O cabecilha do Para Não Estar Calado lançou-me o repto de publicar aqui os meus cinco maiores pânicos mas não vou poder entrar neste jogo. Rebenta a bolha! E posso explicar, é que para quem tem a doença de pânico, como é o meu caso, falar de medos é um assunto sem fim e melindroso. No fundo é como perguntar a um cego se gosta mais de dormir com a luz acesa ou com a luz apagada.
Mas como o Coisas que Tal não diz não a uma brincadeira, passo a vez à companheira e amiga Gui. Força aí amiga!
Espaço sobre tudo e mais alguma coisa, que isto de ter cantinhos muito específicozinhos sobre coisinhas pode ser, vá, esquisito
Visitas
terça-feira, abril 18, 2006
«
Quando as serpentes regatearem o direito a colear
e o sol fizer greve para ganhar o salário mínimo –
quando os espinhos olharem as suas rosas alarmados
e os arco-íris estiverem seguros contra a velhice
quando um tordo não puder cantar nenhuma lua nova
se todas as corujas não tiverem aprovado a sua voz
e qualquer onda assinar sobre a linha ponteada
senão um oceano é obrigado a fechar
quando o carvalho pedir licença à bétula
para criar uma bolota - os vales acusarem as suas
montanhas de terem altitude - e março
denunciar abril por sabotagem
então acreditaremos nessa incrível
humanidade inanimal (e não antes)
»
E. E. Cummings
(1894 – 1962)
Quando as serpentes regatearem o direito a colear
e o sol fizer greve para ganhar o salário mínimo –
quando os espinhos olharem as suas rosas alarmados
e os arco-íris estiverem seguros contra a velhice
quando um tordo não puder cantar nenhuma lua nova
se todas as corujas não tiverem aprovado a sua voz
e qualquer onda assinar sobre a linha ponteada
senão um oceano é obrigado a fechar
quando o carvalho pedir licença à bétula
para criar uma bolota - os vales acusarem as suas
montanhas de terem altitude - e março
denunciar abril por sabotagem
então acreditaremos nessa incrível
humanidade inanimal (e não antes)
»
E. E. Cummings
(1894 – 1962)
segunda-feira, abril 17, 2006
Pilhas Do Caminhar. E duram, e duram...
«
Quando o PC faz log off, se desligam as televisões e se fecham as páginas de um periódico, Deus tem todo o share do mundo.
»
Bela frase esta, a do Lobo. Para lerem o texto todo caminhem até lá.
Quando o PC faz log off, se desligam as televisões e se fecham as páginas de um periódico, Deus tem todo o share do mundo.
»
Bela frase esta, a do Lobo. Para lerem o texto todo caminhem até lá.
Abril dez mil
O Coisas que tal acaba de ultrapassar a bonita barreira dos dez mil visitantes. É um momento emocionante para as escribas da casa.
Grazie a tutti amici, continuem a aparecer que nós prometemos continuar a escrever.
Grazie a tutti amici, continuem a aparecer que nós prometemos continuar a escrever.
quarta-feira, abril 12, 2006
Tinha a tampa aberta
O meu carro novo, aquele bordeaux e de estofos amarelos, não tem qualquer espécie de tranca no tampão da gasolina.
Quem me chamou a atenção para o facto foi o meu pai, preocupado por a qualquer hora e em qualquer sítio poderem roubar-me combustível. Enfim... Eu devo confessar que não acredito que alguém vá ali chupar o gasóleo e verdade, verdadinha, é um consolo não ter de andar com chaves e chavinhas para abrir uma tampa parvinha e irritante. Chego à bomba rodo a tampa, puxo, e deixo-a pendurada até abastecer. Limpinho!
Bom, isto para contar que ontem fui ao Colombo, estacionei no subterrâneo e quando voltava para casa um outro condutor ultrapassou-me e avisou-me que levava a tampa do combustível aberta.
Confesso que ao início ainda pensei que fosse um piropo, mas "tem a tampa do combustível aberta" pareceu-me uma boca demasiado rebuscada para um engate. Lá parei... e não é que tinha mesmo a tampa aberta e pendurada ainda a baloiçar de um lado para o outro? Não me roubaram gasóleo. Acreditem ou não tratou-se mesmo de uma manobra de diversão de uns parvos ou de umas parvas quaisquer que não sabiam o que fazer e então decidiram ir para o estacionamento do Colombo abrir tampas de gasóleos!!
Até já estou a imaginar... um deles a fazer a brincadeira e a esfregar as mãos de contente enquanto diz para o outro "nós somos muita malucos! Isto é que vai ser aqui uma pândega quando o condutor descobrir que leva a tampa do depósito aberta".
No dia seguinte qual é a malandrice? Colar pastilhas elásticas nos pneus? Mexer ligeiramente nos espelhos retrovisores? Não... já sei, levantar os limpa pára-brisas. Essa é demais.
Uau!
Quem me chamou a atenção para o facto foi o meu pai, preocupado por a qualquer hora e em qualquer sítio poderem roubar-me combustível. Enfim... Eu devo confessar que não acredito que alguém vá ali chupar o gasóleo e verdade, verdadinha, é um consolo não ter de andar com chaves e chavinhas para abrir uma tampa parvinha e irritante. Chego à bomba rodo a tampa, puxo, e deixo-a pendurada até abastecer. Limpinho!
Bom, isto para contar que ontem fui ao Colombo, estacionei no subterrâneo e quando voltava para casa um outro condutor ultrapassou-me e avisou-me que levava a tampa do combustível aberta.
Confesso que ao início ainda pensei que fosse um piropo, mas "tem a tampa do combustível aberta" pareceu-me uma boca demasiado rebuscada para um engate. Lá parei... e não é que tinha mesmo a tampa aberta e pendurada ainda a baloiçar de um lado para o outro? Não me roubaram gasóleo. Acreditem ou não tratou-se mesmo de uma manobra de diversão de uns parvos ou de umas parvas quaisquer que não sabiam o que fazer e então decidiram ir para o estacionamento do Colombo abrir tampas de gasóleos!!
Até já estou a imaginar... um deles a fazer a brincadeira e a esfregar as mãos de contente enquanto diz para o outro "nós somos muita malucos! Isto é que vai ser aqui uma pândega quando o condutor descobrir que leva a tampa do depósito aberta".
No dia seguinte qual é a malandrice? Colar pastilhas elásticas nos pneus? Mexer ligeiramente nos espelhos retrovisores? Não... já sei, levantar os limpa pára-brisas. Essa é demais.
Uau!
terça-feira, abril 11, 2006
Aconteceu em Campo de Ourique
Um dia destes, no Jardim da Parada, que fica no belo bairro de Campo de Ourique, andava um senhor a passear os dois cães que tratava por "você". Às tantas, um dos bichos chega-se mais a um grupo simpático de galinhas que andava ali pelo jardim a meter-se com os gansos e com os patos e salta logo de lá um senhor bairrista, ainda com as cartas na mão, a dizer ao dono dos cães: "Oiça, veja lá se prende o seu animal porque estas galinhas são da Junta!".
Assim é que é, a defesa do património de todos... mesmo que se tratem de galinhas e mesmo que o suposto violador desse património público seja um tipo metido a novo rico que trata duas bolas de pelo por "você".
Obrigada Torcato pelos seus bonitos relatos de um morador acérrimo do bairro de Campo de Ourique, que agora também é dos cabeças polacas.
Assim é que é, a defesa do património de todos... mesmo que se tratem de galinhas e mesmo que o suposto violador desse património público seja um tipo metido a novo rico que trata duas bolas de pelo por "você".
Obrigada Torcato pelos seus bonitos relatos de um morador acérrimo do bairro de Campo de Ourique, que agora também é dos cabeças polacas.
segunda-feira, abril 03, 2006
Pés
Hoje esteve calor! Mas esteve daquele calor estúpido que em vez de alegrar, irrita.
Mulheres, vocês certamente me entendem. É que não dá ainda para andar de sandálias, mas uma pessoa morre com ténis ou botas nos pés... Um suplício! Alguém que ponha a cassete para a frente, por favor.
Mulheres, vocês certamente me entendem. É que não dá ainda para andar de sandálias, mas uma pessoa morre com ténis ou botas nos pés... Um suplício! Alguém que ponha a cassete para a frente, por favor.
domingo, abril 02, 2006
Calendário
. O ano é masculino e o mês e também o dia. O Tempo é apenas um homem condicionado à semana. A mulher tem segundas-feiras de mau humor e sextas-feiras de paixão, além dos Domingos, esse território desconhecido...
. Tudo se transforma e é cíclico na Natureza. Os mares, os ventos, os equinócios, os movimentos de translação e as fases da lua. A Terra sua as suas hormonas: testosterona, a predominante, e estrogénio e progesterona à vez.
. A Lua nasce antes de o Sol se pôr. Treze luas mágicas por cada doze sóis intensos fazem um ano das nossas vidas.
. Tudo se transforma e é cíclico na Natureza. Os mares, os ventos, os equinócios, os movimentos de translação e as fases da lua. A Terra sua as suas hormonas: testosterona, a predominante, e estrogénio e progesterona à vez.
. A Lua nasce antes de o Sol se pôr. Treze luas mágicas por cada doze sóis intensos fazem um ano das nossas vidas.
sexta-feira, março 24, 2006
«PASTELARIA
Afinal o que importa não é a literatura
nem a crítica de arte nem a câmara escura
Afinal o que importa não é bem o negócio
nem o ter dinheiro ao lado de ter horas de ócio
Afinal o que importa não é ser novo e galante
- ele há tanta maneira de compor uma estante!
Afinal o que importa é não ter medo: fechar os olhos frente ao precipício
e cair verticalmente no vício
Não é verdade, rapaz? E amanhã há bola
antes de haver cinema madame blanche e parola
Que afinal o que importa não é haver gente com fome
porque assim como assim ainda há muita gente que come
Que afinal o que importa é não ter medo
de chamar o gerente e dizer muito alto ao pé de muita gente:
Gerente! Este leite está azedo!
Que afinal o que importa é pôr ao alto a gola do peludo
à saída da pastelaria, e lá fora – ah, lá fora! – rir de tudo
No riso admirável de quem sabe e gosta
ter lavados e muitos dentes brancos à mostra »
Mário Cesariny
Nobilíssima Visão
nem a crítica de arte nem a câmara escura
Afinal o que importa não é bem o negócio
nem o ter dinheiro ao lado de ter horas de ócio
Afinal o que importa não é ser novo e galante
- ele há tanta maneira de compor uma estante!
Afinal o que importa é não ter medo: fechar os olhos frente ao precipício
e cair verticalmente no vício
Não é verdade, rapaz? E amanhã há bola
antes de haver cinema madame blanche e parola
Que afinal o que importa não é haver gente com fome
porque assim como assim ainda há muita gente que come
Que afinal o que importa é não ter medo
de chamar o gerente e dizer muito alto ao pé de muita gente:
Gerente! Este leite está azedo!
Que afinal o que importa é pôr ao alto a gola do peludo
à saída da pastelaria, e lá fora – ah, lá fora! – rir de tudo
No riso admirável de quem sabe e gosta
ter lavados e muitos dentes brancos à mostra »
Mário Cesariny
Nobilíssima Visão
quarta-feira, março 22, 2006
Rebaldaria
. A Angelina é quase tão velha como a Dona Joaquina mas tem pouco de anjo e prefere a tasca do Ti João à mercearia. És levada da breca, é o que ele responde quando ela lhe pisca o olho: Ó João, quando fechares o estaminé vens comigo, há mês e meio que não vejo o padeiro.
. O poeta nasceu de colher de prata na boca mas gosta de onde cheira a torresmos. Canta versos com sabor a maçã de Junho, e diz àquele navio, que navega mais que avião: "és a estrela da alvorada e a madrugada junto ao cais", sabendo que à hora de deitar terá um corpo onde morder.
. A necessidade faz o engenho se aumenta a idade. Já não se cora a face, nem só galinha nem só rainha, nem só lua cheia. No frigir dos ovos é que se vê a manteiga...
. O poeta nasceu de colher de prata na boca mas gosta de onde cheira a torresmos. Canta versos com sabor a maçã de Junho, e diz àquele navio, que navega mais que avião: "és a estrela da alvorada e a madrugada junto ao cais", sabendo que à hora de deitar terá um corpo onde morder.
. A necessidade faz o engenho se aumenta a idade. Já não se cora a face, nem só galinha nem só rainha, nem só lua cheia. No frigir dos ovos é que se vê a manteiga...
terça-feira, março 21, 2006
Mercearia
. O estabelecimento da Dona Joaquina fica no Bairro Antigo, ao lado da Loja do Mestre André. Todas as tardes vigia os putos que saem da escola, mas apanham-na sempre desprevenida: roubam-lhe fruta, normalmente maçãs, e gritam-lhe enquanto correm: Ó Jaquina, vem à esquina!
. Na mesma rua, mais acima, tem posição a tasca do Ti João, onde há pão com requeijão, e mais o que estiver ali à mão, a acompanhar com o verde tinto da terra. O Evaristo também tem lá disto.
. O poeta perde-se por esta calçada todas as terças e quintas quando sai da psicoterapia. Gosta de passear por ali vagarosamente enquanto reflecte... este Bairro cheira-lhe a tertúlia.
. Uma bela quinta-feira o poeta entra p’la mercearia dentro e pede: Ó Dona Jaquina, embrulhe-me aí um poema. Ela dá-lhe uma maçã e ele segue para casa, satisfeito, sabendo que à hora de deitar terá um verso onde morder.
. Na mesma rua, mais acima, tem posição a tasca do Ti João, onde há pão com requeijão, e mais o que estiver ali à mão, a acompanhar com o verde tinto da terra. O Evaristo também tem lá disto.
. O poeta perde-se por esta calçada todas as terças e quintas quando sai da psicoterapia. Gosta de passear por ali vagarosamente enquanto reflecte... este Bairro cheira-lhe a tertúlia.
. Uma bela quinta-feira o poeta entra p’la mercearia dentro e pede: Ó Dona Jaquina, embrulhe-me aí um poema. Ela dá-lhe uma maçã e ele segue para casa, satisfeito, sabendo que à hora de deitar terá um verso onde morder.
Versos a martelo no Dia da Poesia
o meu amor sempre foge
o meu amor mora longe
o meu amor já se esconde
o meu amor está longe
o meu amor agora finge
o meu amor vive longe
o meu amor mora longe
o meu amor já se esconde
o meu amor está longe
o meu amor agora finge
o meu amor vive longe
sexta-feira, março 17, 2006
Como começou...
Andava eu para aí no terceiro ano da faculdade quando vi afixado lá numa das paredes uma coisa que dizia "Gostas de fado? Aparece dia tal às tantas horas". Eu gostava muito de fado e fiquei toda contente quando percebi que ia haver um espectáculo de fado.
Ainda nem tinha carro nem carta e fiz um esquema enorme para poder estar na faculdade, aquilo era à noite, sem ser roubada ou violada em plena "avenida dos arames" (era um acesso para os comboios que existia em Queluz).
Quando cheguei fui ter ao anfiteatro para onde estava agendada a noite de fados e não estava absolutamente ninguém. Eu sabia que o fado não era assim apreciado por magotes de gente... mas ninguém! Chiça!
Passadas umas voltas, lá descobri à entrada um rapaz novo mas mais velho do que eu que me perguntou o que estava ali a fazer. Expliquei-lhe. Ele sorriu e disse-me que não se tratava de algum espectáculo, o recado nas paredes da faculdade referia-se à ideia de formar um grupo de fado e quem quisesse entrar que aparecesse. Óóóó! Despedi-me, agradeci a explicação, e quando mes estou a ir embora aparece um senhor com uma guitarra na mão.
Voltaram a chamar-me, disseram para eu cantar qualquer coisa (que nervos, ainda me lembro, não sabia letras, nunca tinha cantado a não ser na casa-de-banho) e assim fiquei a fazer parte daquele grupo que, entretanto, já tinha mais elementos.
Foi uma das fases mais engraçadas da minha vida e passados poucos meses já mes estava a estrear na Sé e a cantar ao lado do João Braga, do António Pinto Basto, do Pedro Moutinho, e por aí fora. Uma delícia. Corri muitas casas de fados a cantar, fiz também estrada, fiz festas de estudantes, de escuteiros, eu sei lá...
Foi assim que tudo começou e apeteceu-me contar aqui esta história depois de ontem ter estado a ouvir a Prova Oral, que era sobre fado.
Obrigada Ricardo (o rapaz que estava à porta do anfiteatro e que me obrigou a cantar) e António e Eduardo (os guitarristas que me acompanharam em muitos momentos importantes e que me ensinaram muita coisa bonita).
Sniff!
Ainda nem tinha carro nem carta e fiz um esquema enorme para poder estar na faculdade, aquilo era à noite, sem ser roubada ou violada em plena "avenida dos arames" (era um acesso para os comboios que existia em Queluz).
Quando cheguei fui ter ao anfiteatro para onde estava agendada a noite de fados e não estava absolutamente ninguém. Eu sabia que o fado não era assim apreciado por magotes de gente... mas ninguém! Chiça!
