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quinta-feira, dezembro 04, 2014

Ora aqui vai um poema do Manuel Bandeira

BELO BELO

Belo Belo minha bela
Tenho tudo o que não quero
Não tenho nada que quero
Não quero óculos nem tosse
Nem obrigações de voto
Quero quero
Quero a solidão dos píncaros
A água da fonte escondida
A rosa que floresceu
Sobre a escarpa inacessível
A luz da primeira estrela
Piscando no lusco-fusco
Quero quero
Quero dar a volta ao mundo
Só num navio de vela
Quero rever Pernambuco
Quero ver Bagdad e Cusco
Quero quero
Quero o moreno de Estela
Quero a brancura de Elisa
Quero a saliva de Bela
Quero as sardas de Adalgisa
Quero quero tanta coisa
Belo belo
Mas basta de lero-lero
Vida noves fora zero.


Petrópolis, Fevereiro de 1947

In Belo belo

terça-feira, agosto 19, 2014

Pequeno retrocesso

Desculpem a ausência, mas os meus dias não foram fáceis. Na fase final da escola, o Rodrigo, que já fez os cinco anos, entrou outra vez numa espiral de agressividade descontrolada. Birras infernais sem motivo aparente a levar tudo atrás levaram-me ao desespero. Acordava zangado com o mundo e assim permanecia durante todo o dia sem conseguirmos controlá-lo. Nesse período gritou, bateu-nos, partiu coisas em casa, esperneou, desafiou-nos, magoou-se a ele mesmo... Marcada consulta de urgência com as médicas que o acompanham optámos por regressar à risperidona. Ainda andámos alguns dias a ajustar a medicação mas agora está tudo bem. O Rodrigo está um menino novo, feliz, com as suas birras, mas dentro da chamada normalidade. 

Entretanto, mais boas notícias. A última avaliação afasta por completo qualquer perturbação no espectro do autismo, indica, isso sim, uma perturbação comportamental que está agora a ser trabalhada. É um zero à esquerda na motricidade mas também vamos investir este ano nessa área e já está inscrito no karaté. 

Beijinhos muitos. 

sábado, julho 26, 2014

Machismo na biblioteca

A Nora Roberts desatou a escrever policiais como cogumelos, sob pseudónimo de J. D. Robb mas toda a gente sabe que é ela. Hoje um leitor dizia-me que gosta muito desta saga, cujos títulos são sempre qualquer-coisa-mortal, porque “é para homens” enquanto os outros livros escritos anteriormente “são para mulheres”. Como não convém responder, já se sabe onde estas conversas terminam, fiquei a mastigar cá na minha... Até que me lembrei dos espertíssimos editores, congeminando como alargar o público da Nora Roberts e seus próprios bolsos: arranja-se um pseudónimo de brincadeirinha como manobra de mercado, muda-se o género para policial numa saga repetitiva que vende que nem pãezinhos quentes, e fazem-se umas capas “à macho”. Ficam a repousar os antigos livros com capas de borboletas e bicicletas num fundo luminoso, natural e revigorante. São os editores que fazem essa separação, porque imaginam que é isso que desejam os leitores. Quem tem razão?

terça-feira, junho 17, 2014

Os sete

Há a crise dos sete anos num casamento (vamos lá ver se me safo a esta, que é este ano) e há depois a crise dos sete na dieta. Pela terceira vez, chego aos sete quilos a menos e desisto. Irra, que aos poucos já vou ganhando o peso antigo. Sou uma fraquinha. 

sexta-feira, junho 06, 2014

O Rodrigo a caminho dos cinco

Parece mentira. Quem me acompanha neste blogue desde a grande odisseia que foi a minha gravidez, deverá como eu pensar que "irra, já passaram cinco anos desde que o Rodrigo nasceu!".

