As mãos
Com mãos se faz a paz se faz a guerra.
Com mãos tudo se faz e se desfaz.
Com mãos se faz o poema – e são de terra.
Com mãos se faz a guerra – e são a paz.
Com mãos se rasga o mar. Com mãos se lavra.
Não são de pedras estas casas mas
de mãos. E estão no fruto e na palavra
as mãos que são o canto e são as armas.
E cravam-se no Tempo como farpas
as mãos que vês nas coisas transformadas.
Folhas que vão no vento: verdes harpas.
De mãos é cada flor cada cidade.
Ninguém pode vencer estas espadas:
nas tuas mãos começa a liberdade.
Manuel Alegre, O Canto e as Armas, 1967
8 comentários:
devia era ser "O Canto e as Mãos
Eh eh.
A propósito destas palavras do Alegre, e como estou aqui para estes lados, destaco as mãos do artista José Franco, que está no Sobreiro e trabalha o barro como ninguém. Aproveitem estes dias de sol outonal para dar a chamada volta saloia e redescobrirem as maravilhas do Sobreiro. Há quanto tempo não vão lá, confessem. Há pão com chouriço e vinho em barro.
Morei aí bem pertinho um ano...E as saudades apertam de vez em quando.
Então vá, toca a levantar esse rabo preguiçoso do sofá e a vir passear para estes lados.
o sobreiro, xiiiiii...isso fica atrás do sol posto...
Paperspace, estamos muito espirituosos. Estou a gostar de ver.
...Talvez dentro de pouco tempo não levante só o rabo e levante também o sofá...Vamos mudar de instalações e estou a pensar seriamente regressar ao Oeste...
;)
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