Passadas umas voltas, lá descobri à entrada um rapaz novo mas mais velho do que eu que me perguntou o que estava ali a fazer. Expliquei-lhe. Ele sorriu e disse-me que não se tratava de algum espectáculo, o recado nas paredes da faculdade referia-se à ideia de formar um grupo de fado e quem quisesse entrar que aparecesse. Óóóó! Despedi-me, agradeci a explicação, e quando mes estou a ir embora aparece um senhor com uma guitarra na mão.
Voltaram a chamar-me, disseram para eu cantar qualquer coisa (que nervos, ainda me lembro, não sabia letras, nunca tinha cantado a não ser na casa-de-banho) e assim fiquei a fazer parte daquele grupo que, entretanto, já tinha mais elementos.
Foi uma das fases mais engraçadas da minha vida e passados poucos meses já mes estava a estrear na Sé e a cantar ao lado do João Braga, do António Pinto Basto, do Pedro Moutinho, e por aí fora. Uma delícia. Corri muitas casas de fados a cantar, fiz também estrada, fiz festas de estudantes, de escuteiros, eu sei lá...
Foi assim que tudo começou e apeteceu-me contar aqui esta história depois de ontem ter estado a ouvir a Prova Oral, que era sobre fado.
Obrigada Ricardo (o rapaz que estava à porta do anfiteatro e que me obrigou a cantar) e António e Eduardo (os guitarristas que me acompanharam em muitos momentos importantes e que me ensinaram muita coisa bonita).
Sniff!
terça-feira, março 14, 2006
Pensamento do dia
Não fui eu que disse...
Se o Benfica não consegue ganhar à Naval não merece ser campeão europeu.
by Koeman
Este raciocínio é bonito e como o Coisas que Tal o apoia (ao raciocínio) aqui fica publicado, para a eternidade...
Se o Benfica não consegue ganhar à Naval não merece ser campeão europeu.
by Koeman
Este raciocínio é bonito e como o Coisas que Tal o apoia (ao raciocínio) aqui fica publicado, para a eternidade...
segunda-feira, março 13, 2006
Prometi mas não vou cumprir
Quando soube que tinha entrado na Nova Gente prometi que iriam ter aqui episódios fresquinhos sobre coisas engraçadas que lá se passavam. Infelizmente e contra a minha vontade esta promessa vai ficar por cumprir e explico porquê:
(vai ter de ser assim)
Épé quepe lápá napa repevispistapa jápá despescopobripirampam quepe eupeu tepenhopo umpum blogplog. Epi porpor ipissopo nãopão voupou popoderper conpontarpar epessaspas coipoisaspas. Despesculpulpempem.
Acham que a malta lá da revista consegue decifrar isto? Já agora, aproveito para mandar um grande abraço à amiga de uma das colegas que, pelos vistos, é leitora aqui do Coisas.
(vai ter de ser assim)
Épé quepe lápá napa repevispistapa jápá despescopobripirampam quepe eupeu tepenhopo umpum blogplog. Epi porpor ipissopo nãopão voupou popoderper conpontarpar epessaspas coipoisaspas. Despesculpulpempem.
Acham que a malta lá da revista consegue decifrar isto? Já agora, aproveito para mandar um grande abraço à amiga de uma das colegas que, pelos vistos, é leitora aqui do Coisas.
O desafio das manias
Respondendo ao desafio lançado, posso dizer que, basicamente, tenho uma mania. Tenho a mania que sou boa! E pronto, como tenho esta mania furto-me facilmente a responder a um desafio lançado na blogosfera em que temos de escrever as nossas cinco manias. Como tenho a mania que sou boa, escrevo só uma. Ora toma, ou como diria o Artur Agostinho no anúncio dos óculos "ó larila!" (será que foi ele que inventou aquilo ou estava mesmo no guião?).
“Meme” (e não é uma ovelha)
Depois do desafio lançado pela Leididi ( O Blog do Desassossego ), cá vai:
«Cada bloguista participante tem de enunciar cinco manias suas, hábitos muito pessoais que os diferenciem do comum dos mortais. E além de dar ao público conhecimento dessas particularidades, tem de escolher cinco outros bloguistas para entrarem, igualmente, no jogo, não se esquecendo de deixar nos respectivos blogs aviso do ‘recrutamento’. Ademais, cada participante deve reproduzir este ‘regulamento’ no seu blog.»
1. Tenho a mania das listas (ver arquivos de Abril.2005 )
2. Tenho a mania dos provérbios (ver Ventoinha à sexta-feira )
3. Tenho a mania de dar a minha opinião quando não ma pedem
4. Tenho a mania de não gostar de futebol e ainda assim ser do Sporting
5. Tenho a mania de ficar à espera que a Ana também conte as suas manias
E porque também tenho a mania de não saber pôr links, aqui estão os cinco blogs a quem relanço o T.P.C. :
- GranMarta, Sergonov e QZ do Venteca
- Jubi do Pontapé de Canto e Jubi or not Jubi
- Kurtinaitis, Mr Wood e Plasma do Scratch the Mikas
- Lobo do Do Caminhar
- Carneiro do Minimal Karn (www.carneirodixit.blogspot.com )
«Cada bloguista participante tem de enunciar cinco manias suas, hábitos muito pessoais que os diferenciem do comum dos mortais. E além de dar ao público conhecimento dessas particularidades, tem de escolher cinco outros bloguistas para entrarem, igualmente, no jogo, não se esquecendo de deixar nos respectivos blogs aviso do ‘recrutamento’. Ademais, cada participante deve reproduzir este ‘regulamento’ no seu blog.»
1. Tenho a mania das listas (ver arquivos de Abril.2005 )
2. Tenho a mania dos provérbios (ver Ventoinha à sexta-feira )
3. Tenho a mania de dar a minha opinião quando não ma pedem
4. Tenho a mania de não gostar de futebol e ainda assim ser do Sporting
5. Tenho a mania de ficar à espera que a Ana também conte as suas manias
E porque também tenho a mania de não saber pôr links, aqui estão os cinco blogs a quem relanço o T.P.C. :
- GranMarta, Sergonov e QZ do Venteca
- Jubi do Pontapé de Canto e Jubi or not Jubi
- Kurtinaitis, Mr Wood e Plasma do Scratch the Mikas
- Lobo do Do Caminhar
- Carneiro do Minimal Karn (www.carneirodixit.blogspot.com )
sexta-feira, março 10, 2006
Iniciativa privada com alguma piada
Sente-se que algo está a mudar quando alguém faz obras num prédio perto da estação de comboios e lhe chama "Amadora Palace".
(mesmo não existindo qualquer referência ao número de estrelas e a cervejaria do lado manter orgulhosamente a porta aberta ao cheiro da febra e do courato)
(mesmo não existindo qualquer referência ao número de estrelas e a cervejaria do lado manter orgulhosamente a porta aberta ao cheiro da febra e do courato)
quinta-feira, março 09, 2006
Barracada à Oliveira
Estava há pouco tempo no meu novo emprego quando me chamam ao telefone.
Era o médico da empresa, tinha de ir à consulta para poder assinar contrato e aquelas coisas... Ainda ao telefone: "Doutor eu não sei onde fica o seu gabinete". Do outro lado resposta pronta: "Não há problema. Sabe onde é o refeitório?" (Sim, é verdade, a minha empresa tem cantina e quando lá almoçamos passamos um cartão e descontam-nos a refeição directamente do ordenado!) "Sabe onde é o refeitório? Então encontramo-nos lá que eu vou ter consigo".
Ao chegar à cantina vejo o médico a aproximar-se de bata branca. Caminho em sua direcção com o ar mais saudável do mundo e já de mão estendida: "Doutor...". Uma abanar de cabeça acompanhado de: "Não não, eu sou o cozinheiro".
Ups!
Era o médico da empresa, tinha de ir à consulta para poder assinar contrato e aquelas coisas... Ainda ao telefone: "Doutor eu não sei onde fica o seu gabinete". Do outro lado resposta pronta: "Não há problema. Sabe onde é o refeitório?" (Sim, é verdade, a minha empresa tem cantina e quando lá almoçamos passamos um cartão e descontam-nos a refeição directamente do ordenado!) "Sabe onde é o refeitório? Então encontramo-nos lá que eu vou ter consigo".
Ao chegar à cantina vejo o médico a aproximar-se de bata branca. Caminho em sua direcção com o ar mais saudável do mundo e já de mão estendida: "Doutor...". Uma abanar de cabeça acompanhado de: "Não não, eu sou o cozinheiro".
Ups!
segunda-feira, março 06, 2006
Vícios impossíveis (dava um bom título para um filme)
Sou completamente viciada em televisão. Acho que já tinha disto isto aqui (deve ter sido para aí há um ano - que bom poder dizer isto, o blog já fez um aninho...sniff), bom... acho que já tinha dito isto aqui mas o que ainda não tinha dito, ou se calhar já (para aí há um ano também) é que só tenho quatro canais. Exactamente, não são quarenta, são quatro canais! Eu sei, já é suficientemente triste alguém ser viciado em televisão (nem dá moca nem deixa dar), para ainda por cima matar o vício com a RTP 1, a 2:, a SIC e a TVI.
O meu prato favorito é basicamente tudo o que mexa e tenha legendas no rodapé. Tudo o resto é lixo. Acontece que estas coisas com legendas passam normalmente a horas tardias. Como tenho de me levantar cedo e não aguento muitas noitadas (fico com dores de cabeça, agoniada, com tonturas, ou seja, fico com todos os sintomas de grávida mas sem estar), faço por dormir cedo porque preciso invariavelmente de oito a nove horas de sono. Então chega ali uma hora que é um verdadeiro suplício. Sou eu a querer ver as coisas com legendas e assim matar o vício e sou eu a ver que já só tenho sete horas e vinte e dois minutos para dormir.
Por exemplo, ao fim-de-semana irrito-me sempre porque tenho muito mais horas disponíveis para ver televisão mas acabo sempre por adormecer porque não consegui dormir até mais tarde porque acordo todos os dias à mesma hora e o meu organismo já se habituou a estes horários e então mesmo que queira ficar na cama até mais tarde não consigo e irrito-me porque depois à noite tenho sono e não posso outra vez ver as legendas que eu gosto. Ufa!
Isto tudo porque estão a começar os Óscares. Como eu gostava de ver tudo, tudo até ao fim... e amanhã não acordar completamente grávida.
O meu prato favorito é basicamente tudo o que mexa e tenha legendas no rodapé. Tudo o resto é lixo. Acontece que estas coisas com legendas passam normalmente a horas tardias. Como tenho de me levantar cedo e não aguento muitas noitadas (fico com dores de cabeça, agoniada, com tonturas, ou seja, fico com todos os sintomas de grávida mas sem estar), faço por dormir cedo porque preciso invariavelmente de oito a nove horas de sono. Então chega ali uma hora que é um verdadeiro suplício. Sou eu a querer ver as coisas com legendas e assim matar o vício e sou eu a ver que já só tenho sete horas e vinte e dois minutos para dormir.
Por exemplo, ao fim-de-semana irrito-me sempre porque tenho muito mais horas disponíveis para ver televisão mas acabo sempre por adormecer porque não consegui dormir até mais tarde porque acordo todos os dias à mesma hora e o meu organismo já se habituou a estes horários e então mesmo que queira ficar na cama até mais tarde não consigo e irrito-me porque depois à noite tenho sono e não posso outra vez ver as legendas que eu gosto. Ufa!
Isto tudo porque estão a começar os Óscares. Como eu gostava de ver tudo, tudo até ao fim... e amanhã não acordar completamente grávida.
sábado, março 04, 2006
Pontuação II
. A vírgula tem quase tanta incerteza como o ponto de interrogação. Nunca sabe bem onde se deve encostar, se com o advérbio ou perto do substantivo, sabendo de antemão que com o verbo nem pensar! Na proximidade do ponto e vírgula fica nervosa e as reticências deixam-na em suspenso...
Luas de Março
Quarto Crescente - Dia 06 às 20h16
Lua Cheia - Dia 14 às 23h35
Quarto Minguante - Dia 22 às 19h11
Lua Nova - Dia 29 às 10h15
(Mas se preferirem as Águas de Março, também se arranjam..)
Lua Cheia - Dia 14 às 23h35
Quarto Minguante - Dia 22 às 19h11
Lua Nova - Dia 29 às 10h15
(Mas se preferirem as Águas de Março, também se arranjam..)
sexta-feira, março 03, 2006
Pontuação
. Às vezes chego à conclusão que as reticências não eram... senão um ponto final. Ou, pelo contrário, que o ponto final afinal era uma coisa que tal-vez.
Charcutaria
. Passo vidas a encher, a encher... a encher chouriços e a engolir sapos, e sabem deus e o diabo quantas as vezes em que rio para não chorar. Por isso tenho cada vez menos paciência para que me lamuriem ao tímpano. Custa a todos, meus amigos.
. Guarnece-se da vontade ainda pura a tripa da pele e em seguida bota-se ao fumeiro. O segredo de saber quando está no ponto certo reside na dita maturidade.
. Colocavam bombas que não eram de Carnaval nos cintos anónimos tal qual quem constrói sem malícia flautas de Pã com canas; como quem seca presuntos logo depois da matança mesmo não comendo porco. A razão de ser era um bocado indiferente até para o profeta; bastavam umas caricaturas.
. Que venha, que venha
O tempo da apanha
E mais uma manha
P’ra minha gadanha.
. Guarnece-se da vontade ainda pura a tripa da pele e em seguida bota-se ao fumeiro. O segredo de saber quando está no ponto certo reside na dita maturidade.
. Colocavam bombas que não eram de Carnaval nos cintos anónimos tal qual quem constrói sem malícia flautas de Pã com canas; como quem seca presuntos logo depois da matança mesmo não comendo porco. A razão de ser era um bocado indiferente até para o profeta; bastavam umas caricaturas.
. Que venha, que venha
O tempo da apanha
E mais uma manha
P’ra minha gadanha.
quinta-feira, março 02, 2006
CANÇÃO DA MAIS ALTA TORRE
«
Que venha, que venha
O tempo da apanha.
Eu esperei tanto
Que tudo esqueci.
As raivas, o pranto
Acabam-se aqui.
E uma sede langue
Escurece-me o sangue.
Que venha, que venha
O tempo da apanha.
Como o descampado
De flores de abandono
Coberto, deixado
Ao incenso e ao sono,
Para voos atrozes
De moscas ferozes.
Que venha, que venha
O tempo da apanha.
»
Jean-Arthur Rimbaud (1854-1891)
Iluminações / Uma Cerveja no Inferno
(tradução de Mário Cesariny)
Que venha, que venha
O tempo da apanha.
Eu esperei tanto
Que tudo esqueci.
As raivas, o pranto
Acabam-se aqui.
E uma sede langue
Escurece-me o sangue.
Que venha, que venha
O tempo da apanha.
Como o descampado
De flores de abandono
Coberto, deixado
Ao incenso e ao sono,
Para voos atrozes
De moscas ferozes.
Que venha, que venha
O tempo da apanha.
»
Jean-Arthur Rimbaud (1854-1891)
Iluminações / Uma Cerveja no Inferno
(tradução de Mário Cesariny)
sábado, fevereiro 25, 2006
Acta da Assembleia geral do Carnaval que tal (se tivesse acontecido)
Mas eis que tudo se inverte como que por magia... e o carnaval que tal acontece! A Ana toma um café duplo com Frangélico e natas, melhora da constipação e aparece com o Jubi, que trocou o turno com o colega médico ucraniano. O Sergonov, chateado por não ir ajudar o irmão nas mudanças como tinha prometido, pega-se numa venteca encalorada Benfica-Sporting com a GranMarta. Os Ventoinhas são chamados para arrefecer os ânimos. O GranPestana aparece como que por milagre mas só deita a sua GranPestana para a Lísia, a tentar adivinhar qual o modelo que ela escolheu para o vestido de noiva. Entretanto chega o Lobo a afiar as garras e a uivar para os presentes. Mais uma vez é solicitada a intervenção dos Ventoinhas que actuam eficientemente no refrescar das ideias. A Rita confidencia-me que deviam ter ido ter com o casal amigo da passagem de ano. A Pipoca deixou o salero em Espanha e aparece mais doce que nunca. De repente apercebo-me que faltam amigos e coisas que tal. Os Polacos são impedidos de entrar já que as suas cabeças não passam nas ombreiras das portas. Descubro que o Carneiro foi passar o Carnaval que tal à terra natal e que o Vodka7 já vai no 8º e por isso não atende o telefone. Os Virilhas de Platina também acabam por aparecer pois qualquer altura é boa para coçar a micose. Quase no final da festa aparece a Leididi e é aí que se instala a confusão total, pois todos a julgavam morta num túnel lá para os lados de Paris. Só no dia seguinte venho a saber que a Mary também lá estava, só que escondida atrás da máquina fotográfica, e que o QZ também marcou presença mas como foi o único que foi mascarado não reconheceu nenhum dos convivas. Eu acabei por ir apanhar um táxi porque vou trabalhar amanhã, mas quando chegar a casa se calhar ainda vos dedico um post a todos. Até ao 2º aniversário!!
