Estimados ouvintes, cá estamos nós, em directo, quase quase a despedirmo-nos de 2005. Agradecemos aos 4 grandes queridos que enviaram os seus textos de Natal.
Prometemos continuar alegremente em 2006.
Fim de emissão.
... 5... 4... 3....
Espaço sobre tudo e mais alguma coisa, que isto de ter cantinhos muito específicozinhos sobre coisinhas pode ser, vá, esquisito
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sexta-feira, dezembro 30, 2005
segunda-feira, dezembro 26, 2005
« URGENTEMENTE
É urgente o amor.
É urgente um barco no mar.
É urgente destruir certas palavras,
ódio, solidão e crueldade,
alguns lamentos,
muitas espadas.
É urgente inventar alegria,
multiplicar os beijos, as searas,
é urgente descobrir rosas e rios
e manhãs claras.
Cai o silêncio nos ombros e a luz
impura até doer.
É urgente o amor, é urgente
permanecer.
»
Eugénio de Andrade
É urgente o amor.
É urgente um barco no mar.
É urgente destruir certas palavras,
ódio, solidão e crueldade,
alguns lamentos,
muitas espadas.
É urgente inventar alegria,
multiplicar os beijos, as searas,
é urgente descobrir rosas e rios
e manhãs claras.
Cai o silêncio nos ombros e a luz
impura até doer.
É urgente o amor, é urgente
permanecer.
»
Eugénio de Andrade
sábado, dezembro 24, 2005
Passatempo que tal
Às portas do final do nosso já bem sucedido passatempo de Natal, segue a contribuição do blogger Jubi (Jubi or not Jubi e Pontapé de Canto) onde se pode desde já antever um mãos largas à boa maneira americana. Aqui fica a sua mensagem, salpicada de sátira social.
Natal.
Ora aí está a época do ano que me transmite paz interior.
Porque será?
Porque não o ano todo?
Quero assim o ano todo!!!
O coração abre-se. (Só para alguns, porque no fundo, continuamos a 'não ir muito à bola' com aqueles que desprezamos durante todo o ano.)
Apetece-me oferecer, oferecer, dar, oferecer...mas para cumprir todos osmeus desejos doativos, eram necessários alguns trocos do Ti Belmiro de Azevedo. Para os cumprir na totalidade, é claro.
Mas ele que fique com os trocos, que eu cá me arranjo. Aposto que o meu Peru é mais 'inchado' que o dele.
Perdoem-me aqueles a quem eu queria dar alguma coisa e que o 'budget' já não permite.
Bem, também não lhes vou dar conta das minhas intenções, portanto, nunca saberão da minha missão falhada. Talvez para o ano.
Gosto de ver as pessoas a gastar sem estarem preocupadas. O Natal é isso mesmo, depois pensa-se nisso.
Um FELIZ NATAL para todos!!!!
Beijos para as 'Girls' e Abraços para os 'Boys'.
By Jubi
Natal.
Ora aí está a época do ano que me transmite paz interior.
Porque será?
Porque não o ano todo?
Quero assim o ano todo!!!
O coração abre-se. (Só para alguns, porque no fundo, continuamos a 'não ir muito à bola' com aqueles que desprezamos durante todo o ano.)
Apetece-me oferecer, oferecer, dar, oferecer...mas para cumprir todos osmeus desejos doativos, eram necessários alguns trocos do Ti Belmiro de Azevedo. Para os cumprir na totalidade, é claro.
Mas ele que fique com os trocos, que eu cá me arranjo. Aposto que o meu Peru é mais 'inchado' que o dele.
Perdoem-me aqueles a quem eu queria dar alguma coisa e que o 'budget' já não permite.
Bem, também não lhes vou dar conta das minhas intenções, portanto, nunca saberão da minha missão falhada. Talvez para o ano.
Gosto de ver as pessoas a gastar sem estarem preocupadas. O Natal é isso mesmo, depois pensa-se nisso.
Um FELIZ NATAL para todos!!!!
Beijos para as 'Girls' e Abraços para os 'Boys'.
By Jubi
quarta-feira, dezembro 21, 2005
Passatempo que tal
Hoje publicamos o contributo do blogger Paperspace que não deixa o arrepio por mãos alheias. Num discurso que não faz rodeios à crueldade quotidiana desta quadra, aqui fica então uma mensagem que nos deixa a todos a pensar um bocadinho.
