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sexta-feira, julho 29, 2005

Barcelona, olé !

Finalmente as férias! Estou em day before partida. Já faço listas, arrumo por montinhos, quase já bato asas a caminho de Barcelona.
O Coisas que tal fica em piloto automático. A velhinha e o pombo merecem uma continuação, falando em voar. Também o nosso quase querido Mendes há-de desenrolar no vodka7. Não existirão mais posts com referência ao Um Contra Todos, pelo menos até que a RTP me pague. Trarei cadernos pautados de Barcelona passando como num filme... ou talvez não.


E havia uma outra coisa de que tal vos queria falar, mas é tão inacreditável, tão estúpida... que sai apenas :
Amanhã comprem a última edição d' A CAPITAL

Luas de Agosto

Lua Nova - Dia 5 às 04h05

Quarto Crescente - Dia 13 às 03h38

Lua Cheia - Dia 19 às 18h53

Quarto Minguante - Dia 26 às 16h18

( Isto sim é verdadeiro serviço Borda d'Água )

Pensamento do dia

"Prefiro ser um homem de paradoxos que um homem de preconceitos."
Jean Jacques Rousseau

quarta-feira, julho 27, 2005

Casamentos de Agosto

Já começam a apitar alegremente as buzinas nas aldeias, vilas e cidades deste país à beira mal plantado. Quando Agosto bate à porta, todos os Sábados se repete a mesma chinfrineira irritante. O tuga que se preza, emigrante ou não, faz questão de casar em Agosto. Resultado: igrejas lotadas com três e quatro casamentos no mesmo dia, maquilhagens a derreter e gargantas sedentas - de álcool pois então, que "de borla" é a expressão preferida do tuga.
Os carros seguem em fila indiana para o copo-de-água, devidamente ornamentados com fitinhas de gaze branca a condizer com o vestido da noiva. O mesmo tecido está presente em todo o estacionário casamenteiro: convites, menus das mesas temáticas e os envelopes onde se depositam os cheques com que se presenteiam os noivos.
Como o almoço vai quase sempre tardio, os convivas empanturram-se de croquetes acompanhados pelo merecido aperitivo (no meu caso o moscatel, que normalmente se revela uma má escolha no estômago vazio).
Os padres, após a homilía hipócrita da fidelidade e blá blá, recebem convites para o copo-de-água escolhendo, de entre todos, o casamento que se afigura ter o melhor repasto.
Mais tarde , as senhoras usualmente de toilettes duvidosas descalçam-se, já que os sapatos que escolheram para a cerimónia rejeitariam no resto do ano, desde que no seu perfeito juízo. Os homens começam por retirar o casaco, depois a gravata e, em alguns, até a camisa espreita por fora das calças, dependendo do teor alcoólico.
Pelo menos uma música do Quim Barreiros é obrigatória, mas pode ser substituída pelo "Nós pimba" do Emanuel.
O resto já se sabe: pândega até às tantas, comida até estourar, uma média de meia bebedeira per capita e alguns números de telemóveis sacados pelos solteiros para futuros encontros menos formais - para casarem no Agosto do ano seguinte, quem sabe...

segunda-feira, julho 25, 2005

Dicas de campanha

"Apesar das recorrentes críticas ao excesso de privilégios, o país político parece condenado a não ter férias de Verão. O ano passado foi a extemporânea mudança de Governo e, ao que diz quem lá esteve, a tomada de posse mais quente da História da democracia portuguesa. Este ano, entre orçamentos rectificativos e campanhas para as autárquicas não há tempo para banhos. Os mais sacrificados pelo novo calendário eleitoral, para além de alguns restaurantes e discotecas mais a Sul, são os próprios candidatos. Numa tentativa de aligeirar o árduo trimestre que os espera, aqui ficam algumas sugestões para todos os que, por todo o Portugal, se lançam à conquista de uma Câmara Municipal:
– Faça um programa com todas as festas e romarias do concelho. É bom que não falte a nenhuma. Antes de sair de casa, é prudente ensaiar uns passos de dança, de forma a não fazer má figura nos bailaricos.
– Prepare-se convenientemente para as visitas a feiras e mercados. Se não for versado na matéria, não se esqueça de estudar com detalhe os nomes dos produtos hortícolas e, fundamentalmente, os dos peixes. Não se esqueça que as coreografias com varinas e peixeiras já deram muitas eleições a ganhar.
– Se for candidato num concelho de características rurais, o melhor mesmo é pedir ao anterior líder do CDS/PP que lhe dê algumas dicas sobre ordenha. Não é obrigatório o uso de boina nesta época do ano.
– Muita atenção ao material de campanha: é totalmente desaconselhada a oferta de ‘t-shirts’ com etiqueta ‘made in China’. Esta advertência deverá ser observada com especial rigor nas candidaturas apresentadas nas regiões autónomas.
– Certifique-se que tem currículo adequado para o cargo. Algumas sondagens indicam que alguns processos judiciais em fase de investigação ou julgamento podem constituir uma mais valia eleitoral.
– Todas as intervenções públicas devem ser devidamente estudadas. Nunca, por nunca, troque o bolso do casaco onde guardou o discurso para o jantar com a associação de construtores civis, com o que está guardado para o encontro com os movimentos ambientalistas.
– Assegure-se que todo o seu ‘staff’, bem como todos os mecenas e financiadores da campanha, são pessoas de confiança. Não aceite dinheiro, viagens ao Brasil ou até mesmo electrodomésticos de desconhecidos. Desconfie de qualquer colaborador que tenha o estranho hábito de usar um saco azul à tiracolo.
– Se apesar do apertado calendário de campanha lhe sobrar algum tempo, talvez fosse boa ideia conhecer o concelho, estudar os seus problemas e potencialidades, os recursos financeiros da autarquia e, quem sabe, até pensar no que poderá fazer durante o mandato. Mas atenção: não faz parte da cartilha do verdadeiro candidato desperdiçar tempo com estes pormenores.
Boa campanha! "
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A 19 de Julho in www.diarioeconomico.com
Nuno Sampaio assina esta coluna semanalmente à terça-feira. (e é o meu cunhado preferido !!)

