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terça-feira, abril 27, 2010

Eu só quero ver

Eu só quero ver que tempinho vai estar no fim-de-semana. Irra, que caloraça.

sexta-feira, abril 16, 2010

Só dizer que ando assim para o cansado, mas que está tudo bem. O Rodrigo está à beira de completar nove meses e está com quase oito quilos e quase com 67 centímetros. E pensar que chegou às 800 gramas e que nasceu com 38 centímetros. Irra. Continua um bebé muito tranquilo, tadito, querido. Já tem dois dentes. Dorme como um anjo e come sopa, papa e fruta com ganas. O trabalho é que me mata. Os dias são pequenos para a quantidade de coisas que quero fazer. De maneiras que ando cansada. Quando reequilibrar as energias conto as minhas últimas peripécias.

segunda-feira, março 22, 2010

Perdi a cabeça

Estava hoje a sair de um café com uma sandes para o almoço, quando um anormal de um homem na casa dos 50 decidiu que era boa altura para disfarçadamente me apalpar o rabo enquanto eu passava por ele. Perdi a cabeça e dei-lhe um sopapão-estalo-cacetada tão grande na tola que ele nem percebeu muito bem se estava ao balcão ou onde é que estava. Como se isso não bastasse, fiz-lhe uma gritaria em pleno estabelecimento com o dedo em riste onde disse uma série de coisas com sentido mas que já nem me lembro e obriguei-o a pedir-me desculpa pelo que tinha feito. Saí porta fora e desatei num pranto de nervos, enquanto o dono do café me pedia desculpa. Já nem me soube bem a porcaria da sandes. E agora vou-me deitar para esquecer este episódio que já não vivia há uns 18 anos, quando andava no liceu. Ele há com cada uma.

sábado, março 20, 2010

Coisas muito parvas que uma mãe hipocondríaca dá por si a fazer

Contam-se pelos dedos das mãos e dos pés e ainda das mãos e dos pés de toda a vizinhança aqui do bairro as vezes que já fui ver se o bebé estava a respirar enquanto dorme.

quarta-feira, março 17, 2010

Crise de identidade

Há dias tive um serviço que metia muita pequenada junta, barulhenta, irreverente. Miúdos naquela idade dos oito, nove anos, em que elas se divertem em frente a uma vidraça a fazer as coreografias da Beyoncé e em que eles têm aquele bigodito muito ridículo, que ainda não dá para rapar mas que já se vê ao longe.
Enfim, feito este intróito, dizia eu que estava no meio dessa pequenada, que esperava ansiosamente a chegada da Luciana Abreu, quando um grupo de quatro meninos se pôs a olhar para mim, a rir, a segredar e a olhar outra vez com sobrolhos franzidos. Fiquei inquieta. Um deles lá tratou de me dizer o seguinte: "Tu és mesmo parecida com o Nuno da biblioteca da nossa escola". Hã? "A sério, és igualinha ao Nuno da nossa escola, o da biblioteca". Hã?

quinta-feira, março 11, 2010

Coisas soltas da minha vidinha

Quando ando de elevador não consigo sentir se está a subir ou a descer. Às vezes vou com alguém e dizem-me "xi... agora estamos a ir pra cima". Dizem-no sem olhar para os botões, ou para setas, ou algo do género. Dizem-no porque sentem no corpo. E eu fico assim com cara de parva, sem sentir nada. Não é grave pois não?

Ando cansadita, pois que ando. O baby adormeceu agora. Vai dormir para aí meia horita e depois é festa até à meia-noite. Mas mantê-lo acordado agora é muito complicado.

Há uma semana que anda aos guinchos. Aprendeu a gritar e então passa horas a mostrar a novidade. Ui, e como mostra.

As minhas maminhas já não estão deprimidas. E eu também não. Já me desforrei no sushi, já ponho picante na comida, já posso voltar à depilação definitiva, já posso aclarar o cabelo com tintas carregadinhas de amoníaco. E é uma delícia ver o baby a agarrar o biberão com as duas mãozitas.

Entretanto, a monotonia instalou-se aqui no lar. Passo a explicar. O senhor meu marido almoça todos os dias em casa e agora está numa de querer comer frango todos os dias. Arghh, que o bicho com penas já me cansa. Ele é no forno, é guisado, de caril, às coxas, à padeiro. Irra.

