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quarta-feira, julho 27, 2005

Casamentos de Agosto

Já começam a apitar alegremente as buzinas nas aldeias, vilas e cidades deste país à beira mal plantado. Quando Agosto bate à porta, todos os Sábados se repete a mesma chinfrineira irritante. O tuga que se preza, emigrante ou não, faz questão de casar em Agosto. Resultado: igrejas lotadas com três e quatro casamentos no mesmo dia, maquilhagens a derreter e gargantas sedentas - de álcool pois então, que "de borla" é a expressão preferida do tuga.
Os carros seguem em fila indiana para o copo-de-água, devidamente ornamentados com fitinhas de gaze branca a condizer com o vestido da noiva. O mesmo tecido está presente em todo o estacionário casamenteiro: convites, menus das mesas temáticas e os envelopes onde se depositam os cheques com que se presenteiam os noivos.
Como o almoço vai quase sempre tardio, os convivas empanturram-se de croquetes acompanhados pelo merecido aperitivo (no meu caso o moscatel, que normalmente se revela uma má escolha no estômago vazio).
Os padres, após a homilía hipócrita da fidelidade e blá blá, recebem convites para o copo-de-água escolhendo, de entre todos, o casamento que se afigura ter o melhor repasto.
Mais tarde , as senhoras usualmente de toilettes duvidosas descalçam-se, já que os sapatos que escolheram para a cerimónia rejeitariam no resto do ano, desde que no seu perfeito juízo. Os homens começam por retirar o casaco, depois a gravata e, em alguns, até a camisa espreita por fora das calças, dependendo do teor alcoólico.
Pelo menos uma música do Quim Barreiros é obrigatória, mas pode ser substituída pelo "Nós pimba" do Emanuel.
O resto já se sabe: pândega até às tantas, comida até estourar, uma média de meia bebedeira per capita e alguns números de telemóveis sacados pelos solteiros para futuros encontros menos formais - para casarem no Agosto do ano seguinte, quem sabe...

14 comentários:

último! disse...

Essa dos padres colarem-se ao casório é nova, dassss, já chega o discurso do não é obrigatório nenhuma contribuição mas sabe é para ajudar a igreja.
Claro que este pedido é feito com aquele ar de "truta" que só os padres sabem fazer, devem aprender no seminário.
E nós os noivos vá de fazer olhar de "carapau" para os padrinhos chegarem a frente.
lol ;)

Anónimo disse...

eheheh mto bom ó gui se este post tivesse imagens dava para fazer um tipico documentario com o titulo: "nós por cá somos uma careneirada"

Ass:QZ

Anónimo disse...

ups .....carneirada....mééééééééé

Ass:QZ

Margarida Batista disse...

É de bom tom convidar-se o padre para o copo de água, mas, no teu caso Sergonov, percebo bem o porquê: o homem era um calhau com dois olhos, enxertado em corno de cabra, resumindo um completo idiota... para não estar a perder muito tempo com descrições...

Anónimo disse...

Eu estive num casamento em Outubro, o sítio era giríssimo (uma quinta no cu de judas, claro), a comida era óptima (sim, mas não abusei porque sabia que só os restos iam alimentar a família dos noivos durante um mês), mas a música....xina méne!!! Zum-zum-zum sou uma abelha, aperta aperta com ela, o famoso nós pimba, etc. Era mesmo de pimba para baixo. Mas toda a gente se fartou ali de dançar como gente grande!! É para isso que temos os casamentos, para não nos esquecermos da nossa faceta bimba :p

Rui Borges disse...

Antes bimbos nas festas que bombos da festa...Mas essa já é outra história...

Leididi disse...

Não é gaze senhora, é tule!!Gaze põe-se nas feridas...:p

Anónimo disse...

tule tb para ti

Margarida Batista disse...

xiii Leididi grande falha, mas eu nunca fui muito boa com os tecidos, troco o crepon pelo vison pelo chifon pela chita, enfim... prefiro o papel e a caneta (ou o teclado) à agulha e o dedal.

Anónimo disse...

Convém não esquecer do "atirar o ramo". Auge de qualquer casamento que se preze, durante o qual um grupo de solteiras se divide em três:
- aquele formado por jovens casadoiras, mas que ainda não estão pra isso e fingem não ver o ramo, mesmo que lhes caia em cima;
- aquele composto por mulheres desesperadas e que tentam a todo o custo apanhar o ramo, mesmo que para isso tenham que mandar um empurrão à vizinha do lado;
- aquele formado por miúdas que ainda não têm idade para casar, tipo 5 anos, mas que fazem parte do conjunto e por isso têm que estar presentes, que são normalmente as que apanham o ramo.

Muito bom.

último! disse...

Fixe é quando o padre apanha o buquê ;)

QZ disse...

eu curto mais quando o padre dá grande seca e apela á criancada para não fazer granel..

Margarida Batista disse...

Não sei como me fui esquecer da apanha do ramo, esse ex-libris de qq casamento.
Gijane: eu pertenço ao primerio grupo de solteiras... hehehehehe

Anónimo disse...

Oh valha-me deus...