domingo, julho 24, 2005

Sexo e mais sexo

Porque é que os cartazes de campanha são sempre tão insípidos? Porque é que só falam nas qualidades e não nos defeitos dos candidatos? Se existisse menos hipocrisia eleitoral, o povo ficava muito mais confiante na sinceridade dos elegíveis.

Senão vejamos:

Fernando Seara – “Fiel a Causas. Fiel a Sintra” (bah!!) Então não ficava muito melhor uma coisa tipo: “Infiel à Judite porque já não aguento aquele mau hálito matinal, mas fiel a Sintra”.

Carmona Rodrigues – “Vamos a isto”, enquanto arregaça as mangas. (ora bolas!) Era mais, com o mesmo arregaçar de mangas: “Vamos a isto. Vamos a elas, que o Santana vai embora, mas as santanetes ficam!”

João Soares e Jorge Coelho – “Chega de conversa. Sintra precisa é de trabalho”. Cá para mim é mais: "Chega de conversa. Seara em Sintra vai com o caralho!”.

Manuel Maria Carrilho – “Projectos com princípio meio e fim”. Ok, o que devia estar no cartaz era mais: “Projectos com princípio meio e fim. O que quer que isto queira dizer!”.

Ruben de Carvalho (por acaso sei quem é porque estive na semana passada no Zoo) – “Soluções para Lisboa”. Vá lá Ruben, diz a verdade: “Soluções para Lisboa, já que não há solução para mim”.


Observação: O título é daqueles para enganar.

quinta-feira, julho 21, 2005

Puta que pariu o Campos e Cunha

Não, este não é um post com temática política. Mas podia ser.
Então não é que ontem, em pleno suspense da última pergunta da minha vitória, a RTP interrompe o "Um Contra Todos" para um especial informação em que anuncia a saída do Campos e Cunha do governo? Pergunto eu: não podiam ter esperado pelo intervalo? Claro que não, as audiências vinham caminhando em subida vertiginosa e aproveitaram-se da minha telegenia para fazer funcionar a máquina informativa. Que golpe baixo!
A minha prestação estará para sempre associada ao princípio da queda do governo socialista, o que afinal até nem deixa de ser engraçado.
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P.S. - Obrigada à Nana do "Todos os polacos", a quem roubei grosseiramente o título deste post.

terça-feira, julho 19, 2005

Falai no Mendes e à porta o tendes (I)

Desde tenra idade conhecido por "filho do Mendes", a dada altura passaram a chamá-lo apenas Mendes, tal como seu pai e o seu avô antes dele. Estranhamente, nenhum tinha realmente por apelido Mendes, mas esse era um costume antigo de Vila Bela. Já o seu melhor amigo e companheiro de brincadeiras de infância era conhecido por Zé Sapateiro, negócio que nunca prosperou na família, que detinha há várias gerações uma taberna. O verdadeiro nome do Mendes na verdade não nos interessa.
O Mendes vendia enciclopédias por toda a concelhia na sua velha carrinha. Tarefa ingrata, a do Mendes, vender palavras a retalho a gentes mais habituadas às pedras e à lavoura. Quando se sentia pelas aldeias o troar da carripana, logo se estendia a notícia e os largos das igrejas esvaziavam-se como que por encanto... E não fosse a proximidade com os santos, quase se poderia dizer: "Falai no Diabo... e aparece-lhe o rabo".

