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terça-feira, setembro 25, 2012

Hoje estou como o tempo

Xiiiii. Estou com uma neura que não se aguenta. Acordei deprê e ainda não passou. Como tenho um filho que adivinha, hoje ficou a chorar na escola. Pela primeira vez desde que começou, ficou a chorar. E lá saí triste também. Sabia que ele ia ficar bem, mas nunca é fácil deixarmo-los em lágrimas. Já em casa, em vez de ir arrumar cenas ou dormir, como é costume, achei que era boa ideia ver as júlias pinheiros e as cristinas ferreiras desta vida. E estava-se mesmo a adivinhar o resultado: choradeira pegada com os irmãos que se encontraram e com a casa remodelada da menina de quatro anos. Como se não bastasse o dia de merda, a terapeuta da fala faltou na primeira sessão com o Rodrigo. Irra, o miúdo precisa tanto deste empurrão e não há maneira da coisa começar. Fiquei mesmo triste quando fui buscá-lo à escola e a educadora me deu conta da falta. O dia só ganhou mesmo uma corzinha com a mensagem da minha amiga N. a dizer-me que já me comprou a bendita capa azul escura para a escola do Digo. Menos uma.

Finalmente

O Rodrigo elegeu o seu objecto de conforto, o seu melhor amigo, o companheiro de todas as horas. Um esquilo. Entre as dezenas de peluches que foi recebendo, eis que do nada, de um dia para o outro, se afeiçoou a ele e agora são inseparáveis. Melhor. É com ele que o meu filho faz aquelas brincadeiras imaginadas que a médica há tanto tem vindo a pedir. Dá-lhe comida, muda-lhe a fralda, lava-lhe os dentes, dá-lhe abraços e beijinhos e até o põe a ver televisão. Um show. E assim, de repente, passei a ter um filho e meio. Que bom.

segunda-feira, setembro 24, 2012

Em busca da capa perdida

As coisas mais simples são muitas vezes as que nos fazem mais dores de cabeça. Preciso de uma capa destas em plástico, A5, tipo envelope, em azul escuro, para a escola do Rodrigo. Problema: o raio da capa não existe! Ok, existe, que os outros meninos já a têm, mas, ou eu me atrasei (para variar) e já esgotou, ou isto faz tudo parte de um plano muito maluco para ver se eu tiro dali o Rodrigo, abrindo vaga a quatro crianças.
Propósitos à parte, a verdade é que até já sonho com o raio da capa, já conheço todas as papelarias da zona oeste e durante as passeatas de carro dou por mim a puxar o travão de mão porque avistei uma onde ainda não fui. Nos sítios onde o raio da capa existe, não há da cor que eu quero. Já experimentei comprar outro modelo A5 para ver se pegava, mas a educadora não foi na conversa e pacientemente mostrou-me novamente como a capa era. E andamos nisto. Estou mesmo a ver que tenho de ir à cidade para comprar a dita. A questão é que eu tinha tantas outras coisas mais interessantes para fazer nas minhas férias do que andar à caça de material escolar em vias de extinção e muito exclusivo.

sábado, setembro 22, 2012

As duas faces da moeda

Depois de quatro horas seguidinhas a transpirar que nem uma maluca para limpar a casa (a minha mãe veio cá ontem e ia jurar que mal entrou pela porta lhe vi a tensão a baixar de desgosto como que a pensar "eu não criei este monstro javardão"), seguiu-se almoço maravilha com duas manas de coração que me devolveram energias e me retemperaram a "ialma", como diria o meu sogro. Tanto, que estava capaz de limpar um bairro inteiro. Vá, uma assoalhadazita.

quinta-feira, setembro 20, 2012

Forças, não fraquezas

A propósito do facto das técnicas que lidam com o Rodrigo apontarem para síndrome de Asperger, uma amiga (obrigada EP) aconselhou-me a leitura de uma entrevista que ela mesma fez para a revista Pais & Filhos ao maior especialista mundial da coisa. Deixarei aqui o link para quem estiver interessado poder lê-la na íntegra. Imperdível. De qualquer modo não resisto em publicar aqui um quadro que encerra o artigo de forma brilhante. E reza assim:

"FORÇAS, NÃO FRAQUEZAS

E se a definição do Síndrome de Asperger fosse feita através das capacidades e talentos dos seus indivíduos, ao invés das suas fragilidades? É isso mesmo que Tony Attwood propõe, numa lista de critérios de descoberta dos ‘aspies’:

• relações pessoais caracterizadas por uma perfeita lealdade;

• independência de preconceitos sexistas ou geracionais;

• discurso isento de falsidades ou conceitos politicamente correctos;

• capacidade de seguir as próprias ideias ou perspectivas, apesar das provas em contrário;

• consideração por pormenores e detalhes que aparentam pouco interesse para a maioria;

• capacidade de aceitar argumentação sem ideias pré-concebidas;

• interesse nas verdadeiras contribuições para a conversa, sem perder tempo com superficialidades ou trivialidades;

• conversação sem objectivos pouco claros ou manipulação;

• perspectivas originais, e por vezes únicas, na resolução de problemas;

• memória excepcional para dados ignorados por todos os outros indivíduos;

• clareza de valores e poder de decisão inalterado por factores políticos e financeiros;

• sensibilidade apurada para experiências e estímulos sensoriais;

• maiores hipóteses de prosseguir carreiras académicas e/ou científicas."

Mais em http://www.paisefilhos.pt/index.php/actualidade/noticias/1503-lprecisamos-de-pessoas-com-aspergerr

quarta-feira, setembro 19, 2012

A escola pública

Nem queria acreditar quando perguntei quanto iria pagar pelo jardim de infância. Um euro e tal por causa do almoço. Ou seja, passo de trezentos euros para vinte e tal por mês, o que é maravilhoso para o orçamento familiar.
Ok, ali não tem música, nem ginástica como no particular, o prolongamento paga-se à parte (mas não preciso) e o material escolar é todo por nossa conta. Mas caramba, a diferença é grande. E sabe tão bem.

sábado, setembro 15, 2012

Uma fracção de segundo

Estava a ficar frio para mais um mergulho no mar como o Rodrigo me pedia. Para evitar outra ida à água, avisei-o de que iríamos começar a arrumar as coisas para irmos para casa, tarefa que ele adora e acompanha atentamente aguardando ansioso pela altura de arrumar o chapéu de sol (uma das suas actuais obsessões, chapéus abertos e fechados). Antes de conseguir pôr o guarda sol dentro do saco, ainda o abri e fechei duas vezes, para alegria dele. Não fosse isso e minutos antes já estaríamos a caminho de casa. Depois, bem, depois seguiu-se a lenta caminhada para o carro, com rituais que ele em apenas dois dias de ida à praia definiu muito bem. Pede-me colo sempre nos mesmos sítios do percurso, calça os chinelos sempre no mesmo degrau, repete gestos, brincadeiras e chegamos ao carro. Paro numa bomba para comprar cigarros. Não fosse isso e minutos antes já estaríamos a caminho de casa. Prosseguimos, com ele atento à janela a apontar para os sítios de sempre: o moinho que roda, os portões das garagens abertos, os fechados, as luzes que estão apagadas, as que estão acesas... e pumba, mesmo à chegada a casa, levo com um maluco esgroviado pela esquerda, que não respeitou sinais e veio chocar contra nós (Rodrigo assustou-se com o embate mas nem chorou e ninguém se magoou). E desde então não consigo deixar de pensar naquele segundo e da forma como o meu percurso e o daquele casal se encaixaram matematicamente para naquela fracção se dar o embate numa estrada quase fantasma, sem movimento. Felizmente foi só chapa.

Pause

Ando para aqui ainda atarantada e sem palavras para o que a educadora do Rodrigo (que trabalhou sete anos no ensino especial) me disse hoje ao fim de uma manhã com ele. "Eu acho que o seu filho não tem nada de autismo". Eu sei que o diagnóstico não está fechado, mas caramba, se não é PEA é o quê?

sexta-feira, setembro 14, 2012

É oficial

Tenho o bronzeado mais ridículo de toda a história. Estou morena de meio da barriga para cima, em baixo pareço uma lula. Assim como assim acho que preferia mesmo aquele bronze com marca de t-shirt, mas com tudo a correr bem na escola e eu com emprego não se pode ter tudo, certo? Esta "ridicularidade" da minha vida acontece porque fazendo praia com o Rodrigo as minhas exposições ao sol resumem-se a: sentada na água com ela pela barriga; sentada na areia com o Rodrigo alapado ao meu colo. O resultado está à vista, é ridículo mas ao mesmo tempo divertido.