Pessoal, não apareçam no Carnaval que tal!
A companheira Ana está constipada, os gregos foram para Tróia e os troianos para a Grécia, portanto o convívio vai ficar adiado para outras núpcias. Alguma reclamação... não é comigo, ok?
quarta-feira, fevereiro 22, 2006
Piadinha espanhola que eu gosto e que se não me engano me foi contada pelo Jubi há um bom par de anos
- Hola! Yo soy de Paraguay y vengo aquí para comer tu mujer...
- Para qué??
- Paraguay.
- Para qué??
- Paraguay.
terça-feira, fevereiro 21, 2006
Carnaval que tal
Fez no dia 17 um ano que a Ana escreveu neste blog "A estreia" do Coisas que tal prespectivando um Espero que seja o início de uma longa viagem cheia de coisas boas (acho que podemos dizer que foi mesmo!) Também foi na passada sexta-feira que me tornei numa verdadeira balzaquiana. (Obrigada à Tacha, a ÚNICA a dar-me os parabéns virtuais ;-). E é neste clima punjente de comemorações que surje a festarola do Carnaval que tal... para assinalar o 1º aniversário e reunir a Liga dos amigos deste humilde blog. Convoca-se toda a Assembleia Geral a comparecer no Sábago, 25, pelas 10 da noite para convívio no Bicaense. Quem quiser pode ir mascarado, haverá prémio para o melhor e castigos para quem não aparecer. Até lá!
Meteorologia
. O poema encontrou as rimas no arco-íris de um dia ora nublado ora risonho. Instalou-se de armas e bagagens no movimento do cotovelo à mão que segura a caneta. Foi desenhando linhas curtas, porém os versos terminaram quando principiou a chover. Sentou-se então à espera da Primavera.
. Evaporar, condensar, cair como chuva, correr nos leitos dos rios e na lama dos caminhos, é o destino cíclico de uma gota de água. Tal e qual a vida dos sentimentos.
. Paixão é trovoada, raios e coriscos, descargas eléctricas e arrepios na espinha, o coração a resfolegar como se trovão. Depois da tempestade vem mesmo a bonança?
. Tirem-me por favor este Inverno das costas. Adivinho-me uma velha com reumatismo.
. Evaporar, condensar, cair como chuva, correr nos leitos dos rios e na lama dos caminhos, é o destino cíclico de uma gota de água. Tal e qual a vida dos sentimentos.
. Paixão é trovoada, raios e coriscos, descargas eléctricas e arrepios na espinha, o coração a resfolegar como se trovão. Depois da tempestade vem mesmo a bonança?
. Tirem-me por favor este Inverno das costas. Adivinho-me uma velha com reumatismo.
quarta-feira, fevereiro 15, 2006
Isto é bonito
Ontem foi dia dos namorados. Passei o dia todo a ver passar rosas, corações de peluche, cuecas fio dental a dizer "esta é a tua noite", enfim... uma panóplia de coisas verdadeiramente lamechas e até ordinaronas. Mas a caminho de casa, apareceu a coisa mais linda de todas.
Entre as curvas sinuosas que ligam Mafra à Póvoa de Cima iam aparecendo cartolinas penduradas nas árvores com palavras soltas. Ao início não estava a perceber nada daquilo, mas depois de alguns quilómetros, as cartolinas foram fazendo sentido: E é amar-te....... assim ........ perdidamente.....é seres.....". E fiquei por aqui, o poema devia continuar para lá da Póvoa. Não é bonito?! Houve um maluco ou uma maluca qualquer que decidiu pendurar estas palavras no percurso para casa da sua cara-metade. Isto é bem bonito... ainda estou toda arrepiada.
Entre as curvas sinuosas que ligam Mafra à Póvoa de Cima iam aparecendo cartolinas penduradas nas árvores com palavras soltas. Ao início não estava a perceber nada daquilo, mas depois de alguns quilómetros, as cartolinas foram fazendo sentido: E é amar-te....... assim ........ perdidamente.....é seres.....". E fiquei por aqui, o poema devia continuar para lá da Póvoa. Não é bonito?! Houve um maluco ou uma maluca qualquer que decidiu pendurar estas palavras no percurso para casa da sua cara-metade. Isto é bem bonito... ainda estou toda arrepiada.
terça-feira, fevereiro 07, 2006
sábado, fevereiro 04, 2006
Histórias verídicas cá da minha terra II
Depois do almoço, os meus pais vão sempre beber um cafezinho aqui ao café da zona que é o "Bolinhas". Ontem, lá estavam eles a beber a sua chavenazita quando aparece uma senhora que eles já conheciam aqui da zona, mas com a qual não tinham assim muita confiança.
A conversa começou e, para não ser indelicada, a minha mãe convidou a dita senhora a sentar-se. Lá começaram a falar, dos filhos, do tempo, das casas... Ela queria saber onde é que era exactamente a casa dos meus pais e tal...
Bom, enquanto a conversa se desenrolava na mesa, o dono do café, o senhor João, ia olhando de soslaio, mas bem atento ao que se estava ali a passar. Entretanto, a dita vizinha continuava sem perceber onde é que nós morávamos.
A minha mãe, para ir despachando a tarde, pediu licença e foi ao mini-mercado (que é dentro do café), e estava lá junto a uma preteleira quando o senhor João se chega devagarinho ao pé dela e começa: "Eu não gosto de estar neste papel, mas não me sinto bem se não vos avisar de uma coisa. É que a senhora que está sentada agora na mesa com o seu marido é doente... ela rouba as chaves de casa das pessoas para lá ir e roubar coisas. Está sempre a acontecer".
Um frio corre pela espinha da minha mãe enquanto de pescoço esticado vê o meu pai ainda na mesa a desdobrar-se em gestos para explicar da melhor forma onde é que a casa fica. Ao lado da chávena repousa incólume a frágil e ingénua chave. A minha mãe corre para lá e faz um daqueles olhares ao meu pai que só os casais que estão há mais de trinta anos juntos entendem e o meu ele lá se levanta despedindo-se da vizinha e agarrando na chave sem perceber que estava prestes a entregar o recheio da sua casa à maluca da Póvoa de Baixo.
Medo! Muito medo!
A conversa começou e, para não ser indelicada, a minha mãe convidou a dita senhora a sentar-se. Lá começaram a falar, dos filhos, do tempo, das casas... Ela queria saber onde é que era exactamente a casa dos meus pais e tal...
Bom, enquanto a conversa se desenrolava na mesa, o dono do café, o senhor João, ia olhando de soslaio, mas bem atento ao que se estava ali a passar. Entretanto, a dita vizinha continuava sem perceber onde é que nós morávamos.
A minha mãe, para ir despachando a tarde, pediu licença e foi ao mini-mercado (que é dentro do café), e estava lá junto a uma preteleira quando o senhor João se chega devagarinho ao pé dela e começa: "Eu não gosto de estar neste papel, mas não me sinto bem se não vos avisar de uma coisa. É que a senhora que está sentada agora na mesa com o seu marido é doente... ela rouba as chaves de casa das pessoas para lá ir e roubar coisas. Está sempre a acontecer".
Um frio corre pela espinha da minha mãe enquanto de pescoço esticado vê o meu pai ainda na mesa a desdobrar-se em gestos para explicar da melhor forma onde é que a casa fica. Ao lado da chávena repousa incólume a frágil e ingénua chave. A minha mãe corre para lá e faz um daqueles olhares ao meu pai que só os casais que estão há mais de trinta anos juntos entendem e o meu ele lá se levanta despedindo-se da vizinha e agarrando na chave sem perceber que estava prestes a entregar o recheio da sua casa à maluca da Póvoa de Baixo.
Medo! Muito medo!
sexta-feira, fevereiro 03, 2006
HÁS-DE aprender
Se há erro do português que me enerva profundamente* é este:
- Epá, "há-des" ver aquele filme...
(ou pior ainda, escrito como já li)
- "Ades" ouvir aquele som...
Não é assim, porra! Verbo haver: eu hei, tu hás, logo HÁS-DE quando se usa a forma na segunda pessoa. Do mesmo modo, o verbo haver = existir, logo não se pode escrever "ontem há tarde" ou coisas do género, mas dizer "há dois anos" está correcto. Por favor, mais atenção! E já agora: "Hades" é a divindade grega dos infernos...
* HÁ muitos outros erros que me irritam... e até pode começar aqui uma rubrica ao melhor estilo Edite Estrela; solicitam-se contribuições citando os erros ortográficos mais frequentes
- Epá, "há-des" ver aquele filme...
(ou pior ainda, escrito como já li)
- "Ades" ouvir aquele som...
Não é assim, porra! Verbo haver: eu hei, tu hás, logo HÁS-DE quando se usa a forma na segunda pessoa. Do mesmo modo, o verbo haver = existir, logo não se pode escrever "ontem há tarde" ou coisas do género, mas dizer "há dois anos" está correcto. Por favor, mais atenção! E já agora: "Hades" é a divindade grega dos infernos...
* HÁ muitos outros erros que me irritam... e até pode começar aqui uma rubrica ao melhor estilo Edite Estrela; solicitam-se contribuições citando os erros ortográficos mais frequentes
quarta-feira, fevereiro 01, 2006
terça-feira, janeiro 31, 2006
Gajo por um dia
Não chega a ser um daqueles desejos tipo génio da lâmpada, mas gostava de experimentar ser gajo por um dia. Nada de "Senhora Dona Lade" em versão macho... não desejo colar nenhum bigode e ir tomar conta do churrasco com a camisa aberta até à barriga; não me imagino com os amigalhaços a falar da bola enquanto coço a tomatada e atiro piropos às miúdas a palitar os dentes. Não, não me interesso nada por esse lado psicológico-latino-típico... o que eu queria mesmo era experimentar a parte biológica da questão, ou seja ter uma pila. Gostava de ser gajo por um dia para poder mijar em arco do alto de uma arriba, ou contra uma árvore, conhecer a sensação que é ter uma erecção, tocar à campainha e entrar pela porta em vez de a abrir. E depois voltar ao território feminino à meia-noite, antes de me transformar numa abóbora, e acordar... sequinha.
quinta-feira, janeiro 26, 2006
Alergia II - O regresso
Antes de mais peço desculpa por mais esta interrupção bloguística mas a verdade é que o jet set anda completamente louco e não tem dado descanso.
Obrigada Gui por manteres a chama acesa. Mas vamos lá a isso.
Suspendi o basquet. Durante o treino da última quinta-feira comecei outra vez com a reacção alérgica que já vos tinha contado e que tinha ocorrido durante um jogo em casa há cerca de um mês.
Como não posso desatar a inchar que nem uma louca e a levar doses de curtizona no rabo e na corrente sanguínea através de injecções dadas por enfermeiros que eu mal conheço, decidi suspender a actividade até as técnicas da medicina responderem à questão: Afinal ao que é que eu sou alérgica?
Estou triste. Acreditem ou não chorei baba e ranho quando vinha do hospital para casa mas a minha mãe ia a consolar-me com mensagens curtas e irritantes como: "Isso, descarrega que faz-te bem"; ou "depois inscreves-te na ginástica". Enfim, como podem ver o sentimento down já passou e já falo disto com uma certa naturalidade.
É que no fim de contas e depois de fazer (precisamente) umas contas cheguei a uma conclusão. Em 19 jogos, a minha equipa da Malveira conseguiu ganhar dois. O primeiro foi aquele em que apenas consegui jogar sete minutos e depois me deu a alergia;o segundo foi no fim-de-semana passado, jogo ao qual eu também não compareci por estar ainda combalida pelos efeitos da alergia.
Dispensam-se leituras aos factos aqui relatados e são proibidas piadas do género "a tua equipa só ganha quando tu não jogas".
Um abraço fraterno daqueles com espuma a lembrar os cantos da boca do nosso novo Presidente da República (Biéc)
Observação: (ainda sobre a alergia) O único factor comum nos dois dias em que comecei a inchar reside numas meias de basquet da Reebok que a esta altura já estão no lixo. Os meus pais acham que não é das meias. A minha vida é feita de histórias absurdas e a sorte é que eu gosto dela assim.
Obrigada Gui por manteres a chama acesa. Mas vamos lá a isso.
Suspendi o basquet. Durante o treino da última quinta-feira comecei outra vez com a reacção alérgica que já vos tinha contado e que tinha ocorrido durante um jogo em casa há cerca de um mês.
Como não posso desatar a inchar que nem uma louca e a levar doses de curtizona no rabo e na corrente sanguínea através de injecções dadas por enfermeiros que eu mal conheço, decidi suspender a actividade até as técnicas da medicina responderem à questão: Afinal ao que é que eu sou alérgica?
Estou triste. Acreditem ou não chorei baba e ranho quando vinha do hospital para casa mas a minha mãe ia a consolar-me com mensagens curtas e irritantes como: "Isso, descarrega que faz-te bem"; ou "depois inscreves-te na ginástica". Enfim, como podem ver o sentimento down já passou e já falo disto com uma certa naturalidade.
É que no fim de contas e depois de fazer (precisamente) umas contas cheguei a uma conclusão. Em 19 jogos, a minha equipa da Malveira conseguiu ganhar dois. O primeiro foi aquele em que apenas consegui jogar sete minutos e depois me deu a alergia;o segundo foi no fim-de-semana passado, jogo ao qual eu também não compareci por estar ainda combalida pelos efeitos da alergia.
Dispensam-se leituras aos factos aqui relatados e são proibidas piadas do género "a tua equipa só ganha quando tu não jogas".
Um abraço fraterno daqueles com espuma a lembrar os cantos da boca do nosso novo Presidente da República (Biéc)
Observação: (ainda sobre a alergia) O único factor comum nos dois dias em que comecei a inchar reside numas meias de basquet da Reebok que a esta altura já estão no lixo. Os meus pais acham que não é das meias. A minha vida é feita de histórias absurdas e a sorte é que eu gosto dela assim.
Cervejaria
. Da pressão do barril partiram os navegadores a largar âncora a leste, a passear o destino pelo Índico.
. Lisboa é uma mulher de sete curvas e outras tantas colinas. E dança.
. Dizem desta cidade que é egoísta como aranha tecendo teia à volta de um pires de tremoços.
. Querer viver vida apaixonada, abrindo portas e cortinas, criando laços.
. Dos cabelos espigados das searas, vai nascer a Primavera lá longe.
terça-feira, janeiro 24, 2006
These are (a lot of) my favourite things
moinhos de vento
castelos nas nuvens
castelos na areia
o cheiro dos livros velhos
o cheiro dos livros novos
paredes pintadas de fresco
fotografias de portas
flores nos parapeitos
caniçais à beira de falésias
praias desertas
gaivotas em terra
as folhas das árvores no Outono
fins de tarde no Verão
o cheiro da terra molhada
o cheiro das maças maduras
campanários de igrejas
instrumentos de sopro
águas-furtadas
lareiras a arder
lençóis quentes
canetas de aparo
postais de todas as cores e feitios
a palavra Fim num livro
a palavra Amor na vida
olhos a brilhar
o sorriso da minha sobrinha
mil sorrisos
coisas entre parêntesis
coisas que tal
castelos nas nuvens
castelos na areia
o cheiro dos livros velhos
o cheiro dos livros novos
paredes pintadas de fresco
fotografias de portas
flores nos parapeitos
caniçais à beira de falésias
praias desertas
gaivotas em terra
as folhas das árvores no Outono
fins de tarde no Verão
o cheiro da terra molhada
o cheiro das maças maduras
campanários de igrejas
instrumentos de sopro
águas-furtadas
lareiras a arder
lençóis quentes
canetas de aparo
postais de todas as cores e feitios
a palavra Fim num livro
a palavra Amor na vida
olhos a brilhar
o sorriso da minha sobrinha
mil sorrisos
coisas entre parêntesis
coisas que tal
segunda-feira, janeiro 23, 2006
Margarida Triste sem Manuel Alegre
Ontem à tarde, ao pôr uma cruz no boletim de voto, ainda me sobrava uma réstia de esperança, um sopro da vontade de mudança. O povo é soberano, não é o que dizem?; só não tem vocação para reinar... mas isso são outros quinhentos, mais outros tantos abstencionistas.
quinta-feira, janeiro 19, 2006
Coisas que tal segundo Fernando Pessoa
« (...)
Não tomando nada a sério, nem considerando que nos fosse dada, por certa, outra realidade que não as nossas sensações, nelas nos abrigamos, e a elas exploramos como a grandes países desconhecidos. E, se nos empregamos assiduamente, não só na contemplação estética mas também na expressão dos seus modos e resultados, é que a prosa ou o verso que escrevemos, destituídos de vontade de querer convencer o alheio entendimento ou mover a alheia vontade, é apenas como o falar alto de quem lê, feito para dar plena objectividade ao prazer subjectivo da leitura.
