«
Que venha, que venha
O tempo da apanha.
Eu esperei tanto
Que tudo esqueci.
As raivas, o pranto
Acabam-se aqui.
E uma sede langue
Escurece-me o sangue.
Que venha, que venha
O tempo da apanha.
Como o descampado
De flores de abandono
Coberto, deixado
Ao incenso e ao sono,
Para voos atrozes
De moscas ferozes.
Que venha, que venha
O tempo da apanha.
»
Jean-Arthur Rimbaud (1854-1891)
Iluminações / Uma Cerveja no Inferno
(tradução de Mário Cesariny)
1 comentário:
...que venham e que os apanhem, esses Morangos que se amanhem...
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