Cerca-me a vida, como naqueles anos
já perdidos, com o mesmo esplendor
de um mundo eterno. A rosa esfaqueada
do mar, as luzes derrubadas
dos hortos, o fragor das pombas
no ar, a vida ao meu redor,
quando ainda sou a vida.
Com o mesmo esplendor, e olhos envelhecidos,
e um amor fatigado.
Qual será a esperança? Viver mais,
e amar, enquanto se esgota o coração.
um mundo fiel embora perecível.
Amar o sonho destruído da vida
e, embora não possa ser, não maldizer
aquele antigo engano do eterno.
E consola-se o peito, porque sabe
que o mundo pode ser uma bela verdade.
Francisco Brines
Ensaio de uma Despedida
3 comentários:
Muito bom para começar minha amiga.
Só para acrescentar algo mais, Francisco Brines é um poeta espanhol, nascido em Oliva, Valencia em, 1932. Conjuntamente com Claudio Rodríguez, José Ángel Valente e outros autores, fundou o chamado «Grupo de los años 50». Para conhcer mais da sua obra, pode ler-se, por exemplo, "El otoño de las rosas» de 1987, e «La última costa» de 1998.
acho que o teu nome podia bem ser google, pois lá vi também estas frases.. ehehhe não faz mal, neste blog o esforço é sempre recompensado por isso pega lá um muito obrigado
Shuinf...tão bonito...(suspiro)
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