O Rodrigo não dorme. De há duas semanas para cá, dia sim, dia sim, dia não (que é quando o deito à uma da manhã), o Rodrigo acorda a meio da noite, género duas, três ou quatro da manhã, e demoro cerca de duas a três horas até que adormeça de novo. Esta noite foi das duas e meia às seis e, como é de calcular, eu e o pai andamos a dormir em pé. O Rodrigo não chora, acorda a rir, e fica sossegado no nosso colo com os olhos semi-cerrados. Só ao fim de duas a três horas é que entre novamente em sono profundo e, mesmo assim, temos de colocá-lo na cama dele com muito cuidado e em silêncio, para não acordar. Ando desesperada de cansaço. As noites mal dormidas rebentam com qualquer um e não sei o que fazer. De dia ele nem dorme muito. Dorme uma hora ao fim da manhã e outra hora pelas quatro, cinco da tarde. Adormeço-o para o sono longo pelas onze horas, começando a embalá-lo por volta das dez. E andamos nisto.
Para ajudar à festa, deixou de querer leite. Nem com água lhe consigo enfiar o biberão na boca. Ou seja, o miúdo está só a beber o leite que ponho na papa da manhã. Ai, mãe sofre.
Espaço sobre tudo e mais alguma coisa, que isto de ter cantinhos muito específicozinhos sobre coisinhas pode ser, vá, esquisito
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terça-feira, dezembro 21, 2010
sexta-feira, dezembro 17, 2010
terça-feira, dezembro 14, 2010
A sustentável leveza da minha mala
Ando com a mala de mão sempre tão pesada que quando entro no carro e a poiso no banco do pendura começo a ouvir os apitos para pôr o cinto no lugar do passageiro.
segunda-feira, dezembro 13, 2010
A D. Rosário
Não há mesmo gente perfeita. A D. Rosário, a minha empregada, é um espectáculo na sua missão de me deixar a casa num brinco, mas tem uma personalidade filha-da-p***. Sem maldade (isso já percebi), é muito inconveniente e, basicamente, leva o tempo a mandar bocas que me fazem subir ao tecto e descer e pensar: “Anette, tu tem calma que a mulher passa-te a roupa que é um espectáculo e não há grão de pó que lhe escape. Ah, e faz máquinas da loiça e da roupa e estende logo tudo, e apanha e ainda me arruma os móveis da cozinha por dentro. Ui, e lava-me os biberãos”.
Epá, mas às vezes diz coisas que me caem mesmo mal. Género: “Ó Dona A., então ainda não comprou os resguardos para as almofadas e para o colchão?”(tom muito imperativo). “Ai, olhe ainda não tive tempo”. Respostazinha: “Pronto, você é que sabe”. Outra. Toca à campainha e eu ainda a dormir em pé dou as duas voltas à fechadura e abro-lhe a porta. “Possa! Parece uma caixa forte”. Mais. “Dona A. esta toalha já está lavada mas ficou ainda cheia de nódoas”. “Ah, sim, deixe-a aí a um canto que eu mando limpar. Pu-la na máquina sem esfregar as nódoas primeiro.” “Pois, a gente faz as coisas sem pensar e depois...” E andamos nisto, numa relação de amor/ódio onde o meu interesseirismo acaba por falar sempre mais alto.
Epá, mas às vezes diz coisas que me caem mesmo mal. Género: “Ó Dona A., então ainda não comprou os resguardos para as almofadas e para o colchão?”(tom muito imperativo). “Ai, olhe ainda não tive tempo”. Respostazinha: “Pronto, você é que sabe”. Outra. Toca à campainha e eu ainda a dormir em pé dou as duas voltas à fechadura e abro-lhe a porta. “Possa! Parece uma caixa forte”. Mais. “Dona A. esta toalha já está lavada mas ficou ainda cheia de nódoas”. “Ah, sim, deixe-a aí a um canto que eu mando limpar. Pu-la na máquina sem esfregar as nódoas primeiro.” “Pois, a gente faz as coisas sem pensar e depois...” E andamos nisto, numa relação de amor/ódio onde o meu interesseirismo acaba por falar sempre mais alto.
terça-feira, dezembro 07, 2010
Era isto mas já não é
Fui lançada para o Oeiras Parque pronta a comprar estes calções com alças da LA Kids para o Rodrigo vestir no Natal. Adoro aquela flanela grossa e o padrão bem apropriado para a época. Mas 40 euros (!!) por uns calções que vão deixar de servir ao fim de pouco tempo arrepanha-me o coração - cá está uma expressão bem bonita "arrepanha-me o coração". Porque uma coisa é quando estamos a comprar um artigo que, tudo bem, é caro, mas vai ser usado até ficar russo e com buracos. Outra coisa é gastar um dinheirão para roupas que o Rodrigo acabará por vestir três ou quatro vezes. Vai daí acabámos por fazer a festa na Zara. Gastámos 100 euros, mas trouxemos uns calções com suspensórios, uma camisa, dois collants, um casaco de malha e um casaco canadiana para este frio de rachar. Vale ou não vale a pena?
segunda-feira, dezembro 06, 2010
E toca a votar
Por questões afectivas, o meu apelo ao voto na Missão Sorriso vai para o projecto do Hospital de Santa maria, onde o Rodrigo nasceu. O link de voto é http://www.missaosorriso.continente.pt/descricao.php?guid=31c51d0a-33f4-102e-859e-89880da61d9b e segue a descrição: O nosso projecto consiste na aquisição de 2 simuladores para organização de cursos de formação em emergência pediátrica e estabilização da criança gravemente doente para médicos e enfermeiros de pediatria de Norte a Sul de Portugal, incluindo Açores e Madeira. O curso será desenhado de um modo intensivo e interactivo. Se votar no nosso projecto cada formando enfrentará situações clínicas distintas em que terá que realizar o diagnóstico e o tratamento, podendo observar a resposta imediata, tal como se fosse em casos reais.
domingo, dezembro 05, 2010
Segui o conselho e recomendo
A minha querida amiga Pipoca é uma mulher de boas ideias e boas dicas. Vai daí, segui o conselho e comprei o cd da Leopoldina.Amo! A sério, as reinterpretações das nossas músicas infantis estão o máximo e ainda me emocionei numa ou duas. Fraquinho o arranjo do Legendary Tiger Man que, por ser um fofo, fica desculpado desta vez. Toca a comprar, um euro vai para a Missão Sorriso. O cd custa três.
terça-feira, novembro 30, 2010
Consultório II
Hoje fui outra vez ao doutor. O tal espanhol da lanterna nos olhos e das agulhas que nos diz os males do passado, presente e futuro. E não é que o raio do homem voltou a acertar na muche? Há duas semanas que ando maluca do meu estômago e hoje, quando me apontou a luz para a íris, disse logo no seu português atabalhoado: “Xii, o seu estômago mui malo, que passa?”. O homem até acerta bem no diagnóstico, mas depois não me convence muito na parte das ampolas, gotas e chazinhos. Aí, parece que estou a ir um bocadinho na conta do vigário. Os ditos medicamentos naturais compram-se lá mesmo no consultório e custam os olhos da cara. Mas pronto, vou continuar os tratamentos por mais algum tempo, até porque me tenho sentido substancialmente melhor. A ver.
segunda-feira, novembro 29, 2010
Burra, burra
O cabelo andava brilhante, reluzente, com vida. E eu andava feliz, a mostrar a toda a gente que se cruzava na minha casa de banho o novo sérum da Lancaster que andava a aplicar no cabelo, a seguir ao banho, sem enxaguar.
Até que um dia... bom, até que um dia (tipo ontem) estou a ler uma revista e vejo uma publicidade ao meu produto milagreiro e dou conta que é um produto de beleza, sim senhora, mas para... o rosto. Ups. Andei a pôr no cabelo um creme para o rejuvenescimento da pele. Que figurinha meu Deus. Enfim, verdade seja dita, durante estes dias nem uma borbulhinha, um equizema, uma ruga sequer, neste meu lindo cabelo.
quinta-feira, novembro 25, 2010
O Rodrigo na Pais & Filhos de Dezembro (já nas bancas)
E pronto. Já está nas bancas a edição de Dezembro da revista Pais & Filhos, onde se publica um artigo sobre o meu filho Rodrigo, prematuro de 27 semanas. Foi, sem dúvida, o artigo que mais me custou a escrever ao longo dos meus dez anos de jornalismo, mas também o que mais me preencheu. Digamos que me obrigou a fazer a catarse de tudo o que se passou. Aliás, nada como verbalizar.