Sabemos bem que toda a obra tem que ser imperfeita, e que a menos segura das nossas contemplações será a daquilo que escrevemos. Mas imperfeito é tudo, nem há poente tão belo que o não pudesse ser mais, ou brisa leve que nos dê sono que não pudesse dar-nos um sono mais calmo ainda. E assim, contempladores iguais das montanhas e das estátuas, gozando os dias como os livros, sonhando tudo, sobretudo, para o converter na nossa íntima substância, faremos também descrições e análises, que, uma vez feitas, passarão a ser coisas alheias, que podemos gozar como se viessem na tarde.
(...) »
Fernando Pessoa in O Livro do Desassossego
Não tomando nada a sério, nem considerando que nos fosse dada, por certa, outra realidade que não as nossas sensações, nelas nos abrigamos, e a elas exploramos como a grandes países desconhecidos. E, se nos empregamos assiduamente, não só na contemplação estética mas também na expressão dos seus modos e resultados, é que a prosa ou o verso que escrevemos, destituídos de vontade de querer convencer o alheio entendimento ou mover a alheia vontade, é apenas como o falar alto de quem lê, feito para dar plena objectividade ao prazer subjectivo da leitura.
Sabemos bem que toda a obra tem que ser imperfeita, e que a menos segura das nossas contemplações será a daquilo que escrevemos. Mas imperfeito é tudo, nem há poente tão belo que o não pudesse ser mais, ou brisa leve que nos dê sono que não pudesse dar-nos um sono mais calmo ainda. E assim, contempladores iguais das montanhas e das estátuas, gozando os dias como os livros, sonhando tudo, sobretudo, para o converter na nossa íntima substância, faremos também descrições e análises, que, uma vez feitas, passarão a ser coisas alheias, que podemos gozar como se viessem na tarde.
(...) »
Fernando Pessoa in O Livro do Desassossego
quarta-feira, janeiro 18, 2006
terça-feira, janeiro 17, 2006
sábado, janeiro 14, 2006
Santos da casa
São Jorge era o dono de um castelo em Lisboa. A cada visitante cobrava 3 Euros pela maravilha de se poder espreitar a cidade da muralha. Cobrava 3 Euros fosse a nacional ou a turista, pois esse São Jorge era moderno de contas mas não consta que percebesse de bilhetes de identidade.
Época de saldos
Leiam, meninos, que é barato!
Terminou a saga d’ A Cidade Egoísta, e precisa-se ilustrador para as personagens do velho, da jovem e do empregado. Foi uma história comentada p’lo Paperspace ... e ouvi dizer que o gajo faz uns desenhos catitas... Foi um história incompreendida, como me disse o Cláudio do Ventoinha, mas que me deu prazer escrever e repetir até à exaustão. O Ventoinha também tem crónicas em saldo, as minhas às sextas-feiras - os Provérbios Provados, às segundas a Pipoca e às quartas a Leididi... essas grandes queridas.
O Coisas que tal prepara-se assim para o início da nova estação, com as novidades da Ana na imprensa cor-de-rosa (já "anteleio" posts hilariantes) e a mega-festa do primeiro aniversário, o "Carnaval que tal" !
... é a tua deixa, miga...
Terminou a saga d’ A Cidade Egoísta, e precisa-se ilustrador para as personagens do velho, da jovem e do empregado. Foi uma história comentada p’lo Paperspace ... e ouvi dizer que o gajo faz uns desenhos catitas... Foi um história incompreendida, como me disse o Cláudio do Ventoinha, mas que me deu prazer escrever e repetir até à exaustão. O Ventoinha também tem crónicas em saldo, as minhas às sextas-feiras - os Provérbios Provados, às segundas a Pipoca e às quartas a Leididi... essas grandes queridas.
O Coisas que tal prepara-se assim para o início da nova estação, com as novidades da Ana na imprensa cor-de-rosa (já "anteleio" posts hilariantes) e a mega-festa do primeiro aniversário, o "Carnaval que tal" !
... é a tua deixa, miga...
quinta-feira, janeiro 12, 2006
Já não estou desempregada
No dia da entrevista de trabalho não tive tempo de ir à pedicure, mas vá lá... não tive de mostrar os pés.
Bom, a verdade é que a coisa correu bem e que a partir de amanhã faço parte da "Nova Gente". Dito de outra maneira, o jet set que se ponha a pau porque agora é que as broncas vão rebentar.
Já estou com saudades das senhoras do Centro de Emprego mas acho que vou ultrapassar isso facilmente. Deixo, para já, a vida de desempregada graças ao meu talento profissional. Sim, eu estava aqui bem sossegadita quando o próprio Jacques Rodrigues (nada mais nada menos que o dono da Impala) me liga a dizer que eu que nem pense em ir para jornais de referência nem para televisões, que ele me queria era a mim, que eu era a melhor e que o meu trabalho jornalístico o tinha deixado verdadeiramente espantado. Foi então que acordei e percebi que uma amiga minha me conseguia pôr na revista.
Uma coisa fica desde já prometida. Vão ser os primeiros a saber das fofocas dos famosos. Só para abrir o apetite, já tive a informação de que o José Castelo Branco vai à redacção uma vez por semana. Logo aqui, devo ter pano para mangas.
E pronto, segue mais uma nova etapa da minha vida, desta feita na imprensa cor-de-rosa. Viva a Nova Gente! Fora a Lux! Fora a Caras!
Meu Deus, como isto já está!!
Bom, a verdade é que a coisa correu bem e que a partir de amanhã faço parte da "Nova Gente". Dito de outra maneira, o jet set que se ponha a pau porque agora é que as broncas vão rebentar.
Já estou com saudades das senhoras do Centro de Emprego mas acho que vou ultrapassar isso facilmente. Deixo, para já, a vida de desempregada graças ao meu talento profissional. Sim, eu estava aqui bem sossegadita quando o próprio Jacques Rodrigues (nada mais nada menos que o dono da Impala) me liga a dizer que eu que nem pense em ir para jornais de referência nem para televisões, que ele me queria era a mim, que eu era a melhor e que o meu trabalho jornalístico o tinha deixado verdadeiramente espantado. Foi então que acordei e percebi que uma amiga minha me conseguia pôr na revista.
Uma coisa fica desde já prometida. Vão ser os primeiros a saber das fofocas dos famosos. Só para abrir o apetite, já tive a informação de que o José Castelo Branco vai à redacção uma vez por semana. Logo aqui, devo ter pano para mangas.
E pronto, segue mais uma nova etapa da minha vida, desta feita na imprensa cor-de-rosa. Viva a Nova Gente! Fora a Lux! Fora a Caras!
Meu Deus, como isto já está!!
A Cidade Egoísta 12
« DOCAS
Escoa-se o tempo em cristalina areia
dia a dia, por entre os nossos dedos,
arrastando pra longe alguns segredos
diluídos na sombra de uma teia
cada vez mais anónima e alheia
à noite que começa. Tarde ou cedo,
é preciso aceitar, vencer o medo,
olhar a multidão que saboreia
as horas, os minutos, os segundos
à beira deste mar, em esplanadas
onde todos parecem estar assim
desde sempre, à procura de outros mundos
neste pequeno mundo e nos seus nadas,
nesta pequena vida até ao fim.
»
Fernando Pinto do Amaral
Escoa-se o tempo em cristalina areia
dia a dia, por entre os nossos dedos,
arrastando pra longe alguns segredos
diluídos na sombra de uma teia
cada vez mais anónima e alheia
à noite que começa. Tarde ou cedo,
é preciso aceitar, vencer o medo,
olhar a multidão que saboreia
as horas, os minutos, os segundos
à beira deste mar, em esplanadas
onde todos parecem estar assim
desde sempre, à procura de outros mundos
neste pequeno mundo e nos seus nadas,
nesta pequena vida até ao fim.
»
Fernando Pinto do Amaral
quarta-feira, janeiro 11, 2006
Histórias verídicas cá da minha terra
Aconteceu-me ontem, conta-se em poucas palavras e deixa-nos a pensar.
A Dona Fernanda mora em Mafra, já não vai para nova e farta-se de ganhar dinheiro com o negócio da lenha. É gente boa, é gente da terra. Ontem fui-lhe comprar uns troncos para a fogueira com uma puta de uma alergia que me fez andar a espirrar para cima de tudo o que era sítio e de tudo o que era gente. Bom... eu para ali a espirrar, a espirrar e a conversa começa.
- Menina, isso tá mau...hã?
- Sim, é alergia.
- Eu também tenho disso. Às vezes quando fico assim mais quieta começo a espirrar, a espirrar, é aos dez e aos onze seguidos, até me fica a doer o umbigo.
Fim de história
Questão: A doer o "umbigo"???!!!
A Dona Fernanda mora em Mafra, já não vai para nova e farta-se de ganhar dinheiro com o negócio da lenha. É gente boa, é gente da terra. Ontem fui-lhe comprar uns troncos para a fogueira com uma puta de uma alergia que me fez andar a espirrar para cima de tudo o que era sítio e de tudo o que era gente. Bom... eu para ali a espirrar, a espirrar e a conversa começa.
- Menina, isso tá mau...hã?
- Sim, é alergia.
- Eu também tenho disso. Às vezes quando fico assim mais quieta começo a espirrar, a espirrar, é aos dez e aos onze seguidos, até me fica a doer o umbigo.
Fim de história
Questão: A doer o "umbigo"???!!!
terça-feira, janeiro 10, 2006
Não tenho tempo
Ai meu Deus! Amanhã tenho uma entrevista de trabalho. E só me avisam hoje, não há direito!! Vim só mesmo dar aqui um hello porque não tenho tempo para mais. Tenho de ir ao cabeleireiro, à manicure, à pedicure. Tenho de ir ver o que vestir. O mais certo é acabar mesmo numa loja de roupa afogada em camisolas, calças, saias e acessórios. Ai, ai! Se for saia, não era mal pensado ir à depilação. Convém dar também uma lavadela ao carro e aspirá-lo por dentro, não vá ter de dar uma boleia a alguém. Ai... porque é que as primeiras impressões são tão importantes?
domingo, janeiro 08, 2006
Os minutos de silêncio
Quem é que terá inventado o minuto de silêncio? A coisa deve ter sido mais ou menos assim: Fulano tal faleceu. "ÓManel diz aí umas palavritas." "Eu? não sei muito bem o que hei-de dizer. Fernando avança tu, é melhor." "É melhor? Então mas eu conheci-o uma semana antes de morrer!!". "Pronto, pronto, já sei, ninguém diz nada. Está o assunto arrumado".
Ontem, ao início de mais um jogo de basquet, um dos árbitros (esse grande larilas) anunciou-nos: "Atenção, vamos fazer meio minuto de silêncio". E eu arregalei-lhe logo os olhos com vontade de dizer: "Não faço!". Então não é?! Dizem-nos para ficarmos caladas e nós temos de ficar?? Mas por que carga de água? Quem é que morreu? Nem sei quem é que faleceu, vou pensar em quê?
Vá lá que já não era um minuto de silêncio, pelos vistos agora há a versão do meio minuto. Daqui a alguns anos é que vai ser bom. "Atenção, vamos fazer um segundo de silêncio... muito bem, quem é que vai buscar as jolas?".
Bom, certo certo é que cobardolas como só eu sou lá fiz a porcaria do meio minuto de silêncio em homenagem nem sei a quem. Mas para aí aos vinte segundos não aguentei e em sinal de protesto por estar a ser obrigada a calar-me ainda fiz um 'hrrum hrrum' de garganta.
É que nem eu nem ninguém naquele pavilhão sabia quem é que estava a merecer tal silêncio. Ou seja, aqueles trinta segundos tornam-se na coisa mais absurda que alguém jamais viu. Todos calados, com um ar muito sentido a olhar para o chão, mãos atrás das costas e depois em cada cabecinha, pensamentos diferentes: "Tenho de engraxar estas botas"; "Até me dói o rabo de ontem à noite"; ou, "a seguir a isto tenho de ir comprar uns bifes de perú".
A mim, nestas ocasiões, acontece-me sempre o mesmo."Epá, acho que estou com vontade de fazer chichi". Um pensamento já habitual quando, em pequena, no jogo das escondidas ficava ali tempos e tempos quieta à espera da melhor altura para salvar toda a gente e poder, finalmente, fazer chichi em paz.
Ontem, ao início de mais um jogo de basquet, um dos árbitros (esse grande larilas) anunciou-nos: "Atenção, vamos fazer meio minuto de silêncio". E eu arregalei-lhe logo os olhos com vontade de dizer: "Não faço!". Então não é?! Dizem-nos para ficarmos caladas e nós temos de ficar?? Mas por que carga de água? Quem é que morreu? Nem sei quem é que faleceu, vou pensar em quê?
Vá lá que já não era um minuto de silêncio, pelos vistos agora há a versão do meio minuto. Daqui a alguns anos é que vai ser bom. "Atenção, vamos fazer um segundo de silêncio... muito bem, quem é que vai buscar as jolas?".
Bom, certo certo é que cobardolas como só eu sou lá fiz a porcaria do meio minuto de silêncio em homenagem nem sei a quem. Mas para aí aos vinte segundos não aguentei e em sinal de protesto por estar a ser obrigada a calar-me ainda fiz um 'hrrum hrrum' de garganta.
É que nem eu nem ninguém naquele pavilhão sabia quem é que estava a merecer tal silêncio. Ou seja, aqueles trinta segundos tornam-se na coisa mais absurda que alguém jamais viu. Todos calados, com um ar muito sentido a olhar para o chão, mãos atrás das costas e depois em cada cabecinha, pensamentos diferentes: "Tenho de engraxar estas botas"; "Até me dói o rabo de ontem à noite"; ou, "a seguir a isto tenho de ir comprar uns bifes de perú".
A mim, nestas ocasiões, acontece-me sempre o mesmo."Epá, acho que estou com vontade de fazer chichi". Um pensamento já habitual quando, em pequena, no jogo das escondidas ficava ali tempos e tempos quieta à espera da melhor altura para salvar toda a gente e poder, finalmente, fazer chichi em paz.
sábado, janeiro 07, 2006
À beira do pontão pensava
Na manhã seguinte levantei-me cedo e cheirava a Ano Novo. Caminhei pela praia direta ao pontão, diposta a arrumar ideias, definições, resoluções, como se deve fazer quando um ano começa. Eram tantas as ideias, em luta por um lugar, enquanto à beira do pontão pensava... quis pô-las em fila, ordená-las por prioridade, deixar para o longo prazo as mais idealistas; rebelaram-se as ideias tentando sobrepôr-se entre si, querendo mais relevância, umas reclamando o arauto da mudança. Fiquei a pensar sem saber qual delas coroar, e deixei ficar então à beira do pontão um ponto de interrogação.
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Obra de ficção por encomenda do amigo lobo em 2005. A esta hora eu descansava enrolada num saco-cama térmico como se ainda não fosse 2006. Bom ano www.docaminhar.blogspot.com
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Obra de ficção por encomenda do amigo lobo em 2005. A esta hora eu descansava enrolada num saco-cama térmico como se ainda não fosse 2006. Bom ano www.docaminhar.blogspot.com
sexta-feira, janeiro 06, 2006
quinta-feira, janeiro 05, 2006
O primeiro post do ano
Então vamos lá a isso....
O que quero que aconteça em 2006:
- Continuar a acreditar que o Pai Natal foi com os dois coelhinhos ao circo e que o Boca Doce é bom é!
- Que o Armando Gama recebesse um cheque-prenda do Instituto de Embelezamento Capilar.
- Que o José Cid abrisse esse instituto porque ainda não existe.
- Que uma colega minha do basquet tivesse mais tempo para ir à depilação e não se rapasse com a gilette no cubículo onde tomamos banho todas ao mesmo tempo.
- Que as grandes equipas de basquet me deixassem de assediar porque não é essa a carreira que quero seguir.
- Gostava de deixar de anunciar todas as manhãs que começo a fazer dieta amanhã.
- Conseguir dar gargalhadas sem som em determinadas ocasiões, nomeadamente em funerais.
- Ter mais do que quatro canais de televisão.
- Ter rede em casa.
- Ter telefone.
- Continuar com o subsídio de desemprego por tempo indeterminado pelo contributo que até agora já dei ao país.
- E, por último, continuar a tirar macacos do meu nariz no âmbito da minha higiene pessoal diária.
- Ah... esqueci-me de mais um ... que todos os meus puns fossem silenciosos.
Um bom ano para todos e que os vossos desejos se concretizem para logo a seguir arranjarem outros. Seus sôfregos!!
O que quero que aconteça em 2006:
- Continuar a acreditar que o Pai Natal foi com os dois coelhinhos ao circo e que o Boca Doce é bom é!
- Que o Armando Gama recebesse um cheque-prenda do Instituto de Embelezamento Capilar.
- Que o José Cid abrisse esse instituto porque ainda não existe.
- Que uma colega minha do basquet tivesse mais tempo para ir à depilação e não se rapasse com a gilette no cubículo onde tomamos banho todas ao mesmo tempo.