O Natal...
Faltam cinco dias para o Natal.
Paz, amor, amizade, harmonia, solidariedade, que bom que é o Natal.
Somos todos amigos e é nesta época que se ajudam os mais desfavorecidos (o que deveria acontecer quanto menos esperamos e a qq época do ano).
O Natal é bonito, as ruas estão iluminadas, nas ruas ouve-se música.
Mas depois um pensamento se sobrepõe a este bonito cenário, e esquece-se tudo o que há de bom no Natal. Faltam cinco dias para o Natal, e ainda nao comprei nada.
Os dias que correm e a sociedade que nos rodeia roubou de nós o verdadeiro significado desse dia que é o Natal. Nao se esqueçam do presépio, porque ainda é das poucas coisas que contempla o espírito natalício.
Nao se deixem levar por insignificâncias e que o Vosso Natal, seja repleto de Alegria e Paz sinceramente é o que eu desejo...
um Bom e Glorioso ano de 2006.
beijos & abraços
by PaperSpace
O Natal...
Faltam cinco dias para o Natal.
Paz, amor, amizade, harmonia, solidariedade, que bom que é o Natal.
Somos todos amigos e é nesta época que se ajudam os mais desfavorecidos (o que deveria acontecer quanto menos esperamos e a qq época do ano).
O Natal é bonito, as ruas estão iluminadas, nas ruas ouve-se música.
Mas depois um pensamento se sobrepõe a este bonito cenário, e esquece-se tudo o que há de bom no Natal. Faltam cinco dias para o Natal, e ainda nao comprei nada.
Os dias que correm e a sociedade que nos rodeia roubou de nós o verdadeiro significado desse dia que é o Natal. Nao se esqueçam do presépio, porque ainda é das poucas coisas que contempla o espírito natalício.
Nao se deixem levar por insignificâncias e que o Vosso Natal, seja repleto de Alegria e Paz sinceramente é o que eu desejo...
um Bom e Glorioso ano de 2006.
beijos & abraços
by PaperSpace
terça-feira, dezembro 20, 2005
Passatempo que tal
Mais uma mensagem natalícia verdadeiramente arrepiante. Desta feita, pela mão talentosa de QZ (Venteca) que assim nos brinda com os seus diminutivozinhos engraçados. Ora cá vai...
Natal... que tal!
Olá o meu nome é QZ e eu gosto muito do Natal porque o Natal tem bacalhau…eu gosto muito de bacalhau!
O Natal é uma época muito linda porque aparecem mais pobrezinhos nas ruas e toda a gente quer ajudar, eu gosto muito de pobrezinhos porque eles só existem no Natal.
Eu gosto muito do Pai Natal porque ele costuma parar todo ano num tasco ali perto da Picheleira e depois aparece no Colombo com as criancinhas ao colo, a manda um grande hálito a peixe e a renas muito podres.
Eu gosto muito das criancinhas que ajudam o Pai Natal a fazer os brinquedinhos, chamam-se anões…zinhos indianos e chineses e ajudam muito o pai Natal porque são os anões…zinhos que fabricam os brinquedos muito baratinhos a 1€ que se vendem nas lojas de tudo a 1€ espalhadas por esse mundo afora...
Obrigado anões...zinhos indianos e chineses!
Eu gosto muito da Santa casa da misericórdia, porque a santa casinha da misericórdiazinha ajuda os desfavorecidos e gasta milhares de contos todos os meses em publicidade ao euro milhões, eu gosto muito do euro milhões porque o estado tem guardados nos seus cofres mais de 100milhões de euros para ajudar criancinhas quando elas crescerem lá pró Natal de Agosto de 2078
Eu gosto muito do Natal porque gosto muito do Natal, e no Natal é sempre Natal!
by, QZ
Natal... que tal!
Olá o meu nome é QZ e eu gosto muito do Natal porque o Natal tem bacalhau…eu gosto muito de bacalhau!
O Natal é uma época muito linda porque aparecem mais pobrezinhos nas ruas e toda a gente quer ajudar, eu gosto muito de pobrezinhos porque eles só existem no Natal.
Eu gosto muito do Pai Natal porque ele costuma parar todo ano num tasco ali perto da Picheleira e depois aparece no Colombo com as criancinhas ao colo, a manda um grande hálito a peixe e a renas muito podres.