Para completar o ramalhete, a minha querida amiga MJC deixou-me escrever na primeira pessoa, o que tornou este trabalho ainda mais especial. É claro que pretendo comprar entre cinco a seis exemplares, para garantir que exista pelo menos um para quando o Rodrigo estiver preparado para entender como foi o seu início de vida. Estou mesmo feliz com o resultado. Mesmo.
terça-feira, novembro 23, 2010
O quarto
Bom, e parece chegada a hora do Rodrigo começar a dormir no quarto dele. Finalmente, aos 16 meses (!!), consegui convencer o pai de que seria o melhor para o bebé.
Até agora, tem encarado esta mudança como se o filho tivesse 18 anos e nos estivesse a dizer que ia sair de casa para morar sozinho. Também não se dá o caso de termos uma mansão imensa e haver aquela coisa do Rodrigo ficar muito afastado de nós durante a noite. Nada disso. No nosso humilde T2 os quartos são mesmo pegadinhos e arrisco a dizer que mesmo com as portas fechadas ouve-se um punzinho de um lado para o outro.
Enfim, lá se combinou que em Janeiro se fazia essa transição. O primeiro passo já foi dado, que foi pedir orçamentos para aquecer o seu chalé. A proposta mais forte até agora são os radiadores RCM, presos à parede, que ligam e desligam sozinhos para manter a temperatura desejada. Pareceu-me bem, mas também não sou muito expert na matéria.
O segundo passo será comprar então um intercomunicador com imagem, para vigiarmos o baby. E aqui tenho algumas dúvidas, porque os modelos variam e as mariquices também. Aquela treta ainda é cara (pelo que tenho visto para cima de 140 euros) e convém fazer a escolha acertada. Se alguma das ilustres mamãs ou dedicados papás me puder auxiliar ficaria muito agradecida.
Até agora, tem encarado esta mudança como se o filho tivesse 18 anos e nos estivesse a dizer que ia sair de casa para morar sozinho. Também não se dá o caso de termos uma mansão imensa e haver aquela coisa do Rodrigo ficar muito afastado de nós durante a noite. Nada disso. No nosso humilde T2 os quartos são mesmo pegadinhos e arrisco a dizer que mesmo com as portas fechadas ouve-se um punzinho de um lado para o outro.
Enfim, lá se combinou que em Janeiro se fazia essa transição. O primeiro passo já foi dado, que foi pedir orçamentos para aquecer o seu chalé. A proposta mais forte até agora são os radiadores RCM, presos à parede, que ligam e desligam sozinhos para manter a temperatura desejada. Pareceu-me bem, mas também não sou muito expert na matéria.
O segundo passo será comprar então um intercomunicador com imagem, para vigiarmos o baby. E aqui tenho algumas dúvidas, porque os modelos variam e as mariquices também. Aquela treta ainda é cara (pelo que tenho visto para cima de 140 euros) e convém fazer a escolha acertada. Se alguma das ilustres mamãs ou dedicados papás me puder auxiliar ficaria muito agradecida.
segunda-feira, novembro 22, 2010
Ai ai
Que já me andam a perguntar o que quero para o Natal e ainda não tive tempo de me organizar. Quero muitas coisas, mas como ainda não parei para pensar, acabo por responder “qualquer coisa”. Burra, burra, que vou acabar a noite de Natal deprimida com caixas de bombons, pijamas e collants do chinês no colo.
E como mais vale prevenir do que remediar, aqui seguem algumas das coisas que me podem oferecer:
Netbook Sony
Zara
Mango
Sim, porque não?
Mango
Modelador e cabelo
Em actualização permanente...
E como mais vale prevenir do que remediar, aqui seguem algumas das coisas que me podem oferecer:
Netbook Sony
Zara
Mango
Sim, porque não?
Mango
Modelador e cabelo
Em actualização permanente...
quarta-feira, novembro 17, 2010
À beira do milagre
Eu tanto pedi, tanto pedi, que quase tenho. Lembram-se caros amigos e caras amigas do meu desespero face a uma alergia mistério que me punha numa cama de hospital a ir desta para melhor de cada vez que fazia exercício físico? Pois bem. Depois de muitos testes e de muito dinheiro gasto em médicas que não souberam dar resposta ao meu caso, eis que descobri uma imunoalergologista que me garantiu no corredor de um hospital que sabe do que falo, e que isto tem tratamento. Ah, pois é! Vou poder voltar a fazer uma das coisas que mais gosto, malhar, transpirar, correr, ficar com os músculos a doer. Agora, é só marcar consulta com ela e esperar que a senhora doutora saiba mesmo do que está a falar.
Só espero que o Rodrigo não venha a “herdar” estas minhas alergias malucas. Para já, e que se tenha descoberto, é alérgico à calar de ovo, mas os índices são muito baixos e pode vir a desaparecer rapidamente. Até aos dois anos, não há cá coisas com clara para o menino. Enfim, do mal o menos.
Só espero que o Rodrigo não venha a “herdar” estas minhas alergias malucas. Para já, e que se tenha descoberto, é alérgico à calar de ovo, mas os índices são muito baixos e pode vir a desaparecer rapidamente. Até aos dois anos, não há cá coisas com clara para o menino. Enfim, do mal o menos.
sexta-feira, novembro 05, 2010
Alternativa
Ando com agulhas espetadas no meu corpo. É verdade. Nas orelhas, no peito, no ombro e, até esta manhã, no nariz. Tudo porque andava um pouco nervosa e a subir paredes e com falta de ar e mais mil e uma tretas inexplicáveis que me tiram qualidade de vida. Vai daí, o Zé falou-me de um médico espanhol muito catita que através da nossa íris detecta os nossos males e trata-nos. Apesar de muito céptica lá fui. Cheguei, disse o nome e a idade e espequei os meus lindos olhos nos dele. E não é que o raio do homem acertou em todas as minhas efermidades? Sim, já sei que vão dizer que também não era difícil, visto eu padecer sempre de muitas coisas e várias. Ok. Mas a verdade é que ele me poderia ter falado em coisas que eu realmente não tenho nem sinto. Tais como: dores nos rins, unhas encravadas, enxaquecas, dores no estômago, dores nas articulações. Enfim, ele podia ter dito mil e uma coisas, mas a primeira que lhe saiu mal olhou para os meus olhos foi: “É uma pessoa muito nervosa e muito ansiosa”. Eu caladita que nem um rato, inexpressiva. E continuou por ali fora, sempre a acertar no que me apoquentava. No fim espetou-me agulhas, daquelas que ficam connosco meses, e deu-me uns chás, tudo natural. Nos dois primeiros dias andei ainda pior, a chicotear-me por ter ido perder tempo em métodos que nunca iriam ultrapassar o meu cepticismo. Mas ao terceiro dia o sol brilhou. Ao terceiro dia desapareceram os meus males e já lá vai uma semana e sinto-me mesmo fantástica. É dos chás? É das agulhas? Não sei nem quero saber. Estou bem e isso é meio caminho andado para andar mais feliz.
Explicação: as agulhas que tinha em cada lado da cana do nariz (para respirar melhor) eram, de facto, muito desconfortáveis e estavam sempre a sair. Tirei-as, com autorização do sô doutor.
Explicação: as agulhas que tinha em cada lado da cana do nariz (para respirar melhor) eram, de facto, muito desconfortáveis e estavam sempre a sair. Tirei-as, com autorização do sô doutor.
quinta-feira, outubro 07, 2010
Coisas em bom português
Há um aviso afixado na casa de banho da empresa onde trabalho onde se lê: "Por questões de segurança mantenha a casa de banho limpa". Por questões de segurança? Hum? Quanto muito por questões de saúde pública, não? Ou o patrão está com medo que a malta escorregue num cocó? Ou que uma sanita rebente por estar entupida com papel? Hum?
quinta-feira, setembro 23, 2010
segunda-feira, setembro 20, 2010
Rosário
Amanhã encontro marcado com a alegada nova empregada de limpeza cá de casa. Estou desejosa de lhe ver a dentadura.
