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sábado, julho 21, 2007

Sim, a minha avó também aconselhava coçar os olhos com o cotovelo… Desde gaiata que sei que tentar levar a boca ao cotovelo é como acreditar que o lápis de cera branco venha um dia a dar cor ao papel cavalinho.


Posto isto…
Deixo pedaços de um diálogo encantador do livro que estou a ler, que dedico a todos vós… mas principalmente à Rosinha que faz anos hoje, e com quem tive o prazer de brindar à meia-noite! Feliz aniversário, querida!
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«(...)
- Isso, o quê?
- Isso mesmo… – disse ela –. Você sabe do que eu estou a falar!
- Isso é vontade… – disse Elias Salomão, incomodado, interrompendo o que ia a dizer.
- A vontade é vontade primeiro. Para ser vontade que interessa é preciso gostar… Eu gosto mais de gostar do que da outra vontade e, mais, depois, muito mais, da outra vontade grande que vem de se gostar, quando sente e sabe que gosta…
(…)
- Está a falar do amor? – acabou por perguntar Elias Salomão.
- Não, estou a falar de gostar… Gostar é gostar… É o que se sente nos sítios em que se tem de sentir… Nos dois sítios onde tem de sentir… Amor? Não sei o que é… É palavra de explicar, mais do que palavra de sentir.
(...)»

Fernando Fonseca Santos In Os caminhos da terra

1 comentário:

_E se eu fosse puta...Tu lias?_ disse...

Sublime a sabedoria do diálogo com Elias Salomão...e desses avós que nos tratam assim, como sábios meigos que nos enchem de vontade, ge gostares e de amor...que nos preparam para os voos.

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