- Que as grandes equipas de basquet me deixassem de assediar porque não é essa a carreira que quero seguir.
- Gostava de deixar de anunciar todas as manhãs que começo a fazer dieta amanhã.
- Conseguir dar gargalhadas sem som em determinadas ocasiões, nomeadamente em funerais.
- Ter mais do que quatro canais de televisão.
- Ter rede em casa.
- Ter telefone.
- Continuar com o subsídio de desemprego por tempo indeterminado pelo contributo que até agora já dei ao país.
- E, por último, continuar a tirar macacos do meu nariz no âmbito da minha higiene pessoal diária.
- Ah... esqueci-me de mais um ... que todos os meus puns fossem silenciosos.
Um bom ano para todos e que os vossos desejos se concretizem para logo a seguir arranjarem outros. Seus sôfregos!!
sexta-feira, dezembro 30, 2005
O fim do ano não é o fim do blog
Estimados ouvintes, cá estamos nós, em directo, quase quase a despedirmo-nos de 2005. Agradecemos aos 4 grandes queridos que enviaram os seus textos de Natal.
Prometemos continuar alegremente em 2006.
Fim de emissão.
... 5... 4... 3....
Prometemos continuar alegremente em 2006.
Fim de emissão.
... 5... 4... 3....
segunda-feira, dezembro 26, 2005
« URGENTEMENTE
É urgente o amor.
É urgente um barco no mar.
É urgente destruir certas palavras,
ódio, solidão e crueldade,
alguns lamentos,
muitas espadas.
É urgente inventar alegria,
multiplicar os beijos, as searas,
é urgente descobrir rosas e rios
e manhãs claras.
Cai o silêncio nos ombros e a luz
impura até doer.
É urgente o amor, é urgente
permanecer.
»
Eugénio de Andrade
É urgente o amor.
É urgente um barco no mar.
É urgente destruir certas palavras,
ódio, solidão e crueldade,
alguns lamentos,
muitas espadas.
É urgente inventar alegria,
multiplicar os beijos, as searas,
é urgente descobrir rosas e rios
e manhãs claras.
Cai o silêncio nos ombros e a luz
impura até doer.
É urgente o amor, é urgente
permanecer.
»
Eugénio de Andrade
sábado, dezembro 24, 2005
Passatempo que tal
Às portas do final do nosso já bem sucedido passatempo de Natal, segue a contribuição do blogger Jubi (Jubi or not Jubi e Pontapé de Canto) onde se pode desde já antever um mãos largas à boa maneira americana. Aqui fica a sua mensagem, salpicada de sátira social.
Natal.
Ora aí está a época do ano que me transmite paz interior.
Porque será?
Porque não o ano todo?
Quero assim o ano todo!!!
O coração abre-se. (Só para alguns, porque no fundo, continuamos a 'não ir muito à bola' com aqueles que desprezamos durante todo o ano.)
Apetece-me oferecer, oferecer, dar, oferecer...mas para cumprir todos osmeus desejos doativos, eram necessários alguns trocos do Ti Belmiro de Azevedo. Para os cumprir na totalidade, é claro.
Mas ele que fique com os trocos, que eu cá me arranjo. Aposto que o meu Peru é mais 'inchado' que o dele.
Perdoem-me aqueles a quem eu queria dar alguma coisa e que o 'budget' já não permite.
Bem, também não lhes vou dar conta das minhas intenções, portanto, nunca saberão da minha missão falhada. Talvez para o ano.
Gosto de ver as pessoas a gastar sem estarem preocupadas. O Natal é isso mesmo, depois pensa-se nisso.
Um FELIZ NATAL para todos!!!!
Beijos para as 'Girls' e Abraços para os 'Boys'.
By Jubi
Natal.
Ora aí está a época do ano que me transmite paz interior.
Porque será?
Porque não o ano todo?
Quero assim o ano todo!!!
O coração abre-se. (Só para alguns, porque no fundo, continuamos a 'não ir muito à bola' com aqueles que desprezamos durante todo o ano.)
Apetece-me oferecer, oferecer, dar, oferecer...mas para cumprir todos osmeus desejos doativos, eram necessários alguns trocos do Ti Belmiro de Azevedo. Para os cumprir na totalidade, é claro.
Mas ele que fique com os trocos, que eu cá me arranjo. Aposto que o meu Peru é mais 'inchado' que o dele.
Perdoem-me aqueles a quem eu queria dar alguma coisa e que o 'budget' já não permite.
Bem, também não lhes vou dar conta das minhas intenções, portanto, nunca saberão da minha missão falhada. Talvez para o ano.
Gosto de ver as pessoas a gastar sem estarem preocupadas. O Natal é isso mesmo, depois pensa-se nisso.
Um FELIZ NATAL para todos!!!!
Beijos para as 'Girls' e Abraços para os 'Boys'.
By Jubi
quarta-feira, dezembro 21, 2005
Passatempo que tal
Hoje publicamos o contributo do blogger Paperspace que não deixa o arrepio por mãos alheias. Num discurso que não faz rodeios à crueldade quotidiana desta quadra, aqui fica então uma mensagem que nos deixa a todos a pensar um bocadinho.
O Natal...
Faltam cinco dias para o Natal.
Paz, amor, amizade, harmonia, solidariedade, que bom que é o Natal.
Somos todos amigos e é nesta época que se ajudam os mais desfavorecidos (o que deveria acontecer quanto menos esperamos e a qq época do ano).
O Natal é bonito, as ruas estão iluminadas, nas ruas ouve-se música.
Mas depois um pensamento se sobrepõe a este bonito cenário, e esquece-se tudo o que há de bom no Natal. Faltam cinco dias para o Natal, e ainda nao comprei nada.
Os dias que correm e a sociedade que nos rodeia roubou de nós o verdadeiro significado desse dia que é o Natal. Nao se esqueçam do presépio, porque ainda é das poucas coisas que contempla o espírito natalício.
Nao se deixem levar por insignificâncias e que o Vosso Natal, seja repleto de Alegria e Paz sinceramente é o que eu desejo...
um Bom e Glorioso ano de 2006.
beijos & abraços
by PaperSpace
O Natal...
Faltam cinco dias para o Natal.
Paz, amor, amizade, harmonia, solidariedade, que bom que é o Natal.
Somos todos amigos e é nesta época que se ajudam os mais desfavorecidos (o que deveria acontecer quanto menos esperamos e a qq época do ano).
O Natal é bonito, as ruas estão iluminadas, nas ruas ouve-se música.
Mas depois um pensamento se sobrepõe a este bonito cenário, e esquece-se tudo o que há de bom no Natal. Faltam cinco dias para o Natal, e ainda nao comprei nada.
Os dias que correm e a sociedade que nos rodeia roubou de nós o verdadeiro significado desse dia que é o Natal. Nao se esqueçam do presépio, porque ainda é das poucas coisas que contempla o espírito natalício.
Nao se deixem levar por insignificâncias e que o Vosso Natal, seja repleto de Alegria e Paz sinceramente é o que eu desejo...
um Bom e Glorioso ano de 2006.
beijos & abraços
by PaperSpace
terça-feira, dezembro 20, 2005
Passatempo que tal
Mais uma mensagem natalícia verdadeiramente arrepiante. Desta feita, pela mão talentosa de QZ (Venteca) que assim nos brinda com os seus diminutivozinhos engraçados. Ora cá vai...
Natal... que tal!
Olá o meu nome é QZ e eu gosto muito do Natal porque o Natal tem bacalhau…eu gosto muito de bacalhau!
O Natal é uma época muito linda porque aparecem mais pobrezinhos nas ruas e toda a gente quer ajudar, eu gosto muito de pobrezinhos porque eles só existem no Natal.
Eu gosto muito do Pai Natal porque ele costuma parar todo ano num tasco ali perto da Picheleira e depois aparece no Colombo com as criancinhas ao colo, a manda um grande hálito a peixe e a renas muito podres.
Eu gosto muito das criancinhas que ajudam o Pai Natal a fazer os brinquedinhos, chamam-se anões…zinhos indianos e chineses e ajudam muito o pai Natal porque são os anões…zinhos que fabricam os brinquedos muito baratinhos a 1€ que se vendem nas lojas de tudo a 1€ espalhadas por esse mundo afora...
Obrigado anões...zinhos indianos e chineses!
Eu gosto muito da Santa casa da misericórdia, porque a santa casinha da misericórdiazinha ajuda os desfavorecidos e gasta milhares de contos todos os meses em publicidade ao euro milhões, eu gosto muito do euro milhões porque o estado tem guardados nos seus cofres mais de 100milhões de euros para ajudar criancinhas quando elas crescerem lá pró Natal de Agosto de 2078
Eu gosto muito do Natal porque gosto muito do Natal, e no Natal é sempre Natal!
by, QZ
Natal... que tal!
Olá o meu nome é QZ e eu gosto muito do Natal porque o Natal tem bacalhau…eu gosto muito de bacalhau!
O Natal é uma época muito linda porque aparecem mais pobrezinhos nas ruas e toda a gente quer ajudar, eu gosto muito de pobrezinhos porque eles só existem no Natal.
Eu gosto muito do Pai Natal porque ele costuma parar todo ano num tasco ali perto da Picheleira e depois aparece no Colombo com as criancinhas ao colo, a manda um grande hálito a peixe e a renas muito podres.
Eu gosto muito das criancinhas que ajudam o Pai Natal a fazer os brinquedinhos, chamam-se anões…zinhos indianos e chineses e ajudam muito o pai Natal porque são os anões…zinhos que fabricam os brinquedos muito baratinhos a 1€ que se vendem nas lojas de tudo a 1€ espalhadas por esse mundo afora...
Obrigado anões...zinhos indianos e chineses!
Eu gosto muito da Santa casa da misericórdia, porque a santa casinha da misericórdiazinha ajuda os desfavorecidos e gasta milhares de contos todos os meses em publicidade ao euro milhões, eu gosto muito do euro milhões porque o estado tem guardados nos seus cofres mais de 100milhões de euros para ajudar criancinhas quando elas crescerem lá pró Natal de Agosto de 2078
Eu gosto muito do Natal porque gosto muito do Natal, e no Natal é sempre Natal!
by, QZ
segunda-feira, dezembro 19, 2005
Passatempo que tal - o melhor presente deste Natal
Tal como prometido, damos início a este passatempo bem maluco e de arrepiar com a publicação do texto natalício com que o blogger Sergonov (Venteca) nos quis brindar.
Natal versus prendas
1 aos 4 anos
Montes de prendas fixes mas infelizmente não entendemos nada, para não falar do susto de ver o Tio vestido de vermelho com barbas de algodão.
4 aos 13
Maravilha, só brinquedos, tirando a Tia que insiste em oferecer as meias brancas com as raquetes cruzadas.
14 aos 20
Roupa só roupa!?Tia obrigado, estava mesmo a necessitar de meias novas.
Envelopes, onde estão os envelopes?
20 aos 30
Apelo desesperado para que as prendas sejam envelopes.Obrigado Tia não era necessário (as meias passaram a ser pretas mas agora também recebo uns boxers )
30 aos 40
Dar prendas aos sobrinhos que não entendem nada, vestir de vermelho com barbas de algodão...
E como diz um amigo nosso, boas festas e um glorioso ano 2006
Abraços Sergonov
;)
Natal versus prendas
1 aos 4 anos
Montes de prendas fixes mas infelizmente não entendemos nada, para não falar do susto de ver o Tio vestido de vermelho com barbas de algodão.
4 aos 13
Maravilha, só brinquedos, tirando a Tia que insiste em oferecer as meias brancas com as raquetes cruzadas.
14 aos 20
Roupa só roupa!?Tia obrigado, estava mesmo a necessitar de meias novas.
Envelopes, onde estão os envelopes?
20 aos 30
Apelo desesperado para que as prendas sejam envelopes.Obrigado Tia não era necessário (as meias passaram a ser pretas mas agora também recebo uns boxers )
30 aos 40
Dar prendas aos sobrinhos que não entendem nada, vestir de vermelho com barbas de algodão...
E como diz um amigo nosso, boas festas e um glorioso ano 2006
Abraços Sergonov
;)
sexta-feira, dezembro 16, 2005
A Blasfémia dos 3 F's + 1
Antes eram as trevas, depois o Estado Novo criou os 3 F's. E agora, se Fátima já não é e o Fado muito pouco, o Futebol é cada vez mais, Foda-se!
Passatempo que tal - O melhor presente deste Natal
O texto abaixo foi escrito para o Ventoinha há uns tempos, por eu ter sido a leitora nº 5353. Gostei tanto de participar no passatempo que agora até já escrevo lá um provérbio todas as sextas feiras. Por isso o Coisas que tal decide também lançar o seu próprio concurso, e ficamos então a aguardar um texto de TODOS os ouvintes sobre a temática do Natal. Com ou sem presépios, pinheirinhos e bacalhau... o que quiserem. Prometemos publicar TODOS os textos. Enviem sff para: coisasquetal@gmail.com
Post à borla
Este é o meu post para o arejado mundo Ventoinha. Deverá ser ser assim um post amplo como o céu. E optimista também, nada próprio de invernos nem de mares fundos. Pode muito bem não ter ponta por onde se lhe pegue, ser hostil, pode falar do tempo, da juventude... Escrever um post para este ventoso blog pode ser uma grande responsabilidade. E pode também tentar ser uma história que começa assim:
É o final de uma tarde muito quente de Agosto. No escritório, Carlos espreita o relógio: falta uma hora para terminar o expediente. Está sozinho. Os patrões nem lá puseram os pés hoje; imagina-os refastelados numa qualquer espreguiçadeira na sombra de um pinhal. Os reposteiros estão corridos mas mesmo assim o calor penetra pelas paredes tornando mais saturada a atmosfera. A campainha do telefone trina, Carlos atende: Escritório de Advogados Bento, Filho & Associados Limitada boa tarde, mas do outro lado desligam de imediato. Serão os patrões a confirmar a sua presença?, e abana a cabeça não acreditando. Agora é a campainha da porta soando por sua vez. É o amigo Ventoinha. Traz como de costume os cabelos ao ar num reboliço, mesmo num dia como hoje em que não corre uma aragem.
- Acaba lá com isso e vem tomar um café ao Chiado. Quero passar ao Grandela e ver de um presente para uma tia minha...
E pisca-lhe o olho, divertido. Carlos garante que não pode sair já. Mas que ele faça horas, que terá o maior prazer em o acompanhar ao Chiado.
- Tu és muito amedrontado. Então tu crês que os teus patrões te andariam a espiar? Que disparate pegado! Eu sim, ando a ser seguido... mas anda daí à Brasileira que já te conto tudo.
Passam primeiro nos Armazéns do Grandela. Ventoinha vê luvas, chapéus, sombrinhas, meias finas mas nada lhe agrada, a tudo torce o nariz contrariado.
- Gostava de dar algo com mais chique à minha tia. Ela é muito moderna.
E pisca-lhe mais uma vez o olho, com uma gargalhada. Seguem então para a Brasileira a tomar o café. E o Ventoinha começa a soprar a sua história:
- Vês tu aquele indivíduo, à esquina da Bertrand, a espreitar para aqui? (Não olhes agora.) Já não o via há algum tempo e hoje... zás, lá o topei de novo. Tirou a gabardina e rapou o bigode, deve ser do calor.
E realmente lá está um fulano de ar suspeito que os olha. Imagina logo o Ventoinha muito mais metido na política do que parece; é certo que conversam em sussurro muitas vezes contra o regime, mas daí à conspiração vai um longo passo. Pensa que lhe apanharam folhetos, livros ou o apanharam em alguma reunião suspeita, está visto é que o apanharam!
- Tu estás a pensar que é um pide, não é meu pobre Carlos? Mas é alguém acima deles. Eu inventei uma coisa que se chama blog. É um diário do futuro. Tu bates palavras numa máquina de escrever que não faz barulho e, no minuto seguinte, qualquer pessoa no mundo lê na televisão tudo o que escreveste. E isto é uma máquina muito perigosa, claro está! Por isso é que eles andam atrás de mim...
Carlos fica desorientado com a revelação. Pensa que o querido amigo Ventoinha endoidou de vez. Mas ainda lhe pergunta que tipo de coisas escreve nesse ‘bloque’...
- Coisas, pá ! Coisas que tal.
É o final de uma tarde muito quente de Agosto. No escritório, Carlos espreita o relógio: falta uma hora para terminar o expediente. Está sozinho. Os patrões nem lá puseram os pés hoje; imagina-os refastelados numa qualquer espreguiçadeira na sombra de um pinhal. Os reposteiros estão corridos mas mesmo assim o calor penetra pelas paredes tornando mais saturada a atmosfera. A campainha do telefone trina, Carlos atende: Escritório de Advogados Bento, Filho & Associados Limitada boa tarde, mas do outro lado desligam de imediato. Serão os patrões a confirmar a sua presença?, e abana a cabeça não acreditando. Agora é a campainha da porta soando por sua vez. É o amigo Ventoinha. Traz como de costume os cabelos ao ar num reboliço, mesmo num dia como hoje em que não corre uma aragem.