Ela casou, eu chorei (três vezes!!!), nós dançamos, elas beberam. O casamento da querida Pipoca foi das coisas mai lindas que se viu. Melhor? Só mesmo o meu, desculpem lá qualquer coisinha. Divertido, emocionante, original. E agora venham mais dois, já no próximo fim-de-semana.
quinta-feira, setembro 09, 2010
Senhora precisa-se
A minha empregada anunciou hoje que não pode continuar a fazer a limpeza, que hoje era o último dia porque estava com problemas em casa. Más notícias logo pela manhã, porque apesar de ela não ter aquele dentinho à frente, ajudava-me bastante na lida da casa e eu quero continuar a ter fins-de-semana livres e com o lar todo "impéc".
Ainda tentei puxar por ela para perceber que tipo de "problemas lá em casa" a impediam de vir trabalhar quatro horas uma vez por semana, mas ela não se descoseu muito. E então fiquei a pensar se ela não se teria fartado dos quilos de roupa que eu tenho sempre para ela passar. Ou de nunca ter jogos de toalha de casa de banho completos. Ou então de eu e o Zé nos esquecermos sempre de levantar dinheiro para lhe pagarmos o mês e de no próprio dia andarmos ali ao pé dela a empurrar um para o outro quem vai à rua levantar. Ou então do meu aspirador não ser bom, desde o segundo dia que ela faz questão de levar o aspirador dela, que é muito bom.
Mas não, o Zé conseguiu depois puxar mais por ela (é melhor comercial do que eu sou jornalista) e, de facto, há mesmo "problemas lá em casa".
De maneiras que agora preciso de uma senhora para me fazer a limpeza e assim. Uma "senhora de confiança", como se diz sempre, não que eu tenha muitos valores lá em casa - a jóia mais valiosa que tinha era a minha aliança de casamento que já foi roubada -, mas já que vai andar lá por casa, gostava que fosse boazinha, de preferência sem um dentinho à frente, para nunca me esquecer do bem que me fez esta D. Irene. Uma querida.
Ainda tentei puxar por ela para perceber que tipo de "problemas lá em casa" a impediam de vir trabalhar quatro horas uma vez por semana, mas ela não se descoseu muito. E então fiquei a pensar se ela não se teria fartado dos quilos de roupa que eu tenho sempre para ela passar. Ou de nunca ter jogos de toalha de casa de banho completos. Ou então de eu e o Zé nos esquecermos sempre de levantar dinheiro para lhe pagarmos o mês e de no próprio dia andarmos ali ao pé dela a empurrar um para o outro quem vai à rua levantar. Ou então do meu aspirador não ser bom, desde o segundo dia que ela faz questão de levar o aspirador dela, que é muito bom.
Mas não, o Zé conseguiu depois puxar mais por ela (é melhor comercial do que eu sou jornalista) e, de facto, há mesmo "problemas lá em casa".
De maneiras que agora preciso de uma senhora para me fazer a limpeza e assim. Uma "senhora de confiança", como se diz sempre, não que eu tenha muitos valores lá em casa - a jóia mais valiosa que tinha era a minha aliança de casamento que já foi roubada -, mas já que vai andar lá por casa, gostava que fosse boazinha, de preferência sem um dentinho à frente, para nunca me esquecer do bem que me fez esta D. Irene. Uma querida.
sexta-feira, setembro 03, 2010
Fui praxada toma lá que já almoçaste
E aos 13 meses o Rodrigo teve pela primeira vez febre.
Ele com a temperatura a bater nos 39,5 e eu a sentir-me com 45 graus de febre, aflita que fiquei por não saber bem o que fazer ou o que ele tinha. Chorei, pois claro que chorei. O bebé passou uma noite infernal e nem o Ben-u-ron conseguia dar conta do recado. Passei a noite em claro a tentar baixar-lhe a temperatura do corpo e a acalmá-lo. De manhã, acabei por ir com ele às urgências e lá se descobriu uma amigdalite viral. Tadinho do meu piolho. Tem pontinhos brancos e tudo, que eu fiz questão de espreitar. No meio de tanta coisa, fiquei contente por saber a razão da febre. Estava com medo que viessem com aquela conversa dos dentes, que eu acho que é o que dizem sempre quando não conseguem descobrir nada. É um pouco como a versão dos gases para os adultos. “Ah, isso devem ser gases”.
A médica falou em três dias de febre, mas felizmente foi só um. Hoje já não tem, mas continua sem conseguir comer. O que eu penso logo? “Ai que o miúdo vai ficar fraquinho e vai-me desaparecer que ele já é tão magrinho”. Isto, até ouvir outras mães dizerem-me que é normal e que depois recuperam num instante. Não come, está rabujento e chora aos berros quando o deitamos para mudar a fralda. Será que ficou traumatizado por causa das maldades que o médico lhe fez para ver o que ele tinha? Escusado será dizer que no meio disto tudo, estou olheirenta, cansada e com mais, sei lá, para aí uns seis cabelos brancos novos. Espero que amanhã o puto charila já esteja melhor para voltarmos às nossas brincadeiras e para poder voltar a ver-lhe o sorriso.
Pergunta: Os supositórios têm aquela forma de foguetão, certo? Ora bem, toda a minha vida os enfiei no rabo pela parte em bico. Pois no hospital, a enfermeira disse-me que não era assim que se colocavam, mas sim com a parte mais larga. Alguém sabe isto? É que na altura e com os nervos acatei, mas acho sinceramente que não tem muita lógica.
Ele com a temperatura a bater nos 39,5 e eu a sentir-me com 45 graus de febre, aflita que fiquei por não saber bem o que fazer ou o que ele tinha. Chorei, pois claro que chorei. O bebé passou uma noite infernal e nem o Ben-u-ron conseguia dar conta do recado. Passei a noite em claro a tentar baixar-lhe a temperatura do corpo e a acalmá-lo. De manhã, acabei por ir com ele às urgências e lá se descobriu uma amigdalite viral. Tadinho do meu piolho. Tem pontinhos brancos e tudo, que eu fiz questão de espreitar. No meio de tanta coisa, fiquei contente por saber a razão da febre. Estava com medo que viessem com aquela conversa dos dentes, que eu acho que é o que dizem sempre quando não conseguem descobrir nada. É um pouco como a versão dos gases para os adultos. “Ah, isso devem ser gases”.
A médica falou em três dias de febre, mas felizmente foi só um. Hoje já não tem, mas continua sem conseguir comer. O que eu penso logo? “Ai que o miúdo vai ficar fraquinho e vai-me desaparecer que ele já é tão magrinho”. Isto, até ouvir outras mães dizerem-me que é normal e que depois recuperam num instante. Não come, está rabujento e chora aos berros quando o deitamos para mudar a fralda. Será que ficou traumatizado por causa das maldades que o médico lhe fez para ver o que ele tinha? Escusado será dizer que no meio disto tudo, estou olheirenta, cansada e com mais, sei lá, para aí uns seis cabelos brancos novos. Espero que amanhã o puto charila já esteja melhor para voltarmos às nossas brincadeiras e para poder voltar a ver-lhe o sorriso.
Pergunta: Os supositórios têm aquela forma de foguetão, certo? Ora bem, toda a minha vida os enfiei no rabo pela parte em bico. Pois no hospital, a enfermeira disse-me que não era assim que se colocavam, mas sim com a parte mais larga. Alguém sabe isto? É que na altura e com os nervos acatei, mas acho sinceramente que não tem muita lógica.
quarta-feira, setembro 01, 2010
Estou feita ao bife
Tenho três casamentos em breve - dois no mesmo dia, vai ser a p*** da loucura - e nem um vestidinho pelo qual caia para o lado. Mas o pior: saber que a seguir ao vestido vou ter de enfrentar um problema chamado "sapatos e mala". Até lá, cabeleireiro, depilação, maquilhagem, logística (sim , quando se é mãe tem de se pensar na logística), presentes. Felizmente, e entretanto, férias. Uma semana.
segunda-feira, agosto 30, 2010
As primeiras férias
E já passaram os meus dias de férias. Não posso dizer "as minhas duas semanas" porque este ano pus o gajo a tratar disso e deu numa linda coisa que foi uma semana e três dias de férias. "Hã? Humm? Mas por que não duas semanas Zé? Por que razão marcaste uma semana e três dias?" Daqui só dá mesmo para pareceber uma coisa: para o ano fico eu com esse pelouro. Leva com três semanas seguidas que até anda de lado, que é assim que eu gosto.