Tem sido um caminho feliz mas com momentos muito difíceis e angustiantes pelo meio. Para quem só agora me lê, tive uma gravidez de gémeos muito complicada, que terminou às 27 semanas, com os dois bebés a nascerem, mas só com um a sobreviver. Após mais de dois meses e meio internado, o Rodrigo veio finalmente para casa, mas não foi preciso muito mais tempo para percebermos que era um menino diferente. De um dia para o outro deixou de andar, falar e iniciou uma série de estereotipias e obsessões.

Diagnosticado precocemente com Perturbação no Espectro do Autismo, iniciámos uma dura batalha para reverter essa situação. Entre muitos apoios, muita estimulação, muitas salas de hospital, muitos gritos, choros e noites em branco, começámos aos 3 anos a ver a luz ao fundo do túnel.

Hoje, a dias de completar 5 anos, o Rodrigo é uma criança muito parecida com as outras da sua idade. De momento, trabalhamos apenas a sua independência, agressividade e relação com os outros. Finalmente, sinto que respiro de alívio, apesar de ainda sentir nele algumas dificuldades. Os degraus que subiu, os patamares que alcançou, fazem-me acreditar que conseguirá chegar ainda muito mais longe.

Aos médicos que fizeram com que ele sobrevivesse, às técnicas que insistiram com ele com as mesmas brincadeiras, às pediatras que nos têm mostrado o caminho certo, às educadoras que com ele têm trabalhado, às psicólogas, terapeutas, aos meus pais, aos meus sogros, à restante família e amigos incansáveis que nunca deixaram de acreditar e ajudar como podiam, o meu agradecimento e do Zé. Sem vocês, este milagre não tinha acontecido.

E para ti meu filho, parabéns. Tu és a verdadeira alavanca para nos termos empenhado tanto.

E se por um lado fico feliz por estares crescido e começares a perceber o que se passa em teu redor, por outro parte-me o coração saber que é esse teu desenvolvimento tão desejado que permite que te vás igualmente apercebendo que ainda tens alguma coisa a separar-te dos teus pares.

À noite, na cama, dizes-me que estás triste porque não brincam contigo na escola. Pois é, não brincam porque nas escondidas não te escondes, na apanhada não foges, no jogo do silêncio não te calas e no stop não congelas. Mas não tardará muito em entenderes como se fazem essas brincadeiras. É uma questão de dias, acredita Rodrigo. Hoje já estiveste fantástico a brincar ao quarto escuro comigo. Em duas das vezes, mal te ouvi respirar. Boa!

Um obrigada também à positiva força que foi sendo deixada nos comentários deste espaço. Não imaginam as vezes que vos li e reli em busca de motivação para continuar este caminho... caminhando.

domingo, maio 04, 2014

Mãe há só uma, mas...

... ser tia também é muito compensatório.
Há tempos o meu sobrinho do meio, 7 anos, mandou-me um desenho que trazia por trás estas palavras:

« És a melhor tia/madrinha do UNIVERSO !!!
Nunca tinha tido uma tia/madrinha que me levasse a uma biblioteca, obrigado por todas as aventuras que nós vivemos !!!!!!!
Assinado: Francisco »

domingo, março 16, 2014

Passei aqui de corrida...

... Só para dizer que já lá vão cinco quilos. Assim, sim. Em breve, novidades sobre o meu filho Rodrigo. 

sexta-feira, fevereiro 21, 2014

A pochette da Anette







Não faço ideia se algo no título está mal escrito; 


Anette está correcto - é um nome artístico –, 



se a palavra pochette se aportuguesa com menos um T 


ou haja quem prefira chamar-lhe clutch, porque é more elegant than os outros,


a mí me dá igual, 

que bolsa ou até malinha de mão por mim tudo bem.



Quase não as uso, não cabe lá nada, e normalmente arrasto atrás uma tralha que dá pelo singelo nome de mala.





