabalho que me lembrei de um cesto de roupa para passar que tinha deixado no quarto do baby. Liguei à minha mãe que estava em minha casa a tomar conta do piqueno.
-Mãe, faz-me um favor, põe o cesto de roupa no meu quarto que a psicóloga vai aí à noite e não quero que aquilo esteja lá.

... já quase ao final do dia.

- Filha, já pus o cesto no teu quarto. Aproveitei também e levantei a roupa que estava no estendal no meio da cozinha porque já estava mais do que seca. Ah, e limpei-te o chão da sala e do hall que já tinha muito pó... eu sei que a empregada vem cá amanhã, mas assim está melhor. Este pó é capaz de fazer ainda pior ao ranho do menino. E na cozinha também varri o chão. Tu não varres o chão? Lá em minha casa varro todos os dias o chão da cozinha. Olha filha, não leves a mal, mas aproveitei e tirei a toalha às riscas da mesa de refeições, aliás a ideia é que quando se acaba de comer se levante a loiça e também a toalha. Não fiz mal, pois não? É que a toalha estava posta há mais de uma semana. Ana?...

- Sim mãe...

- Fiz-te uma canjinha, mas não é como a que tu fazes, esta está muito boa.

sábado, janeiro 14, 2012

Ai pá...

... desculpem os meus longos períodos de ausência. Que vergonha não conseguir organizar-me para poder partilhar convosco as coisas da minha vidinha.

Bom, a verdade é que isto tem andado para aqui muito confuso. Começando pelo facto do Rodrigo ter tido uma escarlatina e de uma médica imbecil lhe ter receitado o antibiótico errado. É o que dá a malta andar a desenrascar-se em centros de saúde e não ir ao pediatra ou a umas urgências da CUF. Enfim, está outra vez com escarlatina, mas agora - quero crer - com a terapêutica adequada. O pior é mesmo o ranho e a tosse que ele tem tido nos últimos dois dias. Hoje inovei e espetei no chão do quarto um tuperware com cebola cortada aos gomos. Diz que é uma mezinha muito antiga e que resulta. E não me importo que amanhã o miúdo acorde a cheirar a refogado, desde que passe uma noite mais tranquila.

Com tudo isto, perdi hoje um lanche maravilhoso para comemorar os sete meses de gravidez da minha amiga e mana T. Mas é mesmo assim, mãe sofre.

E trabalhadora também. Que ninguém aguenta a onda de despedimentos que vai para aquela minha empresa. Dá dó andar pelos corredores. E, os que como eu ficam, nem sabem bem o que dizer aos que vão. Isto não está fácil e, na verdade, vejo muita gente a não dar valor ao que tem.

Bom domingo aos meus queridos leitores.

Segunda-feira recebo em minha casa a psicóloga que vai liderar a terapia ao Rodrigo na escola. Vai precisar de um terapeuta da fala duas vezes por semana, uma terapeuta ocupacional, uma psicóloga e terapeuta de psicomotricidade. Entretanto, quarta-feira inicia as sessões de musicoterapia. Vamos ver como tudo corre, mas para já está bem encaminhado e a resposta do Grupo de Intervenção Precoce aqui da zona até foi bem rápida. Embora o diagnóstico ainda não esteja fechado por ele ser muito pequeno, a equipa conclui que se trata de facto de uma perturbação no espectro do autismo, mas muito leve, com as principais dificuldades a residirem na área da linguagem e na área social.

segunda-feira, janeiro 02, 2012

Bom ano



O meu foi bom. Em casa. Tranquilo. Com Rodrigo a dormir e a melhorar de uma escarlatina. Sim, apanhou a bicheza na creche. Começou com borbulhinhas por todo o corpo e muita rabujice. Ao fim de três dias percebi que aquilo não era uma borbulhage qualquer e muito menos mau feitio e fui com ele ao médico. Não houve dúvidas: escarlatina! Mas enfim, já está bom e hoje até já foi à escola.

Como vos dizia, a passagem de ano foi muito calminha, mas muito boa. Jantar à altura, um brinde valioso e as tradições todas a serem seguidas (cuecas azuis oferecidas e por estrear, nota na mão, e a comer as passas ao som das doze badaladas em cima de uma cadeira).

A todos vocês desejo-vos um ano muito feliz.

quinta-feira, dezembro 22, 2011

Um bom presente

E pronto. Hoje chegou a boa notícia. Tudo pronto no grupo de Intervenção Precoce de Mafra para que o Rodrigo tenha terapeutas a ir à escola. Ufa, menos uma!

quarta-feira, dezembro 21, 2011

Há tanto tempo que não vinha aqui. Ó meu Deus. Mas por aqui tem havido muita agitação.