Continuando. As férias já lá vão, mas descansar que era bom, muito pouco. Aqui a menina, que em anos anteriores estava habituada a estender-se ao sol durante horas infindas a enfiar sandes, gelados, e bolas de Berlim no bucho, esteve este ano dedicada ao mais pirralho da família, ao Rodrigo. E tudo muda. Praia nas alturas pouco escaldosas, refeições a horas, despertar às nove e meia... O puto é que mandou no estaminé e não havia cá pão para malucos. O melhor? Tudo. O pior? Andar na praia ou na piscina em biquíni, de rabo para o ar, para lhe conseguir segurar as mãos enquanto ele treina o seu andar. E como ele treina, Meu Deus! Ai o que aquele miúdo quer andar. Eu bem o atafolhava de brinquedos na sombrinha do chapéu para ele ficar ali sossegado, mas nada a fazer. Ele queria dar voltas, muitas voltas. E ainda não consegue fazê-lo sozinho. Infelizmente ou não, já não digo nada, também não gatinha. O meu filho desloca-se com a barriga encostada ao chão, numa espécie de rastejo que ele lá inventou, mas que utiliza só em último recurso.
E então, escusado será dizer que estou com as minhas costas feitas num oito. Eu e o pai, que também entrou ao serviço. Mau, mau, era quando durante esta missão e debaixo de um calorzinho insuportável começava a sentir-me descomposta. Uma maminha quase de fora e o biquíni a querer desaparecer por entre as bimbas como se não houvesse amanhã. E eu naquela triste figura, de mãe empenhada e deicada, a pensar "Ai que eu tenho de soltar uma mão ao miúdo para me arranjar. Ai Rodrigo que vais bater com o teu trombil fofo na pedra da piscina mas é por uma boa causa, para a mamã ficar mais bonita, tá?".
Em Setembro há mais. E tirando serem umas férias mais cansativas, correu tudo optimamente bem. O bebé come tudo e mais alguma coisa, não estranha camas, dorme na praia, na piscina, aguenta-se bem me restaurantes, adora o mar, e, acima de tudo, diverte-nos imenso com as palhaçadas que começa a soltar.
Continuando. As férias já lá vão, mas descansar que era bom, muito pouco. Aqui a menina, que em anos anteriores estava habituada a estender-se ao sol durante horas infindas a enfiar sandes, gelados, e bolas de Berlim no bucho, esteve este ano dedicada ao mais pirralho da família, ao Rodrigo. E tudo muda. Praia nas alturas pouco escaldosas, refeições a horas, despertar às nove e meia... O puto é que mandou no estaminé e não havia cá pão para malucos. O melhor? Tudo. O pior? Andar na praia ou na piscina em biquíni, de rabo para o ar, para lhe conseguir segurar as mãos enquanto ele treina o seu andar. E como ele treina, Meu Deus! Ai o que aquele miúdo quer andar. Eu bem o atafolhava de brinquedos na sombrinha do chapéu para ele ficar ali sossegado, mas nada a fazer. Ele queria dar voltas, muitas voltas. E ainda não consegue fazê-lo sozinho. Infelizmente ou não, já não digo nada, também não gatinha. O meu filho desloca-se com a barriga encostada ao chão, numa espécie de rastejo que ele lá inventou, mas que utiliza só em último recurso.
E então, escusado será dizer que estou com as minhas costas feitas num oito. Eu e o pai, que também entrou ao serviço. Mau, mau, era quando durante esta missão e debaixo de um calorzinho insuportável começava a sentir-me descomposta. Uma maminha quase de fora e o biquíni a querer desaparecer por entre as bimbas como se não houvesse amanhã. E eu naquela triste figura, de mãe empenhada e deicada, a pensar "Ai que eu tenho de soltar uma mão ao miúdo para me arranjar. Ai Rodrigo que vais bater com o teu trombil fofo na pedra da piscina mas é por uma boa causa, para a mamã ficar mais bonita, tá?".
Em Setembro há mais. E tirando serem umas férias mais cansativas, correu tudo optimamente bem. O bebé come tudo e mais alguma coisa, não estranha camas, dorme na praia, na piscina, aguenta-se bem me restaurantes, adora o mar, e, acima de tudo, diverte-nos imenso com as palhaçadas que começa a soltar.
sexta-feira, julho 30, 2010
Eles
Só mesmo um grupo de homens para se entreterem durante uns largos minutos a mostrarem uns aos outros como são as cartas de condução de cada um. Irra.
Adenda: Festa de um ano do Rodrigo foi um sucesso. Apesar da casa a abarrotar não foi preciso deitar nenhuma parede abaixo. Menos mal.
Adenda: Festa de um ano do Rodrigo foi um sucesso. Apesar da casa a abarrotar não foi preciso deitar nenhuma parede abaixo. Menos mal.
quinta-feira, julho 22, 2010
Um ano de vida
terça-feira, junho 22, 2010
Quem é vivo sempre aparece
Que ausência enorme deste meu blog que há um ano foi a minha companhia e o meu muro de lamentações e mais algumas coisas. Mas quem é vivo sempre aparece (que é uma expressão que eu gosto muito) e cá estou eu para dar as últimas novidades.
O Rodrigo fez hoje onze meses e está um espectáculo. Está a desenvolver-se muito bem e, embora não faça todas as coisas que um bebé da idade dele faz, dá para perceber que está a seguir bem o seu caminho. É pequenito, mas faz-se valer. É cabeçudo, sai ao pai. Tem o meu nariz, não tenho a menor dúvida. E começa agora a fazer das dele, porque quer andar a mexer em tudo, quer andar pela casa toda sem no entanto conseguir fazê-lo sozinho e palra e ri muito. Agora começo é já a pensar na festinha dele de um ano. Não sei bem o que fazer, mas quero que seja muito especial. Vou ali deitar-me na cama para pensar nisso um bocadinhom, pode ser?
O Rodrigo fez hoje onze meses e está um espectáculo. Está a desenvolver-se muito bem e, embora não faça todas as coisas que um bebé da idade dele faz, dá para perceber que está a seguir bem o seu caminho. É pequenito, mas faz-se valer. É cabeçudo, sai ao pai. Tem o meu nariz, não tenho a menor dúvida. E começa agora a fazer das dele, porque quer andar a mexer em tudo, quer andar pela casa toda sem no entanto conseguir fazê-lo sozinho e palra e ri muito. Agora começo é já a pensar na festinha dele de um ano. Não sei bem o que fazer, mas quero que seja muito especial. Vou ali deitar-me na cama para pensar nisso um bocadinhom, pode ser?
terça-feira, maio 18, 2010
domingo, maio 09, 2010
E já foi
Uma semana de férias que soube a pouco. O tempo não ajudou, mas sempred eu para esplanar um dia ou outro. Acima de tudo deu para alinhavar e treinar logístics para ir à rua com o Rodrigo. Os dias foram mais ou menos assim. Bebé a colaborar e a deixar-nos dormir até às onze. Nada mau! Depois começa a correria. Mais uma horita e já está na hora de ele almoçar. Convém haver sopa de carne ou peixe feita e fruta para lhe dar. Confesso que um dia ou outro não tinha uma das coisas e lá foi desenrasca de boião. Num abrir de fechar e olhos é uma da tarde e eu e o pai começamos aí a pensar o que vamos nós almoçar. Enquanto um vai fazendo umas coisas o outro fica de olho no baby, que está naquela fase de ainda não gatinhar e de querer andar ao colo em vários recantos da casa para mexer naquelas coisas que ele lá acha graça. Coisas que ficam sempre em posições que nos fazem doer os braços, longe de uma televisão, de um sofá e na zona mais fria da casa. Depois de comermos é arranjar tudo para sairmos. Biberões, papas, frutas, iogurtes, fraldas, termo com água quente, brinquedos e mais isto e mais aquilo. Sair. E não dar conta que já são oito da noite e que está na hora de voltar para casa. E dar banhos, e dar vitaminas e entretê-lo nas birrinhas da noite. Ah, é verdade, temos de jantar qualquer coisa. E apesar de todo este cansaço e correria continua a ser tão bom. Xiça. Que isto de ser mãe é mesmo uma coisa inexplicável. Xiça. Que já passou a tal semana de férias e ainda estou cansada. Xiça. Que este Verão é que eu quero ver como vai ser com a tralha toda para a praia e calor. Muito calor.
