E pronto. Chegou ao fim a minha licença de maternidade. Aliás, até me apetece dizer: "e prontos", que é bem mais forte. O trabalho começa já na segunda-feira (ui) e hoje, claro está, foi dia de lágrimas. Já há alguns dias que elas andam a espreitar. Uma aqui, outra acolá. Mas hoje pareço mais uma Maria Madalena e o soalho da minha sala está húmido.
O Rodrigo fica bem entregue. Eu sei disso. Mas hoje de cada vez que olhava para ele lá se me enchiam os olhos de lágrimas. Das saudades que vou sentir, acho. Sei que está bem entregue, mas cá no fundo o que eu penso é que eu é que sei tomar conta dele melhor do que ninguém. Na minha cabeça as coisas são assim. Eu sei ler o choro dele, as expressões, os movimentos das mãos. Sei quando não quer comer mais, quando tem cocó ou foram só puns. Sei quando lhe apetece brincar, quando quer relaxar e quando quer fazer colinho. Eu é que sei. A verdade é essa. E dá-me pena que vá passar pelos mal-entendidos próprios de quem não sabe falar. Como quando veio cá para casa e eu ainda não o conhecia. Mas a vida é mesmo assim e não podia ficar eternamente em casa à espera da idade em que ja soubesse andar com as chaves de casa sem as perder.
De maneiras que é assim. E prontos. Agora com licença que vou ali choramingar mais um bocadito e já venho.
2 comentários:
Do alto de uma experiência de mãe que começou há mais de vinte e cinco anos mas que parece que foi ontem, passo a afirmar que ser mãe também é ausentar-nos, falar com adultos, gritar com colegas, tentar esmurrar chefes... E depois voltar para casa, sermos recebidas com um sorriso de orelha a orelha e pensarmos que, por algum tempo, somos as heroínas dos nossos rebentos!
Feliz regresso e bom clima no local que nos manda o ordenado para casa!
Eu também passei por isso e depois soube-me tão bem!
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