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terça-feira, março 05, 2013
Dia Europeu da Terapia da Fala, 6 de março
"A ansiedade dos pais para que os filhos falem corretamente pode atrasar o desenvolvimento da linguagem, levando a uma inibição da criança. Pais e educadores devem estar atentos, mas importa igualmente que seja dado tempo, espaço e que sejam desenvolvidas estratégias adequadas para estimular a aprendizagem." A recomendação é dos especialistas do Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão, da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, no âmbito do Dia Europeu da Terapia da Fala, que se assinala a 6 de março.
Dicas importantes (Gracinda Valido, terapeuta da fala de Alcoitão)
A criança é permeável à ansiedade dos pais, dos adultos;
Deve falar-se com os filhos sempre com calma, não querer antecipar as respostas, dar-lhes tempo para responder, para aprender;
Se há um erro, não se deve repreender, mas repetir de forma correta;
Os pais devem participar ativamente, brincar, contar histórias, com um discurso e léxico adaptado à idade das crianças;
Devem ainda escutá-las e incentivá-las a exprimir o seu pensamento.
“Existem padrões comuns, mas nem todos os bebés falam entre os 9 e os 12 meses, o que não significa que tenham uma patologia. As crianças do sexo masculino, por exemplo, geralmente começam a falar mais tarde”, comenta Gracinda Valido.
Principais sinais de alerta:
Dizer as primeiras palavras mais tarde do que outras crianças da mesma idade;
trocar sons nas palavras (ex: bota/mota);
fazer reformulações constantes do que quer dizer (ex: hoje cinema vamos…Vamos hoje ao cinema?).
Ou ter dificuldades em lembrar-se dos nomes das coisas, em perceber piadas, interpretando-as à letra, em responder adequadamente a perguntas começadas por “Quem, Como, Quando, Onde, Qual…”, entre outros indícios.
A importância da intervenção precoce:
Em Portugal, cerca de 5,4% das crianças apresentam dificuldades em ler e, sobretudo, em escrever. Por isso, “sempre que os pais, educadores e pediatras identifiquem, no desenvolvimento da linguagem de uma criança, um atraso ou desvio em relação à norma, devem procurar o acompanhamento junto de terapeutas da fala para uma avaliação diagnóstica a fim de detetar qualquer problema”, recomenda a terapeuta.
São várias as causas que podem levar uma criança a apresentar um atraso no desenvolvimento da linguagem: seja deficiência auditiva, um atraso cognitivo, um défice de atenção grave, problemas emocionais ou a privação do meio linguístico estruturante. Independentemente da causa, o fundamental é atuar a tempo.
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