terça-feira, abril 27, 2010
sexta-feira, abril 16, 2010
Só dizer que ando assim para o cansado, mas que está tudo bem. O Rodrigo está à beira de completar nove meses e está com quase oito quilos e quase com 67 centímetros. E pensar que chegou às 800 gramas e que nasceu com 38 centímetros. Irra. Continua um bebé muito tranquilo, tadito, querido. Já tem dois dentes. Dorme como um anjo e come sopa, papa e fruta com ganas. O trabalho é que me mata. Os dias são pequenos para a quantidade de coisas que quero fazer. De maneiras que ando cansada. Quando reequilibrar as energias conto as minhas últimas peripécias.
segunda-feira, março 22, 2010
Perdi a cabeça
Estava hoje a sair de um café com uma sandes para o almoço, quando um anormal de um homem na casa dos 50 decidiu que era boa altura para disfarçadamente me apalpar o rabo enquanto eu passava por ele. Perdi a cabeça e dei-lhe um sopapão-estalo-cacetada tão grande na tola que ele nem percebeu muito bem se estava ao balcão ou onde é que estava. Como se isso não bastasse, fiz-lhe uma gritaria em pleno estabelecimento com o dedo em riste onde disse uma série de coisas com sentido mas que já nem me lembro e obriguei-o a pedir-me desculpa pelo que tinha feito. Saí porta fora e desatei num pranto de nervos, enquanto o dono do café me pedia desculpa. Já nem me soube bem a porcaria da sandes. E agora vou-me deitar para esquecer este episódio que já não vivia há uns 18 anos, quando andava no liceu. Ele há com cada uma.
sábado, março 20, 2010
Coisas muito parvas que uma mãe hipocondríaca dá por si a fazer
Contam-se pelos dedos das mãos e dos pés e ainda das mãos e dos pés de toda a vizinhança aqui do bairro as vezes que já fui ver se o bebé estava a respirar enquanto dorme.
quarta-feira, março 17, 2010
Crise de identidade
Há dias tive um serviço que metia muita pequenada junta, barulhenta, irreverente. Miúdos naquela idade dos oito, nove anos, em que elas se divertem em frente a uma vidraça a fazer as coreografias da Beyoncé e em que eles têm aquele bigodito muito ridículo, que ainda não dá para rapar mas que já se vê ao longe.
Enfim, feito este intróito, dizia eu que estava no meio dessa pequenada, que esperava ansiosamente a chegada da Luciana Abreu, quando um grupo de quatro meninos se pôs a olhar para mim, a rir, a segredar e a olhar outra vez com sobrolhos franzidos. Fiquei inquieta. Um deles lá tratou de me dizer o seguinte: "Tu és mesmo parecida com o Nuno da biblioteca da nossa escola". Hã? "A sério, és igualinha ao Nuno da nossa escola, o da biblioteca". Hã?
Enfim, feito este intróito, dizia eu que estava no meio dessa pequenada, que esperava ansiosamente a chegada da Luciana Abreu, quando um grupo de quatro meninos se pôs a olhar para mim, a rir, a segredar e a olhar outra vez com sobrolhos franzidos. Fiquei inquieta. Um deles lá tratou de me dizer o seguinte: "Tu és mesmo parecida com o Nuno da biblioteca da nossa escola". Hã? "A sério, és igualinha ao Nuno da nossa escola, o da biblioteca". Hã?
quinta-feira, março 11, 2010
Coisas soltas da minha vidinha
Quando ando de elevador não consigo sentir se está a subir ou a descer. Às vezes vou com alguém e dizem-me "xi... agora estamos a ir pra cima". Dizem-no sem olhar para os botões, ou para setas, ou algo do género. Dizem-no porque sentem no corpo. E eu fico assim com cara de parva, sem sentir nada. Não é grave pois não?
Ando cansadita, pois que ando. O baby adormeceu agora. Vai dormir para aí meia horita e depois é festa até à meia-noite. Mas mantê-lo acordado agora é muito complicado.
Há uma semana que anda aos guinchos. Aprendeu a gritar e então passa horas a mostrar a novidade. Ui, e como mostra.
As minhas maminhas já não estão deprimidas. E eu também não. Já me desforrei no sushi, já ponho picante na comida, já posso voltar à depilação definitiva, já posso aclarar o cabelo com tintas carregadinhas de amoníaco. E é uma delícia ver o baby a agarrar o biberão com as duas mãozitas.
Entretanto, a monotonia instalou-se aqui no lar. Passo a explicar. O senhor meu marido almoça todos os dias em casa e agora está numa de querer comer frango todos os dias. Arghh, que o bicho com penas já me cansa. Ele é no forno, é guisado, de caril, às coxas, à padeiro. Irra.
Esta semana chorei e disse muitas asneiras. Estacionei o carro num sítio dúbio (mas sem estorvar ninguém) e fui presenciada com dois maléficos riscos. Feios, fundos, dispendiosos. Não se faz. E o carro que é novo e tão lindo.
Novidade: consegui que o senhor meu marido me arranjasse uma empregada. Tããão bom. É a Dona I., querida, sem um dentinho à frente, mas muito querida. Tão querida que o meu gajo dizia-me há pouco: "Opá vamos dar uma limpeza geral para ela não ficar com má ideia nossa". Pois, pois.
Uma solução óptima visto que a senhora sem um dentinho à frente também passa a ferro. É que contratei uma pequena empresa para me passar a ferro com entrega ao domicílio. Mas o raio das senhoras nãon atinam com os dias de entrega e a minha roupa anda por aí algures na zona saloia. Hoje, por exemplo, era o dia de me virem entregar o cesto e nada. E tanto jeito me dava umas coisas que tinha para lá.
De maneiras que é isto.
Ando cansadita, pois que ando. O baby adormeceu agora. Vai dormir para aí meia horita e depois é festa até à meia-noite. Mas mantê-lo acordado agora é muito complicado.
Há uma semana que anda aos guinchos. Aprendeu a gritar e então passa horas a mostrar a novidade. Ui, e como mostra.
As minhas maminhas já não estão deprimidas. E eu também não. Já me desforrei no sushi, já ponho picante na comida, já posso voltar à depilação definitiva, já posso aclarar o cabelo com tintas carregadinhas de amoníaco. E é uma delícia ver o baby a agarrar o biberão com as duas mãozitas.
Entretanto, a monotonia instalou-se aqui no lar. Passo a explicar. O senhor meu marido almoça todos os dias em casa e agora está numa de querer comer frango todos os dias. Arghh, que o bicho com penas já me cansa. Ele é no forno, é guisado, de caril, às coxas, à padeiro. Irra.
Esta semana chorei e disse muitas asneiras. Estacionei o carro num sítio dúbio (mas sem estorvar ninguém) e fui presenciada com dois maléficos riscos. Feios, fundos, dispendiosos. Não se faz. E o carro que é novo e tão lindo.
Novidade: consegui que o senhor meu marido me arranjasse uma empregada. Tããão bom. É a Dona I., querida, sem um dentinho à frente, mas muito querida. Tão querida que o meu gajo dizia-me há pouco: "Opá vamos dar uma limpeza geral para ela não ficar com má ideia nossa". Pois, pois.
Uma solução óptima visto que a senhora sem um dentinho à frente também passa a ferro. É que contratei uma pequena empresa para me passar a ferro com entrega ao domicílio. Mas o raio das senhoras nãon atinam com os dias de entrega e a minha roupa anda por aí algures na zona saloia. Hoje, por exemplo, era o dia de me virem entregar o cesto e nada. E tanto jeito me dava umas coisas que tinha para lá.
De maneiras que é isto.
terça-feira, março 02, 2010
A fonte secou
Tem havido lágrimas. Não muitas, não um lago de lágrimas, mas as suficientes para ficar com os olhos mais caídos e os lábios mais arqueados, como a minha mãe já tem do alto dos seus mais de 60 anos. Tudo porque o meu leite está a secar, está a acabar, a ir-se, a engolir-se para dentro.
As minhas maminhas estão descrentes e quando o Rodrigo as toma de assalto elas nem reagem e ficam-se. E eu fico-me também. Triste. Ao fim de sete meses sou obrigada a despedir-me de um dos momentos mais mágicos da minha relação com o meu filho. Uma mãe ontem dizia-me que as pupilas dos bebés dilatam quando se aproximavam da mama. Não sabia. Nunca estive atenta a isso. E ontem já fui tarde. Mas paciência. Este nó na garganta vai passar, como tantos outros que já tive e que pensei nunca mais conseguir desfazer. No final desfaço-os sempre. O que para já não tenho maneira de desfazer é o imbróglio que é ter de ir à cozinha no frio da noite e a dormir em pé para ir fazer e aquecer o biberão. Tenho as maminhas deprimidas.
