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quarta-feira, junho 27, 2012

Eu bem tento contrariar...

...mas estou tão deprê. Ainda pensei duas vezes se hoje viria postar alguma coisa, tal é a energia negativa, mas caramba, isto também tem de ser para os maus momentos, como nos casamentos. E a verdade é que ninguém tem vidas perfeitas. A minha não é.
Por um lado, saber que estou com um pé fora do emprego, mas ter de continuar a ir, a trabalhar, a dar o litro, a aborrecer-me e a decidir num projecto que sinto que já não é o meu, que já não me pertence, até que a burocracia fique toda tratada. Sei que estou no despedimento colectivo e o raio da carta que me permite avançar com tudo e seguir a minha vida não chega ao correio. E isto aborrece-me, ando enervada.
Por outro lado, é o Rodrigo, que anda super irritável, voltou àquelas coisas de me bater, morder, espernear, atirar-se para o chão, não me deixar mudar-lhe a fralda, dar banho... Enfim, mal acorda começa a fazer birras na cama sem eu perceber o porquê. E isso angustia-me. Quero que ele seja feliz, que ande a rir, e que não ande neste disparate de se enervar até com o meu respirar.
E por isto estou assim em baixo, a tentar animar-me e desejosa que cheguem os melhores dias. Eles vão chegar.

segunda-feira, junho 25, 2012

Dia não

A vida é mesmo complicada. No mês em que o Rodrigo começa a despontar na fala, perco o emprego. Tal e qual. Ao fim de doze anos de carreira, seis naquela casa, estou desempregada.
E agora já posso dizer. Estava como editora da revista VIP. Fui incluída numa lista de despedimento colectivo para redução de custos e hoje comunicaram-me a decisão. Estou triste. Gostava do que fazia, do projecto. Ainda esta semana, foi com muito orgulho que fiz aquela capa, cheia de pica, cheia de motivação. Mas a vida é isto, tal como na moda: one day you're in, one day you're out. E estou out. Agora é fazer o luto e seguir com a bola para a frente, contrariando a crise. É procurar até encontrar. E, como fadista que sou, ter esperança no destino.

domingo, junho 24, 2012

Pergunta de invejosa

Como é que estas gajas dão à luz como eu dei e passado um mês não é nada com elas e nem barriga têm? Vi eu com estes olhos. Como? Eu já fui mãe há quase três anos e ainda estou a recuperar! Não é justo pá.

sexta-feira, junho 22, 2012

O descanso da guerreira

Estão a ver um oito? Estão a ver as minhas costas? São a mesma coisa.
O Rodrigo andou a semana toda a vomitar durante a noite. Como não dava conta de absolutamente nada, continuando descansada nos meus sonhos enquanto o miúdo no quarto ao lado vivia um pesadelo sozinho, decidi que o melhor era mudar-me para o quarto dele. Até aqui tudo muito bem, não se tivesse dado o caso de ter planeado muito mal as coisas. Eu diria antes, não se tivesse dado o caso de não ter planeado nada. Resumindo, a história é a seguinte: no quarto dele há uma cama de grades onde ele habitualmente dorme e um sofá cama. Sei que com tantos vómitos e mau estar o Rodrigo acabou no sofá (que por estar fechado só dava mesmo para ele) e eu fiquei sem sítio para fazer a sentinela. Ainda olhei para a camita de grades, mas passou-me logo a parvoíce. Ele, naquele meio sono, olho aberto, olho fechado, estava preparado para desatar num berreiro e a vomitar se eu ousasse qualquer movimento mais brusco. Então olhem, dormi no chão, assim, à maluca, a recordar os tempos em que tinha 17 anos e ia acampar sem colchão. Com a diferença que agora tenho 35! Uma diferença suficiente para andar aqui com as costas feitas num 8, já que estamos nesta de números. Nas noites seguintes já montei o sofá cama e lá fiquei. Mas não há nada como a nossa caminha. Hoje já estou de regresso a ela, a desfrutar, e as cruzes agradecem.