Antes de mais, o Rodrigo:

Bom, em Janeiro recebo o relatório da equipa médica com o grau de perturbação do espectro do autismo que o Rodrigo tem. Nessa altura começará com sessões de Musicoterapia no Hospital de Santa Maria. Vamos aproveitar o facto de ele adorar música para o estimularmos em algumas áreas. Esse mesmo relatório definirá ainda a frequência das sessões de terapia ocupacional e terapia da fala que ele precisará.

Entretanto, e enquanto o relatório não chega, ando já a ver o que é preciso para pedir ao Estado esses técnicos de modo a que se desloquem também à escola. Não me apetecia nada que o Rodrigo andasse de um lado para o outro em consultas aqui e ali e sempre a faltar à creche. Para além de que seria melhor do que estar a pagar pelo privado. Já percebi que não é fácil, mas estou ainda em demarches. A ver vamos.

Na escola, ele te estado óptimo e em casa já começa a fazer novas vocalizações. Dá-me ideia que está a querer falar novamente, visto que recomeçou a apontar para os livros e a olhar para a minha boca muito atento enquanto digo as palavras. Tudo estaria bem não se desse o caso de estar a demorar uma hora e meia para adormecer. Ao colo, embalado, eu em pé, com os meus braços numa posição muito específica, uma posição que me arruína as costas, que me deixa com os braços dormentes ao fim de vinte minutos, e que se não for assim o raio do miúdo não me adormece. Quando finalmente o ponho na cama (a sessão tem início às 21h30 e acaba às 23 horas) já estou pronta para ir para a cama. Estafada.

Comigo, tudo a andar. Apesar da crise, lá consegui que um i phone muito lindo descansasse por baixo da árvore há cerca de duas semanitas e agora só me preocupam mesmo os presentes de Natal que ainda estão por comprar. E quais são eles? Os meus, eh eh. Os meus sogros preferem que seja eu a escolher e são esses que me faltam. Tirando isso, tenho é milhentos embrulhos para fazer.

Se não vier cá antes um Feliz Natal para todos os que gostam de vir aqui ao burgo e a seguir chego já com um post das minhas resoluções para 2012.

terça-feira, novembro 22, 2011

Ora bolas

E pronto. Decisão familiar tomada e comunicada a todos: "este Natal só há presentes para os pequeninos."

Tudo bem. Tudo bem. Mas pelo sim pelo não vou de sapatos rasos. Assim como assim tenho um mísero 1,62 m de altura.

terça-feira, novembro 15, 2011

Pro Natal








Eu sei que nem uma só destas coisinhas vou receber, mas fica a vontade expressa:

quinta-feira, novembro 10, 2011

O diagnóstico

Desculpem a demora em regressar aqui ao burgo, mas tenho estado tão dedicada às teclas da minha vida que me esqueci destas do computador. A minha otite ainda cá anda, embora o ouvido vá começando a dar sinais de vida. Basicamente, vivo aquela sensação de quando se vai no avião, com o ouvido a entupir e a desentupir conforme vai alterando a altitude.

Mas venho aqui para vos pôr a par de outras conversas, que esta minha otite na verdade são peanuts. Os médicos confirmaram que o Rodrigo tem um problema no espectro do autismo. Uma coisa moderada, mas que vai necessitar de intervenção. Já vos tinha relatado aqui algumas diferenças que notava nele, mas não sabia se eram resultado da prematuridade. Afinal, são três meses de atraso. Mas não, a equipa de pediatras do desenvolvimento do Santa Maria não tem mais dúvidas. Para este diagnóstico baseia-se no facto de ter deixado de falar e em alguns comportamentos repetitivos que ele tem, como pôr a rodopiar objectos e fazer razias a paredes, muros e mesas. Enfim, cá em casa estamos convencidos ou autoconvencemo-nos de que não é uma doença-drama, ou seja, como uma boa terapia, o Rodrigo conseguirá ter uma vida normal.

Agora a minha preocupação é mesmo a parte da fala. Começa a terapia da fala em Janeiro e espero mesmo que dê resultado. Eu sei que há miúdos que só falam aos quatro anos, mas no caso do Rodrigo o problema é que ele já chegou a dizer seis palavras e agora... nada. Até mamã deixou de dizer. Boas energias. Toda a gente. Vamo lá.

