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quarta-feira, abril 26, 2006

Um presente ao final do dia!

Acordei com a mesma fome do costume, mas pão do que gosto para as torradas... nem vê-lo. Um dia longo de trabalho com o chá de cidreira ainda às voltas no estômago misturado com o fumo de um cigarro mal dormido. Pela manhã uma entrevista bem vestida, um almoço descalço e uma tarde inteira sem relógio para poder dizer que já estava na hora de ir para casa. Um carro a pedir-me gasóleo e eu sem paciência para lhe satisfazer o desejo porque o meu era maior nessa altura. Estender-me. Estender-me a comer uma omoleta sem salsa enquanto os olhos se fechavam às espera que no dia seguinte aparecesse na cozinha aquele pão que tanto gosto de esturricar pela manhã.
E eis que ainda o sol espreitava por causa dos movimentos da Terra quando num cantinho do meu jardim, entre umas heras que não se cansam de crescer todos os dias, descobri dois ninhos feitos de pormenores. Um de melro, outro de outro pássaro qualquer. O maior com quatro ovinhos, o outro com pelo menos dois. Lá estão, milagrosamente a enfeitar o meu dia feito de coisas tão pequenas e tão feias.
Não é bonito, termos dois ninhos escondidos no nosso jardim?

14 comentários:

NG disse...

Eu também tenho dois ninhos, mas dentro de uma gaiola. É melhor no jardim, sem dúvida, mas os meus já têm um micro-canário a dar as primeiras bicadas. E só sei que está lá, debaixo da mãe: ainda não o vi.

Leididi disse...

Não é bonito, é lindo de sonho!!Podias roubar um, chocá-lo (sem te sentares em cima dele, hein?) e criá-lo!!A mãe ia ficar triste, mas ele ia ter uma mãe adoptiva do melhor que há :)

Margarida Batista disse...

faz favor de não te abeirares muito dos ninhos para eu poder ver os ovinhos (ou já passarinhos) ainda inteirinhos, boa? heheheheh

Rui Borges disse...

O mais próximo que tive de tal feliz acontecimento foi uma geração de traças...mas também voavam...

último! disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
último! disse...

Bem bonito, concordo.

Agora explica, a omelete sem salsa era alguma boca? hein?

Anónimo disse...

eh eh, nada disso sergonov, não é nada contra ti mas se há coisa que detesto no ovo é salsa.

Agradeço o elogio de poder dar uma boa mãe adoptiva mas o melro e o outro pássaro hão-de fazer isso muito melhor que eu! Pelos meus anos já devemos ter crias e vai ser bonito de ver. Não quero barulho lá ao pé dos ninhos, ouviram?

Margarida Batista disse...

Olha, olha! Se não queres barulho podes começar por dar as tuas gargalhadas sem som, ok?

NG disse...

Isso seria pedir o impossível.

Cláudio disse...

AHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA (metade de uma gargalhada da oliveira)

Mia disse...

Bem, eu contentava-me com um jardim!! Humpfff....quero dormir!

Anónimo disse...

Mia: deixa lá, o jardim na realidade não é meu, é dos meus pais e como ainda vivo com eles aproveito-me, entendes?

Quanto às piadinhas sobre as minhas sonoras gargalhadas, devo dizer-vos que se calhar até foi graças a elas que os ditos passaritos foram alertados para aquele spot.

Margarida Batista disse...

Os passaritos decidiram ir nascer à póvoa de cima depois de ouvirem uns trinados de um rouxinol que na casa das oliveiras cantava um faduncho... chama-lhes parvos

Anónimo disse...

Ser mãe aos 30, quem diria...