Alguém adivinha qual delas é a pochette da Anette?

quarta-feira, fevereiro 12, 2014

A minha dieta

E quem é que já perdeu três quilos, quem foi? Quem é que estava nuns miseráveis 71 quilos e já se orgulha de pesar uns motivadores 68, quem é? Pois é aqui esta menina, sem tirar nem pôr. Três semanas certinhas e os resultados a aparecerem. E melhor: apesar de ainda ter cerca de dez quilos para perder, a dieta não me tem custado mesmo nada. Tenho feito pratos pouco calóricos deliciosos que poderei ir partilhando convosco, e tenho encarado esta reeducação alimentar com uma alegria que até me surpreendeu. Sabem quando temos um brinquedo novo que queremos explorar? Pois eu ando assim, feliz a aventurar-me em novas receitas, a inventar lanches e a contornar a gula de uma forma heróica. Tenho o problema de não poder acompanhar com exercício físico por causa da minha urticária em esforço físico e receio que a partir de determinada altura vai começar a custar mais emagrecer, mas vamos ver. Para já, tudo a correr sobre rodas e feliz por se antever aí um verão em que vou ficar boazuda! 

terça-feira, fevereiro 11, 2014

Ena, ena

Os Provérbios provados foram mencionados no prestigiado Malomil

Quanta honra! Estou inchada de satisfação.

sexta-feira, fevereiro 07, 2014

O sagrado e o profano









Museu da Cerveja, Terreiro do Paço

Queria a Amália, mas vejam o que se meteu mesmo ali à frente!

O céu agora















Tirada por estes dias em frente à biblioteca.
Deveriam ser por volta das 14:30, é a hora da troca de escala.

Olhó passarinho!

Nesta netosfera, pejada de livros de caras e de instantes, gostava(mos) de criar rubricas de fotografias em que todo(as) participassem. Todo o tema será bem vindo - até unhas pintadas de cores alegres enterradas na areia, glup... - democratia est democratia.

Arranco já com duas: a primeira ideia foi roubada a um amigo, o Nuno, que há uns anos fez igual, e chegavam várias perspectivas de céus pelo país afora, eu gostei do resultado...
A segunda veio duma foto em que o queria salientar ficou para segundo plano. E deu um contraste interessante.

Participem com fartura e inventem novas rubricas!
Para enviar para o mail da Anette e/ou para o meu - está no perfil.

Portugal faz sentido

Lá na biblioteca, A rapariga que roubava livros está emprestado a uma leitora que não o devolve há mais de um ano.

domingo, janeiro 26, 2014

A primeira visita entre amigos

Sim, aos quatro anos, pela primeira vez, pediu-me que convidasse um amigo dele da escola para ir brincar a nossa casa. 
Fiquei feliz com as intenções dele e fui bem sucedida na demanda. Antes do amigo chegar, fez questão de montar o seu brinquedo de eleição: a mega pista do comboio. E estava tudo a postos. Ora vejam lá se o meu puto não sabe receber! 


quinta-feira, janeiro 23, 2014

Resolução de ano novo em marcha

E quem é que chegou ao seu peso máximo em toda a sua história de vida que conta com 36 anos? E quem é que já está desde segunda em dieta, quem é? 

Pois sou eu. Cheguei aos 71 quilos e dei início a uma das minhas resoluções para este ano: perder peso e levar a cabo uma reeducação alimentar. 

E não é que estou tranquila e não me tem custado nada (para já)? 

Estou contente com esta missão, motivada e desejosa de começar a ver os resultados. 

Se tudo correr como o esperado, daqui a um ano vou estar como me sinto bem, e então aí regresso em força aos biquínis e largo os leggings e as roupas largas. 

Vá malta, comecem a pôr as vossas resoluções em marcha. 

quarta-feira, janeiro 22, 2014

Para a Catarina (ou Versos de pé quebrado 2)

És a minha mais velha mana,
é pena não ser toda a semana.

Hoje fazes quarenta e um,
no mês que vem faço eu mais um.

Em tudo somos diferentes,
mas tentamos estar presentes.

Mais que irmã, amiga unida
por um elo que te faz mais querida.

sábado, janeiro 18, 2014

Hoje foi dia de...