Eu gosto muito das criancinhas que ajudam o Pai Natal a fazer os brinquedinhos, chamam-se anões…zinhos indianos e chineses e ajudam muito o pai Natal porque são os anões…zinhos que fabricam os brinquedos muito baratinhos a 1€ que se vendem nas lojas de tudo a 1€ espalhadas por esse mundo afora...
Obrigado anões...zinhos indianos e chineses!
Eu gosto muito da Santa casa da misericórdia, porque a santa casinha da misericórdiazinha ajuda os desfavorecidos e gasta milhares de contos todos os meses em publicidade ao euro milhões, eu gosto muito do euro milhões porque o estado tem guardados nos seus cofres mais de 100milhões de euros para ajudar criancinhas quando elas crescerem lá pró Natal de Agosto de 2078
Eu gosto muito do Natal porque gosto muito do Natal, e no Natal é sempre Natal!
by, QZ
segunda-feira, dezembro 19, 2005
Passatempo que tal - o melhor presente deste Natal
Tal como prometido, damos início a este passatempo bem maluco e de arrepiar com a publicação do texto natalício com que o blogger Sergonov (Venteca) nos quis brindar.
Natal versus prendas
1 aos 4 anos
Montes de prendas fixes mas infelizmente não entendemos nada, para não falar do susto de ver o Tio vestido de vermelho com barbas de algodão.
4 aos 13
Maravilha, só brinquedos, tirando a Tia que insiste em oferecer as meias brancas com as raquetes cruzadas.
14 aos 20
Roupa só roupa!?Tia obrigado, estava mesmo a necessitar de meias novas.
Envelopes, onde estão os envelopes?
20 aos 30
Apelo desesperado para que as prendas sejam envelopes.Obrigado Tia não era necessário (as meias passaram a ser pretas mas agora também recebo uns boxers )
30 aos 40
Dar prendas aos sobrinhos que não entendem nada, vestir de vermelho com barbas de algodão...
E como diz um amigo nosso, boas festas e um glorioso ano 2006
Abraços Sergonov
;)
Natal versus prendas
1 aos 4 anos
Montes de prendas fixes mas infelizmente não entendemos nada, para não falar do susto de ver o Tio vestido de vermelho com barbas de algodão.
4 aos 13
Maravilha, só brinquedos, tirando a Tia que insiste em oferecer as meias brancas com as raquetes cruzadas.
14 aos 20
Roupa só roupa!?Tia obrigado, estava mesmo a necessitar de meias novas.
Envelopes, onde estão os envelopes?
20 aos 30
Apelo desesperado para que as prendas sejam envelopes.Obrigado Tia não era necessário (as meias passaram a ser pretas mas agora também recebo uns boxers )
30 aos 40
Dar prendas aos sobrinhos que não entendem nada, vestir de vermelho com barbas de algodão...
E como diz um amigo nosso, boas festas e um glorioso ano 2006
Abraços Sergonov
;)
sexta-feira, dezembro 16, 2005
A Blasfémia dos 3 F's + 1
Antes eram as trevas, depois o Estado Novo criou os 3 F's. E agora, se Fátima já não é e o Fado muito pouco, o Futebol é cada vez mais, Foda-se!
Passatempo que tal - O melhor presente deste Natal
O texto abaixo foi escrito para o Ventoinha há uns tempos, por eu ter sido a leitora nº 5353. Gostei tanto de participar no passatempo que agora até já escrevo lá um provérbio todas as sextas feiras. Por isso o Coisas que tal decide também lançar o seu próprio concurso, e ficamos então a aguardar um texto de TODOS os ouvintes sobre a temática do Natal. Com ou sem presépios, pinheirinhos e bacalhau... o que quiserem. Prometemos publicar TODOS os textos. Enviem sff para: coisasquetal@gmail.com
Post à borla
Este é o meu post para o arejado mundo Ventoinha. Deverá ser ser assim um post amplo como o céu. E optimista também, nada próprio de invernos nem de mares fundos. Pode muito bem não ter ponta por onde se lhe pegue, ser hostil, pode falar do tempo, da juventude... Escrever um post para este ventoso blog pode ser uma grande responsabilidade. E pode também tentar ser uma história que começa assim:
É o final de uma tarde muito quente de Agosto. No escritório, Carlos espreita o relógio: falta uma hora para terminar o expediente. Está sozinho. Os patrões nem lá puseram os pés hoje; imagina-os refastelados numa qualquer espreguiçadeira na sombra de um pinhal. Os reposteiros estão corridos mas mesmo assim o calor penetra pelas paredes tornando mais saturada a atmosfera. A campainha do telefone trina, Carlos atende: Escritório de Advogados Bento, Filho & Associados Limitada boa tarde, mas do outro lado desligam de imediato. Serão os patrões a confirmar a sua presença?, e abana a cabeça não acreditando. Agora é a campainha da porta soando por sua vez. É o amigo Ventoinha. Traz como de costume os cabelos ao ar num reboliço, mesmo num dia como hoje em que não corre uma aragem.