Assim não vale

O Rodrigo portou-se bem no primeiro dia de escola, mas com batota. Passo a explicar. O dia de hoje (que a esta hora já é ontem) era apenas destinado aos meninos que se estreavam no estabelecimento. Ora, na sala dele, o meu filho é o único aluno novo e por isso estava sozinho. Fiquei lá com ele cerca de uma hora e viemos embora. Apesar de não ter sido para valer, reagiu muito bem à educadora (que eu e o Zé amámos), olhando-a nos olhos, cumprimentando-a com um beijinho e puxando-a uma ou duas vezes pela mão para brincar. Amanhã (ok, hoje) será à séria, com os coleguinhas todos e eu a ter de largá-lo. Mesmo assim, só irá de manhã, pois eu, com as barracadas do costume, não imaginei que fosse preciso ir à câmara para o pequeno ter direito a almoço. Pus a cruz na altura da matrícula e segui para bingo. Resultado: vou ter de ser eu a dar-lhe almoço. Ó cabeça esvoaçada a minha que pareço tratar tudo pela rama.

Escusado será dizer que entrei na escola de óculos escuros e lavada em lágrimas (tudo sem ele perceber, claro). Ah, e a roupa dele estava um espectáculo!

quinta-feira, setembro 13, 2012

E quem diz que eu durmo?

Irra, que estou mesmo igual à minha querida mãezinha. Estou aqui num reboliço para tentar adormecer mas as preocupações com o primeiro dia do Rodrigo na escola nova hoje não me deixam pregar olho.
O meu principal receio, de caras, é ter de me vir embora com ele num pranto. E logo aqui lembrei-me que tenho de avisar a educadora que quando ele se enerva fica todo às manchas, para ela não se assustar. Além disso, há uma semana começou a bater na própria cabeça quando está zangado ou quando é contrariado.
Mas há mais. Ele tem andado com as tais babas de aparecimento e desaparecimento súbito. Se forem muitas é preciso enfiá-lo numa banheira com água fresca para passar. Mas o miúdo não fala, ou seja, é preciso estar atento à coçadeira e ir levantando camisolas e baixando calças para ver os estragos. Estão mesmo a ver a educadora a fazer isso, não é? Estão mesmo a ver que há banheiras nas escolas, certo? Depois, está desarranjado dos intestinos. Entusiasmei-me com esta coisa de ele já aceitar trincar coisas novas e toca de lhe espetar com umas bolachas de chocolate que, pelos vistos, não são as mais indicadas para a idade dele. Que vergonha, no primeiro contacto com a educadora corro o risco de ficar conhecida como "a mãe do miúdo com diarreia e babas que podem ser contagiosas, que a gente nunca sabe".
Estava também para aqui a pensar em mil e uma outras coisas que tenho vergonha de partilhar... e a verdade é que a parvoíce tem limites. Vá, vou contar uma delas: ando aqui também às voltas com o que lhe vou vestir. Eu sei que é ridículo, haverá até dias para a frente em que irá com umas calças por passar ou uma camisola já curta nas mangas, mas continuo a achar que a primeira impressão é importante.
De maneiras que é isto (e muito mais). E agora vou chorar um bocadinho ali a um canto e esbofetear-me a seguir para ver se durmo mais levezinha.
Bom regresso às aulas para os vossos meninos!

terça-feira, setembro 11, 2012

A Gui

Satisfazendo a curiosidade óbvia de muitos dos que visitam este cantinho vou contar-vos a história da Gui, a co-autora deste blogue.
Corria o ano de 2005 quando decidi criar este espaço. Ao fim de algum tempo (ó meu deus, como sou má com datas) convidei a minha grande amiga de infância Gui para partilhá-lo comigo. E ela aceitou. Como gosto de a ler! Aliás, basta irem ao arquivo e encontram coisas lindíssimas que ela postava. Mas nem sempre a vontade de escrever impera, nem sempre as nossas cabeças estão para aí viradas, nem sempre existe vontade de partilhar. E a Gui passou um pouco por todas estas fases. Progressivamente (só não me perguntam quando), foi deixando de postar, e inadvertidamente eu fui açambarcando-o sem dó nem piedade. Quando há três anos engravidei e me enfiaram numa cama em repouso, foi o descalabro. Fiz deste blogue o meu tira teimas, o meu confessionário, o meu amante. E a Gui, que sempre achou que dois é bom, três é demais, desapareceu deste espaço que já estava transformado num pregnancy blog descarado. Aconteceu assim. E apesar da Gui não escrever aqui há muito tempo fica e ficará para sempre como sua co-autora. Quem sabe um dia ela não vos faz uma surpresa e vos presenteia com a sua forma tão poética e literária de ver este mundo?
Eu gostava. Beijinhos Gui, és a miúda do meu coração e tens o sorriso mais lindo.