As minhas maminhas estão descrentes e quando o Rodrigo as toma de assalto elas nem reagem e ficam-se. E eu fico-me também. Triste. Ao fim de sete meses sou obrigada a despedir-me de um dos momentos mais mágicos da minha relação com o meu filho. Uma mãe ontem dizia-me que as pupilas dos bebés dilatam quando se aproximavam da mama. Não sabia. Nunca estive atenta a isso. E ontem já fui tarde. Mas paciência. Este nó na garganta vai passar, como tantos outros que já tive e que pensei nunca mais conseguir desfazer. No final desfaço-os sempre. O que para já não tenho maneira de desfazer é o imbróglio que é ter de ir à cozinha no frio da noite e a dormir em pé para ir fazer e aquecer o biberão. Tenho as maminhas deprimidas.
quinta-feira, fevereiro 25, 2010
Os meus serões
Os meus serões em casa estão diferentes. Já não são passados em frente ao televisor, a fazer zapping para apanhar uma série que nunca dava ou um filme anunciado fora de horas.
Os meus serões estão diferentes porque anda para aqui um puto charila que já mexe os braços energicamente quando me vê. Já esperneia até ficar com as meias fora dos pés e olha para tudo o que está à volta. O cusco.
Os meus serões estão diferentes porque ele me entretém. Já segura bem a cabeça, já se senta no canto do sofá. Dá-se o leite, muda-se a fralda, brinca-se, dorme-se, acorda-se, agora quer a chucha, agora quer colo. E remata tudo com uns punzitos deliciosos, fofos. Qual comando de televisão qual quê.
Os meus serões estão diferentes porque o baby já dobra o riso. E eu triplico em cima do dele. E desmancho-me a rir com as palhaçadas que já vai inventando. As tentativas de sozinho colocar a chucha na boca e ela ir parar invariavelmente à orelha fazem-me estar ali no sofá minutos, horas, a olhar para ele.
Os meus serões estão diferentes, para melhor.
Nota: E esta vontade de ter outro bebé que não me larga, hein?
Os meus serões estão diferentes porque anda para aqui um puto charila que já mexe os braços energicamente quando me vê. Já esperneia até ficar com as meias fora dos pés e olha para tudo o que está à volta. O cusco.
Os meus serões estão diferentes porque ele me entretém. Já segura bem a cabeça, já se senta no canto do sofá. Dá-se o leite, muda-se a fralda, brinca-se, dorme-se, acorda-se, agora quer a chucha, agora quer colo. E remata tudo com uns punzitos deliciosos, fofos. Qual comando de televisão qual quê.
Os meus serões estão diferentes porque o baby já dobra o riso. E eu triplico em cima do dele. E desmancho-me a rir com as palhaçadas que já vai inventando. As tentativas de sozinho colocar a chucha na boca e ela ir parar invariavelmente à orelha fazem-me estar ali no sofá minutos, horas, a olhar para ele.
Os meus serões estão diferentes, para melhor.
Nota: E esta vontade de ter outro bebé que não me larga, hein?
terça-feira, fevereiro 23, 2010
Lecoldações
Pode ser parvoíce, mas já não vou a um restaurante chinês desde aquela altura em que a ASAE fechou não sei quantos estabelecimentos por falta de condições e com coisas esquisitas nas arcas e mais não sei o quê. Bom, digo eu que nunca mais fui a um restaurante chinês,mas a verdade é que os empregados dessas casas onde eu tenho andado a comer sushi parecem tudo menos japoneses. Enfim, quando digo restaurante chinês, falo daqueles que até tinham karaoke e tudo. Tenho saudades da sopa de barbatana de tubarão, da sopa de ninho de andorinha, do crepe chinês para entrada, do pato à Pequim, do chop soey de gambas, do família feliz, hummmm, no fim o crepe com gelado, a banana pa-si, aiii, que saudades, saudadinhas. E vai-se a ver, ando para aqui com estas mariquices, a estrangular a minha gula, a armar-me em esquisitinha... vai-se a ver e já muita gente fez as pazes com os restaurantes chineses. E sabem onde são os bons. E diziam-me onde eram. Os limpinhos. Os que não têm arcas frigoríficas e que passaram com distinção no exame da ASAE. Hum, que tal? E eu ia. Toda lampeira, de banhito tomado e família atrás.
segunda-feira, fevereiro 15, 2010
Escutas
Segunda-feira, 11h30, telefonema para a mãe
Anette - Tou? Então, ele comeu bem a papa?
Terça-feira, 13h00, telefonema para a amiga
A. - Tenho uma bomba para te contar. Almoçamos?
Quarta-feira, 12h00, telefonema para o marido
A.- Pagas-me a TMN?
Quinta-feira, 19h00, telefonema para o pai
A. - O bebé já fez cocó? Como é que era?
Sexta-feira, 18h30, telefonema para o marido
A. - Vou sair agora
Sexta-feira, 18h35, telefonema para o marido
A. - Já não tenho tempo, anota aí, 5-8-26-28-45 e as estrelas quero o 2 e o 6
As minhas escutas são uma grande seca.
Anette - Tou? Então, ele comeu bem a papa?
Terça-feira, 13h00, telefonema para a amiga
A. - Tenho uma bomba para te contar. Almoçamos?
Quarta-feira, 12h00, telefonema para o marido
A.- Pagas-me a TMN?
Quinta-feira, 19h00, telefonema para o pai
A. - O bebé já fez cocó? Como é que era?
Sexta-feira, 18h30, telefonema para o marido
A. - Vou sair agora
Sexta-feira, 18h35, telefonema para o marido
A. - Já não tenho tempo, anota aí, 5-8-26-28-45 e as estrelas quero o 2 e o 6
As minhas escutas são uma grande seca.
sábado, fevereiro 13, 2010
Tudo o que é pequenino tem graça
Chega-se ao limite quando damos por nós a fotografar o primeiro cocó em forma de cagalhotinho do nosso filho. O cocó deixa de ser pastoso, ganha aquela forma de alheira e nós achamos isso muito fofinho e guardamos para a posteridade numa parte do álbum inventada por nós. Vem a seguir ao capítulo "A minha primeira papa" e damos-lhe o nome de "O meu primeiro cocó de homem".
terça-feira, fevereiro 09, 2010
Erro logístico
Nota prévia: Entre os mil e um problemas de saúde que eu de facto tenho e que as pessoas à minha volta insistem em definir como sintomas da minha hipocondrice, consta uma alergia à roupa que fica mais de duas semanas no roupeiro sem que eu a use. Ou seja, se pego num casaco, numa saia, numa camisola que já não visto há algum tempo fico com espirros, com ranho e com os olhos vermelhos como se tivesse fumado trinta ganzas à marroquina. Esta alergia faz com que eu tenha de lavar a minha roupa constantemente, mesmo que não a tenha usado e mesmo que esta esteja alva e limpa e ainda a cheirar a Skip Roupa Macia. Escusado será dizer que não tenho tempo para fazê-lo. A solução passa por ir rodando uma dúzia de peças que vou vestindo com mais frequência.
E agora o tal erro logístico
Sou preguiçosa e desarrumada. Ao final do dia, quando vou para a banheira, dispo a roupa, ponho meias e cuecas para lavar e as restantes peças ficam em cima de uma cadeira. Isto acontece segunda, terça, quarta, quinta, e por aí fora. O monte vai-se avolumando e as roupas no roupeiro que pertencem ao leque de "prontas-a-usar-que-não-fazem-alergia-porque usei-há-pouco-tempo-ou-foram-lavadas-ontem" vai definhando. Por ser lanzona, não arrumei nada no fim-de-semana, muito menos lavei ou passei. Cheguei agora ao ponto de não poder usar nada da montanha da cadeira por estar tudo mais do que amachucado e não ter tempo nem paciência para passar a ferro e no roupeiro não há nada que possa usar. Hoje arrisquei uma das peças do cabide e passei o dia a lenços de papel e a falar pelo nariz. O que não é nada agradável.
