Pois é, já cá estou. E não foi fácil. Não porque não aguentasse as saudades (estive bem), mas porque tive um problema de babysitting ao Rodrigo. Foi horrível perceber que a um determinado momento não tinha ninguém para ficar com ele devido a um imprevisto daqueles que não estamos mesmo a contar. E eu em Ponta Delgada, longe, sem forma de vir a correr para lhe garantir cuidados e atenção. Não sei quantos ataques de pânico tive seguidos, mas foram muitos. Tortuosos. Morri um bocadinho naquela ilha. E ainda por cima a umas longas seis horas até conseguir chegar a casa. Com três telefones em punho lá consegui remediar a coisa e tudo acabou bem para o baby. O trabalho que fui fazer aos Açores correu de forma excelente, acima das minhas expectativas, mas tão depressa não me meto noutra.
Entretanto, percebi que esta coisa da maternidade alterou a minha forma de andar de avião. Foi a primeira vez que o fiz desde que fui mãe, há três anos, e dei por mim com muito medo. Eu, que sempre andei de avião como quem anda de comboio, tive desta vez uma ansiedade de morte, daquelas de ferrar as unhas nos braços da cadeira nas descolagens e aterragens. No início até estava tranquila, até ao momento em que vi a senhora que estava ao meu lado benzer-se. Porra. Por que raio a mulher que estava mesmo ao meu lado se benzeu? Comecei então a lembrar-me que sim, os aviões caem, e lembrei-me logo do Rodrigo. Xiça. Já cá estou, mas com os nervos em franja desta parvoíce toda pegada que aconteceu por ter passado uma noite longe. Ai, minha rica casinha, que não levo jeito para caixeira viajante.
1 comentário:
Como eu a entendo, a 1ª vez que voei depois do nascimento da minha cria ... pensei sériamente em drogas, muitas ... é algo maior que nós, não dá para controlar ! Medo, muito medo !!
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