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terça-feira, março 21, 2006

Mercearia

. O estabelecimento da Dona Joaquina fica no Bairro Antigo, ao lado da Loja do Mestre André. Todas as tardes vigia os putos que saem da escola, mas apanham-na sempre desprevenida: roubam-lhe fruta, normalmente maçãs, e gritam-lhe enquanto correm: Ó Jaquina, vem à esquina!
. Na mesma rua, mais acima, tem posição a tasca do Ti João, onde há pão com requeijão, e mais o que estiver ali à mão, a acompanhar com o verde tinto da terra. O Evaristo também tem lá disto.
. O poeta perde-se por esta calçada todas as terças e quintas quando sai da psicoterapia. Gosta de passear por ali vagarosamente enquanto reflecte... este Bairro cheira-lhe a tertúlia.
. Uma bela quinta-feira o poeta entra p’la mercearia dentro e pede: Ó Dona Jaquina, embrulhe-me aí um poema. Ela dá-lhe uma maçã e ele segue para casa, satisfeito, sabendo que à hora de deitar terá um verso onde morder.

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