- Acaba lá com isso e vem tomar um café ao Chiado. Quero passar ao Grandela e ver de um presente para uma tia minha...
E pisca-lhe o olho, divertido. Carlos garante que não pode sair já. Mas que ele faça horas, que terá o maior prazer em o acompanhar ao Chiado.
- Tu és muito amedrontado. Então tu crês que os teus patrões te andariam a espiar? Que disparate pegado! Eu sim, ando a ser seguido... mas anda daí à Brasileira que já te conto tudo.
Passam primeiro nos Armazéns do Grandela. Ventoinha vê luvas, chapéus, sombrinhas, meias finas mas nada lhe agrada, a tudo torce o nariz contrariado.
- Gostava de dar algo com mais chique à minha tia. Ela é muito moderna.
E pisca-lhe mais uma vez o olho, com uma gargalhada. Seguem então para a Brasileira a tomar o café. E o Ventoinha começa a soprar a sua história:
- Vês tu aquele indivíduo, à esquina da Bertrand, a espreitar para aqui? (Não olhes agora.) Já não o via há algum tempo e hoje... zás, lá o topei de novo. Tirou a gabardina e rapou o bigode, deve ser do calor.
E realmente lá está um fulano de ar suspeito que os olha. Imagina logo o Ventoinha muito mais metido na política do que parece; é certo que conversam em sussurro muitas vezes contra o regime, mas daí à conspiração vai um longo passo. Pensa que lhe apanharam folhetos, livros ou o apanharam em alguma reunião suspeita, está visto é que o apanharam!
- Tu estás a pensar que é um pide, não é meu pobre Carlos? Mas é alguém acima deles. Eu inventei uma coisa que se chama blog. É um diário do futuro. Tu bates palavras numa máquina de escrever que não faz barulho e, no minuto seguinte, qualquer pessoa no mundo lê na televisão tudo o que escreveste. E isto é uma máquina muito perigosa, claro está! Por isso é que eles andam atrás de mim...
Carlos fica desorientado com a revelação. Pensa que o querido amigo Ventoinha endoidou de vez. Mas ainda lhe pergunta que tipo de coisas escreve nesse ‘bloque’...
- Coisas, pá ! Coisas que tal.
É o final de uma tarde muito quente de Agosto. No escritório, Carlos espreita o relógio: falta uma hora para terminar o expediente. Está sozinho. Os patrões nem lá puseram os pés hoje; imagina-os refastelados numa qualquer espreguiçadeira na sombra de um pinhal. Os reposteiros estão corridos mas mesmo assim o calor penetra pelas paredes tornando mais saturada a atmosfera. A campainha do telefone trina, Carlos atende: Escritório de Advogados Bento, Filho & Associados Limitada boa tarde, mas do outro lado desligam de imediato. Serão os patrões a confirmar a sua presença?, e abana a cabeça não acreditando. Agora é a campainha da porta soando por sua vez. É o amigo Ventoinha. Traz como de costume os cabelos ao ar num reboliço, mesmo num dia como hoje em que não corre uma aragem.
- Acaba lá com isso e vem tomar um café ao Chiado. Quero passar ao Grandela e ver de um presente para uma tia minha...
E pisca-lhe o olho, divertido. Carlos garante que não pode sair já. Mas que ele faça horas, que terá o maior prazer em o acompanhar ao Chiado.
- Tu és muito amedrontado. Então tu crês que os teus patrões te andariam a espiar? Que disparate pegado! Eu sim, ando a ser seguido... mas anda daí à Brasileira que já te conto tudo.
Passam primeiro nos Armazéns do Grandela. Ventoinha vê luvas, chapéus, sombrinhas, meias finas mas nada lhe agrada, a tudo torce o nariz contrariado.
- Gostava de dar algo com mais chique à minha tia. Ela é muito moderna.