Como de costume, penso hoje à noite na roupa que vou vestir amanhã. E surpresa. Não tenho nada em condições. N-A-D-A! Das duas uma: ou vou de pijama, que por sinal até é bem catita; ou acordo meia hora mais cedo e passo ali na Modalfa (sim, em Mafra só há Modalfa) para arranjar um modelito. Ou então, faço aqueles meus olhinhos fofos e peço ao maridão para dar uma passadela a ferro muito rápida num vestidinho que ali está no monte da cadeira e que me apetecia mesmo muuuuito vestir amanhã.
E agora o tal erro logístico
Sou preguiçosa e desarrumada. Ao final do dia, quando vou para a banheira, dispo a roupa, ponho meias e cuecas para lavar e as restantes peças ficam em cima de uma cadeira. Isto acontece segunda, terça, quarta, quinta, e por aí fora. O monte vai-se avolumando e as roupas no roupeiro que pertencem ao leque de "prontas-a-usar-que-não-fazem-alergia-porque usei-há-pouco-tempo-ou-foram-lavadas-ontem" vai definhando. Por ser lanzona, não arrumei nada no fim-de-semana, muito menos lavei ou passei. Cheguei agora ao ponto de não poder usar nada da montanha da cadeira por estar tudo mais do que amachucado e não ter tempo nem paciência para passar a ferro e no roupeiro não há nada que possa usar. Hoje arrisquei uma das peças do cabide e passei o dia a lenços de papel e a falar pelo nariz. O que não é nada agradável.
Como de costume, penso hoje à noite na roupa que vou vestir amanhã. E surpresa. Não tenho nada em condições. N-A-D-A! Das duas uma: ou vou de pijama, que por sinal até é bem catita; ou acordo meia hora mais cedo e passo ali na Modalfa (sim, em Mafra só há Modalfa) para arranjar um modelito. Ou então, faço aqueles meus olhinhos fofos e peço ao maridão para dar uma passadela a ferro muito rápida num vestidinho que ali está no monte da cadeira e que me apetecia mesmo muuuuito vestir amanhã.
segunda-feira, fevereiro 08, 2010
sexta-feira, fevereiro 05, 2010
Tudo sobre futebol
A partir de hoje, não percam pitada sobre o mundo do futebol através do blog fresco, fresquinho Match Day News. Uma baforada de boa escrita nesta era em que qualquer caramelo com roupas muito más vai à televisão comentar tudo e mais alguma coisa do que se passa dentro e fora dos relvados. A não perder.
terça-feira, fevereiro 02, 2010
Os meus ais
Ai, que eu ainda não entrei neste ritmo de trabalho;
Ai, que eu ando tão cansada que às dez da noite só quero ir para a cama;
Ai, que custa tanto acordar às oito e meia da manhã;
Ai, que custa ainda mais deixar o meu bebé Rodrigo;
Ai, que ao longo do dia tenho tantas saudades dele;
Ai, que chego ao final do dia com as maminhas a rebentar de tanto leite;
Ai, que o cocó do Rodrigo já cheira como o das pessoas crescidas por estar a comer papa e sopa;
Ai, que voltei a fumar;
Ai, voltei a fumar, mas pouquinho;
Ai, que sou tão fraca que estou a fumar outra vez;
Ai, que estou a fumar e ainda a dar maminha;
Ai ai.
Ai, que eu ando tão cansada que às dez da noite só quero ir para a cama;
Ai, que custa tanto acordar às oito e meia da manhã;
Ai, que custa ainda mais deixar o meu bebé Rodrigo;
Ai, que ao longo do dia tenho tantas saudades dele;
Ai, que chego ao final do dia com as maminhas a rebentar de tanto leite;
Ai, que o cocó do Rodrigo já cheira como o das pessoas crescidas por estar a comer papa e sopa;
Ai, que voltei a fumar;
Ai, voltei a fumar, mas pouquinho;
Ai, que sou tão fraca que estou a fumar outra vez;
Ai, que estou a fumar e ainda a dar maminha;
Ai ai.
quinta-feira, janeiro 28, 2010
domingo, janeiro 24, 2010
A ver se ainda me lembro
Depois de ter estado seis meses em permanente convívio com o bebé, não vai ser fácil voltar a lidar com gente adulta. Ora vamos lá rever a matéria.
Diz-se "bom dia" sem ser em voz de falsete e sem estarmos a abanar a cabeça para cima e para baixo enquanto arregalamos os olhos. Não devemos ficar deprimidos porque, ao contrário dos bebés, é raro vir de lá um sorriso.
Quando chega a hora de comer não há lágrimas. Há antes um restolhar de rabos nas cadeiras, computadores a desligarem-se, telefonemas para as mães e namorados para fazerem o balanço da manhã. Há gente a sair de fininho para evitar companhias indesejadas à refeição e há quem convide meio mundo para fazer daquela meia-hora uma grande rambóia a terminar com licores beirão ao balcão. Aliás, durante a tarde, alguns bolsam para as secretárias.
Quando apanhamos com gente resmungona e mal disposta não somos obrigados a ver se têm xixi ou cocó. E se alguém tiver vontade de andar a brincar connosco podemos virar costas sem remorsos. Não temos de tirar cólicas a ninguém e, apesar de muitos o fazerem, não fica bem fazer colinho no local de trabalho. Ah, a chucha está igualmente proibida neste mundo de adultos onde quase toda a gente se esforça para andar à mama.
Diz-se "bom dia" sem ser em voz de falsete e sem estarmos a abanar a cabeça para cima e para baixo enquanto arregalamos os olhos. Não devemos ficar deprimidos porque, ao contrário dos bebés, é raro vir de lá um sorriso.
Quando chega a hora de comer não há lágrimas. Há antes um restolhar de rabos nas cadeiras, computadores a desligarem-se, telefonemas para as mães e namorados para fazerem o balanço da manhã. Há gente a sair de fininho para evitar companhias indesejadas à refeição e há quem convide meio mundo para fazer daquela meia-hora uma grande rambóia a terminar com licores beirão ao balcão. Aliás, durante a tarde, alguns bolsam para as secretárias.
Quando apanhamos com gente resmungona e mal disposta não somos obrigados a ver se têm xixi ou cocó. E se alguém tiver vontade de andar a brincar connosco podemos virar costas sem remorsos. Não temos de tirar cólicas a ninguém e, apesar de muitos o fazerem, não fica bem fazer colinho no local de trabalho. Ah, a chucha está igualmente proibida neste mundo de adultos onde quase toda a gente se esforça para andar à mama.
sexta-feira, janeiro 22, 2010
Acabou-se
E pronto. Chegou ao fim a minha licença de maternidade. Aliás, até me apetece dizer: "e prontos", que é bem mais forte. O trabalho começa já na segunda-feira (ui) e hoje, claro está, foi dia de lágrimas. Já há alguns dias que elas andam a espreitar. Uma aqui, outra acolá. Mas hoje pareço mais uma Maria Madalena e o soalho da minha sala está húmido.
O Rodrigo fica bem entregue. Eu sei disso. Mas hoje de cada vez que olhava para ele lá se me enchiam os olhos de lágrimas. Das saudades que vou sentir, acho. Sei que está bem entregue, mas cá no fundo o que eu penso é que eu é que sei tomar conta dele melhor do que ninguém. Na minha cabeça as coisas são assim. Eu sei ler o choro dele, as expressões, os movimentos das mãos. Sei quando não quer comer mais, quando tem cocó ou foram só puns. Sei quando lhe apetece brincar, quando quer relaxar e quando quer fazer colinho. Eu é que sei. A verdade é essa. E dá-me pena que vá passar pelos mal-entendidos próprios de quem não sabe falar. Como quando veio cá para casa e eu ainda não o conhecia. Mas a vida é mesmo assim e não podia ficar eternamente em casa à espera da idade em que ja soubesse andar com as chaves de casa sem as perder.
De maneiras que é assim. E prontos. Agora com licença que vou ali choramingar mais um bocadito e já venho.
O Rodrigo fica bem entregue. Eu sei disso. Mas hoje de cada vez que olhava para ele lá se me enchiam os olhos de lágrimas. Das saudades que vou sentir, acho. Sei que está bem entregue, mas cá no fundo o que eu penso é que eu é que sei tomar conta dele melhor do que ninguém. Na minha cabeça as coisas são assim. Eu sei ler o choro dele, as expressões, os movimentos das mãos. Sei quando não quer comer mais, quando tem cocó ou foram só puns. Sei quando lhe apetece brincar, quando quer relaxar e quando quer fazer colinho. Eu é que sei. A verdade é essa. E dá-me pena que vá passar pelos mal-entendidos próprios de quem não sabe falar. Como quando veio cá para casa e eu ainda não o conhecia. Mas a vida é mesmo assim e não podia ficar eternamente em casa à espera da idade em que ja soubesse andar com as chaves de casa sem as perder.
