“A vida não está fácil”, disse-me hoje o director. Respondi: “A vida?... Esta empresa é que não está fácil”. Ao que ele retorquiu: “Não, não, a vida é que não está fácil”.
E pronto, depois deste diálogo de corredor, voltei para o meu lugar e fiquei a pensar: a primeira frase poderia não ter passado de uma daquelas frases de elevador (embora não estivéssemos no elevador), não se tivesse dado o caso de ele ter reforçado a ideia no final. Porque, vejamos, ninguém diz “Amanhã é capaz de chover” e ao ouvir alguém responder com “Olhe que eu ouvi o contrário” reforça “não, não, amanhã está mesmo a chover”. Por outro lado, acho que a resposta que dei não esteve nada bem. Ninguém diz ao director que a empresa é uma merda! Porque, no fundo, foi isso que eu disse. Tipo, “A vida? A minha vidinha estava óptima não fosse esta empersa tão complicadinha!”. Enfim... saiu-me. Mas o que também me intriga é por que é que ele, após esta minha saída brilhante, não aproveitou a boleia e não ficou calado, seguindo o seu caminho até à secretária. Será que estava com vontade de desabafar os seus problemas e desatar-me a chorar ali no meio da empresa? E é isto que me amargura. Sinto que tive a oportunidade de pôr o chefe a chorar baba e ranho e que a deixei escapar.
Bom fim-de-semana, estou a banhos no Sul.
1 comentário:
ai ai que má....
mas adorei a tua resposta!!!
;)
Bons banhos!
beijocassssss
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