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sábado, novembro 30, 2013

O processo

Chamem-me histérica e exagerada, mas juro que vou processar o fotógrafo encarregue de tirar fotografias ao meu filho na escola. 

O Rodrigo estava com o cabelo muito grande, que estava; não tem uma carapinha fácil de domar, que não tem; é orelhudo e há a tendência para lhe taparem as orelhas, que há; é testudo, o que não ajuda, pois não. Mas, chiça, era mesmo preciso fazerem-lhe um penteado? Hum? 

Primeiro ponto: é um crime passar uma escova num cabelo encaracolado, nunca dá bom resultado; segundo ponto: risco ao lado? Era mesmo preciso senhor fotógrafo?! Terceiro e último ponto: tapar as orelhas armando o cabelo nas laterais não lembra a ninguém. 

E deixe-me adivinhar. Após a mise feita, pediu ao Rodrigo para sorrir, certo? Impossível. O miúdo tem quatro anos mas percebeu que o senhor tinha feito cocó, e dos grandes. Só isso explica aquela boca torcida como quem diz: "que lindo serviço, ó senhor fotógrafo que queria ser cabeleireiro e não conseguiu, sabemos agora porquê". 

E pronto. Agora tenho postais, calendários, porta-chaves, fotos a preto e branco, a cores, de lado, tudo com o fabulástico e moderno modelito. 
Pior, quando o Rodrigo, aos 16 anos, nos cair em cima a pensar que andávamos com ele na rua com aquele cabelo, a história do fotógrafo vai soar a desculpa esfarrapada. 

Mas o melhor é verem todos comigo, para não dizerem que estou a exagerar. 

Penteado dos pais

Não é brilhante, é aceitável, concordam? 

Penteado do fotógrafo Beauté

Não é mau, é terrorista. 




sexta-feira, novembro 29, 2013

De coração partido

O Rodrigo (quatro anos) disse-me ontem antes de ir para a cama que ninguém brinca com ele no recreio da escola. Desfaleci. Sei que está naquela fase de inventar muitas coisas porque sim, mas parece-me que isto acontece mesmo. Quando tenho a sorte de poder apanhá-lo na escola substituindo os avós que normalmente o fazem tento sempre ver o que está a fazer antes que ele dê por mim. De facto, por duas vezes, ele estava a brincar sozinho no recreio, mas pensei sempre que fosse coisa do momento, daquele instante. Partiu-me o coração pensar que ele possa andar no recreio à procura de alguém que brinque com ele e que os outros lhe virem as costas e nem dêem pela sua presença. A vontade que dá é poder estar lá e de dedo em riste virar-me para uma grupeta de catraios e dizer: "já a brincar com o Rodrigo, ai ai". Mas eu sei que as coisas não funcionam assim. Sei também que o Rodrigo ainda não apanha todas as brincadeiras dos meninos da sua idade. Entendo que os outros não estão para brincar às escondidas com ele se ele não se esconde, que não vão brincar com ele à apanhada se ele não foge... eu sei isso, mas caramba, custa mesmo. Em casa tenho tentado ensinar-lhe esses jogos básicos, mas ainda não consegue perceber todos. E quando batemos palmas por ele finalmente não se fechar e se dar mais aos outros, levamos com esta realidade cruel dos outros não se darem com ele e de construírem muros demasiado altos para os imaturos quatro anos do Rodrigo. É caso para dizer: que grande merda pá! 

Eu não merecia

Em Março, quando marquei as férias deste ano, reservei religiosamente dois diazinhos de descanso para prolongar este fim de semana em que assinalo seis anos de casada. E pensam vocês que estive refastelada no sofá, a navegar na internet, feliz e contente a reservar a escapadinha romântica para a data especial... Errado. Para além de estar sem margem financeira para festejar aniversário de casamento mudando de ares, acordei com uma valente dor de garganta. A net, troquei-a pelas urgências, de onde saí com uma faringite. Olhem só que coisa mais linda e romântica vou oferecer ao meu marido. Uma garganta numa lástima, um robe medonho para disfarçar os arrepios de frio, cheiro a Vicks, e um brinde com chá de cascas de cebola! Epá, ninguém merece, e não me chamo Anette se até domingo, o grande dia, não me ponho boa! 

quinta-feira, novembro 28, 2013

Mais uma

Desculpem esta injeção de Natal, mas sou doida com esta época. Estão a ver aquela malta que passa o verão a correr toooooodos os festivais de música? Eu faço isso agora, com eventos natalícios que antevejo verdadeiramente mágicos. Digam lá se este também não vai ser giro. Ah pois vai. 

 

terça-feira, novembro 26, 2013

Desacordos

Estamos a entrar naquela fase da educação do Rodrigo em que tudo o que fizermos terá implicações na formação do seu carácter, da sua personalidade. E por isso sinto cada vez mais que as reprimendas, os castigos e os elogios devem ser dados de forma muito pensada para não sair asneira. Mas cá em casa somos duas cabeças a pensar e a verdade é que nunca nos sentámos para definir exatamente como agir perante determinadas situações. Em relação a isso, concordámos apenas em nunca bater no Rodrigo. O resto é resolvido por nós um pouco por instinto e por impulso no exato momento em que as coisas acontecem. E nem sempre estamos de acordo. No calor de uma birra ou de algo inesperado que o Rodrigo faz e que requer a nossa atuação, é impossível pôr no pause e dizer "Rodrigo, pára lá com isso que eu e o pai vamos aqui conferenciar e ler uns livros sobre como será a melhor forma de te travar para nos respeitares e te tornares num melhor ser humano no futuro". Não dá. Então damos por nós a discordar ao vivo e em direto quanto ao modo como lhe falamos, o que dizemos, ou o castigo que aplicamos, bem como o tempo que este último dura, e a melhor forma do dito terminar... Educar não é fácil. Estar em sintonia também não.

segunda-feira, novembro 25, 2013

Giro!