De maneiras que é assim. E prontos. Agora com licença que vou ali choramingar mais um bocadito e já venho.
quinta-feira, janeiro 21, 2010
terça-feira, janeiro 19, 2010
Coisas de tintol
Fui notificada para ser ouvida no posto da GNR de Sintra por causa de um artigo que escrevi. Não sabia onde era e entrei numa churrasqueira da vila, onde perguntei para o ar.
- Alguém me sabe dizer onde é a GNR?
Saltaram três ou quatro a dizerem que sim, na segunda à esquerda, na rotunda em frente, blá blá, quando fui interrompida por um cota rosado que estava encostado em desiquilíbrio ao balcão com um copo de tinto à frente. Voz arrastada:
- Então mas tem mesmo que lá ir? Oiça, liga-se para lá e eles que venham cá.
Mais nada. Obrigadinhos.
- Alguém me sabe dizer onde é a GNR?
Saltaram três ou quatro a dizerem que sim, na segunda à esquerda, na rotunda em frente, blá blá, quando fui interrompida por um cota rosado que estava encostado em desiquilíbrio ao balcão com um copo de tinto à frente. Voz arrastada:
- Então mas tem mesmo que lá ir? Oiça, liga-se para lá e eles que venham cá.
Mais nada. Obrigadinhos.
sexta-feira, janeiro 15, 2010
Ou muito me engano
Ou o meu pequenote Rodrigo anda aqui a ler o blogue. Ontem foi um dia cheio de vitórias. O segredo? Eu não estar nem por perto. Os meus pais deram-lhe a papa sem o rapaz sequer pestanejar. O pai deu-lhe o biberão à noite e foi tudinho. Todas estas operações foram feitas comigo noutra divisão da casa, a fazer figas, a rezar, a espreitar de mansinho sem respirar e a esconder as minhas mamocas.
Obrigada a todos pelas dicas.
Obrigada a todos pelas dicas.
quinta-feira, janeiro 14, 2010
Em pânico
Falta pouco mais de uma semana para ir trabalhar e o Rodrigo não pega no leite artificial nem por nada. Já experimentei várias tetinas, inclusive as que ele sempre pegou com o meu leite congelado, e não há maneira. Quando está meio a dormir ainda bebe um pouco, mas depois começa a cuspi-lo e com vómitos. Estou em pânico porque não quero que o bebé passe fome. A papa ainda é uma verdadeira luta. Será que tenho de experimentar outra marca de leite? Nos dois primeiros dias bebeu a quantidade toda. Aiiii, heeeeelp, estão perante uma mãe desesperada e cheia de miaúfa. Ajudas, dicas e truques precisam-se.
terça-feira, janeiro 12, 2010
Agenda a 13 dias de ir trabalhar
- Comprar algumas coisas do Rodrigo a dobrar para levar para casa dos meus pais, que vão ficar com ele;
- Pintar o cabelo e pôr a franja para o lado, que já não a quero para baixo. Ando cheia de vontade de mostrar a testa;
- Fazer a depilação (esta não é por ir trabalhar, é porque sim);
- Comprar mais umas roupas, nem tudo o que está no roupeiro do último Inverno me serve;
- Ter ideias, muitas, uma vez que entro ao serviço numa nova revista e num novo desafio profissional;
- Habituar o Rodrigo a comer papa e a beber leite artificial. As minhas maminhas não vão estar tão presentes;
- Comprar a agenda para ajudar a Associação XS que apoia bebés prematuros para organizar os meus dias (à venda na Fnac, comprem também, é liiinda);
- Aproveitar os últimos cartuchos de papo para o ar a tratar do meu baby que, ai Jesus, é a cara chapadinha do pai.
- Pintar o cabelo e pôr a franja para o lado, que já não a quero para baixo. Ando cheia de vontade de mostrar a testa;
- Fazer a depilação (esta não é por ir trabalhar, é porque sim);
- Comprar mais umas roupas, nem tudo o que está no roupeiro do último Inverno me serve;
- Ter ideias, muitas, uma vez que entro ao serviço numa nova revista e num novo desafio profissional;
- Habituar o Rodrigo a comer papa e a beber leite artificial. As minhas maminhas não vão estar tão presentes;
- Comprar a agenda para ajudar a Associação XS que apoia bebés prematuros para organizar os meus dias (à venda na Fnac, comprem também, é liiinda);
- Aproveitar os últimos cartuchos de papo para o ar a tratar do meu baby que, ai Jesus, é a cara chapadinha do pai.
segunda-feira, janeiro 11, 2010
Iupii
Sem a firmeza de outrora, mas a apenas quatro quilos do que era antes de engravidar. (tinha engordado dez)
domingo, janeiro 10, 2010
A primeira papa
Vómitos. Muitos vómitos. Acho que fiz a papa muito grossa. A pediatra disse-me para não a dar muito líquida porque ele ia cuspir muito e, exageradita como eu sou, acho que dei argamassa ao pirralho. Coitadito. Não deve ser agradável passar do leite escorregadio da maminha para pedaços de cimento a saber a milho e arroz. A colher ficava em pé e não deve ser assim que se quer. Mesmo assim colaborou. Só à oitava colher é que começou a querer vomitar. E depois é a colher, mais propriamente o tamanho. Procurei a mais pequena da farmácia, mas mesmo assim é muito grande. O piqueno tem de abrir muito a boca para ela entrar e quando não quer colaborar é difícil ser eu a fazer esse trabalhinho.
Enfim, vai com calma, não é assim? O sabor acho que está aprovado, falta agora acertar na consistência, na temperatura, na colher. Falta o Rodrigo aprender a pôr a língua para baixo e a engolir a papa, que ainda se atrapalha um pouco. Hoje então não correu mesmo nada bem. Chorou, não queria. Não insisti. Temos tempo. As médicas bem me dizem para não me apoquentar com o choro do bebé, mas que hei-de eu fazer se não consigo ver-lhe as lágrimas e as campainhas da garganta por mais de dois segundos?
Para já uma vitória. O Rodrigo já dorme na cama de grades. Sim, o rapaz ainda dormia na cama dos pais até a pediatra nos arregalar os olhos, deitar fumo pelo nariz, pôr o indicador em riste e ordenar-nos para acabarmos imediatamente com isso. Checked senhora doutora. Cumprimos nesse mesmo dia. Agora segue-se a cama no quarto dele, o colchão insuflável no acampamento de escuteiros e a a cama da namorada. Isto está a ir.
Enfim, vai com calma, não é assim? O sabor acho que está aprovado, falta agora acertar na consistência, na temperatura, na colher. Falta o Rodrigo aprender a pôr a língua para baixo e a engolir a papa, que ainda se atrapalha um pouco. Hoje então não correu mesmo nada bem. Chorou, não queria. Não insisti. Temos tempo. As médicas bem me dizem para não me apoquentar com o choro do bebé, mas que hei-de eu fazer se não consigo ver-lhe as lágrimas e as campainhas da garganta por mais de dois segundos?
Para já uma vitória. O Rodrigo já dorme na cama de grades. Sim, o rapaz ainda dormia na cama dos pais até a pediatra nos arregalar os olhos, deitar fumo pelo nariz, pôr o indicador em riste e ordenar-nos para acabarmos imediatamente com isso. Checked senhora doutora. Cumprimos nesse mesmo dia. Agora segue-se a cama no quarto dele, o colchão insuflável no acampamento de escuteiros e a a cama da namorada. Isto está a ir.
terça-feira, janeiro 05, 2010
Sou mesmo muito parva
Só mesmo uma mãe parva como eu desata numa choradeira de alegria em pleno consultório de pediatria, depois da médica anunciar que está na hora do Rodrigo começar a aventurar-se nas papas. Xiça, mas por que raio fui sair assim tão lamechinha, tão nham nham nham?
segunda-feira, janeiro 04, 2010
Coração apertado, apertadinho
2010 começa com um nó na garganta: arrancou a contagem decrescente para regressar ao trabalho. Ai que saudades do meu baby e dos nossos programinhas a dois. Para já, uma missão: regularizar os sonos, que isto de andar a adormecer às quatro da manhã e a acordar às duas da tarde não vai resultar.
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