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quinta-feira, outubro 25, 2007

Cambada

É inacreditável como se consegue dar a volta às questões para proveito próprio.
Ontem à noite vinha no carro a ouvir a rádio Miramar (sim, eu oiço rádios deprimentes) e vinha um senhor brasileiro da Igreja Universal do Reino de Deus a explicar umas passagens da Bíblia. E prestem bem atenção ao que este senhor dizia em tom empolgado. Que quando Jesus disse “não condenais e não sereis condenados, perdoai e sereis perdoados”, se referia a gestos unicamente espirituais (Pois, pois, que bonito). Mas que quando Jesus disse “dai, e recebereis em dobro de volta”, já falava em termos materiais (é preciso ter muita lata para se conseguir fazer na boa este tipo de interpretação!) e por isso tinha que se ofertar a Deus. Como? Deixando dinheiro lá no altar. (Dah!)
Este senhor terminava a sua palestra contando, indignado, que havia fiéis que nem o dízimo pagavam (prisão para essa gente, não?). É ou não é vergonhoso que a liberdade de crença tenha ido parar aqui? É ou não é ainda mais deprimente imaginar que existem pessoas a viverem uma fé que depende da quantidade de dinheiro que dão a estes senhores?
Mas estes gajos pensam que a malta é parva ou quê?

PS: Por falar em coisas parvas, eu e noivo já temos sofá. Nada mau, hã?!

5 comentários:

Margarida Batista disse...

Os gajos pensam que a malta é parva, e não estão enganados: a malta é mesmo parva em pagar-lhes (e não a Deus) o dízimo, para que possam continuar a comprar cinemas Império plo país afora para os quais se deslocam em jactos privados...

António Raminhos disse...

Já tens sofá? Se fosses pastora da Igreja Universal já tinhas tudo mobilado! Aliás, acho que davas uma pastora do caraças... não me importava de ser a tua ovelha...Oliveirinha...Oliveirinha!

Tó do Samouco

www.samoucoaorubro.blogspot.com

Anónimo disse...

Estou a lembrar-me das declarações recentes do reitor de Fátima que afirmava que um marido pode bater na mulher de vez em quando que não está em causa o seu amor por ela e não há motivos para divórcios.

E por falar em dízimo, um cardeal qualquer moçambicano resolveu reintroduzi-lo e que eu saiba nem o papa nem ninguém ligado à Igreja o veio contestar.

Por mim o problema está nas religiões. E a Igreja Católica está com certeza no top 10 do gamanço, se não for mais nada porque anda nisso há mais tempo.

último! disse...

Nestas coisas fico abismado é com a defesa da religião católica em relação às outras.
Não vejo diferença nenhuma, aliás bem pelo contrário deixo-te uns exemplos:


Sabes por acaso que a igreja católica também pedia o dizimo?

Sabes por acaso que a Igreja Católica defendia que quem deixasse as suas terras/fortuna comprava uma entrada no céu?

Sabes por acaso que a Igreja Católica foi responsável por um dos maiores massacres a nível mundial?

Sabes por acaso que actualmente o Vaticano é dos estados mais ricos do mundo?

Etc, etc,...


Depois destes exemplos acho a Igreja Universal do Reino de Deus uns meninos...
São todos iguais vendem o que as pessoas querem, acredita quem quer, agora julgar uns melhores que outros...

Nota: Atenção, reconheço o papel da igreja católica em obras de solidariedade social e também tive uma educação católica mas a mim já não me convencem.

Fi disse...

"A malta é parva"... ou então o problema é ainda maior: a malta é desesperada!
É que este tipo de situações são tão óbvias que só consigo explicá-las com o desespero das pessoas...

Dizem que o amor é cego mas, neste caso, acredito que o desespero pela "salvação" (seja ela monetária, ou o que for...) também cega as pessoas!

B'jok*s