Kidzania
E ele adorou! Divertiu-se imenso a fazer uma pizza na pizza hut (comendo-a no fim), a ser repositor no supermercado, a andar de avião e na escola de pintura. E digam lá se o desenho do Rodrigo não ficou absolutamente espectacular? Não percebo como teve negativa a expressão plástica! Ok, vou confessar, até aqui tudo bem, a partir deste momento do desenho começou a descambar e a partir para a completa borratada. Solução: entrei escola dentro e gentilmente consegui que ele desse por terminada a sua obra de arte. O menino a dizer "mas eu ainda não acabei" com o pincel a pingar de tinta preeeeeeta, e eu a puxá-lo devagar pela mão e a responder "há outros meninos a quererem pintar, vamos ver ali uma coisa muito gira". (Na Kidzania é sempre muito fácil dizer esta, porque, de facto, não será assim muito difícil encontrar outra coisa muito gira mesmo ao virar da esquina). 

Mas há que dizê-lo, achei que alguns monitores não estavam muito bem preparados para receber meninos de quatro anos, que precisam de mais orientação. Nas pizzas, por exemplo, eles entram lá para dentro e os paizinhos ficam do lado de fora a acotovelarem-se junto ao vidro com os telemóveis em riste  para a melhor fotografia. Sofri um bocadinho. A verdade é que tinha estado vinte minutos na fila porque sei que ele adora fazer pizza, mas também, há que dizê-lo, porque estava esfalfada de fome e sabia que no final ele trazia a bendita pizza. Tanto que antes dele entrar fiz-lhe os meus pedidos de ingredientes. Bom, ele lá entrou e começo a ver que deitou tomate na pizza como se não houvesse amanhã. De seguida decidiu que era melhor comer o queijo do que colocá-lo na pizza. E eu do lado de cá do vidro a roer-me, a ver os outros já na parte dos ingredientes gostosos, enquanto o Rodrigo se contentava com uma massa completamente mergulhada em tomate. No fim, lá se lembrou de pôr uns cogumelos e bacon. Oregãos? Esqueçam. Enquanto os outros finalizavam com isso, o Rodrigo continuava empenhado em engolir qualquer pedaço de mozzarela que sobrevivia na bancada para contar a história. Mas pronto, ele divertiu-se, é o que interessa e será com toda a certeza para voltar. 

Um bom domingo. 

sexta-feira, janeiro 17, 2014

Versos de pé quebrado

Dás-me papas de aveia,
que te parece a ideia?

Dás-me uma massagem,
que não te falta a coragem.

E beijos por todo o lado,
sem nenhum enfado.

E ainda, quem sabe?,
um amor que não acabe.

quinta-feira, janeiro 16, 2014

Urgente! Variar!

Preciso urgentemente de renovar a ementa do Rodrigo. É verdade que ele é muito esquisito com a comida, que tenho sempre pouco tempo para cozinhar, que opto sempre por refeições que sei que ele vai comer bem... mas dou por mim a fazer quase sempre os mesmos pratos. 

E são eles: 
Arroz de frango com cenoura;
Douradinhos com couscous;
Salsichas com qualquer coisa;
Pescada cozida com batata e cenouras;
Hamburguer com esparguete;
Bolonhesa;
Ovos mexidos com batata frita e arroz;
Arroz de peixe com brócolos;
Pizza com tomate, queijo, cogumelos, carne picada, ovo, fiambre (vou variando estes ingredientes);
Salmão no forno. 

E pronto, não saio disto. Tenho de espreitar aí uns sites de refeições rápidas e saborosas para os mais pequenos, para variar mais a alimentação dele e introduzir mais legumes (os que come são os da sopa). É uma das missões deste ano. Aceitam-se sugestões. 

segunda-feira, janeiro 13, 2014

Então...

Azar dos azares a consulta de hoje de desenvolvimento não foi com a médica que o segue. Tem sido excelente o apoio que tenho recebido do Estado, mas estas situações tiram-me do sério. 
Ainda mantive por alguns minutos a calma e pensei, a médica dele não está cá, mas com certeza passou "recados" à substituta, pondo-a a par de todo o processo... Um pensamento que durou pouco, quando levei logo com a primeira pergunta dela: o Rodrigo anda na escola? Ora bolas! 