E pisca-lhe mais uma vez o olho, com uma gargalhada. Seguem então para a Brasileira a tomar o café. E o Ventoinha começa a soprar a sua história:
- Vês tu aquele indivíduo, à esquina da Bertrand, a espreitar para aqui? (Não olhes agora.) Já não o via há algum tempo e hoje... zás, lá o topei de novo. Tirou a gabardina e rapou o bigode, deve ser do calor.
E realmente lá está um fulano de ar suspeito que os olha. Imagina logo o Ventoinha muito mais metido na política do que parece; é certo que conversam em sussurro muitas vezes contra o regime, mas daí à conspiração vai um longo passo. Pensa que lhe apanharam folhetos, livros ou o apanharam em alguma reunião suspeita, está visto é que o apanharam!
- Tu estás a pensar que é um pide, não é meu pobre Carlos? Mas é alguém acima deles. Eu inventei uma coisa que se chama blog. É um diário do futuro. Tu bates palavras numa máquina de escrever que não faz barulho e, no minuto seguinte, qualquer pessoa no mundo lê na televisão tudo o que escreveste. E isto é uma máquina muito perigosa, claro está! Por isso é que eles andam atrás de mim...
Carlos fica desorientado com a revelação. Pensa que o querido amigo Ventoinha endoidou de vez. Mas ainda lhe pergunta que tipo de coisas escreve nesse ‘bloque’...
- Coisas, pá ! Coisas que tal.
quarta-feira, dezembro 14, 2005
Corte de cabelo
Pronto, foi hoje. Passei-me e fui cortar o cabelo curto. Um corte completamente radical. Bati o record de vezes por tarde em que uma pessoa se olha ao espelho. Tento justificar-me: ele cresce rápido e vou fazer um montão de cortes giros e blá blá, e depois posso mudar de cara e de estilo, usar écharpes com fartura e comprar brincos novos. Ou seja, ainda não decidi se gosto de me ver ou não, mas esta parte só as leitoras vão perceber... a relação muito particular com a fase pós-ida-ao-cabeleireiro "fazer uma coisa diferente".
Este quase parece um Batista da minha família...
«(...) Battista não se perturbou por tão pouco:
- Você sabe, Molteni, que, ouvindo-o falar, creio rever-me a mim próprio quando tinha a sua idade?
- Ah, sim? - balbuciei desconcertado.
- Sim... eu era muito pobre - prosseguiu Battista servindo-se de mais vinho - e também eu tinha, como você diz, ideiais... Quais eram esses ideais? Não saberei dizê-lo agora, e até nem o saberia nessa altura... mas tinha-os... talvez não tivesse este ou aquele ideal, mas o ideal com I grande... (...) O ideal, quando não se sabe precisamente o que se quer, é melhor esquecê-lo, pô-lo de parte... e só depois, quando se põe pé em terreno sólido, é preciso recordá-lo... a primeira nota de mil que se ganha, eis o ideal... (...)
- (...) Quer saber o segredo do sucesso, Molteni?...
- Pôr-se na fila da vida, como diante da bilheteira, na estação... chega sempre o nosso momento se se tem paciência e não se muda de fila... Chega sempre a nossa vez, pois que o empregado da bilheteira dá a cada um o seu bilhete... a cada um segundo os seus méritos, bem entendido... aos que devem e podem ir longe, quem sabe?, um bilhete para a Austrália... aos outros, menos ambiciosos, um bilhete para uma viagem mais curta, Capri, por exemplo. »
Alberto Moravia in O Desprezo
- Você sabe, Molteni, que, ouvindo-o falar, creio rever-me a mim próprio quando tinha a sua idade?
- Ah, sim? - balbuciei desconcertado.
- Sim... eu era muito pobre - prosseguiu Battista servindo-se de mais vinho - e também eu tinha, como você diz, ideiais... Quais eram esses ideais? Não saberei dizê-lo agora, e até nem o saberia nessa altura... mas tinha-os... talvez não tivesse este ou aquele ideal, mas o ideal com I grande... (...) O ideal, quando não se sabe precisamente o que se quer, é melhor esquecê-lo, pô-lo de parte... e só depois, quando se põe pé em terreno sólido, é preciso recordá-lo... a primeira nota de mil que se ganha, eis o ideal... (...)
- (...) Quer saber o segredo do sucesso, Molteni?...