Esta semana chorei e disse muitas asneiras. Estacionei o carro num sítio dúbio (mas sem estorvar ninguém) e fui presenciada com dois maléficos riscos. Feios, fundos, dispendiosos. Não se faz. E o carro que é novo e tão lindo.

Novidade: consegui que o senhor meu marido me arranjasse uma empregada. Tããão bom. É a Dona I., querida, sem um dentinho à frente, mas muito querida. Tão querida que o meu gajo dizia-me há pouco: "Opá vamos dar uma limpeza geral para ela não ficar com má ideia nossa". Pois, pois.

Uma solução óptima visto que a senhora sem um dentinho à frente também passa a ferro. É que contratei uma pequena empresa para me passar a ferro com entrega ao domicílio. Mas o raio das senhoras nãon atinam com os dias de entrega e a minha roupa anda por aí algures na zona saloia. Hoje, por exemplo, era o dia de me virem entregar o cesto e nada. E tanto jeito me dava umas coisas que tinha para lá.

De maneiras que é isto.

terça-feira, março 02, 2010

A fonte secou

Tem havido lágrimas. Não muitas, não um lago de lágrimas, mas as suficientes para ficar com os olhos mais caídos e os lábios mais arqueados, como a minha mãe já tem do alto dos seus mais de 60 anos. Tudo porque o meu leite está a secar, está a acabar, a ir-se, a engolir-se para dentro.
As minhas maminhas estão descrentes e quando o Rodrigo as toma de assalto elas nem reagem e ficam-se. E eu fico-me também. Triste. Ao fim de sete meses sou obrigada a despedir-me de um dos momentos mais mágicos da minha relação com o meu filho. Uma mãe ontem dizia-me que as pupilas dos bebés dilatam quando se aproximavam da mama. Não sabia. Nunca estive atenta a isso. E ontem já fui tarde. Mas paciência. Este nó na garganta vai passar, como tantos outros que já tive e que pensei nunca mais conseguir desfazer. No final desfaço-os sempre. O que para já não tenho maneira de desfazer é o imbróglio que é ter de ir à cozinha no frio da noite e a dormir em pé para ir fazer e aquecer o biberão. Tenho as maminhas deprimidas.

quinta-feira, fevereiro 25, 2010

Os meus serões

Os meus serões em casa estão diferentes. Já não são passados em frente ao televisor, a fazer zapping para apanhar uma série que nunca dava ou um filme anunciado fora de horas.
Os meus serões estão diferentes porque anda para aqui um puto charila que já mexe os braços energicamente quando me vê. Já esperneia até ficar com as meias fora dos pés e olha para tudo o que está à volta. O cusco.
Os meus serões estão diferentes porque ele me entretém. Já segura bem a cabeça, já se senta no canto do sofá. Dá-se o leite, muda-se a fralda, brinca-se, dorme-se, acorda-se, agora quer a chucha, agora quer colo. E remata tudo com uns punzitos deliciosos, fofos. Qual comando de televisão qual quê.
Os meus serões estão diferentes porque o baby já dobra o riso. E eu triplico em cima do dele. E desmancho-me a rir com as palhaçadas que já vai inventando. As tentativas de sozinho colocar a chucha na boca e ela ir parar invariavelmente à orelha fazem-me estar ali no sofá minutos, horas, a olhar para ele.
Os meus serões estão diferentes, para melhor.

Nota: E esta vontade de ter outro bebé que não me larga, hein?

terça-feira, fevereiro 23, 2010

Lecoldações

Pode ser parvoíce, mas já não vou a um restaurante chinês desde aquela altura em que a ASAE fechou não sei quantos estabelecimentos por falta de condições e com coisas esquisitas nas arcas e mais não sei o quê. Bom, digo eu que nunca mais fui a um restaurante chinês,mas a verdade é que os empregados dessas casas onde eu tenho andado a comer sushi parecem tudo menos japoneses. Enfim, quando digo restaurante chinês, falo daqueles que até tinham karaoke e tudo. Tenho saudades da sopa de barbatana de tubarão, da sopa de ninho de andorinha, do crepe chinês para entrada, do pato à Pequim, do chop soey de gambas, do família feliz, hummmm, no fim o crepe com gelado, a banana pa-si, aiii, que saudades, saudadinhas. E vai-se a ver, ando para aqui com estas mariquices, a estrangular a minha gula, a armar-me em esquisitinha... vai-se a ver e já muita gente fez as pazes com os restaurantes chineses. E sabem onde são os bons. E diziam-me onde eram. Os limpinhos. Os que não têm arcas frigoríficas e que passaram com distinção no exame da ASAE. Hum, que tal? E eu ia. Toda lampeira, de banhito tomado e família atrás.

segunda-feira, fevereiro 15, 2010

Escutas

Segunda-feira, 11h30, telefonema para a mãe

Anette - Tou? Então, ele comeu bem a papa?