- Acaba lá com isso e vem tomar um café ao Chiado. Quero passar ao Grandela e ver de um presente para uma tia minha...
E pisca-lhe o olho, divertido. Carlos garante que não pode sair já. Mas que ele faça horas, que terá o maior prazer em o acompanhar ao Chiado.
- Tu és muito amedrontado. Então tu crês que os teus patrões te andariam a espiar? Que disparate pegado! Eu sim, ando a ser seguido... mas anda daí à Brasileira que já te conto tudo.
Passam primeiro nos Armazéns do Grandela. Ventoinha vê luvas, chapéus, sombrinhas, meias finas mas nada lhe agrada, a tudo torce o nariz contrariado.
- Gostava de dar algo com mais chique à minha tia. Ela é muito moderna.
E pisca-lhe mais uma vez o olho, com uma gargalhada. Seguem então para a Brasileira a tomar o café. E o Ventoinha começa a soprar a sua história:
- Vês tu aquele indivíduo, à esquina da Bertrand, a espreitar para aqui? (Não olhes agora.) Já não o via há algum tempo e hoje... zás, lá o topei de novo. Tirou a gabardina e rapou o bigode, deve ser do calor.
E realmente lá está um fulano de ar suspeito que os olha. Imagina logo o Ventoinha muito mais metido na política do que parece; é certo que conversam em sussurro muitas vezes contra o regime, mas daí à conspiração vai um longo passo. Pensa que lhe apanharam folhetos, livros ou o apanharam em alguma reunião suspeita, está visto é que o apanharam!
- Tu estás a pensar que é um pide, não é meu pobre Carlos? Mas é alguém acima deles. Eu inventei uma coisa que se chama blog. É um diário do futuro. Tu bates palavras numa máquina de escrever que não faz barulho e, no minuto seguinte, qualquer pessoa no mundo lê na televisão tudo o que escreveste. E isto é uma máquina muito perigosa, claro está! Por isso é que eles andam atrás de mim...
Carlos fica desorientado com a revelação. Pensa que o querido amigo Ventoinha endoidou de vez. Mas ainda lhe pergunta que tipo de coisas escreve nesse ‘bloque’...
- Coisas, pá ! Coisas que tal.
quarta-feira, dezembro 14, 2005
Corte de cabelo
Pronto, foi hoje. Passei-me e fui cortar o cabelo curto. Um corte completamente radical. Bati o record de vezes por tarde em que uma pessoa se olha ao espelho. Tento justificar-me: ele cresce rápido e vou fazer um montão de cortes giros e blá blá, e depois posso mudar de cara e de estilo, usar écharpes com fartura e comprar brincos novos. Ou seja, ainda não decidi se gosto de me ver ou não, mas esta parte só as leitoras vão perceber... a relação muito particular com a fase pós-ida-ao-cabeleireiro "fazer uma coisa diferente".
Este quase parece um Batista da minha família...
«(...) Battista não se perturbou por tão pouco:
- Você sabe, Molteni, que, ouvindo-o falar, creio rever-me a mim próprio quando tinha a sua idade?
- Ah, sim? - balbuciei desconcertado.
- Sim... eu era muito pobre - prosseguiu Battista servindo-se de mais vinho - e também eu tinha, como você diz, ideiais... Quais eram esses ideais? Não saberei dizê-lo agora, e até nem o saberia nessa altura... mas tinha-os... talvez não tivesse este ou aquele ideal, mas o ideal com I grande... (...) O ideal, quando não se sabe precisamente o que se quer, é melhor esquecê-lo, pô-lo de parte... e só depois, quando se põe pé em terreno sólido, é preciso recordá-lo... a primeira nota de mil que se ganha, eis o ideal... (...)
- (...) Quer saber o segredo do sucesso, Molteni?...
- Pôr-se na fila da vida, como diante da bilheteira, na estação... chega sempre o nosso momento se se tem paciência e não se muda de fila... Chega sempre a nossa vez, pois que o empregado da bilheteira dá a cada um o seu bilhete... a cada um segundo os seus méritos, bem entendido... aos que devem e podem ir longe, quem sabe?, um bilhete para a Austrália... aos outros, menos ambiciosos, um bilhete para uma viagem mais curta, Capri, por exemplo. »
Alberto Moravia in O Desprezo
- Você sabe, Molteni, que, ouvindo-o falar, creio rever-me a mim próprio quando tinha a sua idade?
- Ah, sim? - balbuciei desconcertado.
- Sim... eu era muito pobre - prosseguiu Battista servindo-se de mais vinho - e também eu tinha, como você diz, ideiais... Quais eram esses ideais? Não saberei dizê-lo agora, e até nem o saberia nessa altura... mas tinha-os... talvez não tivesse este ou aquele ideal, mas o ideal com I grande... (...) O ideal, quando não se sabe precisamente o que se quer, é melhor esquecê-lo, pô-lo de parte... e só depois, quando se põe pé em terreno sólido, é preciso recordá-lo... a primeira nota de mil que se ganha, eis o ideal... (...)
- (...) Quer saber o segredo do sucesso, Molteni?...
- Pôr-se na fila da vida, como diante da bilheteira, na estação... chega sempre o nosso momento se se tem paciência e não se muda de fila... Chega sempre a nossa vez, pois que o empregado da bilheteira dá a cada um o seu bilhete... a cada um segundo os seus méritos, bem entendido... aos que devem e podem ir longe, quem sabe?, um bilhete para a Austrália... aos outros, menos ambiciosos, um bilhete para uma viagem mais curta, Capri, por exemplo. »
Alberto Moravia in O Desprezo
Tudo me acontece
Quando eu pensava que não havia nada pior do que jogar basquet com aqueles calções brancos bastante ridículos, aconteceu algo absolutamente inimaginável. Tudo aconteceu no passado sábado durante o jogo com uma das equipas mais fracas do campeonato.
Eu estava absolutamente radiante: já me estava a borrifar para os calções, tinha sido chamada para o cinco inicial, o jogo era em casa e elas defendiam à zona, uma benção para os meus lançamentos de meia distância. Enfim... os primeiros sete minutos foram meus, ainda marquei dois pontos... altura em que fui substutuída e me sentei no banco a descansar.
Passados poucos segundos começo com uma comichão nos pés de me atirar ao chão. Não me atirei, mas descalcei-me e cocei, cocei. Em pouco tempo eu já não via jogo, já não via nada e só me coçava tipo macaco.
Não sabia o que me estava a acontecer, mas tinha a sensação que tudo aquilo ia passar. Mas não passou! Juntamente com a comichão, comecei a sentir-me a inchar...a inchar. Fiquei transformada num verdadeiro monstro, cheia de comichões, e... imagine-se, enfiada naqueles calções ridículos.
Não pude aguentar mais tempo ali no pavilhão, pois o inchaço começava a travar-me a respiração, e lá tive de sair de charola para as urgências de Mafra.
Tive a soro, levei três doses de curtizona, e passada uma hora, eu já tinha voltado ao meu formato normal.
Uma verdadeira dor de cabeça para quem, até hoje, não faz puto ideia do que me terá provocado a alergia que me fez abandonar aquele grande jogo a dez minutos de este ter iniciado. Ainda disse ao treinador que se calhar a alergia era dos calções,daquele nylon e tal, mas não deu resultado...
A mim tudo me acontece... vejam lá que até faço prémios no euromilhões.
Eu estava absolutamente radiante: já me estava a borrifar para os calções, tinha sido chamada para o cinco inicial, o jogo era em casa e elas defendiam à zona, uma benção para os meus lançamentos de meia distância. Enfim... os primeiros sete minutos foram meus, ainda marquei dois pontos... altura em que fui substutuída e me sentei no banco a descansar.
Passados poucos segundos começo com uma comichão nos pés de me atirar ao chão. Não me atirei, mas descalcei-me e cocei, cocei. Em pouco tempo eu já não via jogo, já não via nada e só me coçava tipo macaco.
Não sabia o que me estava a acontecer, mas tinha a sensação que tudo aquilo ia passar. Mas não passou! Juntamente com a comichão, comecei a sentir-me a inchar...a inchar. Fiquei transformada num verdadeiro monstro, cheia de comichões, e... imagine-se, enfiada naqueles calções ridículos.
Não pude aguentar mais tempo ali no pavilhão, pois o inchaço começava a travar-me a respiração, e lá tive de sair de charola para as urgências de Mafra.
Tive a soro, levei três doses de curtizona, e passada uma hora, eu já tinha voltado ao meu formato normal.
Uma verdadeira dor de cabeça para quem, até hoje, não faz puto ideia do que me terá provocado a alergia que me fez abandonar aquele grande jogo a dez minutos de este ter iniciado. Ainda disse ao treinador que se calhar a alergia era dos calções,daquele nylon e tal, mas não deu resultado...
A mim tudo me acontece... vejam lá que até faço prémios no euromilhões.
quarta-feira, dezembro 07, 2005
Voltei à idade dos porquês
Porque é que quando o sexo acaba eles teimam em perguntar se gostámos?
Por falar em sexo:
Porque é que o Robbie Williams nunca aparece lá por casa?
Por falar em expectativas:
Porque é que achamos sempre que alguém como o Robbie Williams nos ia ligar alguma?
Por falar nisto:
Porque é que não acordamos logo todas produzidas?
Por falar em produção:
Porque é que achamos que isso nos torna realmente mais bonitas?
Por falar em realmente:
Porque é que a loiça se suja e se tem de lavar a seguir?
Por falar em sujo:
Porque é que fazemos cocó?
Por falar na merda:
Porque é que eles teimam em olhar para o rabo das outras mesmo nas nossas fuças?
Por falar em fuças:
Porque é que ninguém diz ao Armando Gama que aquele corte de cabelo já não se usa?
Por falar em modas:
Porque é que não dizem o mesmo ao Roberto Carlos?
E porque me apetece:
Porque é que as mamas abanam tanto quando corremos?
Por falar em sexo:
Porque é que o Robbie Williams nunca aparece lá por casa?
Por falar em expectativas:
Porque é que achamos sempre que alguém como o Robbie Williams nos ia ligar alguma?
Por falar nisto:
Porque é que não acordamos logo todas produzidas?
Por falar em produção:
Porque é que achamos que isso nos torna realmente mais bonitas?
Por falar em realmente:
Porque é que a loiça se suja e se tem de lavar a seguir?
Por falar em sujo:
Porque é que fazemos cocó?
Por falar na merda:
Porque é que eles teimam em olhar para o rabo das outras mesmo nas nossas fuças?
Por falar em fuças:
Porque é que ninguém diz ao Armando Gama que aquele corte de cabelo já não se usa?
Por falar em modas:
Porque é que não dizem o mesmo ao Roberto Carlos?
E porque me apetece:
Porque é que as mamas abanam tanto quando corremos?
segunda-feira, dezembro 05, 2005
Então cá vai...
Sobre a minha grande estreia no regresso à competição desportiva posso começar pelas más notícias, para ficar o assunto já despachado: eu sabia que devia ter experimentado o equipamento antes do jogo (aqueles calções não lembram a ninguém); quanto às boas notícias: as miúdas do Algés não chegaram aos cem pontos!!
Resultado final: Algés - 99; Malveira - 35. Por acaso não tenho a certeza se ficámos com 35 ou 37 pontos, mas como devem calcular nem me vou esforçar para confirmar estes dados.
O resultado foi o que foi, mas a minha estreia nem foi má. Quer dizer... pronto, falhei dois lances livres depois de arrancar uma falta, falhei um lance de meia distância, um em contra-ataque debaixo do cesto e fiz dois maus passes... mas não foram seguidos. Ok, marquei dois pontos e, apesar de ter o meu namorado a postos na bancada, aguentei-me bem à bronca e não foi preciso respiração boca a boca. Se bem que logo ao início do jogo estava a ver o caso mal parado. É que no aquecimento para o grande derby eu já pingava por todos os lados. Devia ser nervos. E era eu sempre a limpar a cara e a disfarçar a coisa, para logo uma das engraçadinhas da equipa anunciar bem alto "epá Oliveira, já estás a pingar!! Tás bem?" Arghh... estas miúdas não sabem estar caladas.
Enfim, para minha surpresa acabei por jogar dois períodos completos. Nada mau.
Acima de tudo diverti-me imenso, matei saudades dos porradões que levamos debaixo do cesto e dos larilas dos árbitros de calcinhas apertadas. Já agora uma pergunta: Porque é que os árbitros de basquet têm sempre aquele ar tão pouco masculino de quem gosta de uns valentes afundanços por detrás??
by, Ana Jordan
Resultado final: Algés - 99; Malveira - 35. Por acaso não tenho a certeza se ficámos com 35 ou 37 pontos, mas como devem calcular nem me vou esforçar para confirmar estes dados.
O resultado foi o que foi, mas a minha estreia nem foi má. Quer dizer... pronto, falhei dois lances livres depois de arrancar uma falta, falhei um lance de meia distância, um em contra-ataque debaixo do cesto e fiz dois maus passes... mas não foram seguidos. Ok, marquei dois pontos e, apesar de ter o meu namorado a postos na bancada, aguentei-me bem à bronca e não foi preciso respiração boca a boca. Se bem que logo ao início do jogo estava a ver o caso mal parado. É que no aquecimento para o grande derby eu já pingava por todos os lados. Devia ser nervos. E era eu sempre a limpar a cara e a disfarçar a coisa, para logo uma das engraçadinhas da equipa anunciar bem alto "epá Oliveira, já estás a pingar!! Tás bem?" Arghh... estas miúdas não sabem estar caladas.
Enfim, para minha surpresa acabei por jogar dois períodos completos. Nada mau.
Acima de tudo diverti-me imenso, matei saudades dos porradões que levamos debaixo do cesto e dos larilas dos árbitros de calcinhas apertadas. Já agora uma pergunta: Porque é que os árbitros de basquet têm sempre aquele ar tão pouco masculino de quem gosta de uns valentes afundanços por detrás??
by, Ana Jordan
sábado, dezembro 03, 2005
Amanhã é o grande dia...
Não vale a pena arranjar desculpas parvas à última hora porque o que está feito está feito. Ai que nervos.
Não, não vou casar. Amanhã regresso aos campos de basquet dê lá por onde der. Já não posso fugir. A esta hora, a federação já deve ter aceite os meus papéis de revalidação e, por isso, estarei apta a jogar.
Azar dos azares vou estrear-me (após esta pausa que deverá ter uns dez anos) com a equipa que vai à frente no campeonato. Enfim... nada a fazer!
Entretanto, vou aqui pensando nas bolas que vou perder com duas matulonas à minha frente a gritarem histericamente "FECHOUUUUU", e com uma enorme quantidade de bolas a voarem completamente tortas para o cesto. E os apoiantes da equipa que represento, que vão assistir aos jogos das miúdas desde que estas eram mesmo umas miúdas, a abanarem a cabeça lá nas bancadas e a sussurrarem "tsss...mas donde é que esta apareceu e porque é que não está no banco?".
Ai, que nervos! Isto para não falar da minha 'óptima' condição física. É assim, para terem uma ideia, espero bem aguentar pelo menos dois minutos a correr, sem me deixar cair no chão a pedir respiração boca a boca.
Mas se as minhas preocupações ficassem só por aqui... Tenho medo de torcer o pé (os meus tendões já não são o que eram), de ser abafada debaixo do cesto por uma gorda feia e toda transpirada, enganar-me no lado para o qual estou a atacar, fazer dois maus passes seguidos, fazer passos, falhar um cesto sozinha em contrataque debaixo do cesto (uhh, este acho que é o pior) e ainda me preocupa o facto de amanhã ir jogar sem experimentar o equipamento. E se os calções são daqueles muito curtinhos a parecer o João Pinto (aquele do Porto) há uns anos atrás?! E se a camisola me está apertada nas mamas e me faz parecer um terramoto quando for a fazer sprints, com tudo a abanar?
Ai que nervos! Nunca mais chega amanhã. Wish me luck!!
Não, não vou casar. Amanhã regresso aos campos de basquet dê lá por onde der. Já não posso fugir. A esta hora, a federação já deve ter aceite os meus papéis de revalidação e, por isso, estarei apta a jogar.
Azar dos azares vou estrear-me (após esta pausa que deverá ter uns dez anos) com a equipa que vai à frente no campeonato. Enfim... nada a fazer!
Entretanto, vou aqui pensando nas bolas que vou perder com duas matulonas à minha frente a gritarem histericamente "FECHOUUUUU", e com uma enorme quantidade de bolas a voarem completamente tortas para o cesto. E os apoiantes da equipa que represento, que vão assistir aos jogos das miúdas desde que estas eram mesmo umas miúdas, a abanarem a cabeça lá nas bancadas e a sussurrarem "tsss...mas donde é que esta apareceu e porque é que não está no banco?".
Ai, que nervos! Isto para não falar da minha 'óptima' condição física. É assim, para terem uma ideia, espero bem aguentar pelo menos dois minutos a correr, sem me deixar cair no chão a pedir respiração boca a boca.