(continua em www.vodka7.blogspot.com )

domingo, julho 17, 2005

EU CONTRA TODOS

Caríssimos:
É já amanhã (2ª feira) que começa a minha participação no programa "Um Contra Todos" na RTP1. Para bem dos vossos pecados, terão 4 serões plenos de sabedoria, beleza e simpatia. E imodéstia como se pode verificar pela frase anterior,... e é por isso que posso dizer sem falsidades que tive muita sorte, além do saber. Ainda bem que o nervoso miudinho me deu para rir muito e dizer disparates. Claro que agora já todos sabem que ganhei e assim se quebra o suspense, mas foi bem sofrido. A caixa de comentários não aceita piadinhas sobre o facto de eu ser uma básica do desporto, ok?

quarta-feira, julho 13, 2005

Carta aberta a Herman José

Herman, sei que vais ler este post mais tarde ou mais cedo porque confio na globalização. Sei também que não vais levar a mal aquilo que eu vou dizer porque tu próprio estás habituado a pedir às pessoas que não levem a mal quando lhes pões a verdade na cara através das tuas caricaturas teatrais.
Chega! Está na altura de te retirares do meio, de saltares do ramo, de pulares a cerca... o que quer que lhe queiras chamar. Já não tens piada, já não tens conversa, já não tens imagem. Podes mudar a cor do cabelo as vezes que quiseres porque agora já não vai resultar. Olha para a Maria José Valério!
Assinalaste 30 anos de carreira. Tudo bem. Parabéns! Agora tenta outras coisas que não o fazer rir. E olha que este conselho que te dou, não o dou a toda a gente. O Clemente também fez 30 anos de carreira e não merece uma carta aberta da minha parte. Também é verdade, que assim como assim, com o Clemente a gente ainda se vai rindo.

Abraços hermanescos e, já sabes, o coisas que tal estará sempre aberto a uma eventual colaboração tua para alimentarmos a vertente trágica do blog.

Felicidades sinceras...mas noutro formato.

Panis et circenses

«
Eu quis cantar minha canção iluminada de sol
Soltei os panos sobre os mastros no ar
Soltei os tigres e os leões nos quintais
Mas as pessoas na sala de jantar
São ocupadas em nascer e morrer

Mandei fazer de puro aço luminoso punhal
Para matar o meu amor e matei
Às 5 horas na Avenida Central
Mas as pessoas na sala de jantar
São ocupadas em nascer e morrer

Mandei plantar folhas de sonho no jardim do solar
As folhas sabem procurar pelo sol
E as raízes procurar procurar
Mas as pessoas na sala de jantar
Essas pessoas na sala de jantar
São as pessoas na sala de jantar
Mas as pessoas na sala de jantar
São ocupadas em nascer e morrer
»
Caetano Veloso/Gilberto Gil/1972

terça-feira, julho 12, 2005

Mitos que tal

  • As embalagens de abertura fácil.
  • Os homens nunca desapertam um soutien à primeira.
  • Os gordos comem um bolo com creme a acompanhar o café da manhã.
  • As velhas vaidosas que pintam um risco a imitar sobrancelhas usam batôn cor de laranja.
  • Os piores ladrões são os que se passeiam de fato.
  • O PSD vai deixar de governar a Madeira.
  • As ciganas não fumam.
  • Os homens conversam sobre cilindradas e cavalos-vapor.
  • As velhas de terço na mão estão a rezar avé-marias.
  • Os chineses comem o que nos servem nos seus restaurantes.
  • A D. Albertina e o Zéquinha, ou melhor a velhinha e o pombo, existem de facto.
  • Os comunistas não têm religião.
  • "Não digas isso à frente da miúda, ela ainda não tem idade para essas coisas"

.... que tal.

Os homens também choram

Costumava dizer, até com uma pontinha de orgulho, que nunca chorara. Nem quando os pais faleceram, primeiro o pai depois a mãe, havia largado uma lágrima que fosse. Não seria uma questão de insensibilidade nem de considerar esta uma atitude de especial nobreza. Aliás não saberia explicar o porquê de, todas as manhãs, atar com muito cuidado o saco que transportava sempre consigo. Aqui dispunha as lágrimas que já não cabiam no nó da garganta, que no Verão muitas se evaporavam pela pele com o calor. O saco ia-se tornando pesado aos poucos e a alma, de tão leve, como que flutuava num quotidiano sem amarguras.
Até que um dia num minuto pousava o pé a subir para o autocarro, no minuto seguinte um jovem apressado lhe encostava o cigarro ao saco. Então, conta quem viu, foi como se toda uma vida se soltasse como um rio. O médico assinou o óbito dando como causa provável da morte um ataque cardíaco. Por seu turno o motorista da Carris de serviço acrescentou: Nunca tinha visto nada assim, um homem a sufocar de sofrimento... até me vieram as lágrimas aos olhos.

sábado, julho 09, 2005

F*de-te tu ó gôdo da méda!!