Resumindo, ela lá lhe fez alguns exercícios (o Rodrigo esteve espectacular) e disse que não via nele qualquer sintoma do espectro. Pois. Está bem, é bom ouvir, mas não chegou para mim. 

Em Julho regressa para a grande avaliação. Esperarei pacientemente até lá. E até lá continuarei a fazer tudo o que tenho feito. Porque digam o que disserem os papéis, de uma coisa tenho a certeza: (quase) tudo o que tenho feito tem-lhe feito bem. 

Beijinhos, podem destorcer os deditos. Valeu! 

sábado, janeiro 11, 2014

Aviso à navegação

Meninos e meninas que me têm acompanhado nesta odisseia com o Rodrigo desde que lhe foi diagnosticada a perturbação do espectro do autismo: 

Segunda-feira, 13, terei, sinto eu, não mais uma consulta de desenvolvimento, mas aquela em que a médica me vai dizer que o puto saiu do espectro. 

Em casa e na escola temos certezas quanto a isso, mas nada como ter a assinatura da médica, certo? 

Vá lá, tudo aí a torcer os dedos todos (mesmo os dos pés), a fazer figas para que seja dada a alta e saia, inclusive, do ensino especial. 

Logo que souber darei notícias. Bom domingo.  

quinta-feira, janeiro 09, 2014

Posso entrar?

Creio que cerca de 96% dos leitores do Coisas que tal não me conhecem (amostra traçada com desvio padrão de 2%).

Sou a outra, a Gui, a segunda autora fantasma do blog, aquela que não escreve há muitos, muitos anos…

Foi a Anette, amiga de há muitos, ainda muito mais anos, que me convidou a participar e tem sido sempre ela que mantém as coisas que tal a navegar. Na época em que começámos – e já lá vão 9 anos! – o slogan do blog era algo parecido com: “Nada que já não tenham lido antes. Tudo o que em qualquer altura pensaram jamais vir a ler.” Era um complemento de título que muito me agradava. Se calhar não gosto tanto deste, porque  ter cantinhos muito específicozinhos sobre coisinhas pode ser, vá, esquisito … E pode, talvez sim, e porque não?, um blog temático com uma estrutura rígida ser algo castrador e pouco maleável.
Por aqui, as coisas que tal pretendem ser muito menos espartilhadas por isso apetece-me, e espero manter voraz meu apetite, regressar para poder escrever uns disparates e recuperar algumas rubricas de que tenho saudades. Ao ler alguns dos arquivos, lembrei-me do gozo que me dava escrever sem travões.
Aviso desde já, a quem possa interessar, que também sou versada em criançada. Para além do meu sobrinho Rodrigo, menino querido de mamãe Anette - que já não vejo desde Setembro, quando vimos o Pinóquio na Regaleira -, tenho muitos sobrinhos emprestados: é verdade, foi um fenómeno!, as minhas amigas desataram todas a parir ao mesmo tempo. E tenho três sobrinhos mesmo a sério (que desejo não tenham herdado nenhum gene defeituoso da tia); é aquele amor sem fronteiras e muita imaginação para os jogos, e eu fui uma tia daquelas que mudam fraldas sujas até ao pescoço, que dão sopas e papas por entre cantorias desesperadas para os fazer comer, que contam histórias, duas, três, e eles teimam em não adormecer. Hoje estão mais crescidos e qualquer dia começam a achar “uma seca” estar com a tia, por isso quero aproveitar. E enquanto não procrio, tic tac, tenho histórias maravilhosas para partilhar da Catarina, 10, o Francisco, 7, e a Maria, que faz 6 anos já este sábado.
Para ti, querida Anette, sei que será uma surpresa este regresso. Nunca me fechaste a porta… alinhas em mais 9 anos de blog?

segunda-feira, janeiro 06, 2014

Não aguento mais! Basta!