- Pôr-se na fila da vida, como diante da bilheteira, na estação... chega sempre o nosso momento se se tem paciência e não se muda de fila... Chega sempre a nossa vez, pois que o empregado da bilheteira dá a cada um o seu bilhete... a cada um segundo os seus méritos, bem entendido... aos que devem e podem ir longe, quem sabe?, um bilhete para a Austrália... aos outros, menos ambiciosos, um bilhete para uma viagem mais curta, Capri, por exemplo. »
Alberto Moravia in O Desprezo
Tudo me acontece
Quando eu pensava que não havia nada pior do que jogar basquet com aqueles calções brancos bastante ridículos, aconteceu algo absolutamente inimaginável. Tudo aconteceu no passado sábado durante o jogo com uma das equipas mais fracas do campeonato.
Eu estava absolutamente radiante: já me estava a borrifar para os calções, tinha sido chamada para o cinco inicial, o jogo era em casa e elas defendiam à zona, uma benção para os meus lançamentos de meia distância. Enfim... os primeiros sete minutos foram meus, ainda marquei dois pontos... altura em que fui substutuída e me sentei no banco a descansar.
Passados poucos segundos começo com uma comichão nos pés de me atirar ao chão. Não me atirei, mas descalcei-me e cocei, cocei. Em pouco tempo eu já não via jogo, já não via nada e só me coçava tipo macaco.
Não sabia o que me estava a acontecer, mas tinha a sensação que tudo aquilo ia passar. Mas não passou! Juntamente com a comichão, comecei a sentir-me a inchar...a inchar. Fiquei transformada num verdadeiro monstro, cheia de comichões, e... imagine-se, enfiada naqueles calções ridículos.
Não pude aguentar mais tempo ali no pavilhão, pois o inchaço começava a travar-me a respiração, e lá tive de sair de charola para as urgências de Mafra.
Tive a soro, levei três doses de curtizona, e passada uma hora, eu já tinha voltado ao meu formato normal.
Uma verdadeira dor de cabeça para quem, até hoje, não faz puto ideia do que me terá provocado a alergia que me fez abandonar aquele grande jogo a dez minutos de este ter iniciado. Ainda disse ao treinador que se calhar a alergia era dos calções,daquele nylon e tal, mas não deu resultado...
A mim tudo me acontece... vejam lá que até faço prémios no euromilhões.
Eu estava absolutamente radiante: já me estava a borrifar para os calções, tinha sido chamada para o cinco inicial, o jogo era em casa e elas defendiam à zona, uma benção para os meus lançamentos de meia distância. Enfim... os primeiros sete minutos foram meus, ainda marquei dois pontos... altura em que fui substutuída e me sentei no banco a descansar.
Passados poucos segundos começo com uma comichão nos pés de me atirar ao chão. Não me atirei, mas descalcei-me e cocei, cocei. Em pouco tempo eu já não via jogo, já não via nada e só me coçava tipo macaco.
Não sabia o que me estava a acontecer, mas tinha a sensação que tudo aquilo ia passar. Mas não passou! Juntamente com a comichão, comecei a sentir-me a inchar...a inchar. Fiquei transformada num verdadeiro monstro, cheia de comichões, e... imagine-se, enfiada naqueles calções ridículos.
Não pude aguentar mais tempo ali no pavilhão, pois o inchaço começava a travar-me a respiração, e lá tive de sair de charola para as urgências de Mafra.
Tive a soro, levei três doses de curtizona, e passada uma hora, eu já tinha voltado ao meu formato normal.
Uma verdadeira dor de cabeça para quem, até hoje, não faz puto ideia do que me terá provocado a alergia que me fez abandonar aquele grande jogo a dez minutos de este ter iniciado. Ainda disse ao treinador que se calhar a alergia era dos calções,daquele nylon e tal, mas não deu resultado...
A mim tudo me acontece... vejam lá que até faço prémios no euromilhões.
quarta-feira, dezembro 07, 2005
Voltei à idade dos porquês
Porque é que quando o sexo acaba eles teimam em perguntar se gostámos?
Por falar em sexo:
Porque é que o Robbie Williams nunca aparece lá por casa?
Por falar em expectativas:
Porque é que achamos sempre que alguém como o Robbie Williams nos ia ligar alguma?
Por falar nisto:
Porque é que não acordamos logo todas produzidas?
Por falar em produção:
Porque é que achamos que isso nos torna realmente mais bonitas?