Bom fim de semana. Sugestão para programa familiar: open day na Tapada de Mafra amanhã. Tudo grátis e muita animação no meio da bicharada. Eu vou!

quinta-feira, junho 21, 2012

Coisas sobre despensas e a falta que elas fazem

(post que surge depois do assunto vir à baila no meu trabalho)

A minha casa não tem despensa. Tem uma sala muito linda, roupeiros enoooormes que a Rosário adora organizar (eh eh), uma varanda com vista larga, churrasqueira, uma cozinha catita, lareira, vizinhas lésbicas que são um mimo porque não fazem barulho, boas áreas... mas não tem despensa. E a falta que ela me faz. Parece que agora virou moda as casas não terem despensa e confesso que quando a comprei não me preocupei muito com isso. Aliás, quando a comprei estava muito naquela fase de me preocupar apenas com o quarto de casal, com a cama, os espelhos no quarto, a roupa de cama... Bem, acho que já se percebeu onde é que eu estava focada. Acontece que actualmente a inexistência dessa divisão me transtorna. As especiarias, massas, arrozes, enlatados e afins estão arrumados nos armários da cozinha, tudo bem, mas a tábua de passar a ferro, o próprio do ferro, os alguidares, as esfregonas, vassouras, os baldes e o aspirador andam por aí ao deus dará, em sítios que não lembram a ninguém, a estragar-me o raio da decoração hippie chic. Tudo porque não tenho a porra de uma despensa para enfiar com tudo lá para dentro. Já experimentei um móvel exterior na varanda, mas as intempéries aqui da zona oeste rebentaram com ele. De modos que ando assim, revoltada, enervada, agastada, com esta coisa de não ter despensa, de não ter o meu cantinho secreto da bagunça. É tábua atrás da porta do quarto, ferro em cima do móvel, a roupa para passar anda sempre à vista, o aspirador vive no roupeiro lado a lado com lençóis e toalhas de casa de banho, e na varanda a minha magnífica e esplendorosa churrasqueira convive contrariada com as esfregonas, o desentupidor e as vassouras. Olha que coisa mais linda! Então mas isto tem algum jeito senhores construtores?

quarta-feira, junho 20, 2012

A minha empregada

A Rosário é indispensável cá em casa. Não há dúvidas quanto a isso e acredito que se ela não existisse a minha vida doméstica seria um caos. Mas como em tudo, tem o seu lado mau. A Rosário, como é que eu hei de dizer isto sem ser injusta? A Rosário é, digamos, espevitada.
Decidiu que tem de arrumar os roupeiros, é de louvar, garanto-vos. Mas é ela quem decide o que já não uso e coloca em sacos e, tchan tchan, leva-os para o lixo. Assim, sem me consultar, sem me ligar, sem me dar cavaco. O Zé um dia destes veio a casa enquanto ela cá estava nessas "limpezas" e deu com um desses sacos prontos para ir para o lixo. Como estava de saída ofereceu-se para o levar. Já na rua espreitou-o e deu com um saco de praia meu, QUE EU USO, mas que a Rosário provavelmente achou que estava fora de moda, e com a protecção para a chuva que se põe no carrinho de bebé! FOGO! O que é que tem ido nos sacos?
Outra. Gosto de fazer puzzles, daqueles com muitas peças, difíceis. Passei um sábado inteiro a fazer um em cima da mesa de jantar e deixei-o ali, a poucas peças de terminar. Pois a Rosário achou que aquilo se faz seguindo uma numeração invisível que tem atrás de cada peça e escangalhou-o todo. Quando cheguei a casa tinha a mesa incrivelmente reluzente e todo o meu trabalho amontoado num cantinho como que a dizer-me "menina Ana, quando acaba de brincar arruma tudo outra vez que isto assim é uma grande bandalheira" FOGO!
Enfim, é uma senhora que é capaz do pior e do melhor. Como o melhor dela me dá um jeito do caraças nesta altura vou continuar a recebê-la com um sorriso como que a implorar-lhe "nunca ache minha senhora que as minhas jóias estão demodé e que as minhas fotografias estão desfocadas. Please."

