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quinta-feira, março 22, 2007

- Quando é que se abre a porta à Berta?
- Quando a Berta bate à porta!


Era o meu “troca letras” evidente quando abria a porta à minha amiga e companheira de casa, a Berta. Corria o ano de 95 e tínhamos alugado um T2 no Candal, em Gaia, perto do local onde se encontra hoje o enorme cogumelo do Arrábida shopping. Ficava na Av. Camilo Castelo Branco, e dada a associação de ideias com o livro ”A louca do Candal”, a zona supostamente assombrada e os vizinhos estranhos, inventámos uma ‘criada de dentro’, a Gertrudes, que era sempre responsabilizada pela eventual desarrumação ou pelo descaminho de algum objecto. À época tínhamos muito pouca mobília, um beliche e uma cama, na sala uns sofás velhos e uma mesa de plástico que a Berta gostava de ter coberta com uma toalha e posta a preceito para o chá. Quando chegou o frigorífico velho, oferecido por alguém, foi baptizado efusivamente de “Moby Dick”. A televisão e um pequeno rádio com cassetes chegaram mais tarde, durante meses acompanhou-nos apenas um gira discos e os vinis da Berta. Lembro-me das colectâneas de compositores clássicos das várias épocas, mas destaco o Bach cinzento das tardes do Douro. Destaco o “War” dos U2, cheio de hinos de uma ponta à outra. A Berta insistia no Leonard Cohen, e o “Take this waltz” soprava-me ao ouvido em todo o lado, não parava de me perseguir…
Guardo recordações muito agradáveis dessa época, a Berta era uma companheira de casa muito especial e a mais original de entre todas as que tive. Fazia sumos de maracujás verdadeiros, estudava Física mas também falava de Filosofia e de Política, e era das poucas pessoas que me batia no Trivial. Existem muitíssimas histórias engraçadas, mas não vou alongar-me muito mais. Ela conhece-as.
A Berta hoje vive em Aveiro. Investiga algo relacionado com fibras ópticas. Já não nos vemos há uns anos, mas continua a devorar livros e ultimamente anda encantada com a Agustina. Sei tudo isto porque eu e a Berta ainda somos amigas, apesar da distância, porque a Internet e o telefone permitem as mesmas conversas intermináveis…
e hoje este post é para ela:

Feliz Aniversário, minha querida! Tenho saudades tuas!
E apesar de não te ver há n Primaveras… sabes que, agora como antes, haverá sempre a mesa posta para o chá. Beijos.
(o teu presente de Natal vai seguir pelo correio, desculpa o atraso)

4 comentários:

Anónimo disse...

Obrigada por esta prenda! Até fiquei com a lágrima no canto do olho, saudosa daqueles nove meses que vivi contigo em 1995.
Gosto muito de ti e ainda conservo as marcas com que "engrandeceste o meu coração"

Anette disse...

Um beijinho muito grande de parabéns Berta. Só estivemos juntas uma vez, mas parece que te conheço bem tantas são as vezes que a Gui fala de ti... ainda hoje.

Gui, essa receita do sumo natural de maracujá agrada-me, não aprendeste a fazer?

Margarida Batista disse...

Querida Berta: a encomenda já seguiu e estará em Aveiro semana que vem. E qq dia sou eu q te faço uma visita :-) Até lá, és spre mto bem-vinda por aqui!

Querida Ana: os maracujás vinham do quintal dos pais da Berta em paços de Ferreira... mas se te permanecer o entusiasmo pla fruta da época, há mta cereja pa apanhar lá pa finais de Maio na serra do Açor ;-)

Anónimo disse...

Querida Guida!
Recebi hoje a prenda!!
O título é muito sugestivo, e gostei muito dos bonecos de pernilongos.
Um beijinho.