Gui:
Eu sei que nem sempre fui o teu melhor ombro amigo, mas desde já começo por te dizer que não merecia a falta de respeito que me demonstraste quando no último Natal nem sequer passaste lá em casa para me levares uns sonhos... umas filhós...
Também sei que o Natal há muito passou e que já deveria ter tratado deste assunto contigo, pessoalmente. Mas a dor e o ressentimento são tantos que até me falta a coragem de te encarar.
Quando no Natal de há dois anos te dei a entender que a amizade que actualmente temos não obriga à troca de prendas, estava longe de imaginar que nem sequer à minha porta te ias chegar.
Só te disse aquilo porque imaginei que sentias a mesma angústia que eu quando, calcorreando lojas atrás de lojas, sentia que não convivia contigo o suficiente para um presente meu poder arrancar-te um sorriso fácil na noite de consoada. Com ou sem presente, o sentimento de amizade manter-se-ia o mesmo, apenas sem esse lado material.
Lamento que as coisas tenham seguido este caminho e devo dizer-te que, à tua espera, tive sempre um cestinho de nozes, como tu gostas. Não me peças é para ir eu à tua casa, sabes que não suportaria olhar para o Rodolfo.
abraço,
Ana
P.S.: É verdade, detestei o último presente de Natal que me deste. Só uma pessoa que não convive comigo iria oferecer-me um disco de vinil quando eu já nem tenho gira-discos.
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