sábado, setembro 08, 2012

Do empreendedorismo e afins

Sempre admirei quem se lança às coisas com convicção, fazendo de pequenas ideias negócios brilhantes. Como já aqui dei conta sou uma gaja de ideias mas muito fraquinha e borra botas quando chega a hora de pô-las em prática. Raramente arrisco um milímetro e só dou um punzinho quando tenho a certeza de que é seguro. Isso enerva-me. Gostava de ser mais corajosa, ter mais ambição e arriscar mais.
E isto tudo ocorreu-me a propósito da minha amiga Pipoca, que começando o blogue A Pipoca Mais Doce como uma brincadeira faz dele hoje a sua vida. Quer se goste ou não, é um percurso brilhante e admiro-a por isso. Acho que nunca lhe disse. Acabou agora de lançar mais um livro, (Estilo, disse ela, pela Matéria-Prima) e já está em segundo lugar no top de vendas, só ultrapassada pelas 50 Sombras de Grey. É ou não é fantástico? Faz aquilo que gosta e faz uns bons dinheirinhos. E mais. Gere o tempo dela, que é coisa valiosa nos dias que correm. Que isto de estar enfiada o dia inteiro num escritório a aproveitar as horas de almoço para ir ao banco, à depilação ou ao Pingo Doce é tortura. Neste campo, a minha admiração também para a Cocó na Fralda, que trabalha por conta própria, tem um blogue fabulástico e lançou igualmente um livro. Beijinhos muito grandes a estas duas queridas que tenho o privilégio de conhecer e que, cada uma a seu modo, me vão inspirando (links para os blogues de ambas na coluna à direita)

Good news

De hoje a precisamente um mês começo um novo trabalho. As vossas boas energias deram com toda a certeza um empurrão. Felizmente nem tive de entregar papeladas do subsídio de desemprego, alguém mais uma vez olhou por mim e safou-me desta. Agora, é desfrutar deste mês de puro descanso e acompanhar a cem por cento a entrada do Rodrigo na nova escola. É já dia 13!

quinta-feira, setembro 06, 2012

Uma ideia

Sou uma gaja de ideais, às vezes parvas ok, mas tenho-as aos molhos, sempre a brotarem. E lá vai disto. Então não era de alguém já ter inventado um estendalzinho para a praia para mães que têm miúdos que vão trinta vezes à água? Hoje dei por mim com três calções a secarem na parte de cima do chapéu de sol. Para além de não secarem nada, volta não volta estão no meio do chão, cheios de areia. O Rodrigo está sempre a ir à água e quando vem para a areia dispo-lhe sempre os calções molhados para ele não ficar com frio. Ainda vou intercalando com umas fraldas de água, mas também não são baratas e então corto-me um bocado. Para que tudo corresse maravilhosamente bem teria de levar para o areal um stock de dez fatiotas de ir ao banho. Ou isso, ou inventarem um estendalzinho para a praia com uma ventoinha incorporada ou um efeito de estufa qualquer para que tudo secasse num instantinho. Ó mães de três, quatro e cinco, como é que fazem? É uma mala de viagem só para fatos de banho? A partir de que idade é que a temperatura do corpo não baixa tanto, mesmo com os calções molhados? Ok, sou uma gaja de ideias e milhentas dúvidas.

Com sol e ainda sem escola dá nisto (versão melhorada)

segunda-feira, setembro 03, 2012

Adeus VIP

E pronto. Hoje disse adeus à revista VIP e ao meu trabalho dos últimos três anos. E agora? E agora o futuro a mim pertence, a uma distância que vai de um "sim" a um "não". Perdoem-me o enigmatismo, mas tenho um segredo. É tudo por agora.

domingo, setembro 02, 2012

Prova superada

Mais um fim de semana fora, mais uma viagem, mais experiências novas para o Rodrigo. Tirando um ataque enorme das malditas babas ao fim da tarde de sábado, que só passaram com um longo banho de água fria ao baby, tudo correu bem. E como ele adora água.