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sexta-feira, novembro 29, 2013
De coração partido
O Rodrigo (quatro anos) disse-me ontem antes de ir para a cama que ninguém brinca com ele no recreio da escola. Desfaleci. Sei que está naquela fase de inventar muitas coisas porque sim, mas parece-me que isto acontece mesmo. Quando tenho a sorte de poder apanhá-lo na escola substituindo os avós que normalmente o fazem tento sempre ver o que está a fazer antes que ele dê por mim. De facto, por duas vezes, ele estava a brincar sozinho no recreio, mas pensei sempre que fosse coisa do momento, daquele instante. Partiu-me o coração pensar que ele possa andar no recreio à procura de alguém que brinque com ele e que os outros lhe virem as costas e nem dêem pela sua presença. A vontade que dá é poder estar lá e de dedo em riste virar-me para uma grupeta de catraios e dizer: "já a brincar com o Rodrigo, ai ai". Mas eu sei que as coisas não funcionam assim. Sei também que o Rodrigo ainda não apanha todas as brincadeiras dos meninos da sua idade. Entendo que os outros não estão para brincar às escondidas com ele se ele não se esconde, que não vão brincar com ele à apanhada se ele não foge... eu sei isso, mas caramba, custa mesmo. Em casa tenho tentado ensinar-lhe esses jogos básicos, mas ainda não consegue perceber todos. E quando batemos palmas por ele finalmente não se fechar e se dar mais aos outros, levamos com esta realidade cruel dos outros não se darem com ele e de construírem muros demasiado altos para os imaturos quatro anos do Rodrigo. É caso para dizer: que grande merda pá!
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9 comentários:
Não é comigo e até eu fiquei de coração partido.
Não vais falar com a educadora? É verdade que não podem obrigar as crianças a brincar umas com as outras mas há sempre formas de se fazer as coisas... e as educadoras têm formação nesse sentido!
Força para ti!
Ahhh eu também acho que há sempre alguma coisa que se possa fazer, fala com a educadora.
Um beijinho
Maggie
Vai falar com quem de direito, se a educadora for sensível vai arranjar maneira de eles brincarem juntos. Nada que falado não se resolva. Muita paciência e um grande beijo!
nadinhadeimportante.blogspot.pt
Isto passa-se naquele período do prolongamento em que é tudo ao molho e fé em deus, das 15h30 às 17horas. Na sala sei que a educadora tem feito um trabalho fantástico e que todos brincam com ele.
Coragem. acompanho o seu blog há uns tempos e vejo as conquistas que tem conseguido. desta vez também vai ultrapassar com sucesso esta situação. beijinho cheio de força
Obrigada pelas palavras Sofia.
Oh, partiu-me o coração.
Olá! Tenho uma filha com 8 anos e com a idade do seu filho muitas eram as vezes que chegava a casa a dizer que ninguem brincava com ela. Comentei isso com outras maes da escola que diziam que os filhos lhes diziam o mesmo. Ficamos muito preocupadas e com o coração muito apertado, é verdade. Mas acho que eles às vezes generalizam. Basta que aconteça um dia para que digam que é SEMPRE. Mas acho que não perde nada em falar com a educadora. Coragem e felicidades. Sofia
Não sei se ajuda, mas ocorreu-me que o possas lembrar que ele, às vezes, também não quer brincar com a Mercedes e prefere outras brincadeiras. Conclusão da história: mostrar-lhe que é normal, que faz parte, nem sempre temos o que queremos. Não quero com isto dizer que não fico de coração partido ao saber disso, mas ajuda-o a relativizar.
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