segunda-feira, junho 18, 2012

Estamos no bom caminho

E a um mês de completar três anos de idade, depois de ter nascido às 27 semanas, o Rodrigo já tem percentil e os pontinhos que a pediatra inscreve no boletim já não ficam ali a nadar no meio do nada, a olhar com inveja a curva que tem estado sempre mais acima:
Altura: percentil 25
Peso: percentil 5

Iupiiiiiiiiiiii!

domingo, junho 17, 2012

Mae sofre - parte 23

O Rodrigo está doente. Outra vez! Ontem, quando fui acordá-lo à cama estava envolto em vomitado e o cocó (diarreia) tinha saído da fralda. Passou todo o dia a dieta, não tem febre e anda bem disposto. Durante o dia não vomitou mais. Esta manhã o mesmo cenário, mas misturado com ranho e umas babas que vão aparecendo e desaparecendo em várias partes do corpo. No hospital dizem que é virose, que é sempre aquele diagnostico um pouco duvidoso. Dá ideia que quando não sabem muito bem o que é, espetam-lhes como uma virose. A questão é que de mês a mês o Rodrigo vai repetindo este quadro clínico de ranho, babas e vómitos. Vou pedir à pediatra que lhe faça análises mais concretas para dar conta de uma vez deste bicho. Esta noite vou também pôr o despertador para várias vezes a meio da noite, que é uma vergonha dormir tão ferrada que nem o oiça a vomitar, coitadinho, e ninguém merece acordar naquela imundice. Vamos ver como corre hoje.

sábado, junho 16, 2012

15 de Junho de 2012 - hoje

Cheguei a casa estafada. O dia começou muito cedo por causa da sessão de terapia ocupacional (Rodrigo portou-se muito bem e colaborou em todos os estímulos), no trabalho foi de loucos e quando finalmente meti a chave à porta já passava das oito e meia da noite. Zé já tinha tratado do banho e do jantar do miúdo. Entrei com aquelas saudades que sentimos como se um dia de creche equivalesse a uma semana no Qatar. Como sempre, o sorriso do Rodrigo abriu-se num raio, feliz por me ver, e de imediato procurou a minha atenção. E eis senão quando, meus queridos leitores que me têm acompanhado nesta vivência e nestes meus dramas, eis senão quando daquela boquinha pequenina e cheirosa de frutas doces sai o seguinte som: "mamã". Olhei para o Zé, ele confirmou-me com o olhar também incrédulo, feliz, que eu tinha escutado bem. "mamã". Assim, tal e qual. Não era cansaço, não era eu sempre a querer que fosse mais do que era, o Rodrigo pronunciou a palavra "mamã" a olhar para mim, a apontar-me. E eu baixei-me e enchi-o de beijos como se ele fosse um balão. E chorei, claro está, de alegria, de emoção, de saber que mesmo que ele tão depressa não consiga dizer mais nada, já consegue chamar por mim. E eu estarei sempre lá para o abraçar.

segunda-feira, junho 11, 2012

Os pequenos grandes passos

Depois de um período de estagnação que já me estava a deixar deprimida, eis que Rodrigo deu outro salto no desenvolvimento. São pequenas coisas que para mim, mãe, são passos de gigante e mantêm acesa a luzinha no fundo do túnel.

Então: já voltou a dizer o adeus com a mão, bem como a dar beijinhos;
já come outra vez pão e demonstra muito mais curiosidade pelos alimentos;
já come banana sem ser esmagada e pela própria mão;
faz duas novas vocalizações, com consoantes diferentes;
diz que sim com a cabeça;
apesar de ainda não pedir para ir à casa de banho, já faz chichi na sanita e bate palmas no fim;
nas brincadeiras com os bonecos já os põe a fazer as rotinas imaginando que comem ou que dormem;
consegue descer dois a três degraus sem se apoiar;
e, vitória das vitórias, consegue finalmente soprar, ou seja, daqui a um mês vai conseguir apagar as velas dos três anos.

São ou não são pequenos passos de gigante hein?