Mas se as minhas preocupações ficassem só por aqui... Tenho medo de torcer o pé (os meus tendões já não são o que eram), de ser abafada debaixo do cesto por uma gorda feia e toda transpirada, enganar-me no lado para o qual estou a atacar, fazer dois maus passes seguidos, fazer passos, falhar um cesto sozinha em contrataque debaixo do cesto (uhh, este acho que é o pior) e ainda me preocupa o facto de amanhã ir jogar sem experimentar o equipamento. E se os calções são daqueles muito curtinhos a parecer o João Pinto (aquele do Porto) há uns anos atrás?! E se a camisola me está apertada nas mamas e me faz parecer um terramoto quando for a fazer sprints, com tudo a abanar?
Ai que nervos! Nunca mais chega amanhã. Wish me luck!!
terça-feira, novembro 29, 2005
Piadinha homófona ouvida hoje à hora do almoço
- Alguém tem visto o Antão?
- Epá vi esse gajo há pouco tempo...
- E então?
- Epá vi esse gajo há pouco tempo...
- E então?
quinta-feira, novembro 24, 2005
Crónica de uma compradora de carros pensados por homens
Um dia destes acordei e em vez de pensar para mim "vou tomar o pequeno-almoço", pensei: "vou comprar um carro".
Aliás, esta é uma das melhores decisões para uma pessoa desempregada, porque temos todo o tempo do mundo para fazer uma boa escolha.
A aventura tem sido deliciosa, principalmente por ter aprendido que os carros têm diferentes cavalos, diferentes cilindradas e que até existe um sistema multijet.
A minha alma anda parva com este mundo automóvel, mas mais parva fica com a conjugação de cores que alguém se lembra de fazer nos carros. Arghh!
Também... não cabe na cabeça de ninguém pôr homens a escolher décors para estofos e pintura automóvel. O resultado só podia ser esse que se vê por aí. Uma vergonha!! Nem um pendant sabem fazer...
Com isto tudo acabam por perder é boas compradoras. Sim, porque nós mulheres queremos lá saber se aquilo anda a não sei quanto e se tosse sozinho. Para nós é importantíssimo não nos sentirmos enfiadas numa casita que mais parece tirada de um filme sobre o Chapitô.
Ponham os homens lá a tratar das mecânicas e deixem as ladies tratar do resto.
Podem não acreditar, eu até tenho vergonha de dizer, mas acabei de comprar um carro bordeaux com estofos amarelos. Uma lindeza, hã (?) seus chicos espertos!!
Aliás, esta é uma das melhores decisões para uma pessoa desempregada, porque temos todo o tempo do mundo para fazer uma boa escolha.
A aventura tem sido deliciosa, principalmente por ter aprendido que os carros têm diferentes cavalos, diferentes cilindradas e que até existe um sistema multijet.
A minha alma anda parva com este mundo automóvel, mas mais parva fica com a conjugação de cores que alguém se lembra de fazer nos carros. Arghh!
Também... não cabe na cabeça de ninguém pôr homens a escolher décors para estofos e pintura automóvel. O resultado só podia ser esse que se vê por aí. Uma vergonha!! Nem um pendant sabem fazer...
Com isto tudo acabam por perder é boas compradoras. Sim, porque nós mulheres queremos lá saber se aquilo anda a não sei quanto e se tosse sozinho. Para nós é importantíssimo não nos sentirmos enfiadas numa casita que mais parece tirada de um filme sobre o Chapitô.
Ponham os homens lá a tratar das mecânicas e deixem as ladies tratar do resto.
Podem não acreditar, eu até tenho vergonha de dizer, mas acabei de comprar um carro bordeaux com estofos amarelos. Uma lindeza, hã (?) seus chicos espertos!!
quarta-feira, novembro 23, 2005
«
Varanda da minha infância
Cidade feliz
De teus ócios merecidos
Chegou o fim amargo
Do meu último olhar
Vejo enfim as calmas areias quentes
Os fetos das fontes que o tempo secou
O fundo poço que sou e é velho e é triste
Nada muda o destino deste parado barco
O mar dorme em paz e sossego
A terra mostra ao sol os seios preguiçosos
As mulheres espreitam arrepiadas às janelas
Do caminho sobem ao céu súbitas nuvens de poeira
Tudo é divino à luz dourada dourado
Só eu sou levado de mim e me perco
»
António Dacosta (1914-1990)
A Cal dos Muros
Varanda da minha infância
Cidade feliz
De teus ócios merecidos
Chegou o fim amargo
Do meu último olhar
Vejo enfim as calmas areias quentes
Os fetos das fontes que o tempo secou
O fundo poço que sou e é velho e é triste
Nada muda o destino deste parado barco
O mar dorme em paz e sossego
A terra mostra ao sol os seios preguiçosos
As mulheres espreitam arrepiadas às janelas
Do caminho sobem ao céu súbitas nuvens de poeira
Tudo é divino à luz dourada dourado
Só eu sou levado de mim e me perco
»
António Dacosta (1914-1990)
A Cal dos Muros
O Inverno é um inferno
Chegada à noite, o que me apetece é estar a pastar no sofá enrolada numa manta. Se saio de casa, só mesmo com a promessa de uma quantidade apreciável de copos num sítio quentinho é que não faço marcha atrás imediatamente. Se eu fosse amiga do Inverno mandava-o ir arder para as chamas do inferno.
quinta-feira, novembro 17, 2005
9 meses de blog
O Coisas que tal faz nove meses. Quase que podemos considerar isto como um género de (re)nascimento em que, após 9 meses de vida intra-uterina, sai cá para fora. Por isso em vez de dizer o que me é habitual - que é agradecer-vos caros ouvintes - vou dedicar este post à minha amiga Ana que, a bem da verdade, foi quem fecundou a ideia, sendo eu talvez a irmã mais velha. Muitos parabéns 'miga, que bom é ler-te digo eu!!
quarta-feira, novembro 16, 2005
Era uma vez
Era uma vez um país desproporcionado; a riqueza concentrava-se só pelo litoral, e falar em riqueza era só uma maneira de dizer. Era tão desproporcionado que para as eleições presidenciais concorriam quatro candidatos de esquerda e apenas um de direita. Era tão lógico quem sairia vencedor... mas algumas pessoas insistiam em colocar poemas em posts como que a fazer campanha por um deles. Era bastante lógico para elas que o poeta ganhasse pela palavra. Era, aliás, uma injustiça a dividir por quatro. Era uma vez a lógica da desproporção: os passos maiores que as pernas desse país, os subsídios comunitários desaparecidos, muitas pessoas para poucos empregos, muitas contas para pouca moeda. Era uma vez um país onde haviam estádios gigantes sem vida em cidades sem orçamento para Capital da Cultura. Era uma vez um final que me parece pouco feliz.
terça-feira, novembro 15, 2005
+ Manuel Alegre (dedicado ao leitor 5000)
Coisa amar
Contar-te longamente as perigosas
coisas do mar. Contar-te o amor ardente
e as ilhas que só há no verbo amar.
Contar-te longamente longamente.
Amor ardente. Amor ardente. E mar.
Contar-te longamente as misteriosas
maravilhas do verbo navegar.
E mar. Amar: as coisas perigosas.
Contar-te longamente que já foi
num tempo doce coisa amar. E mar.
Contar-te logamente como doi
desembarcar nas ilhas misteriosas.
Contar-te o mar ardente e o verbo amar.
E longamente as coisas perigosas.
Contar-te longamente as perigosas
coisas do mar. Contar-te o amor ardente
e as ilhas que só há no verbo amar.
Contar-te longamente longamente.
Amor ardente. Amor ardente. E mar.
Contar-te longamente as misteriosas
maravilhas do verbo navegar.
E mar. Amar: as coisas perigosas.
Contar-te longamente que já foi
num tempo doce coisa amar. E mar.
Contar-te logamente como doi
desembarcar nas ilhas misteriosas.
Contar-te o mar ardente e o verbo amar.
E longamente as coisas perigosas.
A Poesia do Dia (para abrir o debate político)
As mãos
Com mãos se faz a paz se faz a guerra.
Com mãos tudo se faz e se desfaz.
Com mãos se faz o poema – e são de terra.
Com mãos se faz a guerra – e são a paz.
Com mãos se rasga o mar. Com mãos se lavra.
Não são de pedras estas casas mas
de mãos. E estão no fruto e na palavra
as mãos que são o canto e são as armas.
E cravam-se no Tempo como farpas
as mãos que vês nas coisas transformadas.
Folhas que vão no vento: verdes harpas.
De mãos é cada flor cada cidade.
Ninguém pode vencer estas espadas:
nas tuas mãos começa a liberdade.
Manuel Alegre, O Canto e as Armas, 1967
Com mãos se faz a paz se faz a guerra.
Com mãos tudo se faz e se desfaz.
Com mãos se faz o poema – e são de terra.
Com mãos se faz a guerra – e são a paz.
Com mãos se rasga o mar. Com mãos se lavra.
Não são de pedras estas casas mas
de mãos. E estão no fruto e na palavra
as mãos que são o canto e são as armas.
E cravam-se no Tempo como farpas
as mãos que vês nas coisas transformadas.
Folhas que vão no vento: verdes harpas.
De mãos é cada flor cada cidade.
Ninguém pode vencer estas espadas:
nas tuas mãos começa a liberdade.
Manuel Alegre, O Canto e as Armas, 1967
segunda-feira, novembro 14, 2005
Um bom momento de televisão
Um dos melhores momentos televisivos dos últimos tempos: os 'tintins' e a 'bengala' do Luís Boa Morte (jogador da selecção nacional) aos saltinhos e em slow motion. Alguém viu? Demais!!
Foi no jogo deste fim-de-semana contra a Croácia, transmitido pela RTP, na altura em que um adversário puxa os calções do nosso neguinho para impedi-lo de avançar com o esférico (uau! Tou lá!), deixando o 'material' do Boa Morte nitidamente desprotegido. O realizador fez questão de repetir as imagens, saliente-se, em câmara lenta. Foi qualquer coisa de muito bom, assim a atirar para o excepcional.
Foi no jogo deste fim-de-semana contra a Croácia, transmitido pela RTP, na altura em que um adversário puxa os calções do nosso neguinho para impedi-lo de avançar com o esférico (uau! Tou lá!), deixando o 'material' do Boa Morte nitidamente desprotegido. O realizador fez questão de repetir as imagens, saliente-se, em câmara lenta. Foi qualquer coisa de muito bom, assim a atirar para o excepcional.
sábado, novembro 12, 2005
«Quando ainda sou a vida» - ou A Poesia Prometida
Cerca-me a vida, como naqueles anos
já perdidos, com o mesmo esplendor
de um mundo eterno. A rosa esfaqueada
do mar, as luzes derrubadas
dos hortos, o fragor das pombas
no ar, a vida ao meu redor,
quando ainda sou a vida.
Com o mesmo esplendor, e olhos envelhecidos,
e um amor fatigado.
Qual será a esperança? Viver mais,
e amar, enquanto se esgota o coração.
um mundo fiel embora perecível.
Amar o sonho destruído da vida
e, embora não possa ser, não maldizer
aquele antigo engano do eterno.
E consola-se o peito, porque sabe
que o mundo pode ser uma bela verdade.
Francisco Brines
Ensaio de uma Despedida
já perdidos, com o mesmo esplendor
de um mundo eterno. A rosa esfaqueada
do mar, as luzes derrubadas
dos hortos, o fragor das pombas
no ar, a vida ao meu redor,
quando ainda sou a vida.
Com o mesmo esplendor, e olhos envelhecidos,
e um amor fatigado.
Qual será a esperança? Viver mais,
e amar, enquanto se esgota o coração.
um mundo fiel embora perecível.
Amar o sonho destruído da vida
e, embora não possa ser, não maldizer
aquele antigo engano do eterno.
E consola-se o peito, porque sabe
que o mundo pode ser uma bela verdade.
Francisco Brines
Ensaio de uma Despedida
Uma Poesia por dia nem sabe o bem que lhe fazia
Confesso. Tenho tido nenhuma vontade de escrever. Quando lá sai, acontece a martelo... e no fim é como cão por vinha vindimada. "Tenho a minha vida em stand by e não encontro o comando". Mas se na realidade nem sempre acontece a mudança que se deseja, resolvi dar corda aos sapatos e abrir a rolha do champagne à chegada de mais posts. É uma realidade paralela a ver se dá novo fôlego à outra. "Reset, Ctrl+Atl+Delete, Refresh", o que lhe queiram chamar. Para os dias sem ideias, haverá reciclagem de posts antigos... e começa a nova rubrica da Poesia do Dia. O que é preciso é não esmorecer, haja paciência para me ler. Coisas que tal de um dedo de blog escrito a quatro mãos.
sexta-feira, novembro 11, 2005
Há finais que não são felizes
Ah, como eu gostava assim de ter umas pernas todas jeitosas, muito altas, e uma voz daquelas tipo Simone de Oliveira para ir falar com o Felipe Lá Féria e fazer uma coisa em grande no palco, e deixar as pessoas todas arrepiadinhas e jantar sempre ali ao pé do Politeama para depois entrar em cena e ter lá sempre os meus pais na primeira fila a baterem-me palmas e a dizerem-me que eu sou a maior e no fim chegar ao camarim e ter à minha espera margaridas numa jarra da Habitat e então seguir para casa e ligar a uma das bailarinas do elenco que se tornou na minha melhor amiga e cortarmos na casaca de um dos protagonistas que se cospe todo a representar e cheira muito mal da boca e então entrar em casa e fazer um chá, e o chá a cair-me tão mal, e a vomitar-me, e a ir-me... completamente fora do prazo.
quarta-feira, novembro 09, 2005
sexta-feira, novembro 04, 2005
Relato de futebol muito muito longo como faz de conta aqueles a sério
A RDP África que estava ainda agora transmitindo alegremente uma kizombinha ondulante, interrompe-me tristemente o balançar ao passar à faixa seguinte de nome: relato de futebol. É o Sporting que está a jogar. E estou aqui a ouvindo há uns minutos. É a minha primeira vez desta coisa que tal. Será uma primeira daquelas que ao princípio custa um bocadinho mas nunca mais se esquece como se faz? ( falo de andar de bicicleta...)
« GOOOOOLLLooOOO DO SEPORTING !!
É um golo espectacular do coisa-que-tal-soares!
Aos sete minutos um golo do Sporting... »
São as palavras dos comentadores do relato falando também para África, para Timor, talvez para o Brasil. E o meu telefone de casa apita, é uma senhora que se enganou no número, e eu digo-lhe não faz mal, tenha uma boa noite. Eu sou do Sporting. O que não quer dizer nada, como confirmarão os que sabem os meus conhecimentos futebolísticos. Mas sou do Sporting - desde os 6 anos – e... pronto, estou contente com o resultado no marcador. No entanto tenho pena do União de Leiria, tem assim um nome tão bonito a fazer lembrar o povo unido.
« 20 minutos da primeira parte
Sporting um, marca o Beto, União de Leiria, zero »
Beto? Ah, ouvi mal.... e isto tem mais de uma primeira parte? (ehheeh, brincadeirinha). Vou dar uma voltinha plas minhas eternas arrumações e buscar mais uma Tagus ao frigorífico. Eu sei, eu sei... mas estava em promoção no supermercado. O árbitro anula um golo do União de Leiria. Ouvem-se os assobios do público no estádio de Alvalade. Os comentadores se pudessem também assobiavam, estão exaltados e dizem o Ricardo estava sentado dentro da baliza, e o árbitro auxiliar como não viu, e dizem falta de classe. Tenho ainda mais pena do União de Leiria. Perdoem-me os amigos sportinguistas, a GranMarta, o QZ e o Gimbras. Até o Jorge Coroado está a dar um livre ao Leiria, em jeito de arrependimento. Mas o Ricardo agarra. Tenho mais que fazer do que estar presa a um relato de futebol, mas apetece-me estar aqui suspensa destes ênfases de vozes na rádio. Lembro-me do meu avô sofrendo pelo Benfica, agarrado ao pequeno aparelho a pilhas e nós, eu a minha irmã, a protestarmos, e ele enfim a condescender agarrando o tronco cortado em que nos partia pacientemente os pinhões.
« GOOOOOLLLooOOO DO SEPORTING !!
Rogério encheu o pé!
Este lance deve estar contaminado com a gripe das aves.»
A piada calculo para o outro guarda-redes. SEPORTING !! Intervalo. A Tagus até tem gás. Segunda Parte.
« GOOOOOLLLooOOO DO LEIEIEIRIIIIIA !!
João Paulo teve tempo para tudo!... »
Livres e movimentos defensivos, cortes providenciais dizem eles e não sei quê e mais cortes, e o Sporting a jogar a meia distância. O tal da gripe das aves chama-se Fernando. Bola batida para o meio campo. Cabeceamento fora de jogo, cruzamento ao poste e não sei quê. E um golo fora de jogo. E outra vez o Coroado posto em causa ou não, os comentadores não têm tempo, já vêm outros livres. É um entra e sai de jogadores, os que treinaram substituem os que suaram. Final do jogo 2-1. Sou do Sporting - desde os 6 anos – e... pronto, estou contente com o resultado no marcador.