Terça-feira, 13h00, telefonema para a amiga

A. - Tenho uma bomba para te contar. Almoçamos?

Quarta-feira, 12h00, telefonema para o marido

A.- Pagas-me a TMN?

Quinta-feira, 19h00, telefonema para o pai

A. - O bebé já fez cocó? Como é que era?

Sexta-feira, 18h30, telefonema para o marido

A. - Vou sair agora

Sexta-feira, 18h35, telefonema para o marido

A. - Já não tenho tempo, anota aí, 5-8-26-28-45 e as estrelas quero o 2 e o 6

As minhas escutas são uma grande seca.

sábado, fevereiro 13, 2010

Tudo o que é pequenino tem graça

Chega-se ao limite quando damos por nós a fotografar o primeiro cocó em forma de cagalhotinho do nosso filho. O cocó deixa de ser pastoso, ganha aquela forma de alheira e nós achamos isso muito fofinho e guardamos para a posteridade numa parte do álbum inventada por nós. Vem a seguir ao capítulo "A minha primeira papa" e damos-lhe o nome de "O meu primeiro cocó de homem".

terça-feira, fevereiro 09, 2010

Erro logístico

Nota prévia: Entre os mil e um problemas de saúde que eu de facto tenho e que as pessoas à minha volta insistem em definir como sintomas da minha hipocondrice, consta uma alergia à roupa que fica mais de duas semanas no roupeiro sem que eu a use. Ou seja, se pego num casaco, numa saia, numa camisola que já não visto há algum tempo fico com espirros, com ranho e com os olhos vermelhos como se tivesse fumado trinta ganzas à marroquina. Esta alergia faz com que eu tenha de lavar a minha roupa constantemente, mesmo que não a tenha usado e mesmo que esta esteja alva e limpa e ainda a cheirar a Skip Roupa Macia. Escusado será dizer que não tenho tempo para fazê-lo. A solução passa por ir rodando uma dúzia de peças que vou vestindo com mais frequência.

E agora o tal erro logístico

Sou preguiçosa e desarrumada. Ao final do dia, quando vou para a banheira, dispo a roupa, ponho meias e cuecas para lavar e as restantes peças ficam em cima de uma cadeira. Isto acontece segunda, terça, quarta, quinta, e por aí fora. O monte vai-se avolumando e as roupas no roupeiro que pertencem ao leque de "prontas-a-usar-que-não-fazem-alergia-porque usei-há-pouco-tempo-ou-foram-lavadas-ontem" vai definhando. Por ser lanzona, não arrumei nada no fim-de-semana, muito menos lavei ou passei. Cheguei agora ao ponto de não poder usar nada da montanha da cadeira por estar tudo mais do que amachucado e não ter tempo nem paciência para passar a ferro e no roupeiro não há nada que possa usar. Hoje arrisquei uma das peças do cabide e passei o dia a lenços de papel e a falar pelo nariz. O que não é nada agradável.
Como de costume, penso hoje à noite na roupa que vou vestir amanhã. E surpresa. Não tenho nada em condições. N-A-D-A! Das duas uma: ou vou de pijama, que por sinal até é bem catita; ou acordo meia hora mais cedo e passo ali na Modalfa (sim, em Mafra só há Modalfa) para arranjar um modelito. Ou então, faço aqueles meus olhinhos fofos e peço ao maridão para dar uma passadela a ferro muito rápida num vestidinho que ali está no monte da cadeira e que me apetecia mesmo muuuuito vestir amanhã.

segunda-feira, fevereiro 08, 2010

O Pedro Abrunhosa entrou com tanto estilo no palco do Ídolos e depois acontece-lhe isto.

sexta-feira, fevereiro 05, 2010

Tudo sobre futebol

A partir de hoje, não percam pitada sobre o mundo do futebol através do blog fresco, fresquinho Match Day News. Uma baforada de boa escrita nesta era em que qualquer caramelo com roupas muito más vai à televisão comentar tudo e mais alguma coisa do que se passa dentro e fora dos relvados. A não perder.