Tudo bem! Percebo que seja difícil tirar o Bin Laden do mundo árabe - a criatura é uma espécie de réptil escorregadio que está sempre escondido na toca - mas, o Alberto João, já o podiam ter tirado da Madeira há muito tempo. É que este senhor e a sua autocracia com laivos anarquistas já cansa.
O senhor diz que está farto dos chineses e indianos no arquipélago, eu diria que os chineses e os indianos é que já devem estar fartos dele. Eu diria mais: até os doentes mentais já devem estar fartos dele. Aliás, Marques Mendes demonstrou-o.
O pequenote social-democrata criticou a xenofobia do gordo madeirense e este desconvidou-o para ir à Madeira tal como estava previsto.
Epá, não se faz!! Numa altura em que o Marques Mendes já andava pelos cantos, tristonho e deprimido, por não ter sido convidado para o casamento da Catarina Furtado e para a eleição da Miss Angola, veio agora a saber que nem à festa do PSD Madeira - essa grande rambóia circense com macacos malabaristas a falar português com um sotaque esquisito - podia ir.
Fontes próximas contaram ao Coisas que Tal que o Marques Mendes está feito em cacos e que só o alento dado pela sua esposa lhe conseguiu levantar um bocadinho a moral. Parece que a senhora Mendes se agachou carinhosamente até ao marido e lhe disse: "Deixa lá, tem paciência, falta-te só um bocadinho assim...".

quinta-feira, julho 07, 2005

Estamos perante terroristas...

Á hora do Telejornal pronunciou-se José Barroso sobre os acontecimentos de hoje em Londres. Este senhor, para quem não se recorda, é o tal Durão que cobardemente se escapuliu o ano passado para o estrangeiro deixando o país no atoleiro. Com aquele ar arrogante que sempre se lhe conheceu, a acrescentar ao ar de eu é que sou o presidente da Comissão Europeia, e decerto pensando é tão bom sermos os primeiros a saber as coisas que tal estas novas de atentados à bomba. E lá ia proferindo frases brilhantes como "Estamos perante terroristas, às vezes terroristas suicidas" de ar grave e péssimo corte de cabelo. "Ar de trabalho" como tão bem sublinhou o José Alberto Carvalho.
Por sua vez José Sócrates, todo o dia sendo alvo dos ataques no debate sobre o Estado da Nação, foi abordado à saída por uma jornalista da RTP que lhe fez desatar o saco das frases feitas, a desbobinar tão certeiro que, a dada altura, disse: "As democracias não se podem render ao turismo". Logo atrapalhado a corrigir para terrorismo, decerto pensando estes gajos hoje rebentaram comigo, quase a debitar uma citação do seu ex-colega de Assembleia "Estamos perante terroristas, às vezes terroristas suicidas".

sábado, julho 02, 2005

A velhinha e o pombo III

Quinta-feira pela manhãzinha, subindo a Almirante Reis, vejo um pombo a coxear, de asas carregadas com compras do supermercado, um saco do Lidl atado na pata. Eis que penso: este deve ser aquele pombo que a Ana viu, e já a meter conversa ó Zéquinha precisa de ajuda, e já tu cá tu lá, aliás tu cucurúcu, a comentar o dinheiro custa caro e esses palhaços de São Bento, entretanto eu a reparar que nunca tinha encontrado um pombo com dentes, e se eram dentes bonitos, certinhos. De repente o Zéquinha, esse quase amigo, bateu asas largando os sacos no passeio. E eu a ser atropelada por uma velha a praguejar, como se em dia de saldos.
Quinta feira pela noitinha, aceitei o convite para jantar da D. Albertina. Fez-me provar pombos guisados, explicando-me um pitéu, são borrachos que estão assim para o pombo como o leitão está para o porco, dizendo ele há dias de sorte nos Restauradores. O meu paladar sentiu-se culpado, o estômago deu um nó, a consciência gritou uma suspeita de pedofilia, e eu já a despedir-me apressada, até à próxima D. Albertina, a gravar o número no telemóvel para nunca atender. Num segundo de arrependimento já estava ali ao Areeiro, meti pela Gago Coutinho e no aeroporto comprei um bilhete de one way para ir à procura do Zéquinha. No bolso uma embalagem de sementes de girassol da marca Lidl.
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P.S. Ana, tive vontade de continuar a tua história. Aguardamos todos o capítulo IV.