Por falar em realmente:
Porque é que a loiça se suja e se tem de lavar a seguir?
Por falar em sujo:
Porque é que fazemos cocó?
Por falar na merda:
Porque é que eles teimam em olhar para o rabo das outras mesmo nas nossas fuças?
Por falar em fuças:
Porque é que ninguém diz ao Armando Gama que aquele corte de cabelo já não se usa?
Por falar em modas:
Porque é que não dizem o mesmo ao Roberto Carlos?
E porque me apetece:
Porque é que as mamas abanam tanto quando corremos?
Por falar em sexo:
Porque é que o Robbie Williams nunca aparece lá por casa?
Por falar em expectativas:
Porque é que achamos sempre que alguém como o Robbie Williams nos ia ligar alguma?
Por falar nisto:
Porque é que não acordamos logo todas produzidas?
Por falar em produção:
Porque é que achamos que isso nos torna realmente mais bonitas?
Por falar em realmente:
Porque é que a loiça se suja e se tem de lavar a seguir?
Por falar em sujo:
Porque é que fazemos cocó?
Por falar na merda:
Porque é que eles teimam em olhar para o rabo das outras mesmo nas nossas fuças?
Por falar em fuças:
Porque é que ninguém diz ao Armando Gama que aquele corte de cabelo já não se usa?
Por falar em modas:
Porque é que não dizem o mesmo ao Roberto Carlos?
E porque me apetece:
Porque é que as mamas abanam tanto quando corremos?
segunda-feira, dezembro 05, 2005
Então cá vai...
Sobre a minha grande estreia no regresso à competição desportiva posso começar pelas más notícias, para ficar o assunto já despachado: eu sabia que devia ter experimentado o equipamento antes do jogo (aqueles calções não lembram a ninguém); quanto às boas notícias: as miúdas do Algés não chegaram aos cem pontos!!
Resultado final: Algés - 99; Malveira - 35. Por acaso não tenho a certeza se ficámos com 35 ou 37 pontos, mas como devem calcular nem me vou esforçar para confirmar estes dados.
O resultado foi o que foi, mas a minha estreia nem foi má. Quer dizer... pronto, falhei dois lances livres depois de arrancar uma falta, falhei um lance de meia distância, um em contra-ataque debaixo do cesto e fiz dois maus passes... mas não foram seguidos. Ok, marquei dois pontos e, apesar de ter o meu namorado a postos na bancada, aguentei-me bem à bronca e não foi preciso respiração boca a boca. Se bem que logo ao início do jogo estava a ver o caso mal parado. É que no aquecimento para o grande derby eu já pingava por todos os lados. Devia ser nervos. E era eu sempre a limpar a cara e a disfarçar a coisa, para logo uma das engraçadinhas da equipa anunciar bem alto "epá Oliveira, já estás a pingar!! Tás bem?" Arghh... estas miúdas não sabem estar caladas.
Enfim, para minha surpresa acabei por jogar dois períodos completos. Nada mau.
Acima de tudo diverti-me imenso, matei saudades dos porradões que levamos debaixo do cesto e dos larilas dos árbitros de calcinhas apertadas. Já agora uma pergunta: Porque é que os árbitros de basquet têm sempre aquele ar tão pouco masculino de quem gosta de uns valentes afundanços por detrás??
by, Ana Jordan
Resultado final: Algés - 99; Malveira - 35. Por acaso não tenho a certeza se ficámos com 35 ou 37 pontos, mas como devem calcular nem me vou esforçar para confirmar estes dados.
O resultado foi o que foi, mas a minha estreia nem foi má. Quer dizer... pronto, falhei dois lances livres depois de arrancar uma falta, falhei um lance de meia distância, um em contra-ataque debaixo do cesto e fiz dois maus passes... mas não foram seguidos. Ok, marquei dois pontos e, apesar de ter o meu namorado a postos na bancada, aguentei-me bem à bronca e não foi preciso respiração boca a boca. Se bem que logo ao início do jogo estava a ver o caso mal parado. É que no aquecimento para o grande derby eu já pingava por todos os lados. Devia ser nervos. E era eu sempre a limpar a cara e a disfarçar a coisa, para logo uma das engraçadinhas da equipa anunciar bem alto "epá Oliveira, já estás a pingar!! Tás bem?" Arghh... estas miúdas não sabem estar caladas.