« Uma pequena fracção de segundo é suficiente para a morte do artista.»
« GOOOOOLLLooOOO DO SEPORTING !!
É um golo espectacular do coisa-que-tal-soares!
Aos sete minutos um golo do Sporting... »
São as palavras dos comentadores do relato falando também para África, para Timor, talvez para o Brasil. E o meu telefone de casa apita, é uma senhora que se enganou no número, e eu digo-lhe não faz mal, tenha uma boa noite. Eu sou do Sporting. O que não quer dizer nada, como confirmarão os que sabem os meus conhecimentos futebolísticos. Mas sou do Sporting - desde os 6 anos – e... pronto, estou contente com o resultado no marcador. No entanto tenho pena do União de Leiria, tem assim um nome tão bonito a fazer lembrar o povo unido.
« 20 minutos da primeira parte
Sporting um, marca o Beto, União de Leiria, zero »
Beto? Ah, ouvi mal.... e isto tem mais de uma primeira parte? (ehheeh, brincadeirinha). Vou dar uma voltinha plas minhas eternas arrumações e buscar mais uma Tagus ao frigorífico. Eu sei, eu sei... mas estava em promoção no supermercado. O árbitro anula um golo do União de Leiria. Ouvem-se os assobios do público no estádio de Alvalade. Os comentadores se pudessem também assobiavam, estão exaltados e dizem o Ricardo estava sentado dentro da baliza, e o árbitro auxiliar como não viu, e dizem falta de classe. Tenho ainda mais pena do União de Leiria. Perdoem-me os amigos sportinguistas, a GranMarta, o QZ e o Gimbras. Até o Jorge Coroado está a dar um livre ao Leiria, em jeito de arrependimento. Mas o Ricardo agarra. Tenho mais que fazer do que estar presa a um relato de futebol, mas apetece-me estar aqui suspensa destes ênfases de vozes na rádio. Lembro-me do meu avô sofrendo pelo Benfica, agarrado ao pequeno aparelho a pilhas e nós, eu a minha irmã, a protestarmos, e ele enfim a condescender agarrando o tronco cortado em que nos partia pacientemente os pinhões.
« GOOOOOLLLooOOO DO SEPORTING !!
Rogério encheu o pé!
Este lance deve estar contaminado com a gripe das aves.»
A piada calculo para o outro guarda-redes. SEPORTING !! Intervalo. A Tagus até tem gás. Segunda Parte.
« GOOOOOLLLooOOO DO LEIEIEIRIIIIIA !!
João Paulo teve tempo para tudo!... »
Livres e movimentos defensivos, cortes providenciais dizem eles e não sei quê e mais cortes, e o Sporting a jogar a meia distância. O tal da gripe das aves chama-se Fernando. Bola batida para o meio campo. Cabeceamento fora de jogo, cruzamento ao poste e não sei quê. E um golo fora de jogo. E outra vez o Coroado posto em causa ou não, os comentadores não têm tempo, já vêm outros livres. É um entra e sai de jogadores, os que treinaram substituem os que suaram. Final do jogo 2-1. Sou do Sporting - desde os 6 anos – e... pronto, estou contente com o resultado no marcador.
« Uma pequena fracção de segundo é suficiente para a morte do artista.»
A forma como as pessoas nos olham pode ser absolutamente irritante.
Começo logo por uma das que eu acho do pior que é aquela assim...estão a falar não é?... mas não nos olham nos olhos. Passam a conversa toda a olhar-nos para a testa e a salivar por acharem que estão a dizer coisas muito importantes. Estão a ver o género?!
Mas há outras modalidades: aqueles que estão a falar connosco e repetidamente vão fechando os olhos, mas deixando inexplicavelmente as pálpebras cerradas cerca de vinte segundos. Estão a falar connosco, mas parece que vão dormitando de vez em vez assumindo um ar religioso de cortar os pulsos. Irritante também, não?
Bom, há uma outra espécie, que não fica atrás destas. São aquelas pessoas que nos olham para a boca. Nós a falarmos e elas sem despegar a vista da nossa boca. Nós a pormos a mão, a palitarmos disfarçadamente os dentes, não vá qualquer resto de comida estar a chamar a atenção, e nada!!
Graças a Deus que não vemos nada pelo olho de trás, é que se pela frente é como é, nem quero imaginar o que se passa nas nossas costas...safa!!
Observação: um abraço sincero a todos os estrábicos. Este post nada tem a ver com eles.
Começo logo por uma das que eu acho do pior que é aquela assim...estão a falar não é?... mas não nos olham nos olhos. Passam a conversa toda a olhar-nos para a testa e a salivar por acharem que estão a dizer coisas muito importantes. Estão a ver o género?!
Mas há outras modalidades: aqueles que estão a falar connosco e repetidamente vão fechando os olhos, mas deixando inexplicavelmente as pálpebras cerradas cerca de vinte segundos. Estão a falar connosco, mas parece que vão dormitando de vez em vez assumindo um ar religioso de cortar os pulsos. Irritante também, não?
Bom, há uma outra espécie, que não fica atrás destas. São aquelas pessoas que nos olham para a boca. Nós a falarmos e elas sem despegar a vista da nossa boca. Nós a pormos a mão, a palitarmos disfarçadamente os dentes, não vá qualquer resto de comida estar a chamar a atenção, e nada!!
Graças a Deus que não vemos nada pelo olho de trás, é que se pela frente é como é, nem quero imaginar o que se passa nas nossas costas...safa!!
Observação: um abraço sincero a todos os estrábicos. Este post nada tem a ver com eles.
quinta-feira, novembro 03, 2005
Tenho mau deitar
Aos 28 anos vou admiti-lo. Tenho mau deitar.
Há pessoas que têm mau acordar, eu tenho mau deitar. Não sei o que acontece no interior do meu organismo (gases não são porque tomo aerom), mas o certo é que passadas ali cerca de duas horas depois do jantar começo a ficar com uma azia e com uma telha que até assusta.
Sei lá, podia-me transformar em abóbora ou começar a fazer flic flacs encarpados à rectaguarda... mas não... fico ali numa angústia e numa irritação que só eu aguento. Normalmente levam por tabela aqueles que estão ao pé de mim, vulgo mãe, mãe, mãe.
Não sei se o meu inconsciente me quer avisar de que mais um dia está a chegar ao fim, se são as pilhas que começam a ficar fracas... não sei. A verdade é que é o momento mais insuportável do meu dia. No Natal então a birra chega tão ao auge que não me lembro de um ano em que não acabasse a noite de consoada a chorar que nem Maria Madalena agarrada às almofadas. E eu que adoro o Natal.
Quase todas as noites são assim e depois de manhã é... como é que eu hei-de dizer... de manhã é um ar que se lhe deu. Aqui a menina acorda bem disposta, cheia de fome, a cantarolar, lindíssima (sim, porque eu já acordo assim), enfim... parece que tudo não passou de um qualquer engano.
Ele há lá cada uma. Então a noite fez-me algum mal para eu estar aqui sempre de birra com ela?? Ora essa!
Há pessoas que têm mau acordar, eu tenho mau deitar. Não sei o que acontece no interior do meu organismo (gases não são porque tomo aerom), mas o certo é que passadas ali cerca de duas horas depois do jantar começo a ficar com uma azia e com uma telha que até assusta.
Sei lá, podia-me transformar em abóbora ou começar a fazer flic flacs encarpados à rectaguarda... mas não... fico ali numa angústia e numa irritação que só eu aguento. Normalmente levam por tabela aqueles que estão ao pé de mim, vulgo mãe, mãe, mãe.
Não sei se o meu inconsciente me quer avisar de que mais um dia está a chegar ao fim, se são as pilhas que começam a ficar fracas... não sei. A verdade é que é o momento mais insuportável do meu dia. No Natal então a birra chega tão ao auge que não me lembro de um ano em que não acabasse a noite de consoada a chorar que nem Maria Madalena agarrada às almofadas. E eu que adoro o Natal.
Quase todas as noites são assim e depois de manhã é... como é que eu hei-de dizer... de manhã é um ar que se lhe deu. Aqui a menina acorda bem disposta, cheia de fome, a cantarolar, lindíssima (sim, porque eu já acordo assim), enfim... parece que tudo não passou de um qualquer engano.
Ele há lá cada uma. Então a noite fez-me algum mal para eu estar aqui sempre de birra com ela?? Ora essa!
segunda-feira, outubro 31, 2005
E cá vai então a novidade
Bom, antes de mais, peço desculpa pela demora no anúncio que vos prometi fazer "amanhã" (dia 26 de Outubro). É certo, passaram uns dias, mas caramba... quem não gosta de agudizar assim um bocadito a curiosidade?
Muito bem, feito este prólogo à moda da Póvoa de Cima (fica sempre bem falar nas nossas origens), passo a contar a novidade: passados cerca de oito anos regressei ao basquetebol. Sim, os mais próximos sabem bem que, apesar da minha pequena estatura, a menina até encesta bem e até marca alguns pontos e então decidi (porque não?) voltar a pôr à prova os meus dotes com a bola.
Pronto, certamente os que esperavam bebés e outras coisas como novidade sentir-se-ão um pouco decepcionados, mas, acreditem, esta é uma grande novidade. Para mim é! E a vida de desempregada pode ser muito amarga sob o ponto de vista profissional, mas, por outro lado, oferece-nos estes docinhos que dizem respeito ao plano pessoal. Coisas que temos muita vontade de fazer, mas que se desvanecem porque o tempo nunca chega para nada.
Apesar de há cerca de duas semanas (altura em que comecei a treinar) me doerem todos os músculos, incluindo os das orelhas, é um prazer enorme poder voltar a lançar aquela bola linda para aquele cesto tão nosso amiguinho.
Bom, fica então a novidade, faço parte da equipa de séniores de uma equipa destes lados de Mafra, a jogar no campeonato nacional da II divisão. E como ainda vamos na segunda jornada, não vale a pena dizer em que posição é que estamos.
Beijos e abraços de uma basquetebolista que ainda vai dar que falar... Ticha Penicheiro, tu põe-te a pau melher.
PS: Eu sei que se estão também a borrifar para isto, mas aproveito para dizer que, desde que estou em casa, já fui ao dentista DUAS vezes. Hã?! Até estou com uma pose nova, um sorriso lindo, enfim...xau.
Muito bem, feito este prólogo à moda da Póvoa de Cima (fica sempre bem falar nas nossas origens), passo a contar a novidade: passados cerca de oito anos regressei ao basquetebol. Sim, os mais próximos sabem bem que, apesar da minha pequena estatura, a menina até encesta bem e até marca alguns pontos e então decidi (porque não?) voltar a pôr à prova os meus dotes com a bola.
Pronto, certamente os que esperavam bebés e outras coisas como novidade sentir-se-ão um pouco decepcionados, mas, acreditem, esta é uma grande novidade. Para mim é! E a vida de desempregada pode ser muito amarga sob o ponto de vista profissional, mas, por outro lado, oferece-nos estes docinhos que dizem respeito ao plano pessoal. Coisas que temos muita vontade de fazer, mas que se desvanecem porque o tempo nunca chega para nada.
Apesar de há cerca de duas semanas (altura em que comecei a treinar) me doerem todos os músculos, incluindo os das orelhas, é um prazer enorme poder voltar a lançar aquela bola linda para aquele cesto tão nosso amiguinho.
Bom, fica então a novidade, faço parte da equipa de séniores de uma equipa destes lados de Mafra, a jogar no campeonato nacional da II divisão. E como ainda vamos na segunda jornada, não vale a pena dizer em que posição é que estamos.
Beijos e abraços de uma basquetebolista que ainda vai dar que falar... Ticha Penicheiro, tu põe-te a pau melher.
PS: Eu sei que se estão também a borrifar para isto, mas aproveito para dizer que, desde que estou em casa, já fui ao dentista DUAS vezes. Hã?! Até estou com uma pose nova, um sorriso lindo, enfim...xau.
terça-feira, outubro 25, 2005
Publicidade gratuita
Há quem goste de dar pontapés no ar, há quem goste de beber pontapés na c*na, há quem goste de tentar pontapés de sorte, há quem esteja sempre a dar pontapés na porta e...há também quem ame pontapés de canto. Para os amantes do chamado desporto rei, para quem realmente respira futebol, não percam uma visita diária ao novo blog Pontapé de Canto.
Até já, volto amanhã com uma novidade!! Huuuuu....
Até já, volto amanhã com uma novidade!! Huuuuu....
segunda-feira, outubro 24, 2005
Cântico Negro (para começar bem esta semana)

"Vem por aqui" - dizem-me alguns com olhos doces,
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom se eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui"!
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos meus olhos, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...
A minha glória é esta:
Criar desumanidade!
Não acompanhar ninguém.
Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre a minha mãe.
Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...
Se ao que busco saber nenhum de vós responde,
Por que me repetis: "vem por aqui"?
Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...
Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.
Como, pois, sereis vós
Que me dareis machados, ferramentas, e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...
Ide! tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátrias, tendes tectos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios.
Eu tenho a minha Loucura!
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...
Deus e o Diabo é que me guiam, mais ninguém.
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.
Ah, que ninguém me dê piedosas intenções!
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou.
É uma onda que se alevantou.
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou,
Sei que não vou por aí.
José Régio
quarta-feira, outubro 19, 2005
Provérbios de um mau dia
Dia nenhum sem bem algum
Dia perdido nunca é preenchido
Dias passados, fogueiras mortas, quem as recorda, revolve cinzas
Dias há em que as gentes não olham para as pessoas, senão para os lugares donde as vêem (séc. XVII)
Dias melhores hão-de vir
Dia perdido nunca é preenchido
Dias passados, fogueiras mortas, quem as recorda, revolve cinzas
Dias há em que as gentes não olham para as pessoas, senão para os lugares donde as vêem (séc. XVII)
Dias melhores hão-de vir
sexta-feira, outubro 14, 2005
Post(e)s
Nunca mais pedi desculpa a um poste
Este é um outdoor do InstitutÓptico. Para todos os que como eu são míopes que nem uma porta.
Nunca mais pedi desculpa a um post
Tenho cá o meu orgulho. E posso muito bem ter ideias míopes que nem uma porta. Não importa.
Este é um outdoor do InstitutÓptico. Para todos os que como eu são míopes que nem uma porta.
Nunca mais pedi desculpa a um post
Tenho cá o meu orgulho. E posso muito bem ter ideias míopes que nem uma porta. Não importa.
Ufa... isto assim é canja!
As autoridades sanitárias vieram hoje esclarecer que a Gripe das Aves não afectará os nossos hábitos alimentares, uma vez que o vírus não se propaga se o frango for cozinhado.
Dahh!! Quer dizer, andava eu aqui numa angústia porque o bicho já andava na Roménia e na Turquia e só agora me vêm explicar que os riscos afectam quem lida de perto com os animais vivos. Não se faz! Opá, não se faz.
Dahh!! Quer dizer, andava eu aqui numa angústia porque o bicho já andava na Roménia e na Turquia e só agora me vêm explicar que os riscos afectam quem lida de perto com os animais vivos. Não se faz! Opá, não se faz.
terça-feira, outubro 11, 2005
(Prometi a mim mesma que não dedicava nenhum post a isto mas...)
Portugal ficou tão mal com estas eleições autárquicas que nem o furacão "Vince" quis passar por cá!!
sexta-feira, outubro 07, 2005
Lisboa é uma gaja boa
Dizem de Paris que é a Cidade-Luz. Perdoem-me a traição, mas é Lisboa. Lisboa tem aquela Luz branca, que, de tão branca, quase que cega, quase inebria. É bela a Luz do Terreiro do Paço, apesar das obras. É bela ao fim do Bairro Alto, a tropeçar pelo elevador da Bica até ao Tejo. É tão branca vista do castelo, e é branca à sombra do miradouro da Graça. Lisboa é uma mulher de sete curvas e outras tantas colinas. E dança. Mesmo de noite Lisboa tem Luz, e isso nada tem que ver com a escassez de candeeiros. Lisboa é aquele vinho quente nocturno que se toma imaginando o chorar da guitarra lá ao longe. É todo aquele trânsito sem rumo, aqueles lábios sem beijos. Lisboa é tudo isso... e disto nada.
Porquê?
Os asiáticos têm a gripe das aves, os angolanos levam com o vírus de Marburg... aos portugueses tinha de calhar o João Kléber. Porquê?
terça-feira, outubro 04, 2005
Já lá vai um ano

Está agora a fazer um ano desde que estive em Cabo Verde. Como tenho muitas saudades, partilho com todos esta imagem que, acima de tudo, me traz à memória duas coisas: a primeira, que o céu de Cabo Verde é o mais bonito que alguma vez vi; segundo, que o gajo na foto era tão chato, tão chato, que nem vos passa pela cabeça...nha sarna.
Abraços à companheira de viagem Marocas.
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