Para quem não sabe, tenho uns horários complicados no trabalho. Há dois anos, quando entrei numa lista de despedimento colectivo, a primeira coisa de que abdiquei foi da Rosário, a minha empregada. 
Desde então, todas as tarefas da casa têm sido asseguradas por nós. E se as divisões ainda se conseguem manter mais ou menos limpas e arrumadas (à custa de muitos menos passeios e descanso aos fins de semana), a roupa parece um monstro em constante ebulição. Eu bem faço máquinas, eu bem estendo, eu bem a passo... mas, caramba, parece que nunca tem fim. A roupa suja parece ter vida e multiplicar-se durante a noite. 
Enfim, não aguento mais. E agora que estou um pouco mais sustentada lá fiz o tão ansiado telefonema à Rosário. Isto até parece conversa de dondoca, mas não é. Estou mesmo feliz por poder tê-lá de volta ao lar e vou já começar a programar os meus próximos fins de semana. 

sexta-feira, janeiro 03, 2014

A minha sogra

Estou na sala a tentar ouvir só um bocadinho de um documentário que está a dar na tv, mas não consigo porque ela, sentada no sofá, de lado, para estar de frente para mim, fala e fala e fala, alto. Eu bem vou deitando o olho para o ecrã, mas não se consegue perceber nada. 
A minha sogra está a contar-me o quanto se enervou na passagem de ano porque a cunhada falava, falava, falava e não a deixava ouvir os artistas que cantavam na tv. 
Pois, digo eu, isso enerva. 

...

Terrores nocturnos

E pronto. Agora há monstros, fantasmas e sonhos maus. O Rodrigo está a passar a fase dos terrores nocturnos que muitas vezes passam ali para uma espécie de terrores matutinos e vespertinos, consoante lhe apetece. 

Tem pedido para dormir na nossa cama, mas temos sido irredutíveis, com prejuízo de várias horas de sono, porque depois, à vez, ficamos de vigia junto à cama dele, mãos dadas, perante um sono muito leve para que não lhe escape a nossa fuga, quarto fora, em direcção à porta, em apneia para o príncipe semi adormecido não nos reclamar de novo para junto dele. 

Nem sempre corre bem, o quarto é pequeno, mas de madrugada o caminho até à porta parece um corredor coooooomprido, cheio de obstáculos difíceis de ultrapassar no breu, como peças de lego e carrinhos. 

Até agora temos estado firmes nesta nossa decisão de ele não dormir na nossa cama. Nada contra com quem o faz, mas preferimos assim. Olheirentos mas determinados. Até quando? Não sei bem. Esta semana estive ali mesmo quase a ceder, mas mal senti o primeiro pé a espetar-se na minha barriga, levei-o para o quarto e fiquei lá com ele. 

Provavelmente é trauma de família. O meu sobrinho tem 12 anos e ainda dorme com os pais. 

De maneira que agora ando aí com leituras para pôr em dia. Leituras que me dêem várias visões sobre qual será a melhor forma de lidar com estes medos sem ter de andar feita zombie durante o dia. 

quinta-feira, janeiro 02, 2014

O Natal e o réveillon

Com quilos de trabalho pelo meio lá se passaram as duas festas que gosto mais no ano. E estas tiveram mesmo um sabor especial. 

O Rodrigo até tremia ao ver que o Pai Natal lhe deixou os presentes que ele tanto queria. Fiz tudo direitinho e a magia aconteceu. Foi maravilhoso! 

O fim de ano também correu muito bem, apesar de aí ele não ter percebido nada do que se estava a passar. Mesmo à nora, lá bateu os tachos, lá gritou e lá subiu para a cadeira. Fofo que só ele... Apesar de não termos ido para fora e de termos passado só os três em casa, as boas energias conseguiram mais uma vez criar magia. E há muito tempo que não tinha um fim de ano tão bom. 

Desejo a todos quantos me leem o melhor. E que para o ano, com mais ou com menos, continue com esta felicidade. E que todos vocês sejam também muito felizes. Bom 2014, encontramo-nos por aqui.