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segunda-feira, março 22, 2010

Perdi a cabeça

Estava hoje a sair de um café com uma sandes para o almoço, quando um anormal de um homem na casa dos 50 decidiu que era boa altura para disfarçadamente me apalpar o rabo enquanto eu passava por ele. Perdi a cabeça e dei-lhe um sopapão-estalo-cacetada tão grande na tola que ele nem percebeu muito bem se estava ao balcão ou onde é que estava. Como se isso não bastasse, fiz-lhe uma gritaria em pleno estabelecimento com o dedo em riste onde disse uma série de coisas com sentido mas que já nem me lembro e obriguei-o a pedir-me desculpa pelo que tinha feito. Saí porta fora e desatei num pranto de nervos, enquanto o dono do café me pedia desculpa. Já nem me soube bem a porcaria da sandes. E agora vou-me deitar para esquecer este episódio que já não vivia há uns 18 anos, quando andava no liceu. Ele há com cada uma.

sábado, março 20, 2010

Coisas muito parvas que uma mãe hipocondríaca dá por si a fazer

Contam-se pelos dedos das mãos e dos pés e ainda das mãos e dos pés de toda a vizinhança aqui do bairro as vezes que já fui ver se o bebé estava a respirar enquanto dorme.

quarta-feira, março 17, 2010

Crise de identidade

Há dias tive um serviço que metia muita pequenada junta, barulhenta, irreverente. Miúdos naquela idade dos oito, nove anos, em que elas se divertem em frente a uma vidraça a fazer as coreografias da Beyoncé e em que eles têm aquele bigodito muito ridículo, que ainda não dá para rapar mas que já se vê ao longe.
Enfim, feito este intróito, dizia eu que estava no meio dessa pequenada, que esperava ansiosamente a chegada da Luciana Abreu, quando um grupo de quatro meninos se pôs a olhar para mim, a rir, a segredar e a olhar outra vez com sobrolhos franzidos. Fiquei inquieta. Um deles lá tratou de me dizer o seguinte: "Tu és mesmo parecida com o Nuno da biblioteca da nossa escola". Hã? "A sério, és igualinha ao Nuno da nossa escola, o da biblioteca". Hã?

quinta-feira, março 11, 2010

Coisas soltas da minha vidinha

Quando ando de elevador não consigo sentir se está a subir ou a descer. Às vezes vou com alguém e dizem-me "xi... agora estamos a ir pra cima". Dizem-no sem olhar para os botões, ou para setas, ou algo do género. Dizem-no porque sentem no corpo. E eu fico assim com cara de parva, sem sentir nada. Não é grave pois não?

Ando cansadita, pois que ando. O baby adormeceu agora. Vai dormir para aí meia horita e depois é festa até à meia-noite. Mas mantê-lo acordado agora é muito complicado.

Há uma semana que anda aos guinchos. Aprendeu a gritar e então passa horas a mostrar a novidade. Ui, e como mostra.

As minhas maminhas já não estão deprimidas. E eu também não. Já me desforrei no sushi, já ponho picante na comida, já posso voltar à depilação definitiva, já posso aclarar o cabelo com tintas carregadinhas de amoníaco. E é uma delícia ver o baby a agarrar o biberão com as duas mãozitas.

Entretanto, a monotonia instalou-se aqui no lar. Passo a explicar. O senhor meu marido almoça todos os dias em casa e agora está numa de querer comer frango todos os dias. Arghh, que o bicho com penas já me cansa. Ele é no forno, é guisado, de caril, às coxas, à padeiro. Irra.

Esta semana chorei e disse muitas asneiras. Estacionei o carro num sítio dúbio (mas sem estorvar ninguém) e fui presenciada com dois maléficos riscos. Feios, fundos, dispendiosos. Não se faz. E o carro que é novo e tão lindo.

Novidade: consegui que o senhor meu marido me arranjasse uma empregada. Tããão bom. É a Dona I., querida, sem um dentinho à frente, mas muito querida. Tão querida que o meu gajo dizia-me há pouco: "Opá vamos dar uma limpeza geral para ela não ficar com má ideia nossa". Pois, pois.

Uma solução óptima visto que a senhora sem um dentinho à frente também passa a ferro. É que contratei uma pequena empresa para me passar a ferro com entrega ao domicílio. Mas o raio das senhoras nãon atinam com os dias de entrega e a minha roupa anda por aí algures na zona saloia. Hoje, por exemplo, era o dia de me virem entregar o cesto e nada. E tanto jeito me dava umas coisas que tinha para lá.

De maneiras que é isto.

terça-feira, março 02, 2010

A fonte secou

Tem havido lágrimas. Não muitas, não um lago de lágrimas, mas as suficientes para ficar com os olhos mais caídos e os lábios mais arqueados, como a minha mãe já tem do alto dos seus mais de 60 anos. Tudo porque o meu leite está a secar, está a acabar, a ir-se, a engolir-se para dentro.
As minhas maminhas estão descrentes e quando o Rodrigo as toma de assalto elas nem reagem e ficam-se. E eu fico-me também. Triste. Ao fim de sete meses sou obrigada a despedir-me de um dos momentos mais mágicos da minha relação com o meu filho. Uma mãe ontem dizia-me que as pupilas dos bebés dilatam quando se aproximavam da mama. Não sabia. Nunca estive atenta a isso. E ontem já fui tarde. Mas paciência. Este nó na garganta vai passar, como tantos outros que já tive e que pensei nunca mais conseguir desfazer. No final desfaço-os sempre. O que para já não tenho maneira de desfazer é o imbróglio que é ter de ir à cozinha no frio da noite e a dormir em pé para ir fazer e aquecer o biberão. Tenho as maminhas deprimidas.