terça-feira, outubro 25, 2011

Muita saúdinha, essa é que é essa

Estou de molho. Fui apanhada pela primeira vez por uma otite e de tão má que é torna-se difícil dizer que estou simplesmente com uma otite. Pois essa menina merece sim ser tratada abaixo de cão, espezinhada e humilhada em praça pública. Pois então, esta otite filha da puta (e é pouco) anda a moer-me o juízo desde sábado, dia em que apareceu sorrateiramente, a fazer-se passar por coisa passageira, por um pequeno mal estar. E do nada, sem avisar, transformou-se num monstro a querer engolir-me toda a moleirinha. Xiça, que a danadinha provoca umas dores insuportáveis, daquelas de chorar e de perder o tino. Um horror. Agora ando para aqui já sem dores (valeram-me os soros e as injecções nas urgências, que bom é viver no campo e chegar ao centro nde saúde e não haver ninguém), mas ando para aqui com o ouvido todo entupido, a viver esta vida pela metade, porque estar surda de um lado é horroroso. Mas agora a questão coloca-se minhas caras e caros amigos que já tiveram otites: Quando é que isto vai desentupir? Quando, ó meu Deus?
E é nestas alturas de efermidade que damos valor àquela coisa que as velhas fofas nos dizem tantas e tantas vezes: muita saúdinha menina. Essa é que é essa, que eu assim, como estou, não valho nada e só atrapalho.

sexta-feira, outubro 21, 2011

E já aí está a nova coleção da Primark para os nossos meninos ficarem lindos



Cardigan 11Eur
Calcas de Ganga 7Eur
Tenis Botins 9Eur



Conjunto de Bebe 15Eur



Conjunto de Bebe 15Eur



Parka 21Eur
Cardigan Padrao Jacquard
16Eur
Calcas de Ganga 12Eur
Tenis 9Eur



Gorro 2Eur
Parka 11Eur
Camisola Riscas 4Eur
Calcas 8Eur
Botas com Velcro 12Eur

terça-feira, outubro 18, 2011

New look


Ontem lá fui aos meus queridos amigos do cabeleireiro Tony and Guy. Já não aguentava o cabelo enorme e sem corte. Tanto que o mais habitual era andar com ele sempre em rabo de cavalo, como quem vai fazer a corrida matinal. O Licínio, um fofo, lá me tratou de dar um novo ar e optou por me fazer "a franja" da estação. Diz ele que é um must have desta temporada e que não tarda nada todas as gajas a vão querer. Basicamente é uma franja que abre ao meio e que é cortada metade a metade e não por inteiro. Pois aqui a gaja já tem e já fez amizade com a dita. O meu filho (dois anos) é que nem por isso. Ontem, quando o fui buscar à escola, desatou num choro e passou o resto do dia a olhar para a minha testa e a fazer beicinho como quem diz: "Que merda é esta? O que é que fizeste à minha mãe? E se és mesmo tu, desde quando fazes essas mudanças de visual sem me consultares?". Enfim, hoje já me aceitou melhor. E pronto, estou de franja. É muito parecida com esta da Penélope e só não digo que é igual porque a sacana da miúda é gira que se farta e a dela parece melhor.

domingo, outubro 16, 2011

Crónica do João Quadros (Jornal de Negócios)

‎40 Medidas que vão ser adoptadas graças ao Passos Coelho

1. Por cada neto que nascer vão ter de morrer 2 avós
2. Comércio tradicional vai pagar IVA de XXIII %
3. Trabalho escravo regressa mas apenas com contratos a prazo
... 4. O eléctrico 28 vai fazer a ligação Alfama - Sines - Salamanca em bitola alfacinha
5. Governo vai aumentar a segunda-feira para 48 horas
6. Subsídio de Natal vai ser um par de meias
7. Horas extraordinárias vão ser pagas com desenhos do filho do ministro das Finanças
8. Metro do Porto vai voltar a ser uma piada
9. O IVA do vinho depende do que se aguenta
10. Bancos vão poder servir mini-pratos ao balcão
11. Diferença horária para os Açores vai aumentar 15%
12. Quebra de produção com feriados santos vai ser compensada com trabalho forçado de padres
13. Casais com mais de 3 filhos vão ter de abater 1
14. Taxas moderadoras podem ser pagas com sexo
15. Reformas antecipadas congeladas até Manoel Oliveira parar de filmar
16. TSU de empresas de empresários supersticiosos cai 13%, se eles quiserem, eles é que sabem…
17. Juízes perdem subsídio de renda e vão passar a ir dormir a nossa casa
18. Pensionistas do Estado com pensões inferiores a 485 euros vão poder trocar consultas por órgãos
19. TSU de empresas com gestores com hipermetropia vai descer 0,0000000000000001 pontos
20. IVA dos restaurantes pode ser levado para casa
21. Portuguesas com um sexto sentido vão ter que desistir de um dos outros
22. Vão haver portagens à saída das maternidades
23. São proibidos ajuntamentos de mais de 3 pessoas junto das caixas multibanco
24. IVA da Coca-Cola aumenta se agitarem as embalagens
25. Desempregados vão formar empresa de logótipos humanos para eventos em estádios
26. Vai haver portagens à entrada do tribunal de Oeiras
27. Madeira vai ser alugada para experiências nucleares
28. EPAL vai cobrar taxa nos sonhos húmidos
29. Pelo princípio do utilizador-pagador, pessoas com três rins vão pagar mais taxa de esgoto
30. RTP fica só a dar música sacra até à Páscoa
31. Portugueses nascidos a 29 de Fevereiro vão deixar de ter documentos
32. TSU das empresas de pesca vai descer assim (fazer gesto do tamanho que quiser com as mãos)
33. TAP vai fazer a ligação por terra Sines-Entroncamento
34. Militares vão substituir bombeiros nos seus deveres conjugais
35. Reformados que ultrapassam a esperança média de vida proibidos de andar na rua
36. TSU das empresas de Duarte Lima vai descer sete palmos
37. As SCUT vão poder ser percorridas a pé por metade do preço
38. Castrados vão perder o abono de família
39. Escolas passam a distribuir rações de combate ou em alternativa refeições da TAP
40. A força vai passar a ser igual a metade da massa vezes a aceleração