Enfim, para minha surpresa acabei por jogar dois períodos completos. Nada mau.
Acima de tudo diverti-me imenso, matei saudades dos porradões que levamos debaixo do cesto e dos larilas dos árbitros de calcinhas apertadas. Já agora uma pergunta: Porque é que os árbitros de basquet têm sempre aquele ar tão pouco masculino de quem gosta de uns valentes afundanços por detrás??
by, Ana Jordan
sábado, dezembro 03, 2005
Amanhã é o grande dia...
Não vale a pena arranjar desculpas parvas à última hora porque o que está feito está feito. Ai que nervos.
Não, não vou casar. Amanhã regresso aos campos de basquet dê lá por onde der. Já não posso fugir. A esta hora, a federação já deve ter aceite os meus papéis de revalidação e, por isso, estarei apta a jogar.
Azar dos azares vou estrear-me (após esta pausa que deverá ter uns dez anos) com a equipa que vai à frente no campeonato. Enfim... nada a fazer!
Entretanto, vou aqui pensando nas bolas que vou perder com duas matulonas à minha frente a gritarem histericamente "FECHOUUUUU", e com uma enorme quantidade de bolas a voarem completamente tortas para o cesto. E os apoiantes da equipa que represento, que vão assistir aos jogos das miúdas desde que estas eram mesmo umas miúdas, a abanarem a cabeça lá nas bancadas e a sussurrarem "tsss...mas donde é que esta apareceu e porque é que não está no banco?".
Ai, que nervos! Isto para não falar da minha 'óptima' condição física. É assim, para terem uma ideia, espero bem aguentar pelo menos dois minutos a correr, sem me deixar cair no chão a pedir respiração boca a boca.
Mas se as minhas preocupações ficassem só por aqui... Tenho medo de torcer o pé (os meus tendões já não são o que eram), de ser abafada debaixo do cesto por uma gorda feia e toda transpirada, enganar-me no lado para o qual estou a atacar, fazer dois maus passes seguidos, fazer passos, falhar um cesto sozinha em contrataque debaixo do cesto (uhh, este acho que é o pior) e ainda me preocupa o facto de amanhã ir jogar sem experimentar o equipamento. E se os calções são daqueles muito curtinhos a parecer o João Pinto (aquele do Porto) há uns anos atrás?! E se a camisola me está apertada nas mamas e me faz parecer um terramoto quando for a fazer sprints, com tudo a abanar?
Ai que nervos! Nunca mais chega amanhã. Wish me luck!!
Não, não vou casar. Amanhã regresso aos campos de basquet dê lá por onde der. Já não posso fugir. A esta hora, a federação já deve ter aceite os meus papéis de revalidação e, por isso, estarei apta a jogar.
Azar dos azares vou estrear-me (após esta pausa que deverá ter uns dez anos) com a equipa que vai à frente no campeonato. Enfim... nada a fazer!
Entretanto, vou aqui pensando nas bolas que vou perder com duas matulonas à minha frente a gritarem histericamente "FECHOUUUUU", e com uma enorme quantidade de bolas a voarem completamente tortas para o cesto. E os apoiantes da equipa que represento, que vão assistir aos jogos das miúdas desde que estas eram mesmo umas miúdas, a abanarem a cabeça lá nas bancadas e a sussurrarem "tsss...mas donde é que esta apareceu e porque é que não está no banco?".
Ai, que nervos! Isto para não falar da minha 'óptima' condição física. É assim, para terem uma ideia, espero bem aguentar pelo menos dois minutos a correr, sem me deixar cair no chão a pedir respiração boca a boca.
Mas se as minhas preocupações ficassem só por aqui... Tenho medo de torcer o pé (os meus tendões já não são o que eram), de ser abafada debaixo do cesto por uma gorda feia e toda transpirada, enganar-me no lado para o qual estou a atacar, fazer dois maus passes seguidos, fazer passos, falhar um cesto sozinha em contrataque debaixo do cesto (uhh, este acho que é o pior) e ainda me preocupa o facto de amanhã ir jogar sem experimentar o equipamento. E se os calções são daqueles muito curtinhos a parecer o João Pinto (aquele do Porto) há uns anos atrás?! E se a camisola me está apertada nas mamas e me faz parecer um terramoto quando for a fazer sprints, com tudo a abanar?
Ai que nervos! Nunca mais chega amanhã. Wish me luck!!
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