Não vão faltar coisas boas para fazermos com os miúdos nesta época de Natal. Cá vai mais uma sugestão.

A Aldeia de Natal
Local: Parque Eduardo VII, Lisboa
Quando: 29 de Novembro a 6 de Janeiro
Preços: Há pacotes mais económicos, mas a vulso as crianças dos três aos 12 anos pagam 8€ e cada adulto 10 €.

O que é:

Não sei bem, porque é a primeira vez que se faz, mas o que promete é ser a recriação de uma autêntica aldeia do Pai Natal. Terá animações até cansar e mil e uma coisas verdadeiramente mágicas que vão deixar os pequenos de queixo caído. Cá por casa já estamos convencidos.

Ora espreitem, aqui.

domingo, novembro 24, 2013

Dia mundial da prematuridade

Comemorou-se a 17 de Novembro e não podia obviamente deixar passar em branco este dia neste blogue que, desde o nascimento do Rodrigo (27semanas), em 2009, tem abordado muitas vezes as questões da prematuridade. 

Deixo então algumas mensagens que gostaria de partilhar com todos os pais e familiares que lidam com a prematuridade: 

- não se sintam mal por não sentirem um apego imediato ao vosso bebé, acontece na grande maioria dos casos e os sentimentos vão mudar; 

- não receiem fazer o colo canguru. Tememos que aconteça alguma coisa ao bebé, mas as enfermeiras estão lá para vigiar tudo e tem efeitos muito benéficos para o vosso filho; 

- não desesperem nos dias em que o bebé parece não estar tão bem. Enquanto está na incubadora é normal que dê passos à frente, mas também para trás; 

- nos dias, às vezes meses (como foi o meu caso), em que o bebé ainda está internado, aproveitem para namorar, descansar e ultimar todos os pormenores para a chegada dele a casa; 

- e, por último, não esquecer que a prematuridade não é doença. Continuar a dizer ao médico "o meu filho é prematuro" na consulta dos 14 anos é ridículo. 

Um abraço de muita força aos pais que neste momento sofrem com o internamento dos seus filhos. Acreditarem que eles vão ser normais não é ter esperança, é antever uma realidade. 


Rodrigo, 2009



Rodrigo, 2013



sábado, novembro 23, 2013

E se isto não é discriminação...

Já não bastavam as roupas, agora os brinquedos. Os catálogos de Natal enchem-se de presentes para meninas, nas últimas três páginas lá se lembram de pôr algumas coisas para os rapazes; nos hiper, são três corredores de tralha gira cor-de-rosa contra um corredor mal amanhado com monstros cinzentos e azul petróleo, globos que dão luz e bolas de futebol. Uau!! 

sexta-feira, novembro 22, 2013

Ó tempo volta p'ra trás

Neste caso, é mesmo a única frase que me vem à cabeça. Ainda consigo recordar o entusiasmo que vivia quando sabia que ia à Feira Popular. Jesus, que excitação. E não era apenas pelos carrosséis. Eram as luzes, a ida a Lisboa (vivia nos subúrbios), o algodão doce, as pipocas, o jantar de frango no churrasco, as caracoladas... São recordações impagáveis e estou obviamente em pulgas para poder passar esta magia ao Rodrigo. Por isso, partilho também convosco esta sugestão. A partir de dia 26 encontramo-nos lá. 


sábado, novembro 09, 2013

O Natal

Estou muito entusiasmada com o Natal deste ano. Acho que agora o Rodrigo já vai perceber toda a magia da época. Por enquanto ainda não liga muito, mas depois de ver que o Pai Natal lhe deixou mesmo o presente que ele queria na chaminé, acho que não vai esquecer tão depressa. Com toda esta expectativa, já estou a vibrar com a época de forma redobrada (eu adoro o Natal) e hoje já comprei com ele uma mini árvore de Natal em madeira para ele montar. Divertiu-se imenso.

No início de Dezembro escreverei com ele a carta ao Pai Natal. Se depender de mim, aceditará nele para sempre. Dos quatro anos ao infinito...

sexta-feira, novembro 08, 2013

Vitóóóóória... mais uma!

O Rodrigo já não usa fralda. Iupiiii! Já não quero nada com aquele corredor do supermercado onde estão as fraldas, os toalhetes e os cremes para as mudas. Estou mesmo feliz e aqui está mais uma vez a prova de que este miúdo faz-se. Faz tudo um pouco mais tarde, é certo, mas faz! Ainda usa durante a noite, mas mais uns dias e acredito que também aí conseguirá superar-se. Podia insistir mais, mas vou confessar-vos: só tenho três jogos de roupa de cama para ele e, se houver acidente todas as noites, no quarto dia já tenho de pô-lo a dormir no chão num saco cama. E é chato! Tenho ideia de que há uns resguardos para evitar isto, mas tenho tido tanto orgulho em não andar nesse corredor que ainda não ganhei coragem de lá voltar.