quarta-feira, outubro 12, 2011

What a night!

Aiiiiii, que mãe sofre. Estou a dormir em pé, depois do menino Rodrigo ter despertado perto da uma da manhã com uma valente birra e de só ter voltado a adormecer já para lá das três. Como se isso não bastasse, exigiu que o embalasse sempre em pé e rejeitou trocas de colos com o pai. E lá fiquei eu. No fim, já me doíam os braços, as pernas, as costas (sim, mais concretamente a zona dos rins como acontece às pessoas mais velhas), os meus olhos já fechavam e devo ter cantado cem vezes a mesma música.
E eu a pensar que ontem ia ter noite santa porque na creche tinha dormido apenas vinte minutos em vez das habituais duas horas. Tá bem tá. Ah, e esta é outra, há dois dias que não dorme a sesta na escola e eu tenho para mim que estas perturbações no sono têm a ver com o período de adaptação. Que os bebés também têm sentimentos e também ficam com os nervos em franja, capazes de não pregar olho.

segunda-feira, outubro 10, 2011

Hoje fui de marmita


Pois é. Ao fim de seis anos voltei a levar almoço para o trabalho. Num tupperware, aliás, em dois: um tinha esparguete, o outro carne picada. Até agora, andei no registo de todos os dias ter de procurar um restaurante onde conseguisse ouvir a minha respiração para além do barulho ruidoso dos talheres e das vozes grossas e agudas de companheiros de labuta em alegre convívio. Ou isso, ou descer até ao subsolo da minha empresa, onde uma cantina nos serve o que bem lhe apetece por quase quatro euros. Enfim, depois de algum tempo de luta, lá conseguimos (sim, nós pobres trabalhadores que também temos de comer qualquer coisinha porque ficamos com dores na barriga) convencer a administração a disponibilizar-nos um espaço para podermos comer o que trazemos de casa. E foi aí que me decidi. Porque comer na secretária onde já estou todas as horas não era razoável para mim, voltei então finalmente à marmita com esta solução à minha medida. E hoje lá fui. Toda lampeira. Direita ao microondas e toca disto. Ai que me soube tão bem. Ai que a minha comida é tão boa e tão mais barata e que agora um novo mundo se abre para mim.

terça-feira, outubro 04, 2011

Já fui praxada

Irra. Não demorou muito até o Rodrigo ficar doente. Uma semana e meia na escola bastaram para me aparecer em casa cheio de ranho. Daí até à tosse foi mais outra semana. Depois veio a febre, a ida às urgências, o antibiótico, as noites mal dormidas, as birras constantes, a rejeição da comida, do banho, dos remédios, do termómetro, ó meu deus, tudo bem, já percebi. A praxe da entrada no colégio já começou! Só espero que o miúdo não passe o Inverno todo assim, que eu não sei se o meu coração aguenta.
Enfim, ele que já estava a habituar-se mais ao ambiente da escolinha, sem passar os dias inteiros a chorar (até já andava no chão e tudo - sim, na primeira semana estava tão deprimido que não andava)... tungas, vai de ir para casa em convalescença e toca aquela cabecita pequenina de se esquecer de tudo e termos de voltar ao mesmo na quinta-feira.
Ah, e outra coisa, isto dos antibióticos demorarem 72 horas (!!!) a fazer efeito é da Idade da Pedra, não é? Xiça, tenho lá em casa uns recipientes da Casa que cozem ovos no microondas em 20 segundos e ainda ninguém inventou um remédio mais célere?
Bom, passada a tormenta da última semana, Rodrigo recupera agora dos olhos cabisbaixos de quem sofreu muito com as febres, e do tom de pele amarelado de quem andou a passar uns maus bocados sem se alimentar como deveria. Hoje já não tem febre.