terça-feira, fevereiro 02, 2010

Os meus ais

Ai, que eu ainda não entrei neste ritmo de trabalho;
Ai, que eu ando tão cansada que às dez da noite só quero ir para a cama;
Ai, que custa tanto acordar às oito e meia da manhã;
Ai, que custa ainda mais deixar o meu bebé Rodrigo;
Ai, que ao longo do dia tenho tantas saudades dele;
Ai, que chego ao final do dia com as maminhas a rebentar de tanto leite;
Ai, que o cocó do Rodrigo já cheira como o das pessoas crescidas por estar a comer papa e sopa;
Ai, que voltei a fumar;
Ai, voltei a fumar, mas pouquinho;
Ai, que sou tão fraca que estou a fumar outra vez;
Ai, que estou a fumar e ainda a dar maminha;
Ai ai.

domingo, janeiro 24, 2010

A ver se ainda me lembro

Depois de ter estado seis meses em permanente convívio com o bebé, não vai ser fácil voltar a lidar com gente adulta. Ora vamos lá rever a matéria.
Diz-se "bom dia" sem ser em voz de falsete e sem estarmos a abanar a cabeça para cima e para baixo enquanto arregalamos os olhos. Não devemos ficar deprimidos porque, ao contrário dos bebés, é raro vir de lá um sorriso.
Quando chega a hora de comer não há lágrimas. Há antes um restolhar de rabos nas cadeiras, computadores a desligarem-se, telefonemas para as mães e namorados para fazerem o balanço da manhã. Há gente a sair de fininho para evitar companhias indesejadas à refeição e há quem convide meio mundo para fazer daquela meia-hora uma grande rambóia a terminar com licores beirão ao balcão. Aliás, durante a tarde, alguns bolsam para as secretárias.
Quando apanhamos com gente resmungona e mal disposta não somos obrigados a ver se têm xixi ou cocó. E se alguém tiver vontade de andar a brincar connosco podemos virar costas sem remorsos. Não temos de tirar cólicas a ninguém e, apesar de muitos o fazerem, não fica bem fazer colinho no local de trabalho. Ah, a chucha está igualmente proibida neste mundo de adultos onde quase toda a gente se esforça para andar à mama.

sexta-feira, janeiro 22, 2010

Acabou-se

E pronto. Chegou ao fim a minha licença de maternidade. Aliás, até me apetece dizer: "e prontos", que é bem mais forte. O trabalho começa já na segunda-feira (ui) e hoje, claro está, foi dia de lágrimas. Já há alguns dias que elas andam a espreitar. Uma aqui, outra acolá. Mas hoje pareço mais uma Maria Madalena e o soalho da minha sala está húmido.
O Rodrigo fica bem entregue. Eu sei disso. Mas hoje de cada vez que olhava para ele lá se me enchiam os olhos de lágrimas. Das saudades que vou sentir, acho. Sei que está bem entregue, mas cá no fundo o que eu penso é que eu é que sei tomar conta dele melhor do que ninguém. Na minha cabeça as coisas são assim. Eu sei ler o choro dele, as expressões, os movimentos das mãos. Sei quando não quer comer mais, quando tem cocó ou foram só puns. Sei quando lhe apetece brincar, quando quer relaxar e quando quer fazer colinho. Eu é que sei. A verdade é essa. E dá-me pena que vá passar pelos mal-entendidos próprios de quem não sabe falar. Como quando veio cá para casa e eu ainda não o conhecia. Mas a vida é mesmo assim e não podia ficar eternamente em casa à espera da idade em que ja soubesse andar com as chaves de casa sem as perder.
De maneiras que é assim. E prontos. Agora com licença que vou ali choramingar mais um bocadito e já venho.

terça-feira, janeiro 19, 2010

Coisas de tintol

Fui notificada para ser ouvida no posto da GNR de Sintra por causa de um artigo que escrevi. Não sabia onde era e entrei numa churrasqueira da vila, onde perguntei para o ar.
- Alguém me sabe dizer onde é a GNR?
Saltaram três ou quatro a dizerem que sim, na segunda à esquerda, na rotunda em frente, blá blá, quando fui interrompida por um cota rosado que estava encostado em desiquilíbrio ao balcão com um copo de tinto à frente. Voz arrastada:
- Então mas tem mesmo que lá ir? Oiça, liga-se para lá e eles que venham cá.
Mais nada. Obrigadinhos.