Visitas

quinta-feira, março 02, 2006

CANÇÃO DA MAIS ALTA TORRE

«
Que venha, que venha
O tempo da apanha.

Eu esperei tanto
Que tudo esqueci.
As raivas, o pranto
Acabam-se aqui.
E uma sede langue
Escurece-me o sangue.

Que venha, que venha
O tempo da apanha.

Como o descampado
De flores de abandono
Coberto, deixado
Ao incenso e ao sono,
Para voos atrozes
De moscas ferozes.

Que venha, que venha
O tempo da apanha.
»

Jean-Arthur Rimbaud (1854-1891)
Iluminações / Uma Cerveja no Inferno
(tradução de Mário Cesariny)

1 comentário:

QZ disse...

...que venham e que os apanhem, esses Morangos que se amanhem...